Mais uma guerra: Youtube vs Adblockers

Boicotar totalmente a plataforma é o único meio que o indivíduo pode protestar ou usar como tática de enfrentamento dentro do considerado correto, ou seja, operando dentro das leis e respeitando os termos de uso da plataforma. O protesto mais forte é quando a sociedade, organizada por meio de seus representantes, cria leis específicas para que os termos de uso não sejam abusivos. Um bom exemplo foi a União Europeia que conseguiu chegar a um acordo para as plataformas a mudarem, e um mau exemplo foi o Brasil que debateu um projeto de lei durante anos para ser engavetado por pressão das plataformas dias antes da votação.

Mas veja! Tenhamos prudência. Nunca vi nada tão democrático no Brasil quanto o YouTube. Acho que o pensamento é o oposto. Se é algo bom, por que não apoiar? Além disso, é uma fonte de renda para muitos produtores de conteúdo que, se fossem regidos pela batuta da mídia tradicional, não chegariam onde chegaram.

A sociedade vai se unir com que objetivo? Para abolir os anúncios, que são a coluna que sustenta o YouTube? No entanto, o que vejo é que a sociedade já se uniu e fez a transição da TV tradicional para a pluralidade do conteúdo.

Sinceramente, não entendo essa linha de pensamento.

Esse preço de R$25,00 pelo Youtube Premium é alto, pelo o que ele oferece.
O preço justo seria R$15.00 no máximo.

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Aí também não… Aceito que uma pessoa facilmente poder colocar seu vídeo público ser democrático, mas a plataforma não é nada democrática. Seria democrática se os usuários pudessem escolher quem tem decisão sobre os termos de uso, algoritmo, mais ads ou o preço do premium. Ou seja, uma empresa privada não é e nem nunca vai ser democrática.

Minha linha de pensamento não é sobre comparar a TV com o Youtube, mas sim que o YouTube é tão bom que não tem concorrentes. Isso dá a ele um grande poder. Há também interesses coletivos de uma sociedade. Ambos não vão estar alinhados em todos os pontos, gerando atritos, negociações e concessões. Não dá pra deixar para os indivíduos esse peso de defender os interesses coletivos, porque a maioria de nós nem entende como isso vai afetar nossa própria vida. É a sociedade organizada que vai defender os interesses coletivos de seus integrantes, no Brasil com o modelo de Três Poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário).

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Nessa eu discordo mas por outro “ângulo”: você pode individualmente boicotar uso do Youtube também usando um front-end (também conhecido como “instâncias”, geralmente são Invidious e Piped ou baseados nesses) que remove elementos indesejados que a plataforma original traz, e tudo aparentemente dentro da legalidade. :man_shrugging:

Por isso eu citei nesse post (já várias vezes :laughing:) apps que são clientes para o Youtube e que fazem isso. Atualmente para desktop estou usando o FreeTube e também o Moosync, e este último inclusive é um front-end alternativo para o Spotify. E tem muito mais alternativas se for procurar, aliás no próprio Flathub.

Fora o Newpipe, para Android dá para citar mais algumas:

Todas disponíveis na F-Droid. :wink:

O ideal seria, claro, que todos migrassem para plataformas mais livres e tals, mas não vai rolar :face_exhaling: e essas soluções são um alento para quem está cansado das intromissões dessas plataformas.

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Esse nível de democracia que você idealiza em uma empresa privada nunca irá acontecer.

Acredito que o que ele faz referencia ao serviço democrático, diz respeito a você pode usufruir das principais funções sem a necessidade de desembolsar nenhum real (não estou incluindo a coleta de dados), e caso queria mais recursos e comodidade, terá que pagar por elas, ou seja, você não é obrigado a pagar para poder usar, não é imposto isso a você.

A questão da liberdade em usufruir não é absoluta.

É importante ressaltar que o usuário, ao criar a conta Google e abrir o YouTube, concorda com todos os termos de uso do serviço, que pertence a uma empresa privada. E, diante disso (Permitir anúncios nos vídeos que você assiste - Ajuda do YouTube):

Os anúncios no YouTube são uma forma de apoiar os criadores que você adora e permitem que bilhões de pessoas no mundo todo usem o serviço de streaming. Ao bloquear anúncios do YouTube, você viola os Termos de Serviço da plataforma. Se você usa bloqueadores de anúncios, vamos pedir permissão para veicular anúncios no YouTube ou que você assine o YouTube Premium. Se você continuar usando bloqueadores de anúncios, poderemos bloquear a reprodução de vídeos. Para evitar a interrupção, permita anúncios no YouTube ou assine o YouTube Premium.

