Migrei do MX Linux para o openSUSE Tumbleweed, eis as minhas impressões sobre essas duas distros

Eu usava Kubuntu 20.04, mas as recentes mudanças do *ubuntu não me agradaram. São problemas fáceis de resolver, mas preferi aproveitar a oportunidade para testar outras distribuições, sempre usando o KDE Plasma como ambiente gráfico.

Minha primeira escolha foi o MX Linux (distro baseada no Debian), era parecido com o *ubuntu (eu poderia basicamente usufruir de qualquer .deb disponibilizado na internet). Usei essa distribuição durante 1 mês e meio, e meu amigo, a customização do KDE tem o visual tão questionável quanto o visual do site da distro, se você acha o KDE Plasma bagunçado, espere pra ver a versão desta distro, especialmente com o menu do Dolphin ultra-carregado de opções que mais atrapalhava do que ajudava. Mas preciso dizer que as MX Tools são muito boas, mas a equipe de desenvolvimento também não fez um grande trabalho no visual dessas ferramentas. Em resumo, a distro pode ser tecnicamente muito boa, mas se você procura uma distro bonita, passe longe do MX Linux.

Tomei coragem e decidi testar uma distribuição rolling release; não me importo em ter versão mais nova ou antiga do KDE Plasma, mas certos softwares que uso se tornam obsoletos rapidamente mesmo na recém-lançada versão do *ubuntu, sem contar que os repositórios do *ubuntu e Debian não são muito completos, o que me briga a ficar adicionando repositórios. A única coisa que eu queria é que a distribuição fosse a mais estável possível para uma rolling release e as distros desta catergoria que as pessoas mais consideravam com estáveis eram Solus e openSUSE Tumbleweed.

  • Descartei o Solus porque o repositório dessa distribuição é famoso por ser pobre, sem contar que, por ser uma distribuição feita do zero, não tem tanto suporte a softwares de nicho que só são disponibilizados em .deb ou .rpm, um bom exemplo é o Warsaw. Pra tudo tem solução, mas não quero dor decabeça.

  • Uma distribuição pouco famosa que as pessoas normalmente não citam, mas que usei por muito tempo no passado, é o PCLinuxOS. Discartei essa distribuição porque ela não vem com suporte a SystemD (o MX Linux também não vem com SystemD ativado por padrão, mas você pode usar as MX Tools para selecionar o kernel com suporte a essa tecnologia. É como eu disse, o MX Linux é tecnicamente bom), e já vi que há softwares que não funcionam sem SystemD, o Warsaw é um bom exemplo.

E por fim, testei o openSUSE Tumbleweed que é a distribuição que estou usando até o momento que publiquei este tópico. De início tive receio de testar porque o Dio teve uma experiência ruim com esta distro, mas felizmente não tive nenhum dos problemas. A distro é estável até o momento (se bem que nem tenho um mês de uso ainda…), os repositórios são bem completos e o KDE Plasma tem visual agradável. O negócio é me acostumar com as atualizações constantes, mas é algo que minha internet de 4MB dá conta tranquilamente e a instalação pelo Zypper é rápida e tranquila.

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Tenho várias distros instaladas (dualboot) – incluindo MX Linux e openSUSE Tumbleweed – todas com KDE Plasma.

Gosto do MX Linux. É uma das distros que melhor me atendem, considerando que preciso de poucos pacotes. Não vejo qualquer diferença quanto à beleza ou feiura. Uso as mesmas configurações em todas as distros, e o aspecto do MX Linux 21 é absolutamente o mesmo do openSUSE Tumbleweed e das demais distros que tenho aqui – exceto por detalhes das versões do KDE, que está sempre evoluindo. – De fato, o MX Linux mantém uma versão levemente “menos recente”.

Também gosto do openSUSE Tumbleweed. – Há poucos anos, era uma das distros que melhor me atendiam; mas ultimamente apresentou 1 ou 2 pequenos problemas (por exemplo, o Foliate parou de funcionar) – e a facilidade de reiniciar / escolher outra distro me deixa um pouco preguiçoso: “Depois eu resolvo isso”.

