Gostaria de falar sobre o Arch Linux. A instalação dele é tão difícil assim ou esse aspecto é superestimado? Ouvi falar do alto padrão de customização; até onde isso se estende e impacta no sistema? É preciso ser um “mago da TI” para fazer uma instalação funcional e fluida? E quando a customização do usuário impacta no sistema?
Desculpem se estou sendo redundante. Um abraço a todos.
Instalar manualmente é muito fácil – e pode ser relativamente rápido, se você anotar num papel os comandos que irá executar.
Para mim, o que realmente demorou, foi ler a Arch Wiki – que aborda 99.999 casos diferentes do seu (hardwares, opções pessoais) – pois cada parágrafo tem 2 ou 3 links para consultar outras páginas… que por sua vez também têm um monte de links para consultar outro monte de páginas, e assim por diante.
Isso pode ser uma barreira para quem tem alergia a um amontoado de um monte de letras. – Neste caso, muitos “dão a volta”, assistindo vídeos no Youtube. – Pessoalmente, prefiro ler textos bem definidos e claros. Youtube me dá muito mais trabalho, para muito menos resultados.
E para piorar, eu não entendia o significado da maioria das palavras – porque eu só conhecia distros “amigáveis”, como Kubuntu, Mint, KDE Neon etc., que não exigiam entender quase nada: – Bastava ir clicando aqui e ali (tanto para instalar, quanto depois, para usar).
Felizmente, eu já tinha instalado o Manjaro – e 6 meses depois, usei um “instalador” do Arch, chamado Revenge Installer (hoje rebatizado Zen Installer), e comecei a experimentar, “na prática”. – É no uso diário, que se entende a “teoria”.
É sempre mais fácil aprender uma língua, começando por frases simples, tipo, “zê book is on zê têibou” – e deixar as regras para depois – do que passar 3 anos estudando mil regrinhas, pra só depois começar a falar (isso enjoa e desanima).
Então, fiquei 2 anos e ½ olhando aquela sopa de letrinhas… Enjoava, parava, tentava de novo na outra semana. – Por fim, comecei a copiar para um TXT só trechos que se aplicavam ao meu caso particular. – Mesmo assim, ainda era letrinha demais.
Então, comecei a ler blogs de colegas, que mostravam quais comandos tinham usado. – Eram roteiros bem mais simples – e mais “focados” (sem misturar com mil casos diferentes).
Copiei aqueles roteiros dos colegas, comparei com o roteiro que eu tinha copiado no meu TXT – e anotei num caderno (de papel) um resumo realmente mínimo: – Só os comandos que eu iria usar.
Naquela primeira instalação, usei o celular só para documentar (fotos). – Na instalação seguinte, eu já tinha 2 celulares, e pude consultar o relato anterior, no meu blog.
Essa, foi toda a dificuldade:
Ler a página sobre a instalação, na Arch Wiki… seguir os links para outras páginas… voltar à página anterior… ler mais algumas linhas… seguir outro link… voltar… etc.
Aprender o que significavam aqueles conceitos – que eu ainda não conhecia, embora já usasse Kubuntu, Mint, Debian, KDE Neon etc., havia vários anos.
Copiar um resumo, “enxuto”, só com os comandos que eu iria utilizar – após conferir com a experiência de outros colegas.
Finalmente, instalei o Arch “manualmente” – em cerca de 2 horas, incluindo muitas pausas para ler no caderno, digitar, conferir se tinha digitado direito… muitas pausas para tirar fotos… e até, uma pausa para dar ração aos cachórros.
Funcionou! – Testei por algum tempo, e depois, deletei – porque a instalação anterior, feita pelo Revenge Installer, estava muito bem (e já 100% configurada). – Comparando as 2 instalações, achei melhor manter a primeira, em vez de passar dias, semanas, configurando e personalizando tudo de nvo. – A segunda tinha sido um bom teste de aprendizagem.
Logo depois, aposentei aquele antigo PC (Bios-MBR) – e instalei o Arch no meu novo PC (UEFI-GPT).
Estas são as anotações que fiz sobre as 3 instalações:
Essas anotações têm muitos detalhes desnecessários, porque não são “tutoriais”. – Eram para registrar tudo que fiz ou que tentei (incluindo erros e falhas). – Apenas, pule o que não interessar.
Algumas coisas que aprendi em 2019, estão apenas no registro daquele ano – pois não achei necessário repetir no registro de 2020. – Outras coisas, muito básicas, que aprendi logo em 2017, estão apenas naquele primeiro registro.
Em todas as minhas anotações, passo por alto a etapa de “formatação” – porque sempre particiono, antes de começar a instalar qualquer distro. – Não gosto de misturar “instalação” com “formatação”.
