Já vi 1 ou 2 colegas aqui dizerem que gostam muito do KDE, mas desejariam que as configurações não fossem tantas, ao ponto de se perderem nelas…
Bom, no Kurumin as configurações eram mil vezes mais caóticas, pois o “Kcontrol” do KDE ainda tinha relativamente poucas, em relação ao atual “KDE System Settings” ─ mas o Linux em geral ainda era muito mais tosco, e uma distro baseada no Knoppix (+Debian) precisava lidar com 1.001 detalhes de hardware, muitos dos quais hoje são detectados e configurados automaticamente. ─ O resultado era um labirinto de configurações, dispersas em um Menu super-povoado de itens de todos os tipos.
Quando o Kurumin foi descontinuado, e montei um novo PC com vários componentes mais recentes, fui obrigado a procurar outra distro, capaz de lidar com eles. ─ Tentei Ubuntu e Debian Gnome, e caí para trás, pois o Menu não oferecia nem 1% daqueles recursos! ─ Paguei meus pecados, por ter reclamado do excesso de opções que tinha antes.
Foi quando me convenci de que o melhor “substituto” era o Kubuntu.
O Kubuntu estava longe de oferecer todos aqueles recursos do Kurumin ─ em parte, por já resolver muitos deles automaticamente ─ mas em parte, também, porque tudo estava mais bem organizado em um número de itens bem menor.
Essa transição, para mim, foi de 2007 a 2009. Eu anotava num caderno todas as soluções que eu conseguia encontrar no Kurumin, para agilizar caso precisasse fazer tudo de novo. ─ Ao mudar para o Kubuntu, todas aquelas anotações ficaram sem utilidade. Eu tinha de começar tudo de novo. Felizmente, no Kubuntu foi mais simples e rápido, até pegar pé de novo.
Em 2015, eu já estava perdido de novo. Eu já tinha reinstalado e reconfigurado várias versões seguidas do Kubuntu, mas não lembrava mais nada. Então, instalei um segundo Kubuntu (mesma versão), tentei refazer as mesmas configurações, até ficar igual ao primeiro ─ e fui anotando, claro. ─ Foi aí que finalmente me senti seguro de saber lidar com o KDE, a cada nova reinstalação.
Em 2016, substituí o “segundo” Kubuntu pelo Mint Cinnamon, e tentei deixá-lo tão “igual” ao Kubuntu, quanto possível. ─ Frustração, claro. ─ Foi aí que perdi minha última ilusão de usar qualquer outro ambiente, exceto o KDE.
Foi quando entendi, “na pele”, o significado de “ambiente”.
De 2017 em diante, instalei umas 25 distros, todas com KDE, e todas com as mesmas configurações ─ sempre, anotando tudo.
Nesse período todo, vi o KDE passar por muitas transformações, abandonar muitas coisas que pareciam boas, em prol de maior simplicidade e consistência. ─ No Kubuntu 16.04, por exemplo, você podia escolher um Tema, salvar com outro nome, e alterar item por item, com opções de outros temas. ─ Às vezes, o resultado era ótimo, outras vezes a mistura quebrava o ambiente. Entendo por que motivo isso acabou. Era insano. Perdemos essa “liberdade”, mas as coisas agora são mais confiáveis. Desenvolvedores continuam criando novos Temas e novas misturas. Usuários comuns também podem fazer experimentações, basta que estudem as entranhas do KDE. Apenas, isso não é mais oferecido, de bandeja, a qualquer iniciante. Mas também não é proibido, nem dificultado. Basta estudar um pouco, para saber o quê e como fazer. Hoje, acho que foi a melhor solução.
Em troca, o KDE oferece cada vez mais recursos de configuração, mas o KDE System Settings continua compacto e bem organizado. ─ Não é tão “simples” quanto poderia desejar um usuário que a cada dia tenta uma DE diferente, esperando em cada uma encontrar o que gostou na outra anterior. ─ Mas é bastante simples e consistente, para quem usa o KDE a médio e longo prazo.
Depois de 12 anos, eu ainda me perco, aqui e ali. ─ Basta ver que, ao instalar o Mageia, achei mais fácil deletar os itens da pasta Home > Desktop ─ porque simplesmente não consegui lembrar e encontrar de novo o caminho para desativar sua exibição na Área de Trabalho. ─ Mas agora que você perguntou, não demorei 1 minuto a encontrar o caminho.
E já tratei de deixar guardadas as 2 capturas de tela, para me lembrar, da próxima vez que eu ficar perdido.
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