Mint 20 e Snaps

É aquilo, “políticas da empresa”.

Do mesmo jeito que o Ubuntu põe por padrão o suporte ao snap + a integração da snap store a loja do sistema (gnome-software, discover, etc).

O Mint pode caso não concorde retirar isto.

Não acho grandes coisas em relação a isso, é questão de gosto e política e o usuário aceita se quiser.

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Achei a argumentação fraca na verdade, se eles podem fazer um overwrite no pacotes, suportar o snap não mudaria nada, até porque se a canonical substituir o APT pelo Snap o próprio Mint quebra

Esse é um ponto que corrbora com isso, o Flatpak funciona exatamente assim, a única diferença é que é mais simples fazer um repositório, coisa que linux Mint pelo que eu me lembro não faz, ou seja, a falta de snaps é pura birra


Ansioso pra ver a reação da comunidade quando distros fazerem a mesma coisa com os Flatpaks

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Decisão bem aceitável do parte do Mint.
Outras distros fizeram pior, como o Devuan, que colocou o snapd na lista negra e baniu da distro o pacote. No Linux Mint não foi banido, apenas foi bloqueado quando tenta puxar o pacote Chromium que depende do snapd. Se o usuário do Linux Mint quiser, poderá instalar o pacote normalmente. :slightly_smiling_face:

E o Clém tem razão no que diz em relação ao snap…

o pacote Chromium está realmente vazio e agindo sem o seu consentimento como um backdoor ao conectar seu computador à Ubuntu Store…

Está vazio porque este pacote é symlink, ele só serve pra puxar a versão snap e age sem consetimento pois, ao menos no Ubuntu, ao digitar o comando sudo apt install chromium-browser, o snap baixa automaticamente sem perguntar. Se o usuário tiver removido o snapd (suporte) de sua distro, terá o suporte reinstalado ao usar APT junto com o pacote Chromium. Acho isso bem sacana por parte da Canonical. Será que eles acham que todo usuário de Ubuntu é tolo e não sabe o que se passa? É subestimar demais a capacidade dos usuários…

Os aplicativos nesta loja não podem ser corrigidos ou fixados. Você não pode auditá-los, retê-los, modificá-los ou até apontar o snap para uma loja diferente.

Mas é claro que não, é centralizado na Canonical e só ela tem acesso e poderá auditá-los, o problema é que a Canonical prefere confiar mais no desenvolvedor/mantenedor que no código em si, e acaba por não verificar tudo na loja. Já foram encontrados 3 malwares na Snapcraft por causa da mão leve da Canonical e deve ter bem mais que desconhecemos, maioria é minerador de criptomoeda, ô praga!

Você tem tanto poder quanto se estivesse usando um software proprietário, ou seja, nenhum.

Ter poder sobre o snap é mais complicado, ainda mais a longo prazo. O bicho além de rodar como root, ainda por cima se atualiza em background e não tem muito que você possa fazer pra impedir, talvez desligando a internet ou criando scripts pra limitá-lo, que nem o Windows 10 quando força uma atualização goela abaixo do usuário… e os usuários desligam a internet, criam scripts via powershell ou usam programas de terceiros, mas nada contém por muito tempo.

Isso é de fato semelhante a uma solução proprietária comercial, mas com duas grandes diferenças: ele roda como root e se instala sem perguntar.

Como assim “é semelhante a uma solução proprietária”, sr. Clém? Ele é uma solução proprietária e centralizada da Canonical.

No Linux Mint 20, o Chromium não será um pacote vazio que é instalado como snap pelas suas costas. Será um pacote vazio que informa o motivo de estar vazio e indica onde procurar o Chromium;

Poderiam ter seguido a mesma coisa que o Pop!_OS. Ele tem um ppa que possuí o Chromium em formato deb. Mas é bom que informem o motivo, pois isso vai servir para os usuários saberem das táticas do Ubuntu.

  • No Linux Mint 20, o APT proibirá a instalação do snapd.

Apenas caso um pacote dependa do snapd, por hora, no Ubuntu só o Chromium está assim, mas nunca se sabe…

Você ainda poderá instalar o snapd por conta própria e nós o documentaremos nas notas de versão, mas, por padrão, o APT não permitirá que pacotes de repositório façam isso em seu nome.

