OpenKylin, a primeira distro Linux independente chinesa

Mais de 4 mil desenvolvedores vindos de cerca de 200 empresas, assim como do governo chinês se reuniram para criar a primeira distro totalmente chinesa, o OpenKylin. Você pode estar se perguntando “Mas e o Deepin?”, acontece que o Deepin é baseado no Debian, enquanto o OpenKylin foi construído do zero, ao estilo Linux From Scratch, portanto, é independente de alguma distro base.

Ele se encontra em sua primeira edição, o OpenKylin 1.0, com o kernel Linux 6.1 LTS e a interface UKUI 4.0, a mesma do Ubuntu Kylin. A propósito, Kylin é um ser mitológico chinês, uma quimera, meio dragão, meio cavalo.

Em seus estágios de criação o sistema já se chamou Kylin OS e a princípio, seria construído sobre o FreeBSD em vez do Linux. Apesar do idioma padrão ser o chinês, também há a possibilidade de utilizar o sistema em inglês.

Um diferencial apresentado logo em seu lançamento é o suporte a diversas arquiteturas: X86, ARM e RISC-V, além disso, conta com todo um ecossistema de aplicações feitas especialmente para ele, incluindo um pacote office.

Segundo o site oficial, o openKylin já conta com quase 900 mil usuários, você pode saber mais, ou baixar o sistema entrar para a comunidade pelo site oficial do projeto.

O sistema tem uma interface semelhante à do Windows, inclusive com os ícones de aplicativos favoritos maiores que os demais no menu do sistema. A ideia é justamente promover a migração de empresas e usuários ao sistema nacional para reduzir a dependência de empresas estrangeiras.

Imagens: Its FOSS

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Já testei… Curti muito não!
É um Ubuntu Kylin com outro nome!

Poderia ter suporte pra outros idiomas, mais customizações… Mas pelo menos não achei nenhum bug.

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Não acho que suporte a outros idiomas seja prioridade.

Com o apoio do governo, creio que é algo feito apenas como um inicio de tentativa de abandonar o windows na china. Ser LFS é um baita indício de que eles nem querem papo com gente de fora. BSD ser cotado demonstra que ser software livre também não é um objetivo importante e mais uma obrigação já que construir algo proprietário do zero poderia ser mais caro do que estão dispostos a pagar. Provavelmente escolheram o linux apenas para simplificar um pouco as coisas já que construir qualquer tranqueira realmente do zero hoje em dia demandaria uma investimento milionário.

Não julgo, mas é bom entender que cada coisa é uma coisa. Acho ignorância reduzir a “um ubuntu kylin com outro nome”, embora do ponto de vista de um ocidental fosse até melhor que ele apenas fosse isso mesmo.

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Interessante ser do zero, mas pra mim o que conta é o gerenciador de pacotes: Se estão usando o dpkg eu colocaria na mesma família do debian.

Fiquei na dúvida se os pacotes serão compatíveis, ou se o lançamento de versões de pacotes vai ser diferenciado, porque se for diferenciado (o que é esperado caso eles sigam uma linha evolutiva diferente) vai gerar uma dor de cabeça e quebradeira de sistema com gente querendo instalar o .deb de um no outro!

Também penso assim. Acho o deepin muito bonito, mas não uso nem em máquina virtual. Se o OpenKylin não fosse chinês, já teria baixando para testar.

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Sistema operacional chinês é tão “suspeito” quanto sistema norte-americano, britânico, francês etc. Em qualquer país, operadores de espionagem, defesa e segurança nacional são ardilosos e, quando acham que devem, implacáveis.

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Sistema opensource deveria ser à prova de desconfiança. Claro que compilar uma distribuição do código fonte não é trabalho para qualquer um. O código fonte opensource não tem fronteiras, imaginar que um código de alguém de um país seja mais confiável do que de outro é paranóia.

Já a desconfiança dos sistemas proprietários é intrínseca ao contrato, uma vez que não se pode inspecionar o código. Isso também não depende do país da empresa de origem, pois o contrato se baseia em confiança.

Já sobre a espionagem, não é ético. Ponto. Mas qualquer país pode fazê-lo mesmo sendo errado. Nisso também não há como dizer que um país seja mais propenso a fazer. O fato é que quem tem seus dados em sites hospedados em determinado país, pode ser mais facilmente espionado por aquele país. Então é uma questão de preferência pessoal. Infelizmente são poucos os serviços disponíveis aqui no Brasil para ficarmos a mercê apenas do nosso próprio sistema de inteligência, independentes de serviços gigantescos de outros países que, obviamente, são leais aos respectivos governos de onde estão sediados.

Desculpem o texto um tanto quanto óbvio, mas é bom relembrar de tempos em tempos. Assim como é bom relembrar a trazer sempre pontos pertinentes ao tópico, que no caso é o OpenKylin.

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Esse novo sistema não sei, mas usei o Deepin durante 1 ano e meio e achei muito bugado.