Meus registros também incluem (sempre!) detalhes sobre a instalação inicial do KDE Plasma – o DE que uso em todas as minhas distros. – Acho que vale a pena dar uma olhada nesses detalhes, pois podem conter alguma dica útil, aplicável a outros DEs.
Valeu a pena, esse trabalho todo, quando era tão mais simples, só clicar em opções de um instalador GUI, no Kubuntu, Mint, KDE Neon, Debian – semelhantes ao velho “Ok, Ok, Finish” do Windows? – Eu acho que sim.
Gostei de ter aprendido cada uma dessas coisas, que antes, eu não sabia – e gosto de saber como resolver qualquer problema… porque aprendi esses “pequenos detalhes”. – Hoje, nem tenho mais Kubuntu, nem Mint… e estou em vias de eliminar o KDE Neon (que só mantenho por 1 motivo muito específico).
Logo depois de instalar o Arch “BTW”, no final de 2019, me senti habilitado para experimentar o Void Linux com KDE Plasma: – Novembro 2019: Void em Bios-MBR – e no novo PC: Julho 2020: Void em UEFI-GPT.
Claro, também fiz experiências especificas com KDE Plasma, Dolphin etc., em várias distros (inclusive em Sessões Live) – e isso também me proporcionou conhecimentos adicionais sobre esse o KDE. – “Mas isso, é uma outra estória”, como dizia aquele personagem do filme Irma La Douce.
O que posso acrescentar, é que nunca tive nenhum desastre com o Arch. – A primeira instalação funcionou durante 2 anos e 6 meses, até eu aposentar o antigo PC – e a instalação atual já completou 4 anos e 6 meses, também sem nenhum problema sério.
Já tem uns 2 anos (ou mais) que uso, quase que só o Arch – 99% do tempo – embora eu tenha outras 11 distros instaladas em dualboot, como 11 pneus “estepe”, para alguma emergência.
Só que, nesses 7 anos, o Arch nunca teve nenhum desastre, que eu tivesse de recorrer a algum desses 11 “estepes”. – No máximo, usei outra distro para googlar algum problema do Arch – e depois usar algum Console do próprio Arch (tty3, tty4etc.) para corrigir o problema.
Mas, gosto de ter as outras 11 distros – porque nunca se sabe se, um dia, não vou ter algum desastre sério com o Arch – mas também, porque são 11 “playgrounds”, onde sempre aprendo mais alguma coisa. – Brincar, é o melhor modo de aprender.
EDIT - Mais um plus:
As páginas “iniciais” da Arch Wiki, sobre a instalação:
Eu nunca usei as “Lojinhas”. – Eu já não gostava da suíte Muon (Package Manager, Discover, Updater) – e quando o Kubuntu substituiu pelo Plasma Discover (a Lojinha do KDE), tratei de me livrar dele. (Logo depois, aprendi a me livrar também dounattended-upgrades, nas distros.deb).
Sempre usei o Synaptic – um front-end do apt, que faz exatamente o que o apt faz, tudo o que o apt faz, e nada mais do que o apt faz… Como nos filmes de Hollywood: – “Toda a verdade, só a verdade, e nada mais que a verdade”. Isso é o que torna o Synaptic “o ideal”, na minha opinião.
O Synaptic foi criado por um dev brasileiro, de uma distro brasileira, a Conectiva – como front-end do seu APT-RPM – e só depois, o Debian (e derivados) adotou o apt-deb. (Synaptic ainda é usado no PCLinuxOS, e parece que também em mais algumas distros.rpm, acho que na Rússia).
No Arch… Socorro! – Não tinha Synaptic. – Aprendi a instalar e usar o pcurses, para pesquisar os “nomes-dos-pacotes”… porque não eram os mesmos “nomes-de-pacotes” que eu conhecia, do Kubuntu / Mint / KDE Neon / Debian:
Mas nunca usei o pcurses para gerenciar os pacotes do Arch. – Só para pesquisar! – Desde o primeiro dia, sempre usei o pacman para gerenciar pacotes, atualizações etc., no Arch.
Depois, me acostumei a usar o pacman também para pesquisar os pacotes existentes, saber quais já estão instalados (ou não), examinar as informações específicas de um pacote, dependências etc. – e já nem lembro do pcurses. – Mas mantenho ele instalado, porque às vezes é muito mais prático, pela exibição “gráfica” dos resultados da busca (na verdade, semi-gráfica).
Por isso, nem sei dizer se o Plasma Discover “funciona”, ou se “serve para alguma coisa”, no Arch! – Em 2017, não encontrava “atualizações” – e nesses 7 anos, simplesmente, nunca mais verifiquei.