Essas “oscilações” acontecem o tempo todo. O Fedora já foi uma das distros que melhor me atendiam, mas depois passou a apresentar 1 ou 2 problemas, para o meu “caso de uso”. – O Debian testing e o Void também passaram por alguns pequenos problemas no Restart, que não atrapalhavam em nada o uso no dia-a-dia, e se resolveram após algumas semanas.

Já faz alguns meses que estou usando o Arch quase o tempo todo. No momento, é a distro que uso “sem perceber”. Fica fora do meu caminho. Nunca me dá problemas. – Se me perguntarem qual distro é mais “estável” (no sentido de “sólida”), para mim é o Arch.

Mas tudo isso é extremamente pessoal – depende do gosto visual de cada um, do hardware de cada um, e de quantos e quais pacotes específicos cada um precisa. – Eu uso principalmente Chromium / Chrome, WhatsChrome, Gimp, GoogleEarth, LibreOffice, Xsane, Foliate e 2 ou 3 dúzias de pacotes comuns do próprio KDE. – Não jogo, nem qualquer driver fora do básico padrão elementar. – Afora isso, 99% dos meus pacotes vêm dos repositórios oficiais das próprias distros. Uso muito pouco os repositórios Packman Essentials (openSUSE), RPM Fusion (Fedora), AUR (Arch, Manjaro), por exemplo; só 1 ou 2 do Google (Earth, Chrome); 1 ou 2 pacotes cuja origem não procurei saber (Github?), instalados por comandos pip ou npm; e nenhum AppImage, Flatpak ou Snap2.

É um caso muito particular – pois parece que a maioria precisa de 1.000 vezes mais coisas! – mas fica 99% dentro do que cada distro se propõe e garante (mesmo sem oferecer “garantias” formais).

Eu só chamaria sua atenção para 1 coisa, no caso específico do openSUSE – e que não classifico como um “problema”, pois não interfere no “uso”: – Há 5 anos, o download das atualizações fica sempre abaixo dos limites da minha conexão. É uma coisa que vários colegas também já reportaram em outros tópicos – embora neste tópico (link acima) a tônica seja de “sempre foi rápido” (sem dados concretos).

No último Domingo (dia em que faço as atualizações), o pacman baixou 917 MiB em 51 segundos, à taxa média de 17,9 MiB/s – sendo que minha conexão (200 “megas”) = 26,1 MiB/s.

Já o zypper demorou quase 45 minutos para baixar 3,16 GiB – com poucos momentos de 4 a 5 MiB/s.

Além dessa velocidade limitada, o número de pacotes também é brutal – pois o padrão do openSUSE é instalar “tudo” – não só todas as dependências, como todos os pacotes “recomendados” ou "sugeridos!

Isso é bom, porque você instala o openSUSE, e ele já vem com todas as funcionalidades possíveis e imagináveis – enquanto o Arch, é você que “constrói”, e pode instalar só aquilo que você realmente quiser. – Claro, você pode instalar um openSUSE “enxuto”, mas isso pode ser trabalhoso.

Opa, valeu pelo mega post.


Pode ser que os repositórios do openSUSE tenham um limite de upload (propositalmente ou por não haver servidores no Brasil, não sei, não pesquisei), no caso eu não senti porque a velocidade da minha internet (4MiB) está dentro do limite deles.


Também reparei que as atualizações do openSUSE Tumbleweed são grandinhas, especialmente nesses últimos dias que teve uma atualização no GCC12, o que causou a necessidade de uma atualização grande. De qualquer forma, será que essa decisão de (re)instalar tudo contribui para a estabilidade da distro?

