O primeiro ambiente desktop para Linux construído do zero utilizando as tecnologias mais atuais está chegando. Será que o novo COSMIC vai revolucionar, ou será mais do mesmo?
Vejam só, a gente já viu algumas iniciativas como está que, infelizmente, acabaram por sair do mercado (seja qual motivo for). Tenho algumas décadas de experiência com Linux … rs. Eu me pergunto porque estes desenvolvedores do Cosmic (e outras iniciativas semelhantes) não se engajam numa interface já consolidada (Gnome, KDE, etc) e incluem as características que eles tanto desejam nestas interfaces consolidadas? Vejam, é uma mão de obra especializada, cheia de energia e boas ideias que poderia acelerar a adoção das interfaces já consolidadas, ao invés de investir tempo e esforço em algo do “zero” (não é do “zero”, mas …). Como já vimos várias vezes, iniciativas como estas podem acabar ficando no limbo, e as pessoas que estão lá desenvolvendo poderiam ser melhor alocadas em projetos já consolidados …
Também acho. Infelizmente não é assim, deve ter ego envolvido, entre outros motivos ( conquistar um nicho do mercado, sei lá) O fato é que se houvesse um foco em aperfeiçoar os instrumento consolidados (não só interface grafica, mas apps, etc) talvez seria mais fácil a adoção do Linux pelos usuários. Aí tem sempre aquele argumento: “Não gostou/ está descontente, faz um fork”
Isso foi respondido em algum momento, mas o fato de o Gnome exigir uma grande quantidade de extensões, para, como vc mesmo mencionou: incluir as características que eles tanto desejam. Some a isso, o fato de que muitas vezes, as mudanças de versão do Gnome causar a quebra de extensões.
Pessoalmente, acho que deveriam ter abraçado Unity/Lomiri e investido em atualizá-la.
Existe infelizmente muita gente com enfoque politico trabalhando em coisas opensource. Ai eu nao gosto de uma determinada opiniao, e faco uma caca as bruxas com quem pensa diferente. Eh um saco. Sera que nao podemos pensar simplesmente em fazer bons softwares? Pelo que eu ja ouvi, isso acontece com a galera do Rust, e nao sei ate que ponto a S76 fica alheia/imune a isso. Enfim. Nao quero entrar em debate politico aqui.
Mas essa do “nao gostou faz um fork” eh um mal bem grande no mundo foss. Ta, poder fazer isso eh bom, mas encorajar isso sempre que ha divergencia cria uma divisao lascada, e separa as forcas que poderiam bem se unir pra fazer algo legal. As vezes falta maturidade, nesse aspecto.
Sim, mas a afirmação de que “o fato de que muitas vezes, as mudanças de versão do Gnome causar a quebra de extensões” vale para qualquer projeto, inclusive o Cosmic ou outros projetos … rs … mas a minha, digamos, indignação, é que os desenvolvedores, competentes, obviamente (pois o projeto está muito bonito), poderiam/deveriam investir esforços em uma interface que está consolidada … isso sim traria benefícios ao Desktop Linux. Claro que, ter alternativas sempre é bom e é o que traz inovação … então escolher entre isso: inovação X consolidação, não é fácil, e sempre teremos “forks” (o que não é ruim … rs). Confuso? Um pouco … kkk
Opa! Tudo bem contigo?
Pesquisando um pouco dá para encontrar muitas discussões e notícias que explicam alguns dos motivos para a decisão da System76.
Um ponto importante a se considerar é que o projeto GNOME (ou qualquer outro) precisa estar disposto a aceitar as mudanças que a System76 ou qualquer outro grupo sugerir, e esse não foi o caso.
E veja, não estou julgando nenhum dos lados. Mas, o que o Cosmic desktop propõe em muitos casos entra em conflito com o paradigma adotado pelo projeto GNOME. Para trabalharem em um único desktop, ambos precisariam fazer muitas concessões.
Já ouviu falar no KDE Plasma?
E isso vai de muitos outros projetos.
Por ex, as distros média e grande, já tem planejamento de 10 anos. Mesmo que vc apresente uma novidade já pronta, a chance de rejeitarem é grande.
Os componentes mais importantes de um computador, em questão de software, sao o sistema operacional, a interface grafica e o navegador, entao faz total sentido que os devs de algum sistema façam suas próprias interfaces, isso da muito mais controle sobre o sistema e a experiência do usuário.
Se a system76 perceber que uma mudança no Gnome, que va além de uma extensão, poderia ser vantajoso pro negócio, eles dependem da boa vontade do Gnome pra ter esse mudança, ja com o Cosmic eles simplesmente vão e fazem.
O mesmo vai pro Cinnamon e Mint, pro usuário leigo (que é a maioria) Cinnamon, xfce e mate sao a mesma coisa, entao não faz sentido o Mint fazer o cinnamon, porem faz sentido se voce pensar que fazer a própria interface da um maior controle aos devs sob a própria distro
Isso precisa levar em conta isso:
O problema aqui é que os programadores da System76 são em sua maioria programadores Rust enquanto a maioria dos Desktops ou é C++ (Plasma, LXQT…), ou C (XFCE, Mate…) ou linguagens pouco usuais pra esse uso como Vala e JS (Pantheon e GNOME), então já tem uma barreira aí, segundo que eles já tentaram contribuir com GNOME, eles tem uma longa lista de embates ideológicos e filosósicos, que apesar de enviesado você pode ver os dois lados aqui, então você tem:
- Barreira tecnológica
- Barreira cultural
- Barreira de objetivo
Enquanto os projetos compativeis com as habilidades dos engenheiros querem algo mais comunitário, a System 76 quer algo mais comercial, não bate
Não exatamente, a System 76 parece apreciar versionamento semântico, nota-se pela escolha pelo iced e wlroots, nesse tipo de projeto APIs costumam durar anos
Mano, porque os desenvolvedores não investem em coisas que são realmente necessárias no mundo Linux, como a Valve fez com o Próton que era necessário demais, e ainda faltam coisas, como suporte a HDR em monitores compatíveis, melhorias nos pacotes Offices disponíveis para Linux, entre outras coisas que com certeza beneficiaria toda a comunidade.
Não estou falando mal do Cosmic, na verdade acho louvável, mas temos milhares de DEs, e não sei se ter mais uma é tão vantajoso assim.
Faz sentido.
Porque basicamente tudo é necessário, por exemplo:
Como você faz isso sem um compositor que suporta HDR? Envia MRs faz um enorme esforço para que alguém decida que “não é isso que a gente quer”? O Linux já tem suporte as padrões HDR faz muito tempo, mas você não vê muito por aí, se o KDE não tivesse chutado o balde e ignorasse toda a fila de discussão infinita sobre o melhor jeito não teríamos suporte em canto nenhum, a questão é que por ser grande o KDE não pode fazer isso o tempo todo
É aí que novos DEs brilham, eles não precisam brigar com grandes players, eles chegam, implementam o deles e pronto, não tem discussão, não tem padrão, especificação, convenção… nada, se eles querem, eles fazem, DEs e distros pequenas são a grande força motriz de inovação em um ambiente, já que não há motivação financeira
Assim, até entendo a motivação, mas ainda acho que se não tiver algo que seja inovador e diferente de forma que as pessoas gostem ninguém vai usar, ou pelo menos vai ter uma base muito pequena de usuários. Eu até fico triste pela distro porque eles não cobram nada, cara, é grátis, tem todo um esforço por trás, essa empresas estão literalmente correndo contra a correnteza pra oferecer algo diferente pra o usuário e sem custo, e o pessoal ainda dá hate e tudo mais, mas mesmo assim acredito que se as pessoas não aderirem não adianta muito, foi jogar recurso no lixo. Entende?
Eu, por exemplo, dificilmente vou deixar de usar Ubuntu com Gnome. O negócio me agrada, funciona, faz tudo que eu preciso, então vou continuar usando. Então apesar de achar louvável o projeto não pretendo usar. A não ser que algo diferenciado e inovador chame minha atenção a ponto de eu usar. Mas fiquei triste ao ver o visual, que é bastante feio atualmente, então aí você já vê como as coisas vão.
E esta tudo bem com isso. A idea do programa e justamente atender a alguns, e nao necessariamente a todos. E nem todos irao usar da mesma forma, se usarem.
Por exemplo. Eu gosto de window managers, e o COSMIC permite que eu faca ele se comportar algo parecido com o i3/sway nativamente, e se eu fosse usar ele, eu usaria assim. Aquele negocio de dock sempre visivel, aquele painel dividindo workspace switcher e application menu eu achei um downgrade com relacao ao gnome. Mas essa eh a minha opiniao. Tem quem ame aquilo.
Como ja foi dito aqui no topico, visoes diferentes levam as pessoas a criarem coisas diferentes. Vai ter publico pra ambos, certamente. As vezes fica dificil fazer um projeto fazer cinquenta coisas diferentes. Se bobear, iria ate contra a filosofia do Unix, do one thing and do it well.
Que tipos de melhorias vc se refere? Compatibilidade com o MS Office? Aí o problema é o próprio pacote proprietário. Basta ver que nem o Office 365 online é 100% compatível com a versão instalada.
Se vc criar uma planilha com o Libre Office, ela vai abrir normalmente no Only, Free e WPS.
Mas se for abrir no office da Microsoft, vai ter problemas (cada vez menos, é verdade).
Sempre pergunto: tipo o que?
Todas as distro já fazem praticamente tudo, talvez não com a mesma facilidade.
E isso é péssimo, pois não terão retorno financeiro suficiente pra pagar as contas e devs.
Quem mais sofreu com isso foi a Canonical, com o Unity. Quem mais dava hate era o pessoal do software livre (Debian principalmente).
Por mais que eu não gostasse do Unity, era fato de que as pessoas comuns olhavam e se admiravam. Quando viam aquele visual diziam (quase que) automaticamente: É Linux!
Na MINHA opinião, o que a System76 está gastando com o desenvolvimento do Cosmic, se abraçasse o Plasma, deixando-o com uma cara mais comum, focando em divulgação, conseguiriam conquistar uma fatia de mercado muito maior.
Pq uma cara mais comum? Bem o que aconteceu com a MS, quando ela resolveu inovar com a interface metro, do W8? Amargou um tremendo fracasso.
Até o momento, o Cosmic mostra uma influência visual no MacOS, com uma barra superior, onde fica o menu, a tray e uma doc embaixo. Não que seja uma cópia fiel.
Mantém um padrão visual mais no estilo Windows, com particularidades simples.
Foca em conquistar mercado com o básico e simples, depois de um tempo, começa a deixar o Plasma mais particular e diferente.
Ou faz como o Big Linux: coloca a opção para o próprio usuário deixar o visual como prefere.
Bom, fico feliz que essa função de tiling te agrade! Já é um possível usuário. Realmente pra mim trocar o Gnome por ele não iria me agregar em nada, por enquanto. Vamos esperar pra lançar e ver qual é. Até o Gnome quando saiu do 2 para o 3 era muito ruim, e hoje no 46 aqui no Ubuntu é o melhor DE em minha opinião.
Realmente, eu nem uso a versão online do Office porque acho muito limitado e tem vários problemas de compatibilidade. É capaz do OnlyOffice instalado aqui ser mais compatível.
Acredito que as suítes offices do Linux poderiam correr atrás de coisas como melhorar compatibilidade com PowerPoint, porque querendo ou não é um padrão de mercado. Criar um editor de PDF para Linux decente que suporte assinatura digital, porque hoje só tem o Master PDF Editor, que é pago, e nem sei se suporta assinatura. O OnlyOffice tem um editor bem simples que nem uso porque não me atende em nada.
Recentemente a Microsoft anunciou tema escuro para o Excel 365, tô só esperando essa maravilha chegar pra usar. Eu sou usuário assíduo de planilhas, uso o OnlyOffice no Linux e Excel no Windows, e tem muitos bugs entre o Linux e Windows nisso, não falo nem de compatibilidade, são bugs mesmo, e vários eu reportei no Github há bem um ano, recebi resposta e tudo dos desenvolvedores, mas cadê as correções? Nunca chegaram. É isso que eu falo que o pessoal fica investindo dinheiro em coisas que as pessoas não precisam ao invés de consertar e otimizar o que tem e assim fazer os usuários gostarem de usar. Se você usar o Office nada errado acontece, essa é a diferença.
