Quais as vantagens de usar o Arch Linux?

Olá.

Em um outro tópico que tinha feito aqui, tinha dito que sempre usei a base Debian pois se tiver algo pra Linux, provavelmente vai ter um .deb. Mas o usuário @Rodrigo_Chile brincou e disse que com o Manjaro ele aprendeu que se não tiver para Arch, não tem para Linux.

Fiquei curioso…

É realmente assim ou foi uma brincadeira do colega? Existe vantagens grandes em sair da base Debian e ir para um Arch ou SUSE da vida?

Obrigado a todos.

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Relativo. A vantagem que eu vejo de usar Arch Based ou openSUSE, especialmente o Tumbleweed, é por ter uma comunidade gigante e ser modelo rolling release, ou seja: pacotes mais frescos, documentção de sobra e uma comunidade sempre ativa. Mas, como eu disse, é relativo. Depende do que você usa e da sua curva de aprendizagem. Como um “ex” usuário de openSUSE, devo admitir que no início foi chatinho, mas nada impossível. A distribuição é bem sólida e o YaST supre qualquer necessidade que eu tinha. @ewertonurias pode dar uma palinha melhor do que eu, pois estou usando o Solus como distro principal hoje.

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Se não houvesse, provavelmente os projetos nem existiriam.

Eu sou muito fã do Arch, mas o utilizo bem menos do que gostaria. Já tem até um tempo que estou sem mexer, fui ver o Gnome 40, que saiu lá primeiro.

O bom e o ruim do Arch é que você precisa entender alguma coisa do Linux para tirar proveito dele. Uma vez instalado, é um sistema muito rápido, leve, e bem mais fácil de customizar que outras distros, além de ter pacotes mais atualizados, para quem tem esta dependência.
Mas o ruim é que exatamente por ter esta autonomia a chance de fazer uma “agada” é grande e quebrar o sistema, ou simplesmente esquecer de instalar algo importante.

É possível começar a conhecer via Manjaro, que basicamente torna o uso bastante semelhante a uma outra distro qualquer. Mas acho que a graça está de fazer na unha, seguindo os tutoriais e se tornando alguém que compreende muito melhor como funciona todo o ecossistema GNU/Linux.

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Sobre a questão de disponibilidade de programas, é basicamente isso que o Rodrigo disse. Além dos pacotes universais (Flatpaks e AppImages), o Arch possui uma seleção de software muito rica que não discrimina programas por licenças, além de possuir o repositório da comunidade que contém todo e qualquer programa que você pode imaginar, como programas de nicho indisponíveis para a base Debian através de arquivos deb por serem projetos “escondidos” no GitHub. Se você não conseguir um programa para o Arch, provavalmente não deve existir para Linux.

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Bom, eu não sei dizer se é realmente assim ou se foi brincadeira, mas independente do que seja, acredito que não seja motivo para migrar de distribuição.

ArchLinux segue a filosofia DiY (Do it Yourself - Faça você mesmo), você realizará uma instalação do zero, terá que instalar e configurar tudo via terminal (TTY), e se faz necessário utilizar o ArchWiki, sem ele é praticamente impossível.

Manual de Instalação em inglês: Installation guide - ArchWiki
Manual de Instalação em Português: Installation guide (Português) - ArchWiki

Na minha opinião, ArchLinux é uma ótima distribuição de “porta de entrada” para quem quer se aprofundar sobre “como uma distribuição Linux é montada”, e claro, após ter realizado algumas reinstalações do ArchLinux, você vai aprendendo e, consequentemente, deixando a Wiki de lado.

Como já disseram… usar ArchLinux pode ser fácil de quebrar o sistema sem ter conhecimento, e talvez isso ocorra nas primeiras experiências, mas muita gente o usa, então acredito que exista algum “macete” para não quebrar.

Eu não uso ArchLinux, então já aproveito e deixo minha perguntar para quem puder responder:
“Qual o macete para não quebrar o ArchLinux em atualização?” :sweat_smile:

Resumindo… ArchLinux é uma ótima porta de entrada como distribuição DiY, você aprenderá muita coisa sobre Linux, e se gostar da distribuição, você poderá usá-la como distribuição principal.

