Tenho um PC com 6 discos. Neles tenho instaladas algumas distribuições, como Ubuntu, Debian, KDE Neon e Elementary.
O ponto é: estou querendo resolver o meu grub para não precisar dar boot manualmente selecionando o disco, ou seja, gostaria que as distros fossem exibidas como opções no grub.
Minhas dúvidas:
Devo deixar apenas um disco com a participação do boot loader ou cada disco deveria ter uma? Como devo formatar essa participação (preferencialmente, via GParted)?
Caso deva manter apenas um disco com o boot, devo excluir as partições eventualmente criadas nos demais sem maiores consequências?
Ficarei muito grato se alguém puder me ajudar, seja orientando diretamente, seja indicando conteúdo que possa me ajudar. Já pesquisei, mas há diversas orientações divergentes entre si, o que gerou a dúvida.
Quando eu tinha 12 distros espalhadas em 4 discos com particionamento MBR, eu tinha até 4 Grubs, 1 em cada disco. – A tendência de todos os instaladores era sempre de gravar a chamada do Grub na trilha inicial (MBR) do sda. – Com algum cuidado e atenção, eu conseguia manter o Grub do Mageia no MBR do sda, e o Grub do openSUSE no MBR do sdb (para alguma emergência).
Quando ia instalar qualquer outra distro, escolhia “instalar o Grub” no MBR do sdc ou do sdd.
(Na verdade, o que se instala no MBR é apenas uma indicação de onde está o Grub a ser utilizado).
Agora que meu novo PC permite usar particionamento GPT, todas as distros estão no mesmo SSD, e tenho nele apenas 1 partição EFI.
Eu pretendia comprar um segundo SSD, levar para ele metade das minhas distros, e criar nele uma segunda partição EFI (por segurança), mas com a pandemia acabei adiando esse projeto.
Por isso, só sei que é possível ter 2 ou várias partições EFI – e acho isso mais seguro – mas ainda não experimentei na prática, para aprender as manhas.
Para o Grub, propriamente dito, tanto faz se suas partições são MBR ou GPT – mas existem alguns aspectos dele que vale a pena levar em consideração.
Descobri que o Grub não vem 100% “completo” (ou 100% “capacitado”) em todas as distros. – O Grub do Kubuntu, do KDE Neon, do Mint, e do próprio Debian, sempre se mostrou capaz de carregar qualquer uma dessas outras (entre elas) – mas falhava em detectar o openSUSE; e falhava em carregar distros da base Arch.
(Para o Grub de todas as distros detectarem o openSUSE – que está numa partiçãoBtrFS– eu deveria ter criado para ele uma partição/bootseparada, emext4… Ou, descobrir por que o Grub do Mageia consegue detectá-lo em sua partiçãoBtrFS).
Além disso, às vezes o Grub de uma dessas 4 distros confunde as outras, por serem muito parecidas. – Por exemplo, quando instalei 2 versões do KDE Neon, em 2016, o Grub do Kubuntu considerou como se a segunda fosse “Debian”.
Era fácil identificar as entradas certas, mas tentei corrigir isso (só para ficar “tudo certinho”) pelo Grub Customizer, e ele apenas escondeu o problema (que nem era problema). – Nos 2 anos seguintes, aquilo foi se acumulando e multiplicando, até se tornar um problemão, de verdade.
Disso aprendi que é melhor ter apenas 1 ou 2 Grub detectando as outras distros – um Grub “principal”, para uso diário, e outro Grub “de reserva”, para alguma emergência. – Nas demais distros, hoje eu desabilito a detecção de outras distros (os_prober).
(E nunca mais usei nem recomendei o Grub Customizer).
No meu PC atual (UEFI-GPT), quando instalei o Linux Mint, o Grub do KDE Neon parou de carregar o KDE Neon. – Se eu escolhesse o Grub do KDE Neon, ele carregava o Mint. – Isso não me afetou, pois sempre uso o Grub do openSUSE, que não foi afetado por isso.
Não posso falar do Windows atual (parei no XP, que deletei há 6 anos). – Também não posso falar de uma distro que usa systemd-boot (esqueci qual é, mas os colegas devem lembrar). – Já li sobre essa e outras alternativas ao Grub, mas ainda prefiro o Grub.
No PC atual, resolvi que meu Grub de uso diário seria o do openSUSE – que se comprovou capaz de detectar e carregar todas as 25 ou 30 distros que experimentei nos últimos 6 anos. – Por isso, atualizo primeiro as outras distros – e no final atualizo o Grub do openSUSE, para ele incorporar as mudanças de Kernel das outras distros.
(É preciso que todas as outras distros tenham Grub – para ser lido pelo Grub do openSUSE – mas para isso, basta que cada uma detecte a si mesma).
Meu Grub “de reserva” é o do Mageia, que também detecta e carrega todas as outras – mas precisa de alguma correção manual para carregar o Arch e o Manjaro. – É uma correção simples (meu editor de texto “lembra” as substituições necessárias para busca e troca global), mas só perco tempo com essa correção, no dia em que precisar usá-lo.
Nas outras 10 distros que tenho, desabilitei o os_prober, de modo que seus Grub não percam tempo detectando outros SOs (foreign OS). – Como disse, basta que cada uma detecte a si mesma, para o Grub do openSUSE “ler” e incorporar suas mudanças de Kernel.
Enfim, o Fedora inventou uma “novidade”, que o Grub das outras distros não entende, mas isso também tem solução. – Portanto, openSUSE, Fedora e derivados do Arch podem não ser bem detectados pelo Grub de outras distros – e o Grub do openSUSE foi o melhor que já encontrei para detectar todas as outras.
Expliquei coisas demais – era melhor ter resumido, para não confundir nem criar medo – porque não sei exatamente quais distros você tem hoje.
Você mesmo, talvez ainda não saiba quais distros você vai querer instalar nos próximos meses e anos. – Vale a pena lembrar esses detalhes, quando resolver instalar outras distros.
Tenho alguns relatos – ainda mais confusos (porque preferi anotar todos os detalhes) – sobre a escolha do meu Grub principal (inicialmente Mageia, agora openSUSE):
Outra, sobre o acúmulo de problemas em cascata, quando todos os Grub tentam detectar todas as distros. – Em resumo, se um Grub cria um “errinho”, todos os outros Grub incorporam aquele “pequeno erro”, e a coisa vai se avolumando, até que cada atualização de Kernel vire um pequeno inferno, com demoras que já vi chegarem a 45 minutos. Imagine, atualizar várias distros, cada uma com uma demora enorme:
Talvez possa ser útil minha experiência ao montar meu PC atual. – Comecei com o hardware totalmente “em branco”, para “ver como funciona esse tal de GPT-UEFI”: