Como encorajar pequenos negócios a utilizarem alternativas livres ou gratuitas?

Há algumas semanas atrás minha mãe foi comprar um artigo para pet em uma loja de variedades. A máquina do ponto de vendas utilizava uma versão não ativada (ou não original) do Janelas. No cando inferior direito apaecia a mensagem “Ativar o Windows. Acesse configurações para ativar o Windows”. Perguntei para ele porque a empresa não considera instalar uma distro Linux na máquina, mas ele não soube responder. Lembro de ter visto um PDV usando o software com o CentOS há algum tempo, mas isso parece ser exceção, e não regra.

No dia seguinte, fui para a região da Santa Efigênia para adquirir o hardware de teste para as memórias DDR4 como relata minha última resposta sobre o futuro da arquitetura i386 e a obsolescência programada. No PC do atendente apareceu uma mensagem “não coloque seus arquivos em risco. adquira o Office Original”. Isso faz reforçar tudo o que o eu experimentei neste tópico para valorizar o LibreOffice em vez que adquirir uma licença do Microsoft 365 (ou pior, crackear e usar em sistemas comerciais).

É necessário aumentar a visibilidade (awareness) dos softwares livre e gratuito principalmente para pequnos negócios, que podem severamente multados usando softwares proprietários sem licença paga.

Há alguns tempos atrás rodava uma versão alternativa do Photoshop emulada via Bottles, mas por algum motivo, o software parou de iniciar. Fui indicado pelo menos uma três vezes, inclusive até mesmo pelo famoso MVP da empresa de Redmond com Linuxfobia a usar o Photopea no lugar. E eu me impressionei com as ferramentas que tem. Tem tudo o que eu preciso, até mesmo o Content-aware fill e a mesma usabilidade do Photoshop, sem necessidade de adquirir uma assinatura da Creative Cloud. O site é monetizado com exibição de propagandas. Finalmente tenho uma alternativa decente e gratuita com o poder do Photoshop com o preço que pago pelo GIMP (“de graça”).

Edit.: Encontrei um vídeo documentando um caso real de perícia em busca de softwares piratas. De acordo com o perito, juridicamente falando, um software é considerado pirata quando não há comprovação de adquisição de produtos por meios legais (como notas fiscais). Isso independe do software está ativado ou não.

2 curtidas

Recentemente me deparei com uma colega usando o office com esse problema de ativação e travando direto. Falei com ela pra usar o Libre Office. Descobri que ela adotou esse conselho.
Ah! O Photopea é muito bom. Também já usei e gostei.

2 curtidas

Comece mostrando que existem alternativas de qualidade, ensine a pesquisar no Alternative.to, explique que quando se usa um ativar, pode estar instalando um malwares e, que quando se desativa o atualizador do sistema, para que o software pirata não seja bloqueado, não receberá atualizações de segurança.
Apresente casos de empresas que foram punidas por usar software pirata.

Na minha distro, tenho um vídeo comentando sobre o alternative.to

3 curtidas

O que eu tenho praticado há muitos anos e tem me ajudado muito é focar em resolver o problema do cliente, tirando toda e qualquer conversa mais técnica da frente de tomadores de decisão que não são técnicos e mostrando para quem é técnico os prós e contras de cada solução.

Um administrador quer saber de controle e gestão, um gerente de TI quer saber se vai ficar recebendo chamados porque as coisas não funcionam, simples assim. Em pequenos negócios, muitas vezes a conversa mais produtiva para o fechamento foi mostrar no papel que o investimento no médio/longo prazo era menor adotando uma solução tão boa quanto qualquer outra.

E é claro, garantir suporte adequado.

Já cansei de visitar empresas onde alguém instalou um Linux em algum serviço importante e depois sumiu, deixando o sistema como uma caixa preta que todo mundo rezava para não parar de funcionar.

Eu acredito que um trabalho de educação na base técnica ajudaria a popularizar algumas soluções, pelo fato delas serem tão boas quanto qualquer outra na maioria das vezes. Isso criaria mais produtos de alta qualidade e com uma boa estrutura de suporte que as empresas poderiam simplesmente usar.

P.s.: eu trabalho bastante com varejo e pequenas empresas, e adotei esta estratégia depois de ver que no mercado onde o software livre mais se destaca (servidores) as pessoas estão preocupadas com escala, suporte, manutenção, etc - a stack é importante, mas, é muito mais pelo que ela proporciona que do que pelo que ela é.

:vulcan_salute:

4 curtidas

Apresente, de forma despretensiosa, esse material para as pessoas que fazem serviços de informática na área técnica na sua cidade.

[edit] reli meu post e fiquei com a impressão de que transmiti a ideia que discordo dessa citação, pelo menos em algum ponto.
Não é isso.
Fiz a citação para poder falar a partir dela… para desenvolver um pouco mais a ideia. Sem fazer repetições monótonas. [/edit]

:thinking:
Pequenas empresas terceirizam serviços. Não tem departamentos internos de contabilidade e saúde no trabalho, por exemplo.
Então o ideal é contatar, apresentar e capacitar pessoas e empresas que prestam esses serviços de informática na cidade para essas pequenas empresas.

Se você for a pessoa já capacitada e que quer prestar esse serviço… Imagino que seria uma boa ideia apresentar o material mencionado para uma daquelas organizações empresariais… As CDLs (câmara de dirigentes lojistas) da vida. E se colocar a disposição para oferecer serviços de migração, adoção e capacitação de soluções de softwares não irregulares.

O material alocado nos itens 2.2.01, 2.2.02 e 2.2.03 (“malwares”, “pirataria” e “[software] livre ou de código aberto (e talvez gratuito)” - respectivamente) fazem uma abordagem sobre o assunto proposto neste tópico.

Tem também o item 2.2.08.2.5 (Migração [para Linux] de Empresas e Governos).

Bom, eu não afirmei o contrário.

Como tem sido sua experiência com essa abordagem?

:vulcan_salute:

2 curtidas

:slightly_smiling_face: quando reli o que postei fiquei com o entendimento que passei a impressão de que a gente discordou. Mas agora editei minha postagem. :sweat_smile:

Uma vez eu tentei. Uma vez não obtive sucesso. :expressionless:

Mas eu fui nos donos da empresa. E não no pessoal “do técnico”. A empresa não tinha formalmente um departamento técnico de informática.
Não fiz uma abordagem amistosa… E coisa e tal.
… tentei convencer uma empresa. Convencer os donos de uma empresa. Ainda não tinha terminado de reunir esse material. E não obtive sucesso.

Em alguns dos links reunidos no material, as pessoas afirmam - e reafirmam - uma ideia: as pessoas só querem que as coisas funcionem.
Ficar falando coisas mais elaboradas é… desperdício de energia
(E novamente eu estou repetindo o que você disse… Dando margem pra que interpretem que estou dizendo que há discordância :sweat_smile: :melting_face: )

Só estou sugerindo ideias para o assunto do tópico. :blush:
Não tive a intenção de sugerir algo parecido com uma “solução definitiva que funcionará para todo mundo”. Alias, não acredito que isso exista. E não estou dizendo que alguém aqui disse isso.

:v: :wink:

Eu trabalho em um clínica de Fisioterapia que vive tendo dor de cabeça com o Windows e alguns aplicativos. Primeiro, por conta da má escolha do hardware (o de menor preço possível), segundo pela falta de conhecimento em tecnologia das proprietárias e terceiro por aplicações mal otimizadas.

Os aplicativos que mais funcionam são as soluções via nuvem. Tanto a Unimed quando o Ipsemg oferecem essas opções e são zero dor de cabeça. Os mais problemáticos são os do SUS, um tal de BPA e Sonner (parece que esse agora tbm tem a opção online, mas antes era instalado no computador da clínica). Essas opções dependem de funcionários da prefeitura instalarem e configurarem. Sempre tem que estar entrando em contato com eles e de vez em quando, dá uns bugs que demora uma eternidade passar os dados dos pacientes.

Sou leiga então não sei se seria viável todas as soluções serem em nuvem para todo tipo de empresa, mas empresas simples como essa que eu trabalho, seria uma mão na roda a combinação Linux + nuvem. Na minha experiência, o Linux se deixado quietinho, dá muitíssimo pouco trabalho e não precisa de um hardware tão potente assim (pelo menos o meu não é, e tá funcionando muito bem, obrigada).

