.wav ou .mp3 você percebe a diferença?

Essa discussão sempre é polêmica, então devo gerar mais polêmica ainda (essa é a minha intenção :crazy_face:). É tipo aquela discussão, madeira realmente faz diferença no timbre do baixo e da guitarra? kkkkkkkkkkkk

É aquela velha história de informações que vão, simplesmente, sendo repassadas ao longo do tempo. Digo em relação ao mp3 ser muito pior que os outros, e esquecer que o formato evoluiu muito com o tempo.

Muita gente fala do .flac atualmente, que é excelente, muito melhor etc. Mas, na grande maioria dos casos, se você colocar a pessoa para escutar um mp3 feito da forma certa e um .flac lado a lado, quase ninguém vai conseguir escutar a diferença.

Vou contar um caso para ilustrar a situação. Quando fazia aula de baixo, meu professor trabalhava, também, em um estúdio que pertencia a escola de música que eu estudava. Tanto gravando com o instrumento, o que uma parcela pequena do tempo e, na maioria das vezes, produzindo gravações para os outros. Em uma conversa sobre essa questão de qualidade de áudio, ele me falou que, sem experiência e sem conhecer muito bem a gravação e seu equipamento (no caso o que você estiver usando para reproduzir o som, como um fone, caixas, monitores etc.), é raro de se conseguir distinguir qualquer desses formatos lossless com um mp3 de boa qualidade. No dia, ainda fiz um teste. Ele colocou uma música que adoro e conheço de trás para frente, do Jaco Pastorius (Continuum). Depois de escutar umas 4 ou 5 vezes, tanto em .flac e mp3, percebi que em alguns pequenos momentos a parte mais grave (o mizão do baixo) havia um pouquinho de compressão. Mas era algo muito sútil e, se eu não conhecesse a gravação tão bem e não fosse, praticamente, baixo solo (só com uma percussão e um teclado de leve no apoio) eu, provavelmente, deixaria passar batido. Para completar, na época, como fazia aulas, estava totalmente familiarizado com som, as nuances sonoras, que o instrumento possui.

Como tentei mostrar, por uma série de motivos, na prática (no dia a dia mesmo) essa discussão de formatos perde um pouco o sentido. Desde a diferença que temos entre nós mesmos, ou seja, somos seres únicos com capacidades de perceber ou sentir o sons de formas diferentes. Até, como já disse, o “veículo” que esse som chega até nossos ouvidos. Sem esquecer que, muitas das frequências que esses formatos tem, sequer escutamos. Não significa que é porque estão dentro do espectro da nossa audição, que conseguimos captá-los perfeitamente ou, realmente, fazem são necessários para o resultado final. Por fim, existe o fator físico mesmo, de degeneração. O ser humano, após atingir a fase adulta, começa um processo lento e gradual de degeneração do corpo. Como já foi confirmado por pequisas, em determinadas idades, algumas frequências se tornam mais difíceis de se perceber/escutar.

Enfim, não alongar muito, porque a resposta já está grande. Mas, acredito, deu para entender o que quero pontuar sobre o assunto.

Obs: não estou falando que o mp3 é igual ao .flac ou a qualquer outro formato sem nenhum tipo de compressão, é bom deixar isso claro. Até porque, se pegarmos apenas no sentido estritamente técnico e teórico da coisa, meu posto nem faria sentido.

Obs²: não tenho nada contra o .flac. Só não consigo entender essa loucura toda que rola em torno dele hoje em dia. Mas, em alguns casos, ele é extremamente útil. Por exemplo, eu tenho alguns cd’s (sim, eu ainda tenho cd’s), ripados tanto no hd do meu notebook quanto em backup no meu hd externo. Para quem quer fazer isso mais a longo prazo, o .flac pode ser muito interessante. Porque, como é sem perdas, você consegue converter depois se necessário, para o formato que você quiser sem, antes, já ter passado por outra conversão ou modificação no áudio original.

Obs³: não quero afirmar nada como verdade aqui, apenas que, na prática, as coisas são diferentes do que se vê pela internet afora. Na internet predomina, na quase totalidade dos casos, a discussão mais teórica que do que prática. Sem esquecer, obviamente, do clássico placebo.

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