Edit01:

Há um Script de instalação do ArchLinux, cujo Script realiza a instalação da distribuição, mas, particularmente, não acho interessante que iniciantes usem este Script, visto que a proposta do ArchLinux é fazer o usuário aprender a instalar a distribuição.
Se o iniciante usar o Script, ele dará um salto enorme por cima da Wiki, ignorando todo o aprendizado, e assim que a distribuição estiver instalada, o iniciante ficará completamente perdido com o primeiro problema que vier a ocorrer.
O Script talvez seja mais interessante para aquele usuário que já conheça ArchLinux, já sabe instalar e configurar tudo, mas prefere usar o Script para não perder tempo reinstalando e configurando tudo manualmente.

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A questão se refere aos repositórios “não-oficiais”, ou “não-garantidos”, ou… etc. ─ que existem para os usuários de muitas distros diferentes.

No Kubuntu, por exemplo, você encontra esses repositórios:

  • Main - Programas “oficialmente suportados”.
  • Restricted - Programas “suportados”, cuja licença não é 100% livre (por exemplo, drivers Nvidia).
  • Universe - Programas mantidos pela comunidade, ou seja, que não são suportados diretamente pela equipe da Canonical ─ mas estão lá porque a equipe aceita e, de algum modo, supervisiona.
  • Multiverse - Programas que não são “livres” (por exemplo, Flashplugin, Fontes True Type).

(Essas definições podem não ser 100% corretas. Foi uma simplificação que fiz em 2015, quando ainda entendia bem menos do que hoje).

E fora disso tudo, existem os PPAs, por exemplo ─ repositórios “pessoais” de desenvolvedores, embora hospedados por uma infraestrutura fornecida pela própria Canonical (acho). ─ Nenhuma “supervisão” oficial. O risco é seu. Entenda-se com o desenvolvedor! ─ Se você migra para outra versão Buntu, nada garante que um pacote de PPA continue compatível.

No openSUSE, você encontra pacotes adicionais no repositório Packman. No Fedora, você encontra “algo mais” no repositório rpmFusion. ─ São opções. Não vêm configurados. Cabe ao usário ativá-los.

No openSUSE Leap, recomenda-se fortemente desabilitar o Packman, antes de iniciar o upgrade de uma versão para outra; e depois do upgrade, reinstalar o que você precisa. No Tumbleweed, cada “atualização” é um upgrade completo, e nunca mais pensei nisso.

No Fedora, nem lembro se é recomendado desabilitar o rpmFusion ou não. Sigo em frente sem pensar nisso.

Os riscos podem ser maiores ou menores, pois não existe uma equivalência exata, entre distros diferentes. ─ São só exemplos, cada um com suas características.

O Arch não tem esse tipo de repositório “meio-amigável”. Em vez disso, tem logo o AUR ─ Arch User Repos. ─ Ou seja, a coisa é “8 ou 80”, sem graduações.

O AUR é muito amplo, pois milhares de usuários avançados se dedicam a construir pacotes que não existem no repositório oficial do Arch.

Nenhuma “autoridade” vigia se são seguros. O risco é de quem quiser usá-lo. ─ Supõe-se que o usuário do Arch saiba se cuidar.

Na verdade, o gerenciador de pacotes do Arch (pacman) nem lida com pacotes do AUR. ─ Mais do que “apenas ativar” o AUR, o usuário precisa, primeiro, construir uma ferramenta (pamac, yay etc.) para lidar com ele. ─ A barreira também é maior, portanto.

O Manjaro já vem com o pamac ─ inclusive, uma versão GUI, molinha, facinha de já começar a usar.

De qualquer modo, prudência, dinheiro no bolso e canja de galinha não fazem mal a ninguém. ─ Quanto mais abusar, maiores os riscos. ─ Uso o mínimo possível, disso tudo, e se possível evito usar.

