Há um debate sobre se, ao criar uma “distro padrão”, conseguiria tornar o Linux popular no Desktop. Será que isso é verdade?
Não acho que apenas isso seja o “problema”. O problema do Linux esta no marketing que não existe. Tirando os curiosos por conhecer um sistema diferente, nenhuma outra pessoa sairia de um sistema que já usa e funciona para migrar para outro que a grande maioria desconhece ou tem a percepção negativa de que é complicado de usar.
Olhando por cima, acredito que apenas 1 pessoa conseguiria mudar o jogo em favor do Linux a curto prazo. O maior influencer da atualidade: Elon Musk
Eu pessoalmente acho que smartphones, ChromeBooks e Steam Deck foram mais longe que qualquer outra distro, logo, na minha opinião, o Linux precisa ser usado para criar produtos bem sucedidos, que consistem em todo um conjunto completo de coisas que tiveram sucesso em convencer as pessoas a usar o sistema.
O GNU/Linux atende um universo que não é contemplado por “padrões”. Ele se encaixa perfeitamente como serviço e não como produto.
Se lançarem uma “distro padrão”, não seria mais distro, seria uma outra coisa como o ChromeOS, Android etc…
Todas essas tentativas de criar um “padrão” são completamente inúteis para uma abordagem de carregar o título de Linux Universal.
Outra que todas as vantagens de ter uma distribuição única “padrão”, não superam as desvantagens disso.
Eu acho que qualquer tentativa de tornar uma distro padrão vai falhar simplesmente pelo modo como o universo opensouce funciona: Se no próprio universo GNU/Linux já há discordâncias que geram forks por questões menores, imagina gerar uma distro padrão.
Essa “distro” meio que já existe se chama Linux Standard Base e o desktop é o Free Desktop
Uma distro unica seria bom, padronizada e funcional só faltaria o marketing robusto, hoje meio que temos o Ubuntu que é referencia em Linux, tanto é que a Valve oferece suporte na Steam justamente nele, mas teria que boa parte da comunidade se unir ao redor dele ou de qualquer outro, para que haja uma distro universal, onde se desenvolveria jogos e programa, é complicado desenvolver um softer para uma distro e outras ficarem de fora por incompatibilidade, não podemos nos esquecer do marketing.
Siga os passos para levar o Linux além e seja taxado pela comunidade como a distro que quer se tornar o Windows do Linux. Essa é a história do Ubuntu.
Isso deveria ser elogio, afinal quanto maior é a adesão, maior oferta de soluções.
O problema é que a comunidade detesta a ideia de haver um Windows do Linux. A Canonical chega ao ponto de fazer parcerias com a Microsoft e com a Google para nos trazer soluções, mas ainda assim existe um bocado de gente que enche a boca para falar que o Ubuntu deve ser esquecido por motivos diversos. Sinceramente acho que jamais ultrapassaremos o teto no desktop que o Ubuntu alcançou.
Só o Ubuntu? Honestamente uma grande parcela da comunidade odeia projetos dentro da comunidade, é pior do que as outras plataformas, basta ver o ódio a wayland, flatpak, systemd, etc… É um pouco triste mesmo.
Sim, nem os próprios projetos comunitários escapam do ódio KKKKKKK. Entretanto, o ódio é muito maior quando se trata de um projeto empresarial, o que me deixa preocupado, já que são as empresas que trazem as inovações. A comunidade Linux é muito difícil de se lidar.
No caso de Wayland e Flatpak o “odio” não é gratuito, ambos quebram milhares de horas de trabalho para implementar uma arquitetura que apenas um único grupo e pequeno em quantidade de softwares utilizavam, as coisas estavam caminhando bem com o AppImage, veio o Flatpak e aumentou drasticamente o custo de manutenção de softwares, se antes podiam empacotar o software e suas dependências e usar n serviços gratuitos agora estavam a mercê de uma centralizadora que tratava o software dessa galera como inseguro, Wayland quebrou toda a arquitetura de ecossistemas inteiros ninguém odeia Wayland, as pessoas não gostam dos requisitos, por isso geralmente usam o “Xorg do Wayland” o Wayfire, já o SystemD tem um monte de polêmica envolvendo quebras de KISS e SOLID
Na minha perspectiva, a questão vai além disso. O cerne da questão reside no sentimento de hostilidade em relação à comunidade. Muitas das críticas que encontro não provêm de indivíduos envolvidos em comunidades, mas, em sua maioria, de pessoas que sentem inveja do espírito de comunidade e buscam criar as suas próprias, diminuindo as demais. Em alguns casos, isso se assemelha a um complexo de superioridade.
Quando se trata de produtos, é fundamental compreender que todo produto possui um ciclo natural de obsolescência. No entanto, algumas coisas não podem ser tratadas como simples produtos, precisam ser consideradas para ter uma vida longa. A perda de liberdade muitas vezes ocorre quando uma empresa assume o controle de um projeto. Nesse contexto, é a comunidade que se empenha em buscar soluções, e é ela que frequentemente se depara com críticas, ao contrário das distribuições ou projetos empresariais.
Aqueles que não apreciam o Wayland têm alternativas disponíveis, e essa preferência não deve ser interpretada como ódio. Não utilizar o Wayland é uma questão de escolha pessoal, e isso não deveria ofender aqueles que o defendem. Da mesma forma, aqueles que optam por não usar o SystemD também têm opções à disposição, e isso não deve ser visto como ódio, mas sim como uma preferência legítima. A diversidade de escolhas é uma característica notável e enriquecedora. Não deveria haver uma imposição de leis sobre o que usar ou não.
