Relato de experiência - Vida de universitário (WPS Office)

Usei Windows durante a minha vida inteira. Apesar de ter curiosidade e admiração pelo mundo Linux, nunca havia pegado uma distribuição com o interesse de realmente tentar usar. Em março, instalei o Ubuntu 18.04 LTS no meu notebook, utilizado para trabalho, e consegui fazer tudo o que precisava nele (com alguns ajustes, vez ou outra). Depois de ver a evolução na questão dos jogos, resolvi largar de vez o Windows 10 e instalei o Ubuntu (já na versão 19.10) também no meu desktop. Não tenho dual boot, uso apenas Ubuntu (agora 20.04 LTS) nos meus computadores. E estou super satisfeito!

Contudo, não consegui me afastar de duas “lembranças” do Windows: Microsoft Office e AutoCAD. Testei diversas opções gratuitas de Office - incluindo o WPS - e tive problemas de compatibilidade de formato. Por enviar e receber muitos documentos .doc e .docx no ambiente acadêmico, e mesmo por facilidade de uso, resolvi continuar usando o Microsoft Office no Ubuntu (instalei a versão 2013 de 32 bits pelo PlayOnLinux e está funcionando muito bem). Tentei também usar alternativas open source para o CAD, mas precisava realizar trabalhos rapidamente e não consegui me adaptar: instalei o AutoCAD 2008, também pelo PlayOnLinux. E, novamente, funcionou super bem!

Usar Linux no ambiente acadêmico pode ser realmente mais complicado, mas parece sempre ter alguma saída, mesmo que seja continuar usando software proprietário via Wine. O único programa que tive que instalar em uma máquina virtual do Boxes foi o PowerBI.

Devemos usar aquilo que nos agrada e facilita nosso dia a dia. Se for uma ferramenta open source, ótimo! Se for software proprietário, legal também. O que importa é tornar nossa vida mais fácil. Se eu não tivesse feito o que fiz no PlayOnLinux, já teria largado o Ubuntu por perder horas de trabalho e a paciência.

Também já tive uma experiência ruim encontrando um dos chamados “xiitas” que veio “testando minha pureza” e ficou me condenando por usar esses programas e até mesmo o Ubuntu. Desnecessário.

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Cara, eu concordo com tudo o que você falou. Pra mim é isso e ponto. Eu não quero ficar me matando por causa de um software, nem tenho saco pra ficar tentando seduzir outras pessoas a usarem o que eu quero. Infelizmente a vida é assim, a gente tem que saber lidar, ser flexível em algumas coisas e assumir nossas decisões. Quando resolvi usar Linux eu sabia de quase tudo o que eu ia ter que enfrentar, mas aqui estou, 3 anos depois haha é pouco tempo, mas já me sinto muito mais satisfeito e mais produtivo usando Linux do que todos os anos em que usei Windows. É claro que muitas habilidades que eu desenvolvi lá, nunca me dediquei para desenvolver no Linux (falo principalmente dos softwares de design). Se eu não precisasse mandar meus arquivos de texto pra ninguém em formato editável, minha vida seria na base do PDF, que o WPS lida muito bem (não sei como o Libre lidaria com meu problema hoje, vou até fazer o teste).

Que ótimo, velho! Você conseguiu ativar o Office por lá ou nem tentou? Eu instalei ontem pelo Wine usando o tutorial do @rasolar, mas não consigo ativar de jeito nenhum (via Microsoft Toolkit).

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@almijr Sobre o Office, nem tentei ativar, para ser sincero. Depois de 30 dias ele começa a reclamar que não está ativado, mas fica só nisso. Continuei usando normalmente. Mas creio que deve ser possível ativar sim, embora precise de algumas etapas extras.

No PlayOnLinux é muito fácil instalar. Literalmente é só instalar o winbind (sudo apt install winbind), abrir o POL, selecionar Office 2013, apontar para o instalador e prosseguir exatamente como no Windows. Eu apenas alterei a versão do Wine após a instalação: selecionei a mais atual. Isso resolve o problema do PowerPoint não exibir a prévia dos slides e um “lag” que ocorre se mantiver na versão padrão instalada (3.0.3 se me lembro bem). No Excel há uns bugs de interface, mas mesmo assim eu consigo usar normalmente.

O AutoCAD 2008 é mais chatinho de instalar. E também dá para ativar, mas é mais complicado, porque precisa usar um computador Windows e transferir a licença. Daí deixei quieto. Ele trava depois de 30 dias, mas daí é só reinstalar, coisa que faço em 10 minutos…

Com um ou outro “truque”, estou conseguindo ser tão produtivo no Ubuntu quanto no Windows. Talvez até mais, porque usar o Ubuntu é bem mais prazeroso. Ele é bem mais “liso” e elegante, fora que posso customizar tudo quando quiser. Nunca vou ficar cansado dele. E estou evitando ao máximo usar a máquina virtual Windows (só preciso por conta de um programinha).

Algumas coisas são até mais fáceis no Ubuntu: minha impressora EPSON L375 era um inferno para configurar no Windows 10 e precisava de software específico. No Ubuntu é plug-and-play. A mesma coisa para minha mesa digitalizadora Wacom e meu Pro Controller de Wii U: não precisei instalar nada no Ubuntu (uma maravilha realmente divina). Ao contrário do Windows 10, no Ubuntu meu controle não fica desconectando também.

Quanto aos jogos, estou conseguindo rodar tudo o que me interessa. Quase toda a minha biblioteca Steam parece funcionar com diferença pequena ou imperceptível. Tem hora que eu até esqueço que estou jogando no Ubuntu.

Acadêmicos e gamers podem usar GNU/Linux sim! É até engraçado, porque alguns colegas meus acham que GNU/Linux não serve nem para assistir a vídeos no Youtube… E eu faço de tudo no Ubuntu. Alguns nem acreditam que não uso dual boot. Parece algo semelhante a dizer que a suspensão “é fixa” nos carros rebaixados. =P

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