Em todas as distros, costumo remover o PackageKit – responsável pela verificação de atualizações (usando oapt, ozypper, odnfetc., conforme cada distro), e com isso, o Plasma Discover também vai embora. – No caso do Arch, onde nós é que escolhemos “o quê instalar”, talvez eu apenas não tenha instalado essas coisas… Mas se por acaso alguma delas “apareceu” (como dependência de alguma outra), eu provavelmente removi.
O Arch (mesmo instalado pelo Revenge), acho que foi a 1ª distro em que adotei o princípio de só gerenciar pacotes e atualizações por comandos CLI. – Depois, adotei essa prática também no openSUSE, no Fedora, no Mageia, e até no Manjaro, que instalei de novo em 2018. – Não costumo usar o Manjaro, mas foi nele que fiz várias experiências malucas… antes de arriscar fazê-las no Arch.
Por incrível que possa parecer, demorei “séculos”, antes de instalar 1 pacote do AUR… por comandos manuais… depois outro… sempre com o maior cuidado. – Só depois que (re) instalei o Manjaro, em 2021, ensaiei o uso do Pamac-GUI… verifiquei “o quê ele fazia nos arquivos do sistema”… e finalmente passei a usar o pamac-cli no Arch Linux.
(Um dia, deu angu debaixo do caroço, e passei a usar oyayno Arch. – Nenhum problema, até hoje).
Pero, sin Nvidia
Tudo isso, sempre em CPU Intel, sobre placa-mãe Asus com iGPU Intel. – Nada de GPU dedicada, Nvidia, jogos etc. (nem Flatpak, Snapd, AppImages, y otras cositas más)… e sem “Lojinha”, como já disse. – Talvez seja por isso, que nunca tive nenhum problema sério com no Arch (nem, na maioria das minhas outras distros).
Muito obrigado por compartilhar suas experiências e percalços. Vou estudar suas anotações e as documentações disponíveis. Um desafio não é algo necessariamente ruim, e tenho certeza de que vou adorar o sabor da experiência que isso vai me gerar.
Se a minha primeira distro tivesse sido o Arch eu teria evitado muitas frustrações nos meus primeiros 3 anos de Linux.
Costumo ouvir que esse negócio de “amigável” é bom, mas tudo vai depender do perfil comportamental de cada pessoa. Arch é muito fácil em comparação ao Debian por exemplo.
A questão é apenas que a instalação é uma barreira de entrada feita de propósito para o usuário comum, mas existem tantas versões com instaladores gráficos que resolvem a questão.
Mostro “possibilidades” – mas nem sempre “recomendo”…
… igual aquele povo do X, que diz que “retweet não é endosso”.
Um desafio, também não é, necessariamente, bom.
Se você está predisposto a considerar que será bom, já é meio caminho andado para ser bom! – Nessas coisas, predisposição é determinante.
Ou, quem sabe, suas frustrações tivessem sido muito maiores?
Bom… Ok, houve um tempo, em que “só entravam”, os que estavam prontos para encarar chroot, compilações, y otras cositas más – bem o tipo de coisa que ajuda a usar o Arch – pero… acho que ainda não havia Arch Linux, naquela época.
E devia existir uma horda de “potenciais” usuários – esperando que “o Linux” (alguma distro) oferecesse um mínimo de moleza. – Como eu.
Eu comecei a “tentar experimentar Linux”, por volta de 2000 ou 2003 – e naquela época, descartei todas as distros que me apresentassem uma “tela preta”, com um prompt para tentar… Tentar o quê? – Eu não estava pronto para aquilo, e nem tinha tempo livre para aquilo, na época.
Ou seja: – Alguns poderiam se beneficiar do Arch Linux, em seus primórdios – mas receio que a grande maioria (dos 1% ou 2%), provavelmente, não.
Concordo 100%!
Aí, já acho que “depende”… Depende muito! – e depende de muitos fatores.
De fato, comecei a “tentar” o Debian, desde 2009 – e demorei +/- 10 anos, até "começar’ a me sentir à vontade com ele.
Ora, em 2019, eu já tinha 2 anos “de Arch”, sem grandes problemas – mas ainda, sem me sentir 100% confortável com o Arch.
Me perdoe, se não sou mais “exato”. – Tenho anotações suficientes, para determinar “o dia” em que (finalmente) me senti “confortável” com o Debian, e com o Arch – mas isso exigiria muitas horas “processando” 1.001 registros em TXT, JPG etc. … coisa que ainda não fiz… e nem sinto vontade de fazer, porque não vai alterar meu dia-a-dia.
