Valve recomenda Manjaro para interessados em desenvolver para Steam Deck

O lançamento do Steam Deck foi adiado para Fevereiro de 2022 mas interessados na plataforma já podem se aproximar do sistema, tanto o hardware como o SO, graças a uma documentação que a Valve disponibilizou para desenvolvedores.

Entre alguns detalhes, estão a sugestão de um mini desktop que, embora não tenha exatamente as mesmas especificações do Steam Deck, é bem próximo, com pequenas diferenças que, no fim das contas, a Valve garante que, se funcionar bem nesse, vai funcionar bem no Steam Deck.

Mais especificamente, o computador sugerido foi o MINISFORUM UM700 Ryzen NUC, disponível na Amazon, com os seguintes diferenciais nas especificações:

  • AMD Ryzen 7 3750H
  • Radeon RX Vega 10 Graphics
  • 16GB de RAM DDR4

Note que essas especificações colocam esse hardware com um processador levemente mais poderoso e um processamento gráfico um pouco inferior ao do Steam Deck. Mas é uma alternativa existente ao mesmo, dado o seu adiamento.

O que mais é curioso, além do hardware sugerido, é o sistema operacional recomendado pela Valve para todos esses testes, o Manjaro KDE, visto que é bem similar ao Steam OS 3, que também usa Arch Linux como base e o KDE Plasma como ambiente de desktop.

Para complementar, a Valve também disponibilizou ferramentas para ajudar desenvolvedores a testar seus jogos, o SteamOS Devkit Client e o Devkit Service, para ambos uso nativo e no Windows mas com Steam Play Proton embarcado, para iniciar jogos feitos tanto para o Steam Deck como para qualquer outro computador Linux.

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O que faz todo sentido, visto que o SteamOS a partir de agora será baseado em Arch, por que não recomendar o mais famoso dos Arch user-friendly para quem vem principalmente do Windows?!

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Cara, fazer sentido, faz. Sobre ser user-friendly, sei não hein. O timing foi muito bom para o vídeo do Linus Tech Tips e já tinha o Dio falando sobre o Manjaro. O trágico é que foi a Valve que recomendou para os devs. Se a equipe do Manjaro não se movimentar para corrigir esses problemas de UX, pode ficar feio para o lado de muita gente.

Da minha própria experiência, teve muitas vezes que o Manjaro quebrou comigo depois de um certo tempo de uso. Precisei formatar o sistema várias vezes. Nunca aconteceu com o openSUSE Tumbleweed por causa dos Patterns, então…

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Curiosamente, eu também já quebrei o Manjaro com uma atualização, coisa que com seus similares ArcoLinux e Garuda nunca aconteceu, mas, pode ter sido algo que fiz.

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Bem, eu não sei como as distros DIY mantém controle de pacotes e suas dependências. Claro que manter controle de versionamento por meio dos repositórios Stable, Testing e Unstable pode ser o suficiente mas não sei ao certo a que ponto chega essa curadoria. As dependências necessárias para certos pacotes pode não ser as mesmas para outros pacotes, como aconteceu com aquele caso da Steam do Linus Sebastian. Um pacote pode ser capaz de quebrar o sistema para satisfazer suas dependências se não houver um controle.

Pelo que pude perceber, não existe algo como os Patterns no Archlinux ou Manjaro. E no caso desses dois, resolver dependências não é tão fácil como no openSUSE. Então talvez essa parte de sistema quebrar com atualizações pode ser relacionado a isso. Como as atualizações do openSUSE depende dos Patterns, isso torna o sistema muito mais estável do que o Manjaro, pelo tempo que pude usar os dois. Até por isso que eu digo que não troco do openSUSE. É Rolling Release como o Manjaro mas é extremamente estável. Nada nunca quebrou a menos que tenha sido culpa minha. E agora eu uso com BtrFS ao invéz de EXT4 normalmente. Nunca precisei voltar um snapshot por causa de atualização quebrada. Acho que mais estável que isso, só o Silverblue.

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Essa recomendação da Valve era previsível. Inclusive, foi uma das razões para eu ter migrado da base Debian para o Manjaro KDE. Queria sentir o “gostinho” do novo SteamOS, que terá estrutura muito semelhante.

Até o momento, foi a melhor distro que usei. Achei bem fácil de usar e super confiável. Foi o sistema que menos me deu dores de cabeça, apesar de merecer algumas melhorias.