4 curtidas

O link do GitHub que tem o PDF poderia ser atualizado para incluir um caso real de perícia em busca de softwares piratas:

De acordo com o vídeo, juridicamente falando, um software é considerado pirata quando um estabelecimento não tem comprovação da aquisição de tal produto. Isso independe de estar ativado ou não.

No vídeo, ele também menciona que a empresa periciada está em processo de transição de programas da MS para alternativas baseadas no GNU/Linux.

2 curtidas

Isso é um problema sério, existem muitas pessoas que são mais entusiastas que profissionais. Vão em um cliente, se entusiasmam e colocam uma distro (frequentemente inadequada, do tipo não LTS, em um esquema exótico muito fora do padrão), e abandonam a pessoa, por não darem conta da mão de obra que arranjam para si.

É a receita mais rápida para a pessoa voltar para o esquema anterior e não querer saber mais de Linux.

4 curtidas

Por isso toda empresa que se preze deveria ter um departamento de TI compoentente e utilizar distros Linux reputáveis e que não são uma Red Hat da vida como o Debian por exemplo:

Debian para ambientes corporativos

O Debian é confiável

O Debian confirma sua confiabilidade a cada dia em milhares de cenários reais, desde um laptop de usuário(a) até aceleradores de partículas, passando pelo mercado financeiro e pela indústria automotiva. Também é popular no mundo acadêmico, na ciência e no setor público.

O Debian tem muitos(as) especialistas

Nossos(as) mantenedores(as) de pacotes não apenas tomam conta do empacotamento do Debian e incorporação de novas versões de aplicativos. Frequentemente eles(as) são especialistas nos softwares originais e contribuem diretamente para o desenvolvimento desses softwares.

O Debian é seguro

O Debian tem suporte à segurança para suas versões estáveis (stable). Muitas outras distribuições e pesquisadores(as) de segurança confiam no rastreador de segurança do Debian.

Suporte de longo prazo

A versão gratuita do suporte de longo prazo (LTS - Long Term Support) estende a vida útil de todas as versões estáveis (stable) por pelo menos 5 anos. Além disso, a iniciatiava comercial LTS Estendido (Extended LTS) oferece suporte a um conjunto limitado de pacotes para além de 5 anos.
Imagens para computação em nuvem

Imagens oficiais para computação em nuvem estão disponíveis para todas as principais plataformas de nuvem. Também fornecemos as ferramentas e configurações para que você possa construir sua própria imagem personalizada para computação em nuvem. Você também pode usar o Debian em máquinas virtuais em um desktop ou em um contêiner.

1 curtida

A última coisa que uma empresa pequena tem é departamento de TI, eu sou sócio em uma empresa, e nossa resposta seria:

Eu agradeço pela sugestão, vou avaliar as minhas possibilidades.

E no fim eu iria atrás de qualquer solução que funcionasse sem um departamento de TI, porque um departamento de TI é inviável financeiramente.

3 curtidas

Para a vasta maioria dos pequenos comércios e profissionais liberais (com empresa constituída) esse é um custo muito difícil de justificar, por isso que empresas de consultoria e serviços nadam de braçada neste segmento.

Pequenos gestores não querem saber de Windows ou Linux, eles só precisam de algo que funcione. Cabe a pessoa que está desempenhando o papel técnico lidar com a escolha da tecnologia, pesando sempre na satisfação do cliente e na entrega de soluções confiáveis.

:vulcan_salute:

3 curtidas

Até mesmo para empresas médias eu diria… Eu entendo que as pessoas tenham esta ideia, pois é preciso viver na pele a questão para saber como as coisas são.

Apenas um funcionário com um salário “honesto” em um departamento de TI custa 50 mil ao ano, no mínimo… nossos gastos com licenciamento de software não chegam perto disto, e resolvem o problema. Resolvem coisas que um departamento de TI não resolveria honestamente, sem ser muito mais custoso que 50 mil ao ano.

Incluímos Linux e tecnologias abertas, mas não correspondem a nem metade da infra (servidores e máquinas de uso pessoal inclusos), eu acho, mas somos um caso especial, de empresa que desenvolve software.