Tecnicamente, usar adblock é uma violação dos termos de uso do site. Ou seja, o usuário não tem o direito de usar adblock para assistir aos vídeos. O YouTube, por outro lado, tem o direito de impedir que qualquer usuário usando adblock possa acessar o conteúdo.

Hipoteticamente falando, o YouTube poderia até mesmo encerrar as contas de quem foi pego usando adblock, se assim desejasse. Mas é claro que, na prática, medidas extremas assim jamais aconteceriam, dado o impacto extremamente negativo que causariam. :wink:

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Por tudo que li aqui, a verdade é que o que as pessoas querem é consumir um conteúdo de forma profissional, mas gastar R$ 0,00 com isso. Galera, isso não existe.

Por exemplo, qual a nossa capacidade de precificar o YouTube? Tem gente falando sobre preço justo, mas como chegar nesse valor sem dados? O YouTube tem o valor que tem por uma série de fatores, fora que hoje praticamente tudo que precisamos, de qualquer área, de qualquer tipo, profissional ou amador, a gente acha lá, e a empresa sabe disso.

Qual mídia do mundo nos dá entretenimento, informação, tira dúvidas, tutoriais, e mais uma série de categorias, todas num lugar só por R$ 25,00?

Eu não ganho nada apoiando o YouTube, mas seguir a linha de “querer todos os direitos” e “abdicar de todos os deveres” é utopia.

E sem guerra, pessoal, eu citei exemplos aqui mais para exemplificar meu raciocínio, não pra apontar dedo pra ninguém :wink:

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Pedro Creator é motorista de ônibus. A empresa de transportes, YouBus, gasta determinado valor para manter a rota (combustível, pneus, impostos, etc.). Alguns passageiros descobriram uma falha na roleta que permite passar sem pagar o valor da passagem. A empresa quer minimizar o prejuízo e, por isso, deduz o valor faltante do salário de Pedro. Contudo, mais da metade dos passageiros passaram a usar a falha… Pedro ficou sem ânimo ou condições de se sustentar e precisou procurar outro emprego.

Por outro lado, a YouBus (que está sempre procurando novos motoristas e comprando roletas mais seguras) pode também não estar oferecendo ônibus confortáveis e em boas condições de uso! Será que por isso alguns passageiros não estão dispostos a pagar a passagem? Mas qual será a forma correta de lidar com isso? Difícil dizer… Não é um problema simples.

Enfim… Por mais que atitudes da Google e do YouTube possam ser questionadas, acho sempre importante manter em mente que quem realmente sofre com os efeitos do Adblock são os criadores de conteúdo, principalmente os menores. Quem está nesse ramo - ou então quem administra um site qualquer que precise da renda dos anúncios - conhece bem a extensão dos impactos.

Pessoalmente, eu não me sentiria bem usando Adblock e não sinto incômodo com os anúncios, mas cada pessoa vai interpretar isso de uma forma diferente. A questão é que as pessoas devem tomar essa decisão considerando todos os lados e estando bem cientes das consequências. :wink:

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:wave:t2:

Tópico interessante. Fazia tempo que eu não me pegava lendo desde o início a opinião das pessoas.

Eu não tenho coragem de usar ADBlockers. Entrei no mundo dos investimentos, porque quando eu estava desempregado, procurando empregos e estudando, o Youtube me mostrou, por um anúncio da Empiricus, a proposta de liberdade financeira (caminho muito difícil e demorado mas que persistindo podemos conquistar essa liberdade).

Na Google, Youtube, tem umas opções que eu ativo de anúncios personalizados e conforme vamos assistindo o que gostamos, fechando e denunciando o que não gostamos, com o tempo 90% só vem anúncios agradáveis porque o sistema vai aprendendo o que gostamos.

O anúncio é um meio de descobrimos coisas novas, no Brasil e no mundo. Se não fosse os anúncios eu poderia não ter conhecido a Empiricus e outras formas de educação financeira.