Mas, preciso admitir: – Até hoje, “não tenho certeza absoluta”, das configurações que uso no Debian. – Vale dizer: Sinto-me confortável com ele, mas continuo sem “certezas” do que faço com ele. – Ao passo que há 2+ anos uso o Arch, sem qualquer dúvida sobre o que faço com ele.
Puxa… Será que vou acabar mergulhando nas profundezas de milhares de registros… para determinar – com exatidão – se o Arch acabou sendo mais fácil, para mim, do que o Debian???
Só posso adiantar, desde já, que já me sinto 100% confortável com o Arch, desde +/- 2021 – tendo começado a tentar em meados de 2017 – ao passo que tento o Debian desde 2009, e até hoje ainda tenho dúvidas sobre várias coisas… embora o considere 1 das distros que me atendem muito bem.
Puxa vida… Você deu um nó nos meus neurônios! – Sim, talvez o Arch tenha sido mais fácil para mim (chegou primeiro, no final) – embora eu precisasse de vários anos, só para “começar a tentar” o Arch.
Aqui o ponto é outro. O Linux para o usuário doméstico não fazia muito sentido e, pela comunidade não entender isso muito bem, começou uma saga de competição com o Windows, que estava fadada a ser vencida pela Microsoft.
As “possibilidades” eram muitas, mas o sentido de aplicar esforços não era para usuários domésticos. Hoje dá para ser usado pelo usuário doméstico, mas ainda assim existe essa tal competição sem futuro para o Linux, pois ele está a anos-luz de distância de um desktop produtivo para diversos segmentos e perfis de usuários.
Há de se considerar que agora desembarcou no Linux um monte de usuários com computadores obsoletos que foram descartados pelos outros sistemas. Atrás desse nicho, os influenciadores tentam dizer que o Linux vai salvar o PC deles, rs.
Com licença, permita-me discordar um pouco do amigo.
Acho justamente o contrário. Já trabalhei em diversos ambientes, privados, públicos, pequenos, grandes, de todo tipo. Não vi nenhum onde todos, ou quase todos, os funcionários não pudessem muito bem usar o Linux invés do Windows. O Windows é que, olhando bem, atende apenas a um grupo específico de usuários que, por causa de empresas terceiras, como a Adobe, só desenvolvem para Windows. Mas quantas pessoas precisam de Photoshop, AutoCAD e demais softwares muito específicos? E qual o percentual dessas pessoas em relação às que apenas precisam de internet, suíte de escritório e leitor de pdfs para trabalhar? Eu chutaria que o primeiro grupo representa uns 5 a 10% no máximo de usuários de computador.
Boa noite! Bom, talvez apenas seja um viés rs
Quando se aprende uma habilidade, é mais fácil aprender uma segunda correlata, não é verdade? Por exemplo, aprender a primeira linguagem de programação e a lógica é sempre muito mais difícil. Depois de aprendida, aprender outras novas é muito mais rápido. Talvez tenha sido isso que aconteceu com você. Ou não, é apenas um chute rs
Eu tenho vontade de experimentar o Arch, de tanto que eu vejo a paixão de seus usuários pelo sistema rs mas tenho medo. Gosto de coisas que não quebram rsrs
Uma dúvida: o que exatamente você quer dizer quando diz que não tem certeza sobre o que faz com o Debian? Como assim? Que dúvidas tem? Não que eu tenha pretensão resolvê-las conheço você de muitas outras postagens há tempos, sei o quanto você conhece de Linux. Eu sou apenas um aprendiz ainda. Mas queria entender o que não lhe deixa confortável no Debian, se possível.
Ainda é um processo evolutivo para o Linux. Para utilizá-lo efetivamente, é necessário escolher um ecossistema onde o desktop funcione apenas como uma interface de interconexão. Assim, ele operará bem.
O Linux em Desktop ganhou muita força graças aos aplicativos em nuvem.
Confesso que instalar o arch comando por comando é avançado, mas depois do script archinstall que já vem na iso, o arch pode ser rocomendado para um iniciante que tenha a mesma predisposição do @pinga para ler um pouco. Acredito que o depois do script de instalação tudo ficou simples, porém o que ainda pode ser um ponto crítico é o pós install já que ele vem bem mínimo, provavelmente com aproximadamente uns 700 pacotes instalados.
Como geralmente os usuários de outras distros já vem com pacotes “importantes” instalados por padrão (apparmor por exemplo), talvez não percebam que por “debaixo do capô” de uma instalação limpa do Arch ainda estejam faltando algumas peças importantes.
