Fastfetch, sim. Mas... e os outros?

Quando o @Dio publicou o artigo do @Ariel_Bonfim sobre o arquivamento do Neofetch e as alternativas disponíveis, a única coisa que eu sabia, é que havia “muitas” – mas eu só lembrava do Neofetch e do screenFetch – que eu tinha incluído no Conky para vigiar se estavam se comportando como deviam:

O Neofetch era super-popular, mas continuava com o “cálculo antigo” do uso de Memória RAM. – O screenFetch já tinha mudado para o “cálculo novo”, mas ninguém usava (e eu não entendia porquê).

Naquele momento, vários outros sites também publicaram listas com alternativas ao Neofetch:

Fiquei até espantado, porque nunca tinha visto vários desses nomes. – Nos Fóruns e Comunidades, também vi colegas falarem de alguns “fetch” que eu não conhecia – mas o Fastfetch foi o mais citado e aceito. – Outros nomes parece que acabaram caindo no vácuo.

Reiniciar o computador para carregar uma distro após outra – só para ver se tinha isso tudo no repositório de cada uma – poderia ser bastante demorado.

Então, pesquisei pelo PGKs:

Pesquisei “fetch” também no Repology, hoje, para um quadro mais amplo. – Encontrou 200 projetos, mas a maioria refere-se a “buscar” (“fetch”) emails, músicas, vídeos, certificados, Github etc. – mas não incluiu Macchina nem Archey, que não têm “fetch” no nome.

Filtrei apenas os que estão presentes em 3 ou mais “famílias de repositórios” – (onde Debian + derivados são 1 “família”, por exemplo). – O total caiu para 37 projetos; ainda incluindo muita coisa que não é o que eu procurava.

O Repology só oferece “ordem alfabética”, então copiei, colei numa planilha, e classifiquei por ordem decrescente de “Spread” (Spr), ou seja, o número de “famílias de repositórios” em que cada projeto está incluído. – Ocultei as linhas com projetos alheios ao assunto. Ficaram 14 projetos. — Acrescentei Macchina e Archey, que tive de procurar em separado, e o número subiu para 16:

Quando um projeto está em apenas 2 repositórios, em geral trata-se do AUR (86.000+ pacotes) e do NixPKG (100.000+ pacotes). – Centralizei minhas experiências no Arch + AUR.

No AUR, apareceram 308 pacotes. – Mais uma vez, muitos deles são para buscar (“fetch”) emails, músicas, vídeos, Github etc. – Copiei tudo, colei numa planilha.

Apareceu Macchina, porque tem “fetch” na Descrição – mas não Archey – que tive de procurar e acrescentar manualmente.

Classifiquei por ordem decrescente de “popularidade”. – Fui ocultando as linhas com pacotes fora do escopo – e printei a primeira página, com o que ficou acima da “linha do horizonte”:

Nessa brincadeira, acabei instalando 17 “meme-fetch” no Arch Linux.

Criei um script para calcular o uso de RAM (T-A), 5 minutos após o boot – e registrar quanto cada “fetch” indicaria. – Coloquei os resultados na planilha.

Verifiquei que, desses 17 “meme-fetch”:

  • 5 ainda utilizam o “cálculo antigo” do uso de RAM (-23%)

  • 2 utilizam o “cálculo muito antigo” (-40%)

  • 2 não indicam o uso de RAM

Ficariam 8 ferramentas, que fazem o cálculo correto – mas dessas, eu não recomendaria o screenFetch. – Em resumo, é um código feito de “puxadinhos”, acumulados com desleixo ao longo dos anos, sem nunca ser revisto e organizado. E a última versão já fez alguns aniversários.

De qualquer modo, tanto o screenFetch quanto o Neofetch são feitos em Shell, mais lento do que as alternativas em Rust, C, Python. – A quantidade de informações também influi: – Alguns feitos em Shell, que buscam (fetch) pouquíssimas informações, são mais rápidos do que os que exibem muitas informações.

Fiz outro script para medir os tempos de execução – e acrescentei os percentuais de código, fornecidos pelo Github de cada um:

Os tempos de execução parecem um pouco maiores no openSUSE, no Debian e no Fedora – e menores no Redcore, por exemplo – mas há algumas surpresas:

E agora… quem poderá nos ajudar?

Até aqui, somente dados “objetivos”: – Facilidade de acesso (repositórios), tempo de execução, cálculo do uso de RAM, linguagem utilizada, versão mais recente etc.

Quando um “meme-fetch” está em muitos repositórios “oficiais”, significa que muita gente está olhando, reportando problemas etc.

Avaliar a “data da última atualização” – ou o grau de “manutenção × desleixo” – é um pouco mais trabalhoso.

A data no AUR tem pouco valor, pois há casos em que foi colocada lá uma versão lançada 2 anos antes. – A data significativa é a do lançamento da versão no Github (ou GitLab, ou Codebert, ou outro).

Abandono? Desleixo? – Alguns projetos, é fácil ver que tiveram 100 versões ao longo de 2 ou 3 anos, e os bugs ou pedidos de melhoria são resolvidos em pouco tempo. – Outros projetos, foram lançados em 1 dia, tiveram 2 ou 3 versões novas no dia seguinte, e ficou nisso. Se são antigos, é fácil ver o abandono. – Mas, se foram lançados na semana passada, só o tempo dirá se são fogo-de-palha ou se continuarão recebendo atenção.

A escolha de um pacote – e o exame desses pequenos detalhes – cabe a cada um.

Cada caso é um caso

treefetch

O treefetch é simples e descomplicado: – Você pode escolher uma árvore de Natal ou um Bonsai.

Fastfetch

O Fastfetch exibe um ror de coisas (pelo menos aqui, onde tenho um ror de partições) – mas já traz um monte de configurações alternativas. – O mais simples é mandá-lo usar uma das 20 configurações pré-definidas (presets). – Por exemplo:

fastfetch -c neofetch

Exemplos:

Archey3

O Archey3 pode ser facilmente configurado para usar outras cores, ou eliminar algum item que você não queira exibir. – Não fui além disso – nem sei se permite mais.

HyFetch

Ao executar o HyFetch pela primeira vez, ele inicia a configuração, em 5 passos simples. – Detectou o “color mode” (RGB) e o “background color” (Dark) do sistema. — Passou direto ao item 3, onde o usuário pode escolher entre 54 “flags” (padrão: Rainbow); — no item 4, escolher o brilho, entre 50% e 80% (padrão: 65%); — e no item 5, o alinhamento das cores, entre horizontal (padrão), vertical e várias opções randômicas.

Essa configuração pode ser re-feita a qualquer momento:

hyfetch -c

O HyFetch traz junto o Neowofetch – um “Neofetch atualizado, corrigido, e bem mantido”, que é quem faz todo o trabalho. – O HyFetch apenas acrescenta as cores ao Neowofetch.

Para configurar as informações que serão exibidas do lado direito, deve-se configurar o Neowofetch – do mesmo jeito como se configurava o Neofetch.

Caso tenha o Fastfetch instalado, o HyFetch poderá usá-lo – e o tempo de execução será bem mais rápido:

hyfetch --backend fastfetch

Neowofetch

O “–help” do Neowofetch tem 287 linhas — com uma infinidade de configurações — na mesma linha do Neofetch.

Pelo parâmetro --version, identifica-se como “Neofetch 7.3.11”.

A situação pode ser resumida assim, no Arch Linux — mas também no Fedora 40 ou no openSUSE Tumbleweed, com os devidos ajustes:

$ whereis hyfetch
hyfetch: /usr/bin/hyfetch

$ whereis neowofetch
neowofetch: /usr/bin/neowofetch

$ pacman -Ss hyfetch
extra/hyfetch 1.4.11-2 [installed]
    Neofetch with LGBTQ+ pride flags!

$ pacman -Ss neowofetch

(nada)

$ neowofetch --version
Neofetch 7.3.11

$ hyfetch --version
Version is 1.4.11

Archey4

O Archey4 executava em cerca de 1.400 ms, de 19 até 24 de Maio – quando passou a demorar 12.000 ms, sem que eu tivesse alterado qualquer configuração na UEFI Bios ou no Arch (que só atualizei no dia 26). – Criei o arquivo de configuração, desabilitei “WAN IP” – e o tempo de execução caiu para 200 ms.

Depois verifiquei que esse item chamava 3 sites. – O ping levou 5.000 ms para concluir que não há endereço associado ao primeiro – e 6 ms para concluir que o terceiro é desconhecido.

Nerdfetch

O Nerdfetch pode ser instalado sem “fontes nerd”, sem problemas. – Escolhi no repositório oficial do Arch uma fonte nerd qualquer, aleatória – e depois disso o Nerdfetch ficou mais biito.

pfetch-rs

Ao instalar o pfetch-rs (em Rust), tive de aceitar a remoção do pfetch (em Shell) – pois o binário e o comando são iguais em ambos, o que é incompatível

Conclusões?