Quantas coisas legais conhecemos com anúncios nas TVs Abertas e Rádios na época que nem internet tinha…

Hoje uso 2 tipos de serviços de stream, Formula 1 TV Premium (assisto as corridas e muito mais em inglês para continuar mantendo meu inglês updated) e Youtube Premium (tanto vídeos no YT, quanto músicas com YTMusic, eles são sensacionais para mim). Mas sinceramente eu sinto falta de anúncios inteligentes igual o da Empiricus. Poderia existir um meio de anúncios como um feed no modo Premium mas que nós decidimos quando assistir. Quem sabe daqui uns 10 anos eu conquiste a minha liberdade financeira, todos nós podemos!

Concluindo meu pensamento, apesar de não usar, acredito que ADBlockers são interessantes para sites que não conhecemos, a fim de evitar anúncios perigosos. Mas em sites de confiança como, Youtube, Diolinux, etc, deixar os anúncios fluírem é uma forma de colaborar e dar suporte a coisas que gostamos e que queremos que continue a existir, melhorar e evoluir.

:vulcan_salute:t2:

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Pelo amor de Deus, tão democrático ao ponto de qualquer um decidir não assistir. Acho que o problema está na decisão, pois existem muitos mais fatores pró do que contras. Sinceramente. Quem não gosta não é forçado a digitar um url ou instalar um app.

Quem dissse que Democracia não tem regras e não tem preço?

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Concordo. Aqui em casa todos, meninos, mulher e eu só na TV. Que substituiu a televisão.

Na tv tem um problema, dá preguiça de curtir o vídeo, então só assisto mesmo. Quando o vídeo é muito bom eu entro pelo celular e faço um comentário.

O problema não é haver anúncios.
O problema é haver um sistema abusivo de anúncios.

Podemos ter música e filmes de graça. Pagamos para ter porque os serviços são OK. Há serviços pelos quais pagamos e que vêm com propagandas, inclusive. Mas, como não é algo tormentoso, relevamos.

O sistema de anúncios e comerciais do YouTube é uma porcaria, altamente irritante. E o YouTube e o Google têm condições de fazer algo diferente, e bem melhor.

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Aqui a soluçãoEsse script resolve

O problema é que quem usa adblock geralmente apenas “liga e pronto”, sem se preocupar em realizar qualquer tipo de filtragem. É raro encontrar alguém que habilite os anúncios nos sites que frequenta e gosta (em parte porque muitas pessoas sequer sabem do estrago que o adblock provoca, em outra parte porque não ligam).

Sinceramente, seria menos ruim se o Adblock fosse “opt-in”, e não “opt-out”. Ou seja, se funcionasse por meio da adição de sites específicos para bloquear anúncios. Afinal, é comum uma pessoa acessar esporadicamente dezenas de sites de conteúdo diferentes por dia, e todos eles ficam sem receber um centavo, enquanto têm gastos relacionados à infraestrutura para pagar por aquele acesso.

Há um tempo atrás, por exemplo, o site Guru3D, que é muito importante tanto pelos excelentes reviews quanto pelos softwares desenvolvidos e disponibilizados gratuitamente - como o Display Driver Uninstaller (DDU) -, publicou um artigo descrevendo a situação desesperadora que o adblock tem causado, com mais de 50% dos usuários usando-o: The Devastating Effect of Ad-Blockers for Guru3D.com

O Clube do Hardware, por sua vez, passa pela mesma situação e, por conta das dificuldades financeiras provocadas pelo adblock, precisou encerrar a seção de testes de hardware, a mais tradicional do Brasil. Recentemente, a seção de notícias também precisou ser cortada. Nenhum conteúdo novo será publicado nessas seções: Os efeitos do “adblock” no Clube do Hardware - Redes - Clube do Hardware

Ou seja, nesses dois exemplos estamos falando de sites de conteúdo extremamente relevantes, que ajudaram milhões de pessoas ao longo de muitos anos com suas publicações. Ao mesmo tempo, não apresentam anúncios irritantes e são extremamente receptivos a qualquer crítica ou reclamação de usuários caso encontrem algum anúncio considerado desagradável. Mas nada disso adianta, o adblock “corre solto”.

“Devagar porém de forma constante os efeitos dos adblocks estão nos estrangulando e matando” - Hilbert Hagedoorn, dono do Guru3D.