Mesmo que uma distribuição universal venha a ser criada, ela atenderá apenas a uma parte do público, enquanto a comunidade continuará a encontrar soluções à sua maneira, como sempre fez. Embora sua abordagem possa parecer desorganizada e caótica, ela demonstra resiliência, superando obstáculos de forma constante, com um histórico de sucesso em curtos intervalos de tempo.
É importante notar que tudo no mundo Linux é sustentado pela comunidade, inclusive as empresas que afirmam sustentar produtos. A grandeza da comunidade reside na sua capacidade de aceitar críticas, mas, quando ela mesma critica, a reação pode ser bastante intensa.
O Ubuntu com sua abordagem esquizofrênica pode agradar alguns, enquanto o minimalismo do Arch pode frustrar muitos. No final das contas, a diversidade é o que torna o mundo Linux tão fascinante e dinâmico. Olha que nem falei da singularidade do Gentoo e do conservadorismo do Debian. E que dizer do Alpine que segue firme servindo contêineres de microsserviços… tem uma distribuição para cada coisa do planeta. Desktop é muito problemático nem mesmo as empresas que mantém se entendem bem nisso.
Esses dias o que teve de gente que tava buscando um Linux compatível com o Mac que perderam suporte é impressionante. Outros que depois do Windows 7 deixar existir tavam loucos querendo um Linux que rodasse no hardware deles é impressionante. Afinal de que Desktop estamos falando mesmo?
Exato, o problema que uma coisa, só por ser uma coisa, tem que ser enfiada de goela abaixo. Aí quem se manifesta contrário fica parecendo errado. Enquanto a comunidade faz uma trabalho orgânico as empresas por vezes tem força de propulsão de marketing. Essa lacração de empresas é que afasta as comunidades delas. Mas o curioso é que sempre elas dão um jeito de apoiar os projetos das comunidades. Vai entender!
Continua sendo ódio. Quem quiser ter, que tenha, seja gratuito ou não. Eu sei que essas pessoas pensam que existem bons motivos para ter ódio ou torcer contra os outros e pensar que isso não é. A questão é que eu já passei dessa fase da minha vida, de odiar Windows, Mac, etc, quem dirá projetos abertos.
Eu não estou falando de pessoas escolhendo, estou falando de ódio mesmo, o criador do systemd já cansou de receber ameaças de morte devido ao projeto.
Se a pessoa respeitosamente decide não usar, usar outro, ou criar sua alternativa e ser feliz eu bato palmas. Tipo isso vale pra tudo, na minha visão, protestantes vs católicos, Windows vs Linux, systemd vs openrc, etc.
O SystemD foi uma opção bem recebida, adotada pelas principais distribuições. O GNOME, que recebe forte apoio da Red Hat (RHEL), incorporou muitas dependências que acabaram por popularizar o SystemD, devido ao fato de o GNOME ser a interface padrão em muitas distribuições.
Pessoalmente, prefiro o Plasma ao GNOME, mas respeito quem gosta do GNOME. Se você analisar com cuidado, verá que as comunidades se entendem muito bem. Muitos eventos são realizados em colaboração. De vez em quando, aparece um fanático pelo GNOME que deseja “derrubar” o Plasma.
Tenho minhas suspeitas de que são as próprias empresas que incentivam esses indivíduos isolados a terem esses rompantes de extremismo. Não parece ser algo originado da comunidade, embora o termo “comunidade” seja um tanto elástico nesse contexto.
A comunidade mais disciplinada é a do Debian, que segue diretrizes bem estabelecidas. A comunidade do Arch tem um perfil mais educativo e não se importa muito com os debates “A ou B”, ela aceita tudo. A forma de expressão na comunidade do Arch é bem direta. Quer algo? Faça você mesmo!
Já fui bastante criticado por ser usuário do Arch, alguns diziam que eu só queria chamar atenção, outros que o que importava era mostrar um “neofetch”, além de tantos outros comentários, como “você é idiota por usar uma distribuição que dá tanto trabalho e quebra o tempo todo”… mas eu nunca ataquei as preferências de alguém, minhas respostas sempre foram em defesa do que acredito ser melhor para mim.
Sim, essa é a história de tudo que tem sucesso, a despeito de todo ódio, elas sobrevivem. Geralmente porque tem empresas/governos/poder envolvido ou qualquer entidade com objetivos suficientemente sólidos para sobreviver à dissonância.
Continua sendo ódio, e é incrível como em certas áreas, como a comunidade opensource, isso se volta contra o próprio meio. (não que eu tenha a mesma suspeita, não tenho)
Óbvio, porque é o certo a se fazer. Eu não estou dizendo que tem solução, ou que isso seria a ruina da comunidade, nem que fulano x é culpado. É só uma coisa que eu tenho certeza que nunca vai contribuir para popularização.
É um ponto que eu acho que vale a pena ser trazido a tona quando as pessoas falam na possibilidade de a popularização do Linux vir espontaneamente da comunidade. Como o pessoal comenta, ela é anti-sistema, de fato.
Eu acredito que esse extremismo é um efeito colateral do grande leque de opções que temos no Linux. “Qual é o melhor desktop environment?” é o tipo de pergunta que não existe no Windows nem no MacOS. Como no Linux as opções são muitas, as opiniões também são muitas. O problema é que muitos seres humanos não sabem ser respeitosos com as preferências das outras pessoas.
Muita gente leva a ideologia antissistema a um ponto extremo. Exemplo: uma vez eu comentei em um vídeo do Youtube sobre por que eu gosto dos snaps, e logo surgiu um rapaz CITANDO O RICHARD STALLMAN para justificar o motivo de os snaps serem, na cabeça dele, uma praga. E quem é que consegue usar o Edge no Linux sem ser zombado? Esse tipo de coisa não pode acontecer se quisermos falar em popularização do Linux no desktop.