Sobre o suspeito, eu tenho um pensamento:

Software chinês X Americano = nível pode ser igual de espionagem ou superior em qualquer dos lados

A diferença esta aqui:

  • Americano: por ser uma democracia em que tem que prestar contas de qualquer ato a alguém superior ou algum órgão regulador dentro do seu país ou perante o resto do mundo, te da uma sensação de pelo menos um pouco de proteção e respaldo jurídico para qualquer eventual problema (teoria), não é muito, mas é o que tem.
  • Chinês: por ser uma ditadura, eles fazem o que querem e não tem que se explicar ou prestar conta para ninguém, podem fazer QUALQUER coisa. Você tem 0 sensação de segurança, aconteceu alguma coisa vai reclamar com Deus, é bem isso na prática.
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Quando colam selo de “interesse nacional” ou “segurança nacional”, muitas vezes não é assim. Edward Snowden que o diga.

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Este caso em especifico é uma situação excepcional que requer medidas excepcionais.

Mais ou menos, a China investe muito em mercado consumidor e detém as IAs de traço de perfil mais avançadas do planeta, presumindo que o OpenKylin, Deepin e/ou UKylin com apenas algumas páginas acessadas no sistema eles já conseguem traçar perfis de escolha, a quem não veja problema, mas considerando que nós seres humanos temos uma certa tendência a criar bolhas sociais se ela cruza esses dados que suspostamente são coletados… pode disparar vícios e bloqueios sociais de forma massiva e sem que a pessoa vítima perceba, como o governo é fechado, meio que não dá pra saber se cruzam ou não

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Torço para que essa iniciativa pelo menos ajude em números para Distros Linux e assim quem sabe mais suporte das empresas.

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Qualquer distro Linux feita na China – ou qualquer outro SO feito na China – não é feita para “consumo no Ocidente”.

O que a China (e todo o chamado “Sul Global”) precisa, é escapar de:

  • Microsoft
  • Google
  • etc.

que são agentes pro-ativos das políticas dos EUA – totalmente engajadas na “hegemonia” sobre o planeta inteiro.

Não sei se o OpenKylin atende a esse propósito (duvido muito!).

A Índia é, economicamente, muito mais fraca – e tem muitos agentes internos que favorecem continuar submetidos aos EUA – mas às vezes me pergunto se não é lá que estão sendo criadas muitas possíveis alternativas à dominação dos EUA.

Na China, apenas 1,25% desktops usam Linux:

Na Índia, 15,8%:

É claro que todos os países empenhados em escapar da dominação dos EUA têm prioridades muito mais urgentes – escapar do domínio do Dólar, só para dar 1 exemplo – mas acho preocupante, a demora em escaparem da M$, Google etc.

Existe muitas outras iniciativas, por lá, que a gente mal percebe – pois o assim chamado “Ocidente” é uma tremenda “cortina de ferro”, que censura drasticamente o que “vemos”. – Estão pouco se lixando para as leis de Copyright que os EUA impõem ao mundo inteiro (aliás, só aos que se submetem ao “Ocidente”). Lá, você pode baixar praticamente qualquer obra científica, acadêmica, literária etc., de todos os tempos, sem dar a menor bola para os tribunais dos EUA & Cia. A gente, aqui, nem fica sabendo.

Mas, ainda acho que estão demorando muito. – Só vejo avanços, no comércio online – mas isso é muito pouco.

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Acho que a ideia não é “reinventar” a roda, e sim por capital e gente no desenvolvimento… até onde sei, eles não farão somente um sistema OEM como fazíamos aqui no Brasil pra distribuírem em pc’s baratinhos, vão focar muito em desenvolvimento de softwares, como editores de texto, vídeo e imagem. Esse é o pulo do gato, bancar desenvolvimento de aplicativos compatíveis e com melhor qualidade. Quanto ao UKUI, interface que utilizam, parece bem promissora para o oriente.

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Se os dados forem corretos, 200 empresas e mais de 4 mil desenvolvedores, podemos dizer que é o maior projeto de software livre? Quantos desenvolvedores tem uma Red Hat da vida? Canonical? Logicamente as distribuições comunitárias tem bem menos investimento que uma distribuição bancada pelo governo, e não deve ter sequer grau de comparação o número de desenvolvedores de um Gnome, KDE com o desenvolvimento desta distribuição e interface.
Resta saber se usarão o flatpak, ou usarão aquele empacotamento do Deepin, o Linglong. Vi comparações de consumo de RAM com o Ubuntu Kylin, parece que o OpenKylin hoje é menos otimizado.

O site do linglong hoje mostra poucos aplicativos, bem abaixo do Flahub, e Snap Store. https://store.linglong.dev/

Nem de longe é o maior, mas é 4x maior que a Canonical, a RHEL tem cerca de 19000

Colaboradores ou desenvolvedores ativos? Se forem 4 mil desenvolvedores full time, bancados pelo projeto, podemos esperar um desenvolvimento muito acelerado…

Segundo o Canaltech, há quem diga que o OpenKylin é uma remasterização do Ubuntu 20.04

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Eu queria mesmo que fizessem fork do ukui 4.0 pra poderem empacotar pras outras distribuições!