A história da Internet #13: A Democratização do acesso à internet

:globe_with_meridians: iG – Internet Grátis: o provedor que revolucionou o acesso no Brasil

No fim dos anos 1990, o Brasil assistiu à explosão da internet discada. Em um cenário onde o acesso era pago e limitado, surgiu um provedor que mudou tudo: o iG (Internet Grátis). Lançado em janeiro de 2000, o iG oferecia acesso gratuito à internet — algo inédito e revolucionário para o país.

:busts_in_silhouette: Fundadores e principais nomes por trás do iG

O projeto foi resultado da união entre empreendedores da comunicação, tecnologia e investimentos. Veja quem foram os principais responsáveis:

:black_small_square: Nizan Guanaes

Publicitário e empresário, foi um dos idealizadores da marca e da estratégia de oferecer acesso gratuito à internet como forma de atrair usuários e anunciantes. Também esteve por trás da campanha de lançamento com o icônico slogan: “iG – Internet Grátis. Ué, pode?”

:black_small_square: Matinas Suzuki Jr.

Jornalista, ex-diretor da Folha de S.Paulo e da Rádio USP. Atuou como primeiro presidente do iG, cuidando da estruturação editorial e do conteúdo jornalístico do portal.

:black_small_square: Jorge Paulo Lemann (via GP Investimentos)

O iG foi financiado em parte pelo GP Investimentos, fundo de private equity ligado a Lemann (um dos fundadores da AB InBev). O apoio financeiro foi fundamental para viabilizar a operação em larga escala desde o início.

:black_small_square: Banco Opportunity

Outra instituição financeira envolvida no investimento inicial, apoiando o modelo de negócios baseado em publicidade e acesso gratuito.

:black_small_square: Aleksandar Mandic

Empreendedor pioneiro na internet brasileira, fundador do Mandic BBS e de um dos primeiros provedores de internet do país. Participou da concepção técnica e estratégica do iG.

:pushpin: Outros nomes ligados à operação

  • Demi Getschko, engenheiro e um dos “pais da internet no Brasil”, esteve envolvido nos bastidores técnicos do cenário da época e influenciou o ecossistema da internet comercial.

  • Carla Sá, profissional de comunicação, teve papel importante no posicionamento da marca e no relacionamento com a imprensa.

:light_bulb: Como funcionava o iG?

O iG permitia que qualquer pessoa com um computador, modem e linha telefônica discada acessasse a internet sem pagar mensalidade. O modelo adotado era o da publicidade: ao usar a conexão, o usuário via banners e anúncios que financiavam o serviço.

Era simples:

  • Bastava baixar o discador do iG no computador,

  • Configurar a conexão usando um número local,

  • E pronto: acesso à internet sem pagar assinatura.

A única cobrança era da ligação telefônica (tarifa local), cobrada por minuto pela operadora de telefonia fixa — um custo ainda considerável em sessões longas.

:rocket: Sucesso imediato

A proposta atraiu milhões de brasileiros. Em poucos meses, o iG passou a ser um dos provedores mais acessados do país, competindo com gigantes como UOL, Terra e BOL. O iG também oferecia:

  • Serviço de e-mail gratuito (@ig.com.br),

  • Página inicial personalizada com notícias, clima e entretenimento,

  • Conteúdo próprio e parcerias com grandes portais de mídia.

:bar_chart: O modelo freemium e a evolução

Embora gratuito no início, o iG também ofereceu planos pagos com velocidades melhores e suporte técnico. Isso fazia parte de um modelo “freemium”: o acesso básico era livre, mas serviços premium estavam disponíveis para quem pagasse.

O sucesso foi tão grande que o iG virou um dos principais portais de internet do Brasil, expandindo seus serviços para notícias, esportes, cultura e até rede social.

:firecracker: Queda e mudanças

Com o tempo, a internet discada foi sendo substituída pela banda larga, e o modelo gratuito do iG perdeu relevância. Além disso:

  • O custo da publicidade não sustentava mais toda a operação,

  • A concorrência com novos provedores de banda larga (como Virtua, Speedy, GVT) aumentou.

O iG foi vendido para diversos grupos ao longo dos anos e, embora o portal www.ig.com.br ainda exista, ele deixou de oferecer serviço de provedor de acesso.

:compass: Legado

O iG – Internet Grátis representou um divisor de águas no acesso digital no Brasil. Democratizou a internet para milhões de pessoas e impulsionou a transformação digital em lares brasileiros na virada do milênio.



:thought_balloon: Você usou o iG – Internet Grátis nos anos 2000?
Compartilhe com a gente suas lembranças dessa época marcante!

  • Como era navegar com aquele barulhinho do discador?

  • Você usava o e-mail @ig.com.br?

  • Tinha que esperar a meia-noite pra conectar sem estourar a conta do telefone?

:loudspeaker: Comente aqui e marque seus amigos que também passaram por essa era da internet discada. Vamos juntos relembrar os tempos em que navegar significava “ou estar online ou atender o telefone” :joy:

:repeat_button: Compartilhe esta matéria com quem viveu essa fase — ou com quem nunca acreditaria que a internet já foi gratuita (e lenta assim!).


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Aquele barulhinho discando… era um vício !

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Naquela época, a internet era mais um hobby do que necessidade.

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Havia gradações nas tarifas telefônicas:

A tarifa mais cara era no “horário comercial” – 8:00 a 18:00, de Segunda a Sexta. – Não lembro se havia alguma diferença no horário de almoço.

À noite, acho que tinha 2 reduções – uma após 18:00, e outra após 22:00 – sempre, cobrando 1 pulso a cada 3 minutos.

Da 0:00 até 6:00, era pulso único – ou seja, a duração não encarecia.

A tarifa também era mínima, e com pulso único, nos finais de semana – mas não lembro se já valia no Sábado durante o dia, ou se começava à noite e se estendia pelo Domingo.

Lembrando que a ligação local não era assim tão cara. – Às vezes, tenho a impressão de que hoje são mais caras do que naquela época, em comparação. – Eu costumava fazer longas ligações locais, e minha conta nunca ficou pesada, embora naquele tempo os salários fossem bem menores.

Mas é claro que “internet”, depois que vicia, não se mede mais por minutos, nem por horas – e sim, por dias inteiros. – Ninguém podia arcar com 12 horas de ligação por dia, óbvio.

O que diminuiu mesmo foram as ligações interurbanas e internacionais – o que beneficia mais as empresas, do que a maioria da população.

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Eu usava nessa hora. hehehe

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A grande maioria de nós. :grin:

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