Essa vai para quem já utilizou essa distribuição em hardware real, o que o PCLinuxOS tem de bom e ruim? Quais suas impressões sobre o sistema?
Já usei em testes, mas, nunca instalado realmente em disco.
É rolling-release, não usa SystemD, e os desenvolvedores estão diariamente no Forum oficial, observando e solucionando eventuais problemas.
Qual o ritmo de atualizações dele?
Kernel +/- 2 ou 3 x por semana.
KDE no mesmo ritmo do KDE Neon e do Arch ─ e um pouco antes do Tumbleweed e do Void.
O número de pacotes é sempre menor do que nas “.deb”, suponho que sejam mais completos (menos fragmentados em dependências).
Pode-se usar comandos apt (apt-rpm), mas eu prefiro usar o Synaptic.
Atualização e linguagem / regionalização do LibreOffice gerenciadas à parte, e exige que o resto do sistema tenha sido atualizado primeiro.
Idioma geral e regionalização geral do sistema, também gerenciada à parte. ─ As ISOs originais só oferecem Inglês, mas basta configurar depois da instalação no computador.
Existe uma comunidade brasileira que traduz algumas ISOs, mas não a ISO KDE, por isso usei a ISO original.
A versão brasileira usa os mesmos repositórios que a internacional?
Não posso afirmar, porque não cheguei a instalar as versões brasileiras.
Ia esquecendo de dizer: ─ É fortemente recomendado nunca habilitar mais de 1 repositório, pois um deles pode estar defasado em relação ao outro, e isso iria misturar versões diferentes de alguns pacotes.
Eu sempre passo para UFPR, que é o único no Brasil. Mas volta e meia, alguma atualização muda de volta para o NLUUG. Quando vejo o download lento demais, já sei que aconteceu de novo.
Dá para ver que o sistema tem muitas peculiaridades sim em relação a outros. Suas informações foram muito preciosas pois até hoje apenas o testei em discos lives e máquinas virtuais.
Sim, “muitas peculiaridades” define muito bem (rs).
Tex, o desenvolvedor-líder, era colaborador do Mandrake e mantinha um repositório com pacotes adicionais.
Foi bifurcado antes da fusão Mandrake + Conectiva, e mantém muitas peculiaridades daquela época. ─ A comunidade me parece um tanto “terceira idade”, na média geral.
Quando instalei pela primeira vez, no final de 2017, o usuário-padrão ainda era UID=500 / GID=500 ─ o que me criava problemas de acesso cruzado aos arquivos de uso comum (documentos etc.), pois em todas as outras distros era sempre 1000:1000 ou 1000:100. ─ Sugeri a mudança, mas argumentaram que isso complicaria para os que já têm arquivos acumulados há décadas. Faz sentido. Este ano, quando reinstalei com uma ISO recente, acho que o usuário padrão já veio UID=1000.
A propósito, é a única distro que eu não verifico atualizações nem atualizo nem instalo nada por comandos ─ para não me confundir com as distros “.deb”, pois seu apt (apt-rpm) não é exatamente igual, e eu ia acabar embaralhando as coisas, nele ou nas outras distros.
O Synaptic também não é exatamente igual, em vários pequenos detalhes. ─ Não tem o filtro-rápido (apt-xapian-index). ─ Tem uma categoria “Novo no repositório”, mas se você recarregar 2 vezes (Reload), esvazia essa categoria, embora continue funcional.
Tentei registrar minha experiência, mas ficou muito confuso, pois sempre incluo erros, falhas etc., para o caso de precisar de novo:
Um dos problemas, é que no final da instalação (Grub, os_probe) sempre dava falha. ─ Na época, acabei desconectando outros HDDs (dualboot de 11 distros) e acabou funcionando. ─ O problema ainda existe, a julgar pelos tópicos que encontro no Forum, mas nunca se chegou a um consenso sobre a causa mais geral. Cada um resolve de um jeito, e conclui que a causa era uma ou outra, conforme o caso.
Tentei fazer outros registros (outras instalações, experimentais), mais sintéticos, mas todas as vezes, acabei desistindo.
Já fui usuário do PCLinuxOS.
Eu o usei porque ele, assim como suas distribuições irmãs Mandriva e Mageia, suportavam a placa de vídeo SiS do meu antigo notebook. O diferencial dessa família de distribuições é justamente o grande suporte a hardware.
Mas é aquele negócio, Linux é Linux. Não há muita diferença prática entre o Kubuntu e o Mageia KDE ou entre o Manjaro GNOME e o Solus GNOME.
@rasolar @frc_kde Ela tem uma loja ou usa apenas um gestor de arquivos? Verdade que não tem suporte a pacotes snaps? Como é o ritmo de atualização dela?