Nada mais certo. É notável que o Linux Mint é uma distro que tem preocupação com a privacidade dos usuários, sua segurança e também com a transparência de dados. Gosto desse tipo de atitude, demonstra que a distro faz o que acredita e não o que todo mundo faz só porque todo mundo faz.

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Não achei fraca a argumentação, achei que foi bem direta do que diz respeito ao snap. Ele poderia atacar outros aspectos do mesmo, mas não o fez provavelmente porque não seria ético ou o lugar correto para tal. Se a Canonical substituir tudo pelo snap ou fazer algo pior em outra direção não será o fim do Linux Mint. Eles sempre tiveram um plano B, que é o LMDE [Linux Mint Debian Edition]. Assim se o Ubuntu pirar na batatinha, eles tem uma alternativa. As outras distros no entanto, que se baseiam nele não tem esse plano, como ElementaryOS e Pop!_OS… Estas sim são dependentes.
Flatpak é descentralizado ao contrário da Canonical com seu snap, além de ser de código aberto, é mais fácil auditar e verificar as coisas. Há outros aspectos do snap que o Clém não citou que me incomodam mais do que a origem proprietária dele. Se é birra ou não eu não sei, mas o próprio elementaryOS e Pop!_OS também devem está de birra, já que não optaram em pré-instalar o snap. Inclusive, digo mais, há distros que não tem suporte nem ao snap, nem ao flatpak. A preferência ao flatpak provavelmente se dá por ser algo mais da comunidade, aberto, descentralizado, não-comercial de uma empresa.
Não me incomodaria nenhum pouco se o Mint removesse o suporte ao flatpak.

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A menos que eles mantenham o próprio repositório (o que é perfeitamente possível com snaps) isso significa incríveis nada, porque todas as críticas levantadas valem pro Flatpak, a única diferença é que não tem nenhum pacote forçando sua utilização…

Existe uma confusão muito grande na comunidade a respeito disso, o lado server é que é fechado, todo o lado cliente (ou seja o , o sudo snap …) é completamente open source:

https://github.com/snapcore/snapd?files=1

E o builder também:

O que é proprietário é o servidor que armazena e processa as requisições pra baixar os snaps. Nada impede as distribuições Linux de fazerem seus próprios repositórios snaps e até forks do snap

O mesmo ocorre com a Flathub e ela é toda opensource, só que a Flathub é pouco visada por desenvolvedores, como a maioria dos Flatpaks são empacotados pelos próprios mantenedores do repositório fica mais difícil porque quem em sã consciência colocaria um minerador em seu próprio serviço?

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Eu concordo plenamente com a decisão do Mint. A questão, pra mim, não é de usar ou não o Snap, mas não instalar um Snap ao usar um comando para instalar um .deb. Ou seja, não enganar os usuários.

Na minha opinião isso pode criar um monte de situações bem complicadas, como desinstalar o Snap e manter o .Deb instalado, ter problemas com o programa e não saber que isso pode ser causado pelo Snap, não encontrar os arquivos de instalação nos diretórios padrões, …

Se o usuário quiser, instala o pacote snapd e depois usa o snap install <programa> para instalar, ou usa a loja para instalar, usando os plugins.

Edit:
Vale notar que o Mint não proibirá que o pacote snapd seja instalado, e sim que ele seja instalado automaticamente por um pacote, como uma dependência.

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Exatamente. Você resumiu muito bem a questão. O Mint não é contra o snap, apenas não quer que as coisas sejam impostas ou, como no caso do chromium, colocadas por baixo dos panos. A critica do Mint é que as coisas sejam transparentes, só isso.

Enfim, também gostei da decisão. Mostra que eles são atentos a muitos detalhes. Não é por acaso que o Mint é uma ótima distro!

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Conservadorismo e sempre um atraso pra qualquer coisa…
Enquanto houver esse tipo de “impasse” pra atrasar a atenção do mercado pior e para o “Linux no desktop”
Pra mim o Clement ta de birra com coisa basica, a unificação de um gerenciador de pacotes e bem uma “solução” do que a fragmentação do mesmo
E por essas e outras que não da pra levar a sério a GPL e nem o GNU

Não é conservadorismo, e sim manter o projeto íntegro, sem gambiarras, e transparente ao usuário. O Ubuntu está se notabilizando em fazer o oposto disso, e o resultado é a loja que não funciona, cada programa com um tema e um comportamento diferente do outro, e tudo isso sem o usuário saber porquê. Basta procurar um pouco por problemas relacionados ao Ubuntu aqui no fórum que você verá a confusão que isso causa. Ter que explicar à um usuário que a loja é “igual mas diferente” a do 18.04, e que o Chromium não tem permissão de fazer um monte de coisas porquê é “igual mas diferente” à versão anterior, e isso tudo com o usuário fazendo o mesmo procedimento de sempre, é de dar um nó na cabeça de qualquer um.

Aí é que tá. Não há unificação alguma. Snaps, Debs e Flatpaks são coisas completamente diferentes. Instalar um Snap por baixo dos panos não é integração, e muito menos unificação, e sim uma grande de uma gambiarra.

Começar a fazer “puxadinhos” em projetos tão grandes quanto esses é bem complicado. Pode até dar certo por um tempo, mas rapidinho tudo se desmorona.

Edit:
Lembrando que o Mint é o único que está falando abertamente sobre isso porque não tem vínculo com o Ubuntu, mas praticamente todos os outros “sabores” oficiais do Ubuntu também não trazem os Snaps instalados por padrão.

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Possível, mas longe de ser barato e mais aberto como no caso do flatpak, que também desgosto, mas este ao menos é 100% FOSS, por isso não abomino no mesmo nível, ainda assim não uso por ter problemas similares de desempenho com o snap. Nada se equipara ao repositório.

Esse papo do lado server ser fechado já está batido de ser falado pelos defensores do snap, mas só usarei o snap quando:

  1. For 100% aberto em todos os setores;
  2. Tiver como ter controle sobre as atualizações sem necessidade de scripts ou malabarismos;
  3. Ter possibilidade de downgrade, similar o flatpak;
  4. Não quebrar os temas;
  5. Não criar instâncias extras durante o boot deixando-o mais lento;
  6. Ter como optar para não enviar telemetria;
  7. Abrir no mesmo tempo de um pacote do repositório;
  8. Não aumentar uso de RAM;
  9. Se integrar mais ao sistema;
  10. Deixar de depender do systemd.

Enquanto nada disso ocorrer eu não usarei o snap, e também não usarei o flatpak.
E já que você diz que snap é aberto, então me diga como faço para poder auditar, modificar o que está dentro do Snapcraft.

Você fala do Flathub e Flatpak como se eu os defendessem - se acha que sou um defensor do flatpak está muito enganado, muito pelo contrário, também não gosto, só critico menos por ser menos problemático que o Snap. E como eles respeitam o FOSS, eu acabo por ver com bons olhos, mas o modo de funcionamento e os problemas trazidos, são praticamente os mesmos.
Gostaria de ver uma pesquisa que mostre que o Flathub é menos visado, só a nível de curiosidade mesmo. E mesmo que for, isso pode vir a mudar e já explico o porquê.

O próprio flatpak pode até não ter um grande empresa por trás como a Canonical, mas de uma coisa é certa, a maioria das distros estão optando por ele e isso pode dar um belo de um prejuízo pra Canonical no futuro. Algumas distros estão banindo e/ou dificultando a instalação do snapd. Se o flatpak vier a se tornar o padrão na maioria das distros, não fará sentido algum os devs optarem pelo snap, já que estará limitado ao Ubuntu praticamente. Mas isso é só uma hipotese minha e mesmo que ocorra ainda vou preferir o bom e velho repositório, quando não, compilar! :heart_eyes:

Cara, eu não me recordo um site ou serviço que pegue mmenos info que o snap porque a requisição feita é a mesma feita quando você acessa literalmente qualquer site HTTPS

Não é muito complicado:

  1. Você baixa:
snap download hello
  1. Extrai:
unsquashfs hello_*.snap
  1. O conteúdo do snap vai estar na pasta squashfs-root, aí você pode verificar e modificar o app a vontade

  2. Reempacota:

mksquashfs squashfs-root/* hello_mod.snap
  1. Crie uma chave:
rm ./*.assert
snapcraft sign-build hello_mod.snap
  1. Registre a chave:
sudo snap ack ./*.assert
  1. Instale:
sudo snap install hello_mod.snap

Desculpa se passei essa impressão, eu queria me referir ao clement

O flatpak não tem uma, tem duas

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No caso dos “buntus”, não faz diferença, se o Snapd vem instalado por padrão ou não.

Eu estava usando o Kubuntu Eoan Ermine (em desenvolvimento), um ano atrás, e o Snapd veio instalado, sim.

Em 13 Junho 2019, numa “atualização” corriqueira, o chromium.deb foi substituído pelo chromium.snap2:

Só percebi, porque costumo usar o Synaptic, e prestar atenção nos avisos que acontecem naquele mini-terminal:

:nauseated_face: :nauseated_face: :nauseated_face:

=> Installing the chromium snap
Configuring chromium-browser

Upgrade to the chromium snap

Starting with chromium 75, all new releases of chromium are only available to
Ubuntu users through the snap package.

This package update will transition your system over to the snap by installing
it.

It is recommended to close all open chromium windows before proceeding to the
upgrade.

==> Checking connectivity with the snap store
==> Installing the chromium snap

2019-06-13T14:45:18-03:00 INFO Waiting for restart…
Warning: /snap/bin was not found in your $PATH. If you’ve not restarted your
session since you installed snapd, try doing that. Please see
How to fix snap binaries not found - snapd - snapcraft.io for more details.

chromium 75.0.3770.80 from Canonical✓ installed
=> Snap installation complete
Unpacking chromium-browser (75.0.3770.80-0ubuntu1~snap2) over (74.0.3729.169-0ubuntu2) …
dpkg: warning: unable to delete old directory ‘/etc/chromium-browser/customizations’: Directory not empty
dpkg: warning: unable to delete old directory ‘/etc/chromium-browser’: Directory not empty
---- 2019-06-13 14:52:15 ----

:nauseated_face: :nauseated_face: :nauseated_face:

Como eu tinha várias distros em dualboot, apenas parei de usar o Kubuntu EE, e depois substituí pelo Fedora.

@frc_kde, bem isso!
Sendo que nessa transição podem ocorrer um monte de erros ou mudanças de comportamentos, sem que o usuário esteja ciente. Eu entendo perfeitamente a motivação disso, mas o jeito que está sendo feito é muito ruim.
Também concordo com o Dio em muitos pontos, na análise sobre esse tema que ele fez no final do vídeo da análise do Mint 20 Beta. O Mint também podia ter uma atitude um pouco mais “política” no meio disso tudo.

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Verdade! Até evitei de falar dos problemas que apareceram em seguida ─ Chromium sem acesso às minhas partições para salvar downloads ou carregar uploads, quebra da aparência do Chromium etc. ─ Na época, vi várias dicas para solucionar, e achei que estavam ao meu alcance, como usuário médio, mas não vi motivo para aceitar a paulada e “trabalhar” para me submeter aos desígnios da Canonical.

Fico imaginando o usuário iniciante, que só quer um sistema operacional para navegar, redigir trabalhos no LibreOffice, manter planilhas etc. ─ Provavelmente, usa mecanismos de atualização automática, e nem sei se chega a perceber o que acontece com elas. ─ Aí, o Chromium fica esquisito, e o cara se vê às voltas com um monte de dicas estranhas, misturadas com um debate que mal consegue entender. E isso, se tiver o hábito de googlar para tentar resolver problemas sozinho.

Não sei se entendi bem a motivação da Canonical para fazer isso. Mas a vida me ensinou a desconfiar. Me parece que o Chromium foi escolhido a dedo, para fazer os usuários de cobaias, numa tentativa que não tem nada a ver com as “justificativas” apresentadas. Na realidade, me parece uma tentativa intencional de empurrar o Snapd goela abaixo dos usuários. Não afeta a maioria dos usuários, que preferem o Firefox, de modo que as reações ficariam relativamente restritas. E é isso, que acho realmente ruim.

Não tenho nada contra o desenvolvimento de soluções “confinadas”, como Flatpak, AppImage, Snapd ─ embora este último seja o que menos me agrade, até agora. ─ Sei que isso é importante, veio para ficar, e deve continuar sendo desenvolvido.

Ainda não senti necessidade de nenhuma dessas 3 soluções. Nem o AUR me fez falta, até agora. Meu foco é o meu trabalho. Desde a década de 90, encerrei a fase de ficar experimentando “novidades” ─ exceto quando realmente preciso, e não por mera curiosidade. Se eu quiser ver “a última versão” de alguma coisa, simplesmente reinicio, carrego o Arch, o PCLinuxOS ou o Tumbleweed, ─ e até agora, não vi nada que me desestimule a usar outra versão “menos atual”, no dia seguinte, ao usar o Mageia, o Debian etc.

Quem sabe, amanhã, ou ano que vem, eu resolva instalar algum Flatpak, ou alguma coisa do AUR. Tudo é possível.

O que realmente me incomodou, foi essa estratégia safada da Canonical, para tentar me empurrar goela abaixo uma coisa que eu não queria.

Ainda não vi a análise do Dionatan sobre o Mint 20 Beta. Vou procurar. Mas se alguém puder postar o link, agradeço.

Quanto ao Mint ser mais “político”, tenho dúvidas. Acho até que já foi “diplomático” demais. Falou só o mínimo indispensável ─ para dar uma explicação aos seus usuários, e mostrar todas as alternativas (inclusive o Snapd, para quem quiser usá-lo conscientemente).

Minha opção foi pelo Chrome (e já recebi 2 ou 3 atualizações, em menos de 2 semanas). ─ Há uns 2 anos, o PCLinuxOS veio com o Chrome, e até hoje não vi motivos para tentar mudar isso. ─ Uso Gmail, GoogleEarth, GoogleDrive, Youtube e vários outros produtos do Google. A NSA e o Google já sabiam tudo sobre a minha vida.

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Vi o vídeo agora, em especial a parte sobre o Snapd a partir dos 16min 40seg.

Das críticas ao comportamento do Clem / Mint, só achei fundamento no que se refere ao uso dos servidores da Canonical. De fato, seria mais ético o Mint espelhar e hospedar em seus próprios servidores, para não ficar dando essa “despesa”.

E das críticas que Dionatan fez à Canonical, achei pouco :wink:

Em vários momentos, Dionatan erra feio, em ataques curtos e grossos ao comportamento do Clem ─ embora, sem seguida, sempre “amenize”, mas não de modo tão claro ou incisivo.

Nunca concordo quando alguém diz que o Mint “bloqueia o Snapd” ─ por mais que, em seguida, relativize. ─ O que o Mint bloqueia é o uso inadvertido do Snapd para instalar pacotes Snap2 sem que o usuário “comum” seja avisado com clareza.

Como diz o próprio Dionatan, não é questão do “quê” dizer ─ mas questão de “como dizer”. ─ Dizer com clareza, sem “causar” a impressão de dizer outra coisa, e só depois amenizar ou relativizar.

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Pois é, cara, esse seu relato é um ótimo exemplo dos problemas que isso causa.

A motivação, pelo o que a Canonical diz, é simples. O Chromium lança uma nova versão a cada 2 semanas, com alguns outros lançamentos pontuais para correção de erros graves. A Canonical mantém 3 versões do Ubuntu ao mesmo tempo (18.04, 19.10 e 20.04), além das diferentes arquiteturas. Isso faz com que a cada 2 semanas o time de compilação tenha que gerar uma grande quantidade de pacotes para suportar todas essas versões (de acordo com o Alan Pope, um porta-voz da Canonical, a quantidade de pacotes chega a quase 18), o que demanda tempo e dinheiro, pois muitas vezes é preciso um esforço manual para ajeitar algumas coisas, aplicar patches (modificações) da própria Canonical, e fazer os testes. Com o Snap, é preciso fazer isso apenas uma vez para cada lançamento, e esse único snap será usado em todas as versões do sistema.

Sobre o Mint, o que eu quis dizer é que eles não foram muito políticos, e se pronunciaram de forma um pouco exagerada. Nesse ponto eu concordo um pouco, principalmente por não terem sugerido e nem tentado uma outra solução para a distribuição do Chromium. Podiam incentivar a criação de um flatpak, por exemplo, como o Firefox fez, o que seria muito legal! Ou eles mesmos compilarem os pacotes.

Pior que não, eu estou usando o Mint 20 Beta desde que lançaram o Beta e confirmo que eles realmente bloquearam o uso dos Snaps. Eu também era defensor dessa tese, mas eles não fizeram o que disseram que iam fazer no post do blog do Mint, e isso eu achei um pouco estranho. É fácil de reverter, bastando deletar um arquivo, mas ainda assim fica estranho. Ao tentar instalar o pacote snapd aparece o erro exibido na imagem abaixo:
Captura de tela de 2020-06-24 15-17-42

O que me incomada no Chromium snap é que ele não se integra direito com o sistema, ficam faltando funcionalidades. Entendo o motivo da Canonical em tornar ele um snap, mas acho que seria melhor esperar até que esses problemas fossem resolvidos, melhor do que entregar um software problemático ao usuário final forçando o uso dos snaps. Quer substituir pelo snap, substitua, mas entregue uma experiência igual ou melhor que a anterior.

O Linux Mint não gostei do fato do de bloquerem a instalação do snapd, isso me fez querer me afastar da distro. Concordo que já que não querem a versão snap do Chromium podiam fazer o seu prório empacotamento como o Pop Os fez, ou criar um flatpak, já que é o formato que apoiam.

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Esse tem sido o grande “argumento” da Canonical, que a meu ver é na verdade apenas um “álibi”, ou pretexto. ─ Isto se aplicaria muito bem ao Firefox, por exemplo… a menos que haja alguma diferença entre os 2 casos (Chromium, Firefox) que eu não tenha observado. ─ Se não me engano, os repositórios da Canonical mantêm +/- 65 mil pacotes, e é difícil acreditar que o Chromium, sozinho, seja o vilão que deixa exausta a equipe e em frangalhos o orçamento. Fazer apenas 2 ou 1 versão intermediária entre as edições LTS (a cada 8 ou 12 meses, em vez de a cada 6 meses) seria mil vezes mais econômico e menos exaustivo. Qual a necessidade de lançar uma edição a cada 6 meses, com prazo de validade curtíssimo? Deus e a praça já sabem que a Canonical deixou de ter qualquer interesse no usuário “desktop”, a menos que como cobaia, quem sabe.

Só lembrando com que volubilidade a Canonical tem dado guinadas, a torto e a direito, depois recua e abandona tudo:

  1. Largou o Gnome para desenvolver o Unity
  2. Conflito com o Banshee, por dinheiro
  3. Conflito com Linux Mint sobre taxas de licença
  4. Conflito com o criador do Kubuntu, que felizmente foi abrigado pela fundação KDE e criou o KDE Neon ─ também dando “despesa” aos servidores da Canonical, vale lembrar… mas com a KDE e.V., a Canonical não quer briga, acho eu
  5. Criação do Upstart
  6. Desenvolvimento do Mir
  7. Convergência
  8. Abandono do Unity, do Upstart, do Mir, da convergência… Não duvido nada que um dia abandone o Snapd.
  9. Decisão de parar de jogar dinheiro fora, para tentar tornar a Canonical financeiramente equilibrada ─ o que resume vários desses recuos mais recentes

O próprio Mint mostra como instalar o Snapd(*), de um modo que até um iniciante consegue entender e fazer ─ após listar várias alternativas de instalação do Chromium ou do Chrome, com avisos claros sobre as implicações de cada alternativa. Isso desmonta a “necessidade” (artificialmente criada pela Canonical) de alguém se sentir “obrigado” a instalar o Snapd só por causa do Chromium. ─ Portanto, o que o Mint “bloqueou”, foi a instalação sub-reptícia do Snapd, no meio de uma atualização qualquer, sabe-se lá de qual pacote a Canonical resolva trocar por snap2. Mas ele mesmo ensina como liberar a instalação do Snapd, para quem quiser fazer isso, de modo intencional e consciente.

(*) Essa página com alternativas ao Chromium não existia no dia 12, ou não estava linkada no pacote .deb vazio. No dia 12, o link era para o Projeto Chromium. Depois, o pacote .deb foi “atualizado”, com o link dessa página de opções. Eu só vi +/- no dia 19. Pode evoluir até o dia do lançamento, e continuar sendo atualizada depois, se surgirem novas dicas.

O Mint poderia oferecer um modo mais simples ainda? Por meio de um clique aqui ou ali? Talvez. O próprio Dionatan mostrou que tornar isso mais “simples”, não seria nada fácil para a equipe do Mint (mas deixou no ar uma vaga insinuação de “preguiça”, sei lá… Não gosto dessas coisas ditas ou insinuadas de um modo negativo, e depois amenizadas de modo pouco claro. Se aquilo “não é bem assim”, então não se diga assim. Diga-se de modo correto, desde o início). Enfim, não foi o Mint que criou um problema. Por que cobrar, dele, que o resolva?

Quando isso aconteceu comigo, em Junho 2019 (Kubuntu Eoan Ermine, development branch), vi várias dicas para solucionar isso, e me pareceram simples, mas não posso garantir, pois nem testei. Eliminei o Kubuntu.

He he… Esta celeuma foi o que me fez voltar ao Mint. No meu antigo PC, eu ainda estava no Mint 18 KDE. Estava demorando a instalar no novo hardware, mas quando vi o parquinho pegar fogo, tratei de instalar o Mint 20 Beta. Não posso deixar de acompanhar os desdobramentos. Usei o Mint 20 sem parar, do dia 12 até ontem. Hoje, tirei um tempo para atualizar as outras distros, que já estavam se sentindo abandonadas.

Aproveitei para ler o artigo citado no vídeo do Dionatan:

(…) o motivo para isto é que alguns pacotes estão vazios, e supostamente mascarados para forçar a instalação do snap sem uma indicação clara, um caso que pode ser utilizado como exemplo é o Chromium.

A Canonical está aberta para o diálogo com a equipe do Linux Mint, porém, até o momento não houve nenhuma novidade neste caso. Alan Pope, um dos responsáveis pelo time do Snapcraft, explicou que a razão pelo qual o Chromium e alguns outros pacotes são distribuídos através de snap, é pela facilidade de manter apenas um pacote para todas as versões disponíveis do Ubuntu.

Felizmente, é simples de reverter esta situação deletando um simples arquivo que bloqueia o snapd de ser instalado.

supostamente mascarados para forçar a instalação do Snapd sem uma indicação claro” ─ Nada de “supostamente”. A meu ver, é exatamente isso.

A Canonical está aberta para o diálogo” ─ É cilada, Bino! Eu diria que está chamando o Mint para se envolver num bate-boca que não levaria a nada de útil, para o Mint.

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Idem !! E olha que nunca fui fã da interface do Mint justamente por se parecer com o Windows… mas depois que jogaram a bosta no ventilador e o cheiro subiu… as coisas ficaram bem mais claras, e independente do modo que o Clem se expressou, o fato é o único que teve peito pra falar umas verdades pra Cannonical

Não é pq o Mint “suga” (nas palavras de alguns) os reposítórios da Cannonical, que eles tem que abaixar a cabeça e aceitar td o que eles fazem como um cachorro em troca de um prato de comida…

A Cannonical só chegou onde está hj devido ao apoio e colaboração dos usuários e etc… então liberar os repositórios p/ todos com apps que nem foram desenvolvidos por eles é mais do que obrigação. Sem os usuários e desenvolvedores eles não seriam nada !! Custos com servidores de hospedagem e etc ?? É pra isso que existe o suporte corporativo…

O que eu sei é que depois dessa treta toda, comecei a sugerir em massa o Mint p/ clientes, e os que já utilizavam o sistema estão super satisfeitos… sem esse trojan chamado “Snapd”

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Três perguntas de alguém que chegou no mundo Linux a 1 mês. Quem puder me ajudar a entender, série bastante grato:

  1. O empacotamento serve pra você instalar um programa em um único pacote (algo como .exe) que sirva em qualquer distribuição, é isso?

  2. Pelo que percebi nesse um mês de Linux, os empacotamentos principais são .deb e .rpm. Não seria mais fácil haver um repositório com esses 2 pacotes dos programas, uma vez que eles são os melhores para seus sistemas?

  3. Qual a diferença entre flatpak e snaps? Dizem que o Flatpak é melhor. Porquê? E não seria melhor para a Canonical simplesmente incorporar e apoiar o Flatpak? Pra que toda essa dor de cabeça?