Obs.: - Não me refiro (acima) aos Flatpak, AppImage, Snap2, pois são casos à parte.

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Minha migração para openSUSE até que foi tranquila, não foi tão dolorida como eu imaginava.
Claro que no começo eu achei algumas coisas diferentes, mas com pouca pesquisa entendi como se instalava os codecs e meu driver proprietário NVIDIA, inclusive fiquei tão animado com a distribuição que criei minha primeira publicação sobre openSUSE :joy:

openSUSE realmente é uma distribuição bem sólida, mas acredito que esta solidez esteja relacionada ao uso dos Patterns.

Acredito que os Patterns seja um pouco responsável por muitas pessoas não usarem openSUSE, inclusive eu mesmo não curtia muito a ideia deles no sistema, mesmo assim sempre os deixei de lado sem me importar com eles, e estou prestes a completar 1 ano de openSUSE, e ainda não tive nenhum problema com a distribuição, literalmente foi minha melhor experiência com Linux em desktop/notebook.

Usar Patterns no openSUSE Leap é bem tranquilo, mas usar no Tumbleweed é um pouco “porreta” :joy:
Patterns nada mais é que “conjuntos de pacotes”, ou seja, updates no Tumbleweed com Patterns são frequentemente bem pesadinhos, mas em troca você tem uma distribuição estável e atualizada.

O YaST é o “Centro de Controle Gráfico”, acredito que dispensa comentários.

Eu entendo que muitos já experimentaram openSUSE e não gostaram por algum motivo, mas há muitas pessoas que não experimentaram e sentem medo ou algo do tipo, o que digo é “faça o seu teste e tire sua própria conclusão”, talvez openSUSE seja sua distribuição e você ainda não sabe :laughing:

Aproveitando, deixarei aqui algumas publicações que criei e que podem servir como orientação:

Como instalar o driver proprietário NVIDIA via YaST
A elegância e facilidade do Zypper
Pós instalação do openSUSE Leap 15.3

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Quando eu levantei o tema, pensei no Manjaro, que é mais estável que o Arch (já que os pacotes são testados pela comunidade antes de serem oferecidos ao usuário comum, que usa inicialmente os repositórios stable; se você habilitar o mais instável deles, o unstable, o fluxo de atualizações se torna semelhante ao Arch, em quantidade e frequência). As vantagens, além da estabilidade, são a base muito ampla que as distros Arch tem, o não-uso de PPAs e, no caso do Manjaro mesmo, as ferramentas de configuração - como o próprio Pamac e o Manjaro Settings.

Outras distros baseadas em Arch, como Reborn, ArcoLinux e Garuda, tem mecanismos semelhantes (as 3 usam Pamac, o Garuda vem com o btrfs de fábrica, o Reborn tem uma interessante ferramenta de instalação de kernels), mas não tem a curadoria de pacotes que o Manjaro tem - mesmo as três sendo distros interessantes.

Para além disso, fica minha experiência pessoal - quando me senti mais seguro para “fuçar” como funcionam os sistemas, achei que era o momento para migrar de distros .deb para baseadas em Arch (hoje uso Manjaro como principal distro e Garuda como secundária, para “emergências” e aprendizado). O que posso dizer é que com Manjaro minha vida, como produtor de conteúdo, ficou mais organizada - a abundância de programas facilitou, seja via repos (oficiais ou o Manjariando*), empacotamentos universais, ou pelo AUR - e o controle do sistema tornou-se mais firme. A última coisa que a gente quer, ao colocar um sistema em produção, é ficar se preocupando em reparos após uma atualização.

Eu super indico o Manjaro, rivaliza com o OpenSUSE TW em estabilidade, sendo realmente mais simples de usar.

Sobre a base OpenSUSE, é algo que me deixa curioso faz tempo - mas, assim como existe o Manjaro para Arch, existe o Gecko para a base SUSE, essa é outra distro que vale a pena conferir…

(*) que só o Manjaro tem e facilita muitíssimo a vida, vale a pena olhá-lo com carinho

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Entendi. Então, pelo visto, acho que o Arch não é para mim. Embora goste de entender como as coisas funcionam, ultimamente já perdi muito tempo nessa questão de computador. O outro que tinha me deu muita dor de cabeça.

O que eu queria era uma espécie de “backup” para o Ubuntu. Eu fiquei muito animado mesmo com o Gnome 40 e parece que o Ubuntu vai insistir com aquela barra lateral…

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Vai insistir sim, mas o Ubuntu 21.10 permite você desativar a extensão Deskmod do Ubuntu, e você pode usar o layout padrão do GNOME 40 no Ubuntu normalmente como em qualquer outra distribuição, veja:

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Exatamente. Para os que não querem perder tempo, o ideal é buscar um sistema amigável baseado no Arch.

Diferente do que muitos pensam, o Arch é mais suscetível a ser estável do que suas derivações que congelam/atrasam atualizações.

Contextualizando, revisões de pacotes e atualizações são úteis quando bem feitas, coisa que não é regra no Manjaro, por exemplo. O Arch disponibiliza os PKGBUILDs, o Manjaro faz alterações e não documentam ou compartilham. Isso torna tudo menos auditável e significa que eles não contribuem de volta para o Arch. Isso foi confirmado por Philip Müller, líder do Manjaro.

Percebe-se que não é recente a má relação com builds reproduzíveis que são, basicamente, a capacidade de alguém qualquer fazer o build de um mesmo software a partir do código-fonte e obter resultados idênticos independentemente da quantidades de vezes.

Quando questionado, Jonathon diz “Não há razão para que terceiros (outras pessoas) os verifique (as modificações)”.

Sabendo disso, podemos falar sobre os casos de atualizações “revisadas” pela equipe do Manjaro que acabam, por vez ou outra, quebrando parcialmente ou completamente o sistema, sendo que essas mesmas atualizações “não revisadas” do Arch não demonstram problemas.

A equipe do Manjaro não só congela e “revisa”, mas modifica o estado dos pacotes para realizar o build deles sobre o sistema customizado. Resultado, você possui mais pontos de quebra do que em um Arch vanilla.

Bem, eu fui um “manjaroboy” por muito tempo, então passei por situações bem chatas :laughing:

Já os problemas que podem vir a ocorrer no Arch são, em sua maioria, de origem humana, mas, dependendo de sua instalação ou pacotes que você usa, existem intervenções manuais que precisam ser feitas.

O Macete não existe, mas existem alguns macetes que se aprende com a experiência e esses macetes podem variar, dependendo do usuário e suas preferências.

Algumas coisas que sempre tenho em mente ao usar o Arch são:

  • kernel LTS é seu amigo;
  • não dependa de AUR, pacotes datados podem fazer uma bagunça;
  • menos pacotes = menos pontos de quebra (isso é muito importante);
  • Flatpaks e AppImages são seus amigos;
  • visite o site do Arch para saber se algum pacote que você usa precisa de intervenção manual após atualização;
  • LEIA as modificações que serão feitas por uma atualização e se prepare;
  • evite acumular atualizações por muito tempo, uma semana é o suficiente;
  • veja os seus logs;
  • /home sempre em partição separada.

De resto, leia o conteúdo da página sobre manutenção do sistema da Arch Wiki:
https://wiki.archlinux.org/title/System_maintenance

O usuário bem instruído nunca terá sua instalação comprometida. Isso eu aprendi após usar o Arch.

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Uso Arch desde Junho 2017, e nunca quebrou.

O máximo que já aconteceu, foi o pacman me fazer alguma pergunta embaraçosa. ─ Bastou selecionar alguma string relevante da pergunta e Googlar, limitando à última semana ou ao último mês, para encontrar a explicação, as alternativas, as consequências, e escolher a melhor opção.

Mas também não usava o AUR. Ainda não tem 1 ano que construí meu primeiro pacote do AUR. E só agora, depois de instalar o Manjaro, me animei a construir o pamac no Arch. Instalei uns 3 pacotes, no máximo.

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na sua lista só faltou o btrfs