2 curtidas

Independente da solução que for adotada, ser algo que funcione deve ser apenas um dos requisitos a ser levado em consideração para o negócio. Tem outro requisito que muitos ignoram e só descobrem da pior forma possível é que se software da forma que foi adquirira permite uso comercial, independentemente de ser software livre ou não.

Muitas empresas e pequenos donos de negócio cometem o erro de adquirir o software através de meios obscuros (onde de acordo com o perito judicial, começa de fato a pirataria), ou o pequeno do negócio adquire a licença errada, a qual é destinada para usuários domésticos (isso inclusive acontece em grandes empresas), mas deveriam adquirir a licença que permite uso comercial por pequenos negócios.

Já para empresas com um pouco mais de estrutura e faturamento, um bom departamento de TI é inescusável, assim como um departamento jurídico e contábil.

1 curtida

Concordo que este é um problema grave e bem difícil de solucionar, porque envolve um processo de educação (em negócios e tecnologia) que a maioria das pessoas tem dificuldade em ter acesso. Não se toca neste assunto em escolas, muitos cursos profissionalizantes focam em ferramentas ao invés de conhecimento de base e a lista de situações que “jogam contra” segue quase infinitamente.

A pirataria, assim como a sonegação, são apenas sintomas de um problema maior, que é a falta de preparo, conhecimento e incentivo para fazer as coisas do jeito correto.

:vulcan_salute:

3 curtidas

Exatamente, não é o software livre que resolveria este problema por si só, a empresa precisa sempre, no fundo, saber se virar.

O problema é que a realidade dos custos é muito complexa. 15 licenças do office 365 para grandes empresas custa menos de 20 mil ao ano e te dá acesso à armazenamento na núvem, agenda, e-mail, os apps office, videoconferência avançada, controle de dispositivos Windows, proteção de informação… Tudo isso muito fácil de por no ar, seja por uma terceirizada ou um sócio capaz de se virar e tirar alguns dias para configurar tudo.

Por tudo isso de pé com um departamento de TI vai muito além dos 50 mil reais ao ano e envolve criar soluções internas.

O perfil para tal departamento de TI já seria raro, não sei quem com um currículo para por tudo isso no ar e manter de pé, aceitaria ~4 mil por mês. Nem vou dizer que apenas uma pessoa seria pouco.

O mesmo pode ser dito de licenças Windows e Apple, o custo é tão amortizado na vida útil do aparelho, muitas empresas, como a nossa, já auxiliam os colaboradores com hardware de grandes fornecedores como a Dell, com tudo nos conformes. E o custo acaba sendo muito baixo.

2 curtidas

E na maioria das vezes, usando um departamento interno, o que será entregue é um emaranhado de soluções costuradas umas nas outras para tentar atender os requisitos do cliente. A microgestão de um ambiente assim é muito complicada, já vi essa situação várias vezes.

Depois de muito ir a campo ajudando a resolver problemas reais, dá para ver que o buraco é bem mais embaixo.

:vulcan_salute:

2 curtidas

Concordo plenamente… Infelizmente é uma realidade muito complexa, ter essa visão para prestar consultoria de qualidade já é algo que não é comum.

Um dos motivos de eu comentar lá em cima de “profissionais” abandonando clientes, por não darem conta da mão de obra que arranjam para si. Muita gente implanta um abacaxi.

A verdade é que, se a maioria destas empresas contratasse uma consultoria bem feita, 2 vezes ao ano, elas já estariam em uma situação muito melhor que a média.

3 curtidas

Em torno de 80% das micro e pequenas empresas no país inteiro estão endividadas e o mesmo para as famílias e o pessoal aqui bitolado com essas tecnologias caríssimas e dependentes e seus termos técnicos … tsc tsc … e a situação cada vez mais se agravando …

Uma padaria aqui do lado usa caderno escolar, régua e caneta para avaliar o caixa diário, semanal e mensal. Uma igreja católica aqui usa um sistema de fichário em papel cartão para controlar as ofertas dos fiéis.

Saiam dessa poluição neurótica e respirem um pouco de ar puro !!

1 curtida