Se estiver pensando em jogar jo arch, o wiki do lutris vai te “carregar pela mão”:
Amigos, agora que esse trecho do meu post foi destacado, percebi que… “me expressei muito mal”
Quer dizer… Comecei a tentar o Debian, 8 anos antes de começar a tentar o Arch – e “no final”, meu “conforto” em usar o Arch “chegou primeiro”.
Esse “pretérito imperfeito” – “Era uma vez” – ou, “não fazia”… etc.
… funciona bem para contos, fábulas, ficções etc. – mas para funcionar em um ambiente necessariamente “exato” (História da Tecnologia, por exemplo), precisa ser “datado com precisão”:
“Foi…” – de YY-MM-DD até YY-MM-DD – ou, “começou a ser” por volta de YY-MM, e “começou a deixar de ser” por volta de YY-MM (por exemplo)…
… porque quando dizemos “era assim” – sem precisar o início e o fim de tal “era” – estamos, na verdade, sugerindo alguma coisa que teria sido, “desde sempre, até sempre”. – Isso cabe na literatura, mas jamais em uma História, seja do que for.
É muito provável que eu concorde com você – mas… como saber?? – Você não especificou uma “era”, com início, meio e fim!
É muito possível que eu concorde com o que você diz – mas tenho uma dificuldade enorme (insuperável!), em tentar lutar contra conceitos abstratos. – Não vejo como acusar, indiciar, processar, julgar e encarcerar, por exemplo, “a maldade”, ou “a ganância”, ou… “essa tal competição sem futuro” – se é que me faço compreender.
Sempre que uma conversa se volta contra (ou a favor de) algum conceito abstrato, sinto que “deixamos de ter o pé no chão”. – Só podemos acusar, processar, condenar, encarcerar, alguma pessoa física… e por crimes muito bem definidos, identificados, comprovados etc.
Quando criticamos “a maldade”, “a soberba” etc. … estamos fugindo de apontar “quem praticou”, e “o quê praticou”. – A coisa toda perde sentido “prático”.
Ora… todos somos “a favor do bem”, e “contra o mal”, certo? – e contra o câncer, e a favor da saúde.
Não veja, nisso, uma crítica a “você”. – Na verdade, existe uma “cultura” enorme (financiada por zilhões de dólares!) – para que toda a humanidade se volte contra… “o mal”… e a favor “do bem”.
Vele dizer, um investimento zilionário – para que evitemos “botar o dedo na ferida” – e fiquemos, todos, apontando nossos dedos contra… “o mal”… “o câncer”… etc.
E vou parar por aqui – porque, apontar “a raiz do mal”… é pedir que o céu desabe sobre nossas cabeças.
Como vê, não critico nada do que você disse. – Também sou contra a doença, o erro, os problemas – e a favor da saúde, da perfeição, e de tudo funcionando bem, para o bem de todos!
Só discordo, quando você diz que “estamos a anos luz de um desktop produtivo”.
Meu PC Desktop se tornou 1.000 vezes mais produtivo – quando deletei meu velho Windows, e fiquei só com “o Linux”. – Uso só KDE, mas tenho certeza absoluta de que Xfce, MATE, Cinnamon, Gnome etc. atendem muito bem, a quem os prefere.
Rezo, todas as horas, minutos e segundos, de cada dia, para que você esteja certo! – Vinde ao Linux todos os desesperados, sofredores etc.!
Infelizmente, não sei se consigo ser tão otimista quanto você!
Quando “o bolso” aperta, o salário míngua, o emprego desaparece etc., muitos vão para a rua, tentar vender balinha, jujuba, o escambau – e quando “a coisa” começa a melhorar, cada um procura aliviar “onde lhe doía o sapato”. – Nesse jogo abstrato de “bolso” e de “coisa”, nem 0,1% tem PC Desktop, e talvez 0,00001% saiba o que é “Linux”.
Esse tal de “Linux” é coisa de uma classe que, quando cai, nunca cai tanto assim – e quando melhora, nunca melhora tanto assim. – E o grande drama dessa classe é “o imposto sobre a blusinha” (importada).
Um drama terrível! – Ai, meu Mouse! Ai, meu isso! Ai, meu aquilo! – Sobra muito pouco “espaço” para pensar em “Windows ou Linux”.
Acho, até, que em 99% dos casos, nem tem PC Desktop, nem qualquer coisa parecida, onde se possa escolher entre instalar Windows ou Linux. – E nos pouquíssimos casos em que tal questão possa ser colocada, o mais provável é, tipo, “porquê essa puerrha do Linux não é igual meu Windows… do qual estou fugindo, porque não dá mais pé, não funciona mais no meu PC, e pipipi popopó”.
Uns 0,0001% tentam sair do Windows – mas o Windows não sai deles.
Acredito muito nisso. – Não tenho provas, mas tenho convicção!
Nunca vi um caixa de supermercadinho rodando um super-jogo que exigisse uma super-GPU etc. e tals. – Ok, PC não é só “caixa de supermercadinho”.
Tenho alguns sites, monitoro o movimento pelo Google Analytics – e sei em quais horários a “galera anônima” divaga pela web. – É “na volta do almoço”, usando hardware típico de “escritórios de empresas médias, pequenas” (enquanto seu lobo, ops, o chefe não vem).
Aliás, qualquer um que tenha alguns sites, sabe muito tem que tipo de hardware é usado pela maioria de seus visitantes.
Nada que exija Windows.
Um chute muito certeiro, na minha opinião – e deveria fundamentar um estudo muito sério, a cada vez que alguém diz que “tentei X um tempão, e quanto tentei Y, deu certo rapidão”. – Frases como essa, que vemos todos os dias, escondem que a pessoa aprendeu com X, mas acha que Y é melhor porque quando finalmente tentou, já tinha conhecimento bastante para dar certo muito mais rápido.
No caso específico da “minha experiência pessoal” com Debian e Arch, tenho muito medo de emitir qualquer opinião. – É fácil fazer um “estudo objetivo”, com base em “dados objetivos” sobre zilhões de pessoas – mas é muito complicado tentar qualquer análise sobre “nossa própria experiência”.
Todas as vezes em que tentei analisar minha experiência pessoal – em qualquer assunto! – acabei descobrindo que “tudo que sei”, ou “tudo que lembro”, está totalmente errado.
Talvez por isso, levo 30 dias, 60 dias, para redigir apenas a “1ª versão” de qualquer experiência minha, em qualquer tópico, em “Linux” – e muitas vezes, continuo corrigindo durante 12 meses, 3 anos. – Gravo centenas de capturas de tela, dezenas de fotos de celular (tudo isso, com as datas e horas exatas).
No final de apenas 4 horas, descubro que tudo que “lembro”, é ilusório. – Revisar centenas de capturas de telas, anotações em TXT (com horas automáticas pelo F7 do Kate / KWirete), bash history (também com datação exata), fotos de celular (idem) etc. – é um processo demorado, e 3 anos depois, ainda descubro muitos “erros de memória”, para corrigir – em benefício da verdade.
Nada do que a gente “lembra” é digno de confiança. – Procuro “datar” cada comando, do início até o fim:
# date; pacman -Syyu; date
Wed 17 Jul 09:06:55 -03 2024
(...)
Total Download Size: 930.91 MiB
Total Installed Size: 2030.64 MiB
Net Upgrade Size: 29.11 MiB
(...)
Total (254/254) 930.9 MiB 7.07 MiB/s 02:12
(...)
Wed 17 Jul 09:11:07 -03 2024
e o mais comum, é algum colega responder, tipo, “aqui é muito rápido”, ou “aqui é muito devagar” – sem apresentar qualquer indicação de que tenha medido qualquer coisa, para embasar o que afirma.
Se você tem vontade de experimentar o Arch… experimente!
Se você tem outra distro, que está lhe atendendo muito bem – não delete! – Milhares de colegas fazem dualboot “Windows / Linux”, mas parece que ninguém considera fazer dualboot “Linux produtivo / Linux experimental”.
Desde 2009, fiz dualboot “Windows / Linux” – mas sempre tive uma 3ª instalação: – “Trial-boot Windows / Linux1 / Linux 2”.
Meu Linux “principal” (Kubuntu, na época), sempre foi “sagrado”. – Experiências “malucas”, só no “2º Linux”! – que às vezes era um Debian, outras vezes era um Mint com MATE, Xfce ou Cinnamon.
“Dualboot” não precisa ser (só) “Windows”! – Pode ser um 2º Linux. – É um bom campo de experimentação, sem arriscar seu Linux “principal”.
“ain, é melhor testar em VM”…
Tudo bem – se você tiver RAM suficiente para VM (e na época, eu não tinha). – Mas se sua distro “principal” sofrer um desastre, você fica no mato sem cachorro.
Tendo distros em dualboot (eu tenho 12), você tem opções – que não são afetadas por qualquer desastre em sua distro “principal”.
Tipo, assim:
O Arch tem 1 Wiki, muito bem organizada (e sempre atualizada), abrangendo praticamente tudo que qualquer usuário Linux possa precisar. – Muito antes de instalar o Arch, sua Wiki já me ajudava a resolver problemas no Kubuntu, Mint, Debian, KDE Neon etc. – Arch Wiki é a mais completa e fantástica documentação do “Linux”, para qualquer usuário, de qualquer distro.