Opensuse é uma distribuição excelente, usei o TW por um bom tempo, mas com uma instalação longe de ser a padrão (no caso, Pattern).
Sempre achei meio farto de programas, aderentes, etc e pra usar rolling acabam ficando updates massivos demais. Também não usava o YaST, na verdade uma das primeiras coisas que fiz foi desinstalar o pattern dele por inteiro.
Na minha instalação foi ambiente genérico que é o icewm e depois mandei, salvo engano, “sudo zypper in -t pattern kde_plasma”. Após isso você tem um KDE enxuto como o “kde-plasma-desktop” do Debian.
Acabei migrando para o Arch pois a velocidade de download é irritantemente lenta, mesmo mudando para mirror local (sem falar no packman que conseguia ser ainda mais lento, a ponto de eu mudar pro vlc flatpak).
Se não quiser pacotes mais instalação e atualização de pacotes recomendados edita aqui: /etc/zypp/zypper.conf depois solver.onlyRequires=true
Essa é uma mudança mais avançada, recomendo só fazer quando tiver mais familiaridade com o zypper.

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Não penso que a causa seja um “limite” (fixo) de velocidade dos repositórios do openSUSE. – A “limitação” que percebo, é como se fosse “móvel”, proporcional à conexão do usuário.

Quando eu tinha conexão de 10 “megas” (1,3 MiB/s) a velocidade raramente passava de 1 terço do meu limite, ou seja, 430 KiB/s – e na maioria dos pacotes, a velocidade ficava muito abaixo disso.

Um exemplo:

Desde o momento exato em que mudei minha conexão para 200 “megas” (26,1 MiB/s), o download raramente passou de 4 ou 5 MiB/s – e na maioria dos pacotes, fica bem abaixo disso.

Fiz algumas experiências – por exemplo, utilizar diretamente um repositório do Brasil – mas acabei concluindo que é melhor apontar para o repositório oficial e deixar o MirrorBrain escolher automaticamente o melhor espelho de cada momento, e me redirecionar.

Registrei essa experiência aqui. – As velocidades de download das outras distros ficaram registradas aqui.

Essa mega-atualização do último final de semana foi excepcional, mesmo. Acho que foi umas 3 vezes maior que a média.

Acho que a “solidez” do Tumbleweed tem tudo a ver com essa atualização “quase completa”, ou pelo menos, bastante ampla. – Não se trata de uma atualização de pacotes, como no comando zypper up (=update), usado no dia-a-dia no Leap – mas de uma atualização da distro inteira, pelo comando zypper dup (=distro upgrade), que no Leap só é usado ao fazer upgrade de uma versão para outra.

Além disso, openSUSE testa tudo – não por voluntários humanos, mas pelo openQA, um sistema de super-máquinas – antes de liberar esses upgrades.

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Vale destacar que o MX Linux foi batizado por seus próprios desenvolvedores de Patito Feo na edição 19.

Site feio por site feio, o do Linux Mint só saiu de visual tosco faz pouco tempo, os de Lubuntu e Xubuntu são bem fraquinhos, e o do Debian, além de datado, é confuso, labiríntico…

De todo modo, mais até do que uma reforma visual, o site do MX Linux precisa de revisão, já que apresenta muita informação desatualizada, inclusive nas sessões com instruções de instalação e uso.

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é o Dio é muito exagerado em suas análises. ngm é perfeito. rsrs

Como disse, para mim, o MX Linux é tão “feio” quanto qualquer outra distro, já que uso o mesmo tema etc. em todos – só mudo o papel de parede.

Atualizar as instruções de instalação e uso é fundamental, no site de uma distro. – Questão de “beleza”, eu nem noto. – No máximo, sites não-responsivos me incomodam um pouco, mas sempre dou um jeito por aqui.

De fato, o site do Debian é um labirinto. O do Mint, embora demodé, era muito simples e fácil de navegar.

Em qualquer caso, vou logo no Google, delimito “último ano”, ou “último mês”, ou “última semana” etc. Em geral, o Google apresenta vários fóruns e comunidades, e postagens recentes de alguns blogs ou sites, o que resolve tudo na maioria das vezes. – No caso do MX Linux, o melhor é entrar no tópico de discussão que sempre criam para obter retorno sobre cada novo lançamento. Os desenvolvedores participam ativamente, corrigem problemas, ou dão as dicas que o usuário precisa. Nesse ponto, é um dos melhores fóruns de distro.