Deixo de abordar os outros 9 “meme-fetch” – que utilizam cálculos ultrapassados do uso de Memória RAM (ou que não fazem cálculo nenhum) – ou o screenFetch, que cumpre seu papel, mas não recomendo.

Eles estão incluídos numa postagem do meu blog (abaixo) – devidamente classificados como “Errados”, “Muito errados” etc. – para não haver engano.

EDIT - (20 Junho 2024) - Refiz toda a postagem no blog, ao longo dos últimos 30 dias, à medida em que testava mais algumas ferramentas, corrigia erros etc. – e aproveitei para refazer igualmente esta postagem aqui no Fórum.

Uma das correções mais importantes, devo à ajuda do @freeQ – que destrinchou o uso do Neowofetch como “motor” do HyFetch (-b, --backend) – pois eu estava confundindo com o -c, --config do Fastfetch, como se pode ver pelo nosso diálogo nos comentários.

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Meu Deus, rapaz você é o cara conhecido por ter 12 distros ???
Tem mais espaço aí no disco para adicionar mais uma distro ?
Que tal o PeppermintOS ?

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As 12 distros são como os 12 apóstolos, uma precisaria de morrer para outra tomar o seu lugar. :rofl:

E em um período de tempo excelente.

Uma sugestão: colocar o texto, que explica sobre o print, imediatamente acima da imagem… Além de seguir o “fluxo” natural da leitura, evitaria o “Acima:”. Exceto, óbvio, numa situação que “justifique” o texto abaixo.

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Gostei. Me deu algumas opções em substituição ao neofetch!

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Calma, fi…

Meu experimento não é sair amontoando distros e mais distros.

Se você olhar com atenção, verá que eu já tenho um Debian testing e um MX Linux (stable) – além do KDE Neon, baseado no Buntu LTS, que também é baseado no Debian.

Já experimentei o Devuan, também, por um longo tempo.

Afora isso, são 2 de base Arch, 1 do ramo SuSE, 1 do ramo Red Hat, 2 do antigo ramo Mandrake, 1 do ramo Slackware, 1 do ramo Void, 1 do ramo Gentoo (Redcore).

Nesse meio, tem SystemD, SysV, Runit e openRC.

Só não tem:

  • Windows
  • Snap, Flatpak, AppImage
  • Distro imutável (só o Android, no smart)
  • Nuvens

Mas, voltemos ao foco, porque o tópico não é sobre “diga qual distro eu devo instalar” :slightly_smiling_face:

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Obrigado pela sugestão, @wmassis

Tento sempre seguir uma “lógica” – e ao mesmo tempo, uma “diagramação” coerente – mas quando o assunto é mais complexo, às vezes fica difícil seguir uma regra rígida, invariável.

Sempre que posso, coloco o texto logo antes da imagem – e termino com “:” – para indicar o que se segue.

Mas às vezes, há um texto de “transição” – que não dá para colocar acima da imagem, para não quebrar o fluxo. – O jeito é colocar logo embaixo – e nesse caso, ao retomar o assunto da imagem, coloco “Acima:” (em negrito), para “ancorar” que o assunto ainda é o mesmo.

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Eu já suspeitava que você estava atento a esse detalhe, e não me equivoquei.
Meu comentário foi mais para me certificar da “suspeita” rs.

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Eu acho que a melhor coisa que houve nessa história foi dar visibilidade ao fastfetch.

Ele basicamente é melhor em tudo e mesmo assim nunca tinha visto ninguém falar sobre.

Há males que vem para o bem.

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curti bastante o hyfetch!! valeu pela recomendaçao

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Suspeitei desde o princípio, ha ha ha

Foi ótimo, para sacudir a inércia.

Tenho a impressão de que um monte de devs correram para atualizar seus “fetch” no Github e no AUR – e conquistar alguns votos para subir no ranking de popularidade do AUR.

O Arch correu para incluir o Fastfetch no repositório oficial.

Alguma "família’ de repositórios já chutou o Neofetch. – Estava em 44 “famílias” de repositórios, e agora está em 43.

O hyfetch é um negócio intrigante. – Se não tiver Fastfetch, ele não simula Fastfetch. Se não tiver Paleofetch, ele não simula Paleofetch. – Estou com a impressão de que o Neowofetch é indispensável, porque também não executaria se não tivesse Neofetch instalado.