Você se refere a questão loja x gerenciador de pacotes, né? Cara, sou o tipo de pessoa que só prefere usar o Gerenciador de Pacotes (Synaptic, no caso, o mesmo que o *ubuntu), então nunca me liguei nisso. Mas quando a distribuição vem com o KDE Plasma ou GNOME, eles não usam a loja desses ambientes gráficos (isto é, Discover e GNOME Software)?
Já têm mais de 3 anos que uso essa distribuição. O diferencial do Mandriva e suas filhas (PCLinuxOS e Mageia) é que eles viam com o Control Center.
Não sei como está a questão dos snaps.
Basta você ver a página dessa distribuição por si mesmo, que é como um blog, lá eles mostram cada atualização. Hoje mesmo (19/12/2020) eles avisaram que o Edge foi atualizado. E lembrando, essa é uma distribuição rolling reelase.
Tentarei fazer um resumo, bem rápido e um pouco tosco, das suas principais perguntas.
Já usei, embora por um tempo até curto, no meu note. Não atualiza muito freneticamente, é rolling release, mas, não, bleeding edge. Eu usei e gostei. É uma distro peculiar (não no sentido negativo). O suporte no fórum oficial (em inglês) é bom. Quando usei, foi uma distro bem estável, não tive nenhum problema.
Não sei tem tem loja, pelo menos na versão com xfce que testei não tem. Como já disseram, é sem systemd. Alias, a manutenção do sistema é toda voltada ao Synaptic. Porque? É uma distro rpm que ainda usa o apt. Logo, o que você tentar fazer com o apt “padrão” não vai funcionar. Então, terá que recorrer ao Synapitic mesmo, não que seja um problema, o Synaptic é ótimo.
Eu gosto de distros diferentes e com propostas claras. Então, usei e gostei do PcLinuxOS. Porém, em relação a ambientes, ele é limitado. Se não usar xfce, KDE ou Mate, não existiram muitas possibilidades. Por exemplo, os repositórios oficiais não tem i3wm, bspwm ou dwm, por exemplo. O desenvolvimento é focado nas DE’s que tem isos oficiais. E algumas comunitárias, como OpenBox e lxqt, por exemplo.
Um ponto que pode incomodar muitos usuários. Os devs NÃO recomenda e não vem por padrão o sudo. Tem um tópico detalhado no fórum explicando o motivo. Se faz questão do sudo, pode instalar e usar, sem problemas, mas é, claramente, desencorajado pelos devs. O que, para mim, também não faz muita diferença, já que as principais distros que uso não recomendam o uso do sudo por padrão.
Não posso falar em relação a snaps, porque não uso. E não sei como está o suporte.
Resumindo: é uma distro voltada para o usuário comum, se não quiser usar o terminal, não precisa. Tem muitas aplicações em modo gráfico. Se está acostumado com os repositórios gigantescos do Debian, por exemplo, não é uma distro boa. Já que eles tem repositórios próprios e é um pouco mais limitado. Mas, de qualquer forma, não deixa de ser uma distro boa. Como sempre digo, distro é, além do aspecto técnico, uma questão de adaptação e gosto pessoal. O melhor é testar e ver se você se adapta ou não.
Ah, esqueci de responder isso. Sim, eles apenas fazem um bom suporte a pt_br, navitamente. Porque, por padrão, você tem que instalar um pacote de idiomas para ficar 100% em português. Porém, nem sei se ainda existe ou tem suporte a versão brasileira, porque, a última vez que instalei a distro já tem 1 ou 2 anos.
Vejo que tem muitas peculiaridades se comparado a outros sistemas.
Eu não sabia que o sudo
não é recomendado para algumas distribuições. Tem como você passar o link do tópico falando disso ou de um artigo da internet (não tem problema se for em inglês)?
@TiagoCardoso Esse é um outro diferencial que eu esqueci de comentar. Enquanto muitas distribuições já trazem o suporte a diferentes idiomas por padrão na .iso, o PCLinuxOSvem em inglês e para então você instalar o suporte a português, o que é simples, basta você abrir o programa de Localização que ele resolverá tudo pra você.
Mas olha, existe a versão do PCLinuxOS mantida por brasileiros. Se eu voltasse a usar o PCLinuxOS, eu não usaria a versão brasileira porque muitos anos atrás eu a testei e tive uma má impressão, é que o som do Firefox (e acho que também do Skype) não funcionava. Quando questionei o porque o som do navegador não está funcionando, me disseram que é porque eles ou não usavam o PulseAudio, ou usavam uma versão limitada do mesmo, de forma que tive um trabalhinho para corrigir isso; depois desse episódio, sempre preferi usar a versão oficial em inglês. Mas é como eu disse, isso foi há muitos anos atrás, então é bom que você dê uma chance ao PCLinuxOS brasileiro, você é quem sabe.
Debian mesmo não vem com sudo por padrão (já deu mais de um tópico nesse fórum).