Mas compreendo as dificuldades de manutenção de sites. Cheguei a fazer uns 2 sites “dinâmicos”, e desisti, pois precisa virar especialista em várias coisas… ou ter uma equipe só para lidar com a parte “técnica” – se quiser dedicar a atenção que o conteúdo exige. – E “migrar” de uma “tecnologia” para outra é outra coisa que exige muito trabalho, atenção etc.

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Como se trata de um site “comercial”, atenção com o visual é necessária. Não precisa ser algo do outro mundo ou padrãozão (i.e. landing page minimalista como 99% dos sites de hoje em dia), mas não pode ser “feio”.

Meu ponto é que um site de um projeto desses precisa de um mínimo de atenção visual, não necessariamente para “acrescentar”, mas para não “desacrescentar”. O usuário acessa o site e vê um site com um visual “feio”, vai achar que a distribuição é uma refisefuqui feita em um final de semana, o que definitivamente não é verdade no caso do MX Linux.

Se olharmos os sites das 3 distribuições citadas: MX Linux, Linux Mint e Debian, podemos tranquilamente classificar os sites nesta ordem decrescente: site do Linux Mint > site do Debian > site do MX Linux. Gosto é relativo, mas subjetividade tem limite…
Se você, leitor(a), estiver vendo esta mensagem muito tempo depois dela ter sido postada, sugiro que você use o WayBack Machine para saber como era o visual desses sites na época.

Eu também não ligo para visual, até mesmo meu site pessoal tem um visual “retrô” (não seria eu se o site fosse feito com um visual moderninho), mas se eu fosse fazer o site de um projeto ou empresa, minha mentalidade seria outra. Nós podemos não ligar para o visual, mas muitas outras pessoas podem ter uma má primeira impressão por conta do visual de gosto duvidoso do site.


Não é mais feio porque não tem muito no que mexer, mas o trabalho que eles fizeram no menu de contexto do KDE Dolphin foi horrível, deixou muito poluído, com demasiadas opções.


Sei exatamente como é, o desenvolvimento front-end está muito complexo mesmo, um absurdo, CSS e JavaScript puros não são mais o suficiente; às vezes sinto saudades do tempo em que o design dos sites era feito com tabelas :sweat_smile:. Meu foco de estudo é no back-end com Java, só estou estudando Angular porque muitas vagas exigem do desenvolvedor Java conhecimento neste framework.

Dei uma olhada agora – pois há muito tempo não entrava nesses sites – e o único que parece ter “migrado” de alto a baixo é o do Mint… que era o mais simples, e deve ter dado pouco trabalho.

O do Debian continua o mesmo labirinto – só mudou a página inicial (ou talvez mais uma coisinha aqui ou ali).

Mas isso já foge ao tema do tópico, daqui a pouco um moderador vai dividir a parte sobre “sites de distros”… ou agregar a um tópico já existente sobre elas.

Sou suspeito para falar sobre isso, pois lido bem com a edição do Menu de Contexto:

Isso, porque a primeira coisa que tento fazer é instalar kim4 + imagemagick, para converter imagens (p.ex., de PNG > JPG), e em seguida preciso desabilitar dúzias de entradas que não me interessam.

Também costumo habilitar “Delete”, pois é chato mandar um filme pra Lixeira, receber um aviso de que é grande demais etc. – Melhor pular logo essa burocracia:

Mas veja que isso não é um bom exemplo de beleza ou feiura de uma distro. Você teria outro exemplo de feiura do MX Linux?

:rofl:

EDIT - Menu de Contexto, especificamente no Tumbleweed e no MX Linux:

Não parece muito diferente – a menos que você se refira a algum tipo específico de arquivos – mas isso pode ser desabilitado, item por item:

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