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Também passei por isso e são reclamações mais do que recorrentes. Já comentei sobre a possível raiz do problema em outro tópico do qual não me recordo. É provável que sejam problemas oriundos das modificações não documentadas dos pacotes do Arch que são realizadas pelo Manjaro.

Contextualizando, reclamações de quebra e questionamentos sobre as modificações feitas pelo Manjaro aumentaram e os pronunciamentos da equipe do Manjaro foram “vocês devem confiar na gente” e “se o sistema quebra é culpa sua”.

Enfim, o histórico de problemas do Manjaro não é favorável ao projeto, seja por parte do software, seja por parte da relação com a comunidade.

Pelo que foi informado pela Valve, o Fedora Kinoite se assemelha muito mais ao SteamOS 3 do que o Manjaro, com exceção da base do sistema.

Eu diria então que é muito diferente, rs. O principal é ter a mesma base, que é a espinha dorsal do sistema.

De fato, a base do sistema muda muita coisa e a recomendação da Valve é mais do que coerente levando em consideração que é um pronunciamento voltado para desenvolvedores. Entretanto, com relação a experiência de usuário, o Kinoite continua sendo o mais similar.

É só uma recomendação, se eu fosse desenvolver para o Steam Deck eu continuaria usando Fedora, o que me leva a outro ponto, a Steam precisa, se é que já não fez, liberar uma ISO pública idêntica ao deck, com configurações/especificações para replicar o ambiente via QEMU/KVM ou algo assim.

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Como a Steam acaba tendo uma runtime baseada no Ubuntu, não faz diferença qual é o sistema a ser usado para desenvolver para o Deck. Até mesmo o Windows pode ser usado para isso, dado a como a Valve disponibilizou esse devkit. Agora sobre liberar uma ISO pública, eles planejam fazer isso. Aparentemente foi adiado junto do lançamento do Deck

E isto faz sentido, uma vez que liberar uma ISO pública pode não atender as expectativas e comprometer as vendas

Na verdade isso também não importa, o mesmo pode ser dito do Android e qualquer plataforma na prática desde que você possa replicar o ambiente. Por isso é importante liberar uma ISO e especificações para uma VM, para que possamos ter um ambiente idêntico ao de produção na hora de fazer a depuração, e falo de uma VM pois ainda nem olhei o hardware deles, não ando muito interessado, mas por exemplo se incluir coisas como acelerômetros é bom que possamos emular esse input via VM.

Nem de uma VM precisa, já que eles já recomendaram um hardware para testar os jogos até o Deck sair. Sobre acelerômetro, giroscópio, trackpads, tudo isso que o Deck usa, foi fundado no DualShock 4, tanto é que o material mostrando o Deck funcionando, mostra os controles sendo reconhecidos como tal. O touchpad no meio é até dividido para esses sensores, não a toa que é justamente esse setup recomendado. Com esse hardware recomendado e o Manjaro, que a própria Valve recomendou, já tem o seu setup de testes até o lançamento. Não se sabe ao certo a que ponto a Valve desenvolveu o Steam OS 3 mas se eles estão dizendo que aquele MINISFORUM UM700 Ryzen NUC com Manjaro é o suficiente para desenvolver para o Deck e se funcionar bem lá, funciona bem no Deck, então confio em quem fez o trem. Steam OS 3 ser disponibilizado para o público vai ser interessante para conhecer o sistema mas não necessáriamente para desenvolvedor.

É muito fácil tomar a parte pelo todo. Liberar o Steam OS 3 dessa forma pode ser prejudicial sim, ainda mais por algumas mídias focarem demais em ser Linux e lembrar das Steam Machines e esquecer o resto, como Proton, e dizer que a plataforma vai falhar. Isso, e a performance do Proton varia bastante de hardware para hardware. Quem não souber instalar e configurar, vai julgar o sistema como quebrado ou algo do tipo. Então… melhor que o Steam Deck saia antes, as reviews mostrem como o sistema realmente é, e só então, o Steam OS 3 saia.

Um que eu tenho muito medo é o Garry’s Mod. O port de Linux é extremamente quebrado e tem um memory leak bem chato de descobrir a causa. Steam Linux Runtime também não ajuda muito. Mas a versão de Windows pelo Proton, tem loadings mais lentos, embora a performance não mude muito.

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E também não deveria precisar comprar/ter hardware especializado, é por isso que, desde que você possa replicar o ambiente, nada se torna realmente obrigatório, o que é o meu ponto de fato. De resto emulação de hardware é chave para testes automatizados com baixo custo e agilidade.