Eu poderia citar ainda diversos casos de variados sites, como o ARSTechnica (Why Ad Blocking is devastating to the sites you love - Ars Technica), o Destructoid (https://www.destructoid.com/half-of-destructoid-s-readers-block-our-ads-now-what--247904.phtml) e o Independent (Here's why you should delete AdBlock right now | The Independent | The Independent).

Em sites como o Clube do Hardware, a infraestrutura (servidores e rede) custa dezenas de milhares de Reais todos os meses para ser mantida. Os testes, por sua vez, dependem do pagamento do salário de profissionais dedicados, pois são muito trabalhosos e demandam muito tempo. As notícias também dependem de profissionais específicos. E os softwares, como o DDU, que prestam enorme serviço à comunidade, também custam fortunas para serem mantidos, tanto para contratar programadores quanto para pagar os servidores de hospedagem.

O Clube do Hardware, o Guru3D, o Diolinux e muitos outros sites promovem a educação inclusiva e abrangente, com conteúdo profissional, e não cobram nada em troca. Pessoalmente, acho que deixar uma “gorjeta” na forma de tolerar alguns anúncios é o mínimo a ser feito como forma de agradecimento. Conteúdo de elevada qualidade tem custo, e ele é muito alto.

Penso que é necessário se preocupar com o futuro desses sites. E é certo que muitos deles vão fechar as portas se a situação continuar como está.

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Concordo. Direito no sentido de eu ser livre para fazer o que eu quiser e arcar com as consequências dos meus atos, como:

E muito bem colocado, no fundo, é um contrato de prestação de serviços, literalmente.

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Eu sou da opinião de que não é um produto gratuito, ele é pago através dos anúncios. Imagine se todos bloquearem os anúncios, como a plataforma irá se pagar? E os produtores de conteúdo serem remunerados?
Se você gosta do conteúdo disponível no YouTube, deve estar consciente de que para isso continuar é necessário cumprir as regras.
O que eu detesto no YouTube são a grande quantidade de propagandas de esquemas fraudulentos, isso sim acho urgente a necessidade de combater inclusive por meio da lei.

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Compreendo o uso do Adblock pode causar, mais ele não existiria se não houvesse exageros de um dos lados, paginas e mais paginas carregadas de anúncios sendo que muitos desses deles sequer tinha alguma relação com o conteúdo do site, anúncios fraudulentos e com vírus assustadoramente seguem até hoje sem qualquer tipo de filtro, “ha mais hoje conseguimos ajustar esses anúncios”, pois é um pouco tarde. Uma hora ou outra alguém iria olhar para isso e agora a internet criou seu próprio mostro (Adblock) e como resolver essa questão sinceramente não sei. Youtube querendo bater de frente com isso sendo um dos responsáveis pela origem do mostro é no mínimo engraçado.

Será que o exagero só existe em um dos lados? E será mesmo que o adblock não existiria em outra situação?

Voltando ao exemplo do ônibus que citei acima: as pessoas não querem pagar passagem porque o veículo está mal cuidado ou o veículo está mal cuidado porque várias pessoas não estão pagando passagem?

Em resumo: o uso do adblock foi impulsionado pelo excesso e o teor dos anúncios? Ou será que o excesso e o teor dos anúncios foi uma consequência direta da diminuição da receita por conta do uso do adblock?

Pegando o exemplo do Clube do Hardware, a diminuição da receita devido ao uso excessivo de adblocks levou ao aumento do número de anúncios (muito embora com cuidado) para reduzir o prejuízo (literalmente prejuízo, e não simples diminuição do ganho).

O que percebo é o seguinte: há pessoas que podem querer bloquear anúncios em determinados sites porque se tornaram, na opinião delas, abusivos (e muitas vezes com justificativa, não estou tirando o mérito). Contudo, há também pessoas que simplesmente querem uma experiência completamente livre de anúncios em todos os lugares “porque sim” e não estão nem aí para os prejuízos causados aos sites. Esse segundo grupo sempre existiu, e com ele o adblock.

Estamos falando aqui de números indicando que a maioria das pessoas (mais de 50%) que visitam determinados sites já usam bloqueadores de anúncios. Esse valor é muito alto.

Esse é o clássico problema do tipo “quem veio primeiro?”. :grin:

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Na verdade o Adblock é usado desde meados de 2010, onde o YouTube só engatinhava e nem anúncios tinha ainda. Esse papo de que é usado por causa dos anúncios abusivos é só uma forma de justificar o uso por pessoas que querem os direitos sem os deveres.

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