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hyfetch mantem o antigo neofetch atualizado com o neowofetch, o que ele faz é simplesmente adicionar as cores em cima de outros fetch’s, porem o dev do hyfetch esta mantendo e atualizando o neofetch(neowofetch), corrigindo bugs, criando artes pra sistemas novos, basicamente ele esta mantendo o neofetch dentro do repositório do hyfetch

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Acho que você matou a charada:

O hyfetch simula o Fastfetch no Arch Linux – mas não no Debian, onde não tenho Fastfetch:

Pelas medidas de tempo, fica a impressão de que, além de adicionar cores na arte-ASCII, acrescenta 200 a 400 ms no tempo de execução.

então, não é uma simulação, ele roda o fetch original e adiciona as cores por cima, por isso os 200ms a mais, por isso ele tem junto no repositorio um “clone” do neofetch, e continua mantendo ele atualizado, o hyfetch em si apenas adiciona as cores.
Se você acessar o github do hyfetch vai ver 2 coisas acontecendo.

  1. existem 2 coisas diferentes sendo atualizadas ao mesmo tempo
  2. o readme original do neofetch continua sendo mantido no final do readme do hyfetch

Digamos q ele seria 2 programas diferentes sendo mantidos em apenas um repositorio.
Um novo dev esta mantendo o neofetch, e ao mesmo tempo adicionou esta camada de bandeira lgbt, que é um binario separado, e apenas adiciona as cores por cima do neofetch(newowfetch), tanto que pode ser usado em outros fetchs facilmente!

texto traduzido diretamente do repositorio:

Executando a Versão Atualizada do Original Neofetch

Este repositório também serve como uma versão atualizada do neofetch original, já que o repositório upstream dylanaraps/neofetch não é mais mantido e foi arquivado. Se você deseja apenas usar o neofetch atualizado sem as bandeiras de orgulho, pode usar o script neofetch deste repositório. Para evitar conflito de nome de comando, eu o chamo de neowofetch :slight_smile:

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Dado o devido crédito, o autor desse artigo super legal foi o não menos incrível @Ariel_Bonfim :smiley:

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Crédito mais do que merecido!

Deveria ter o crédito no artigo, e também na postagem do artigo no Fórum.

Só fiquei sabendo agora.

Obrigado pelo esclarecimento, Juan Paulo!

Agora, faz sentido.

A informação está na parte inferior do artigo. :slight_smile:

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O curioso é que, neste artigo, ao menos para mim, esta informação do autor da matéria não aparece. Acredito que ocorre o mesmo para o @frc_kde .

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Gostei do fastfetch mas pq mostrar o IP? :grimacing:

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Isso deixou muita gente com um pé atrás, em relação ao Fastfetch:

Trata-se do “IP Local” – não do seu “IP Público”.

Pesquisei o meu IP Local “192.168.1.10/24” (com as aspas!) – e o Google encontrou em inúmeras páginas, mundo afora. – Parece um padrão muito comum.

O IP Público é um número muito mais extenso.

O desenvolvedor do Fastfetch explica – inclusive a utilidade que tem para ele – e para milhares de desenvolvedores, que precisam testar projetos em várias VMs:

Um IP local não tem nada a ver com privacidade. Só faz sentido se você estiver na mesma rede, por exemplo, conectado à mesma rede Wi-Fi.

O módulo Local IP é o mais útil para mim pessoalmente. Tenho várias VMs para testar o Fastfetch e muitas vezes preciso fazer SSH nelas. Tenho o Fastfetch em execução na inicialização do shell e nunca preciso digitar ip addr manualmente.

Se você realmente não gostar, pode desabilitar o módulo Local IP no config.jsonc.

Eu testei alguns parâmetros para mudar a cor e mostrar só 3 partições – e em seguida acrescentei --gen-config no final, para gerar meu arquivo de configuração pessoal do Fastfetch:

$ fastfetch --color yellow

$ fastfetch --disk-folders /:/home:/run/media/flavio/Warehouse --color yellow
$ fastfetch --disk-folders /:/home:/run/media/flavio/Warehouse --color yellow --gen-config-force

Depois editei o arquivo, eliminando a linha – e várias outras – só para simplificar, pois não vi nada de perigoso:

"localip",

O resultado:

Se não quiser ter esse trabalho, apenas escolha 1 das 20 configurações que já vêm prontas – como a configuração tradicional do Neofetch, por exemplo:

fastfetch -c neofetch

No início desse tópico, tem o link para minhas anotações no blog – com muito mais detalhes sobre o Fastfetch e outras alternativas ao Neofetch.

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