O SparkyLinux é mais outro sistema bem interessante mas pouco abordado e utilizado pelas comunidades brasileiras de Linux. Desenvolvido a partir do Debian, é um projeto que se destaca por suas ferramentas próprias e suas várias versões — uma específica para games, outra para multimídia e outra para recuperação de sistema. Também é lembrado como um sistema leve e rápido, e eventualmente indicado para computadores mais modestos.
O nicho de interesse ocupado pelo SparkyLinux é o mesmo do MX Linux. Ambos os projetos buscam leveza e rapidez e oferecem recursos próprios, diferindo do projeto que têm por base, o Debian, pelas ferramentas que facilitam uso, configuração e manutenção e ampliam a experiência do usuário.
Exemplo dessa ampliação é a ferramenta que possibilita, de modo prático, a feitura de remasters — ou seja, o empacotamento de versões modificadas da distro numa ISO pronta para novas instalações. Isso é oferecido tanto pelo Sparky quanto pelo MX, cada um com sua solução específica.
Mas o Sparky tem características que podem torná-lo mais interessante que o MX.
Enquanto o MX tem um instalador de software eficiente mas com design “seco”, na linha do Synaptic, o Sparky vem com uma loja de software propriamente dita, o APTus App Center, que contém cerca de 2 mil itens.
O MX é sempre baseado no Debian Stable, embora contorne limitações do Stable oferecendo pacotes mais recentes, vindos de repositórios próprios, e versões com kernel mais atualizado. O Sparky também compensa dessa forma as restrições do Stable que lhe serve de apoio; mas vai além: o projeto oferece uma versão que tem por base o Debian Testing — chamada de “semi-rolling” pelos desenvolvedores.
Passar de edição no MX nem sempre é “suave”. Quando muda a base Debian de uma edição para outra, a nova edição tem de ser instalada do zero — é o caso do MX 21, ainda em beta, em relação ao 19. Com o SparkyLinux, a edição 5, ligada ao Debian Buster, pode ser convertida facilmente à 6, ancorada no Bullseye — as instruções para isso estão no site do projeto, que também deixa disponível um script para a conversão.
Vale observar que o MX Linux é um projeto não-aderente ao systemd (embora permita sua ativação). O SparkyLinux adota o systemd em alinhamento com o Debian.
Enfim, a quem se interessa por projetos de base estável mas ricos de recursos, que têm o Linux Mint e o MX Linux como exemplos destacados, o SparkyLinux merece atenção.
Eu, certamente, estou para experimentá-lo.