O OnlyOffice só tem uma coisa que acho melhor que o Word, que é a aba lateral para formatação de parágrafos, imagens, cabeçalho e rodapé. É muito mais prático formatar um texto acadêmico ABNT com essa função que usando o próprio Word. Sei disso porque faço esse trabalho de vez em quando.
Vou tentar imaginar meu próprio uso e o das pessoas próximas a mim. Elas querem simplicidade, ligar o negócio e ser intuitivo como um celular. Minha mãe usa o celular, gosta pra caramba, e já tentei fazer ela usar um notebook e ela não consegue, se perde e desiste. No celular tudo está à mão, só clicar e usar, não tem submenus para nada (não para um usuário comum), e o tuning do sistema se resume à barra de status e notificações. Com o tempo percebi que esse era um ótimo conceito criado por smartphones, e que nunca antes existiu no PC, inclusive quem criou barra de notificações foi a Apple com iOS, isso é inovação, e até os PCs e toda DE hoje tem. O mais próximo disso que encontrei foi o Gnome, extremamente prático e simples com as customizações do Ubuntu.
Além disso há outras coisas, por exemplo, se eu quiser usar uma impressora Epson no meu celular, só ir na PlayStore e baixar o Epson iPrint. É só, só isso. No PC preciso procurar driver no site do fabricante, instalar manualmente no PC, procurar o software de scan pra instalar pelo Flathub para então os softwares reconhecerem minha impressora. Entende a dificuldade? Porque não pode ser simples como no smartphone?
Tem mais exemplos, se for procurar a fundo tem muita coisa que pode ser feito que é inivação e vai chamar atenção dos usuários.
O Linux tá tão preso ao passado que a galera só recomenda Linux Mint que é praticamente um Windows 7 de 2009. Isso é inovação? Vê bem como são as coisas: só quem procura Linux pra instalar é usuário de computador velho porque não roda mais o Windows decentemente. Ninguém montando um computador novo consegue usar o sistema, se instalar começa a ter problemas que Bluetooth não é reconhecido, brilho da tela que não funciona, HDR que não ativa, Refresh Rate variável com problemas, aí perde o usuário. E não perdeu porque ele não gostou da DE, perdeu porque as coisas não funcionam direito em computador novo.
É exatamente isso que quis dizer no início, se o próprio Ubuntu dropou a ideia do Unity porque o custo era alto, tenho receio do mesmo acontecer.
Exatamente. Eu mesmo não gostava dele, mas via que muita gente gostava e funcionava super bem na época, pouquíssimos problemas relacionados a ele.
Apesar de eu não gostar do Plasma eu concordo. Coloca teus desenvolvedores lá dentro e o negócio anda.
Maravilhoso acompanhar sua reflexão.
Isso é muito importante para que o @Natanael.755 e eu possamos avaliar o que pode ser feito para a futura série 25, do TigerOS. Inclusive eu pedi ao @kalebepsouza para testar a atual versão e também comentar a respeito.
Quanto aos submenus, já pensei em adotar o menu Plasma Drawer, mas infelizmente ele só está disponível para o Plasma 6.
Tem também o EQ Menu 3, estilo o menu do Unity. UMenu que remete ao menu do Deepin quando em tela cheia.
Se interessar num desenvolvimento de editor de PDF com assinaturas recomendo ver o Foxit Reader na versão para Windows. Muito completo para uso diário de escritório.
Assisti aqui o vídeo, é muito legal a forma que mostra, amigo. Realmente acho que não acostumaria com o Plasma, cheio demais de coisas e elas não encaixam bem no sistema. Acho que é gosto mesmo.
Apesar disso, se focar em resolver os bugs e deixar o sisrema funcional certeza que mantém sempre usuários. Um distro hoper sempre vai entrar e sair do sistema porque ele não consegue deixar quieto, mas tem uma grande maioria que só quer gostar do que vê e que o negócio funcione kkk.
Deus abençoe o senhor!