A “documentação” do Debian é fragmentada, entre 12 “versões”. – Algumas coisas podem estar muito bem documentadas, para o “Debian 8” (por exemplo), mas você não sabe se aquilo é válido para o Debian 12 – e quando você procura o mesmo assunto, para o Debian 12… está incompleto, ou ainda não começou a ser documentado.
Mas isto, é só 1 pequeno detalhe.
Em 2016, resolvi usar o “Debian Testing” – mas a documentação do Debian estava dispersa em inúmeras páginas – algumas antigas, outras menos antigas etc.
Uma página dizia uma coisa – outra página, dizia outra coisa diferente.
No novo PC, em 2020, tornei a instalar um Debian stable – e tornei a transformá-lo em Debian Testing – e está funcionando bem até hoje, 4 anos depois.
Mas, até hoje, não consigo ter certeza, se fiz “a coisa certa” – porque não encontro 2 páginas da documentação do Debian, que concordem em todos os detalhes, sobre isso – ou sobre qualquer outro assunto.
Nunca tive um “desastre” terrível com o Debian Testing – de 2016 até 2024 – portanto, 8 anos.
Mas também não tenho certeza de nada. – A “documentação” do Debian não me permite ter certeza de nada. – Só isso.
Toda semana, vejo alguém “ensinar”, em algum site ou blog, como eu deveria fazer (ou ter feito) – mas nunca encontrei uma página da documentação do Debian que me confirmasse qualquer desses “tutoriais” feitos por terceiros.
É tudo que consigo explicar: – Leio, releio, torno a pesquisar a “documentação” do Debian – e nunca consegui “sentir firmeza”, sobre nada.
Claro, você sempre vai encontrar alguém que jura que “entendeu” uma frase que não faz nenhum sentido. – Infelizmente, eu só consigo entender frases que façam algum sentido.
Com a chegada do archinstall e a inserção dele na .iso oficial, o Arch Linux se tornou um dos sistemas mais fáceis e rápidos para instalar. Essa parte qualquer iniciante consegue fazer hoje em dia com um mínimo de pesquisa.
Eu diria que a maior dificuldade está nos primeiros momentos pós-instalação: como ele vem “cru”, se você não souber os pacotes que precisa, acaba levando algum tempo para deixar o sistema redondo. Basta, então, ir pesquisando na Wiki e criando uma lista - idealmente um arquivo no GitHub - para ter como referência no futuro.
acho que há algo muito além da “mitologia”: o fato de que é realmente complexo instalá-lo. esse recurso “avançado” poderia ser utilizado para os usuários que desejassem uma instalação mais refinada do sistema. para os meros mortais do dia-a-dia, um instalador anaconda - por exemplo - resolveria todos os problemas.
vejo que os seus passos não foram tão simples, porque você disse que tem experiência prévia no manjaro.
essa “mística” do arch - pra mim - não leva a lugar algum e só o deixa num nicho que dificilmente será superado. pode ser que o caminho seja o da simplificação.
Mas é esse o propósito do Arch: ser artesanal, manual, centrado no usuário e na comunidade. Nenhuma distro pode ser criticada por ter o seu propósito e ser coerente com ele.
O Archinstall é antigo; ele não surgiu agora. Acontece que deixou de ser mantido pelo grupo que o mantinha e foi retirado do archiso. Depois, apareceu outro grupo que o está mantendo, mas pode ser que daqui a alguns dias ele deixe de existir novamente.
Existem centenas de distros baseadas no Arch que são listadas na Arch Wiki e que têm características amigáveis, mas oficialmente o máximo que termos é o Archinstall que não sabemos até quando será suportado oficialmente.
A questão é que a experiência de usar o Arch é muito poderosa para os amantes da tecnologia, e isso apaixona. Mas essa paixão não é pelo “Arch”, e sim pelo que ele proporciona ao usuário: possibilidades, desafios, realizações. Ou seja, ele nunca está pronto até que você diga a si mesmo: “Tá ok!”
Conceitos abstratos são a base de nossa sociedade, permeando até mesmo as ciências exatas, onde são complementados por conceitos concretos e precisos. Esses conceitos abstratos fornecem a estrutura teórica que permite a elaboração de práticas mensuráveis e aplicáveis, fundamentais para o avanço do conhecimento e a organização das nossas estruturas sociais, científicas e econômicas.
Na economia, o conceito abstrato de valor representa a importância atribuída a um bem ou serviço. Essa noção subjetiva pode variar conforme a percepção individual, a demanda e a oferta. Em contrapartida, o preço é a expressão concreta desse valor, quantificada em termos monetários e definida através de transações no mercado.