Está aqui a explicação do admin do PCLinuxOS:
TL;DR: sudo que aceita a senha do usuário normal para fazer qualquer tarefa é um furo de segurança no nível de “Clique sim para executar como administrador” - destrói o motivo de existir um usuário root para começo de conversa.
Ainda acho que nada nessa lógica impediria um sudo que aceita apenas a senha do próprio usuário root (eu mesmo uso essa configuração) ou mesmo implementar sudo
como um shell script wrapper de su -c
, mas eles provavelmente tem um motivo também.
Não tem lojinha, nem Snapd. ─ Veja neste link um resumo da questão.
Você vai encontrar menos aplicativos do que encontraria no Debian ou em algum “buntu”. ─ Até hoje não consegui rodar o GoogleEarth. Outros colegas conseguem, mas eu, ainda não. Não é oficialmente suportado.
O ritmo de atualização, é como eu já disse antes.
Quer comparar com outras distros?
Atualizei todas as minhas distros no último Domingo, e hoje estou atualizando todas de novo.
Após 7 dias:
MX Linux KDE = 6 pacotes ( 65 MB)
Void Linux KDE = 122 pacotes (419 MB)
Linux Mint (KDE) = 15 pacotes
Mageia 8 (beta) KDE = 488 pacotes (754 MB)
PCLinuxOS KDE = 35 pacotes (220 MB)
KDE Neon = 263 pacotes (246 MB)
Fedora KDE = 275 pacotes (891 MB)
Debian testing KDE = 277 pacotes (425 MB)
Arch Linux KDE = 57 pacotes (628 MiB)
openSUSE Tumbleweed KDE = 341 pacotes (622 MiB)
Veja que os 35 pacotes do PCLinuxOS tiveram quase o mesmo tamanho de download que os 263 pacotes do KDE Neon.
(Mint e Neon têm a mesma base “buntu”, portanto, a diferença deve-se quase toda ao “rolling-KDE”).
Os dois Quadros (acima) mostram como o PCLinuxOS evoluiu, de 4 Outubro até hoje, 20 Dezembro, em comparação com outras distros.
Fica claro porquê o Mint e o MX Linux têm poucas atualizações ─ um, atrelado ao Ubuntu 20.04, imobilizado desde Abril; o outro, atrelado ao Debian stable, lançado há muito tempo. ─ O KDE Neon tem seu Kernel também atrelado; e sua versão antiga do Youtube-DL, por exemplo, já não consegue baixar quase nada.
Por outro lado, não devemos nos iludir com a corrida do Debian testing e do Mageia 8 (beta) para se atualizarem ao máximo… para em seguida congelar em novas versões “estáveis” (paradas). ─ No caso do Debian, mantenho como “testing” desde 2016, portanto, consigo evitar o congelamento. ─ O Mageia, ainda não experimentei manter sempre rolando (Cauldron), mas sei que mesmo a versão “estabilizada” costuma receber avanços do Kernel.
O PCLinuxOS é “primo”… Foi bifurcado do Mandrake ─ e o “Mandriva” veio depois.
De fato, é um “apt” diferente (APT-RPM).
Dá para instalar / atualizar / remover, em suma, fazer tudo por comandos. ─ Eu evito fazer isso, para não misturar 2 “apt” diferentes na minha cabeça. Eu ia acabar fazendo confusão.
@rasolar @rasolar Obrigado pelas respostas extremamente detalhadas e os relatos quanto as experiência de cada um, creio que poderão serem úteis para outros usuários.
A idéia seria adotar o PCLinuxOS em um notebook secundário com hardware antigo, havia pensado nessa distro em particular em primeiro lugar por ser rolling, em segundo lugar por ter uma afamada detecção de hardware e por fim por suportar o Trinity Desktop (TDE), porém, são tantas peculiaridades que talvez não seja a melhor opção.
Na prática, só você mesmo para saber. Instale e teste, não custa nada. O máximo que pode acontecer é você não gostar e trocar de distro, mas, no final, provavelmente você terá aprendido alguma coisa com a experiência. As diferenças que você vai sentir mais são: vai ter que gerenciar seus pacotes pelo Synaptic; os repositórios são mais limitados que os do Debian ou Arch, por exemplo, e você ficará mais “preso” as DE’s suportadas oficialmente ou as isos da comunidade, como no caso do Trinity que você citou. Tirando isso, se fizer uso básico do pc, nem vai notar uma diferença significativa.
Sim, no final só testando mesmo, mas, sempre é bom ter informações prévias de quem já tem experiência para considerar alguns pontos.
Synaptic não é problema, na verdade eu gosto muito dele, quando usava Ubuntu gostava de instalar determinados componente por lá por me mostrar uma série de pacotes extras.
A parte dos pacotes sim pode ser um problema, dependendo do quão limitado seja, afinal é chato você precisar de um dado um programa e ele não estar disponível.