E a ISO é importante sim para desenvolvedores, na base o Steam OS pode ser similar ao Ubuntu e afins, mas nuances nas configurações em /etc, patches de kernel e afins não deveriam ficar a cargo do desenvolvedores dar um jeito de replicar.

Você não precisa (no sentido de ser impossível sem) de uma ISO, mas um ambiente pronto, “abençoado” pelo fabricante e replicável em qualquer é preciso (no sentido de ser ser importante para melhorar o ecossistema da plataforma para desenvolvedores).

eu acho um tiro no pé a valve segurar a iso até o lançamento.
se ela liberar antes a comunidade já pode testar relatar problemas para termos um sistema mais redondo no lançamento, adiar a iso pode também adiar a frustração! e esse é meu maior medo.

Não creio que seja um tiro no pé, afinal, não sabemos exatamente como a valve configurou o Steam OS 3. É muito provável que nem seja lá grande coisa, com a própria Steam fazendo o “Heavy Lifting” para os jogos funcionarem, que é algo que eu venho tentando explicar para o @romulopb também. Tendo isso em mente, faz sentido a Valve recomendar o Manjaro para desenvolvedores e que, a única coisa que importa mesmo, é o kit de desenvolvimento que a Valve já lançou, o Devkit Cliente e o Devkit Service, além da própria Steam.

Isso porque mesmo o Dio já explicou que não importa a distribuição que você use para jogos. E eu vou ser mais direto em dizer que não importa qual a distribuição que você use, ponto. Tem muito mais em comum entre as distros Linux que as pessoas imaginam. O que pode mudar é uma coisa ou outra na estrutura, organização ou configuração de determinadas ferramentas e a Valve sabe disso. É exatamente por isso que todo client do Steam tem uma Runtime do Ubuntu 12. É só abrir no ~/.local/share/Steam para ver diretórios para isso. Mas também é exatamente por isso que mesmo com vários jogos e ferramentas na Steam com ports para Linux, precisando de bibliotecas específicas, é só ativar a Steam Linux Runtime que tudo vai funcionar como esperado, independente do sistema onde a Steam esteja instalada. A Valve está confiante de que a Steam vai dar conta e eu vejo de onde vem essa confiança na prática. Eu vi jogos muito mal otimizado, tanto com port nativo como sem, funcionando melhor nessas runtimes do que se fosse nativamente. É só ver meu estudo de caso sobre o jogo Starbound para entender um pouco melhor.

E francamente, por quê isso deveria ser falado? Já não faz parte do marketing da Valve em dizer que os jogos vão funcionar, independente de ser só para Windows ou não? Veja também como o hardware do Steam Deck é. Trabalharam com a AMD, que já tem um suporte excelente no kernel Linux, para fazer uma APU Zen 2 dedicada para o Deck e que não é tão diferente assim do que a AMD já tem. Então, chegamos a esse cenário. Valve recomenda o Manjaro por hora. Steam tem runtimes próprias para garantir que os jogos funcionem em qualquer lugar e os devkits cuidam do que for necessário no desenvolvimento. Não creio que a Valve tenha falado qualquer coisa em um evento para desenvolvedores. Quem sabe seja justamente esses devkits que cuidem do resto para fazer esses testes, como o @romulopb mesmo disse ser necessário. Só dá para ter certeza com elas em mãos mas não tenho parâmetro de comparação então caso queira sanar essa questão, eu citei a fonte para esse tópico.

Na questão de ser replicavel, eu espero ter respondido. É necessário olhar esses devkits para ver como eles se saem, já que vão ser usados em desenvolvimento real de jogos. Mas eu também preciso lembrá-lo da aposta que a Valve fez. O Steam Deck vai funcionar com o que tem na loja, independente de ser para Windows ou Linux. É uma aposta bem astuta, então não me surpreende a Valve ter feito essas recomendações. Agora é esperar o lançamento. Eles não estão lidando com qualquer um ou só com um povo que dá nota zero no User Score de jogos. São empresas e desenvolvedores, então imagino que eles também tenham testado tudo isso à exaustão antes de recomendar para quem tem tempo e dinheiro a perder se der errado

E outro grande ponto a se pensar o porque a steam não lança a ISO é q pc portatil não é criação da steam, vide gpd win, oq custa a alguém colocar o SteamOs novo lá e vender como SteamDeck antes da steam? Podendo dar até uma visão negativa sobre o sistema, sendo q o hardware não é totalmente compatível ou algo do tipo. A valve não vai deixar alguém vender o produto dela antes dela mesmo

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