Em matemática, o infinito é um conceito abstrato que simboliza algo sem limites. Este conceito é utilizado em várias áreas, como o cálculo e a teoria dos conjuntos. Em contraste, o limite é uma ferramenta matemática concreta que descreve o comportamento de uma função à medida que uma variável se aproxima de um valor específico.
Na física, a energia é uma propriedade abstrata que pode assumir várias formas, como cinética, potencial e térmica. Essa abstração é quantificada através do joule, a unidade de medida concreta para energia no Sistema Internacional de Unidades (SI).
Em informática, um algoritmo é uma sequência abstrata de instruções ou regras para resolver um problema ou realizar uma tarefa. Quando essas instruções são codificadas em uma linguagem de programação, elas se tornam código de programa, uma manifestação concreta do algoritmo.
Conceitos abstratos como cidadão, sociedade, civilização e profissão são fundamentais para a estruturação de nossa realidade. Eles formam a base teórica que se manifesta em práticas concretas e tangíveis. A interdependência entre o abstrato e o concreto é essencial para a compreensão e o avanço de nossa sociedade.
Voltando à “exatidão” da data, ela é uma convenção atual e não um conceito anterior. Esta ideia de “um tempo houve” é um estado mental. No contexto da tecnologia, especificamente do Linux, esse sistema operacional só faz sentido completo para quem compreende o funcionamento interno de um computador. Para aqueles que não possuem esse conhecimento, qualquer sistema, incluindo o Linux, pode ser suficiente.
A,rch = A,qua r,ecomenda c,om h,onra. Experiência própria, zero estresse,no meu caso, minha máquina principal com Archlinux, uso só para desenvolvimento em programação,e software musicais. Não ando com essa máquina via web com browsers, é o tipo de máquina contida, assim nunca tive traumas,e por experiência pessoal, todo sistema desconectado da web, é bom, funciona sem problema, percebi isso em uma máquina antiga que mantenho,onde há mais de dez anos, uso o windows XP,só para escrever livros,ouvir áudio, vídeo, e programar, e absolutamente nunca me deu nenhum bug, nunca fiz reparo,e nunca este sistema quebrou. Como estudo,meu melhor experimento ao longo das décadas. Agora referente a instalação do Arch Linux, considero o assunto em comunidades , como um hype que ainda não passou.
Parece não haver debate sobre o excelente Archlinux que esteja livre de comentários com um certo pernosticismo, expresso numa necessidade, vista aqui e ali, de “decretar” que o Arch é A Grande Distribuição de Linux, e espezinhar as distros que se propõem a ser mais práticas em instalação e, principalmente, pós-instalação e configuração. Agora “sobrou” até para projetos que zelam por uma transição suave entre uso de Windows e de sistema de base Linux, como se ter essa proposta fosse um “pecado conceitual”. Chamar atenção para a capacidade de um sistema Linux estender a vida útil de um computador mais antigo e fraco também veio ser apontado como “pecado”, “apelação barata”… É dose!
Não creio que esse seja o viés correto. Normalmente, o que se vê é a defesa do Arch Linux por ser do jeito que é, especialmente quando alguém sugere que “poderia ser de outra forma”. Não faz sentido criticar o Arch por suas características se existem outras opções mais amigáveis disponíveis. Esse é o ponto principal: dificilmente um entusiasta do Arch critica outra distro, exceto quando um entusiasta de outra distro critica o Arch. O que mais vejo são respostas que buscam colocar cada coisa em seu devido lugar.
Sou usuário do Debian para servidores e do Arch para desktop. São incomparáveis no que se propõem a fazer. Inclusive, estou abandonando o Debian e migrando tudo para o CoreOS, que acho mais prático para a minha linha de trabalho. Contudo, sou grato à comunidade Debian que me trouxe até aqui.
As comunidades do Debian e do Arch são muito apaixonadas. Comparações são inevitáveis, mas ambos os projetos são complementares, cada um com seus pontos fortes e fracos. Se a instalação do Debian é fácil, sua manutenção pode ser complexa em alguns casos. Já o Arch não tem uma instalação amigável, mas sua manutenção é simples.
Isso pode ser comparado com diversas outras distribuições. Normalmente, o usuário do Arch defende a sua escolha porque, ao fazê-lo, está defendendo suas próprias decisões ao instalar o Arch do seu jeito. Acho que é aí que reside a discussão. Criticar a comunidade do Arch é, na verdade, criticar o próprio usuário, pois a comunidade é composta por pessoas que escolheram o Arch por suas próprias razões e preferências. Nenhuma delas escolheu porque alguém escolheu pra ela.