Jonathan Riddell abandona o KDE após 25 anos

O proeminente desenvolvedor do KDE, Jonathan Riddell, que esteve envolvido anteriormente com o Kubuntu e depois com o KDE Neon, trabalhou por um tempo no gerenciamento de lançamentos do KDE Plasma e fez outras contribuições significativas ao longo dos anos, anunciou que está se afastando do mundo KDE.

Jonathan Riddell esteve envolvido com o KDE pelos últimos vinte e cinco anos, mas decidiu deixar esse espaço. Isso ocorreu após o fechamento da empresa de TI alemã Blue Systems. A Blue Systems, conhecida benfeitora do KDE, empregou Riddell por vários anos.

Com o fechamento da Blue Systems, a Tech Paladin foi lançada como uma espécie de sucessora espiritual. A Tech Paladin tem se concentrado nos esforços financiados pela Valve para aprimorar o desktop KDE Plasma. Mas, como a Tech Paladin não cobre todo o escopo de esforços da Blue Systems e não emprega todos da antiga empresa, parece haver algumas divergências e visões diferentes/frustradas sobre a situação.

Jonathan Riddell publicou uma postagem de blog pessoal descrevendo seu fim de contribuir para o projeto KDE.

Mas no final, perdi meus amigos, meus colegas, meu emprego, minha carreira e minha família. O que um idiota que só tentou fazer a coisa certa para a sociedade faria? Sei lá. Por enquanto, se você me quiser, pode me encontrar surfando na onda infinita sempre que o sol se põe sobre minha cabana de remo nômade digital no fim do mundo.

As contribuições de Riddell ao KDE ao longo do último quarto de século foram imensas e seu talento técnico certamente fará falta.

(36 comentários)

Fonte.

6 curtidas

Jonathan Riddell, mais conhecido como o fundador do Kubuntu e um antigo colaborador do KDE, anunciou sua saída após 25 anos.

Em uma postagem de despedida sincera e emocionante intitulada “ Adios Chicos, 25 anos de KDE ”, ao refletir sobre os sucessos de projetos como Kubuntu e KDE Neon, ele também expressou decepção com oportunidades perdidas, laços rompidos e as dificuldades que marcaram seus últimos anos na comunidade.

Como mencionei, a contribuição mais visível de Riddell veio com o Kubuntu, a variante do Ubuntu baseada no KDE. Ele trabalhou para trazer o KDE para o ecossistema do Ubuntu, passando cerca de uma década liderando o desenvolvimento da distribuição, tornando-a provavelmente a melhor versão do Ubuntu.

Sob sua supervisão, o projeto foi adotado por instituições como o Google, a Prefeitura de Munique e a Weta Digital. Após a Canonical retirar o financiamento para o Kubuntu, Riddell e outros continuaram seu trabalho na Blue Systems , que posteriormente apoiou a criação do KDE Neon .

O Neon foi projetado para dar ao KDE um controle mais direto sobre como seu software chegava aos usuários, utilizando integração contínua para entregar o Plasma e os aplicativos rapidamente. No entanto, Riddell admite que o sistema nem sempre foi tão estável quanto precisava ser, com atualizações ocasionais e defeituosas afetando os usuários.

Além disso, os últimos anos trouxeram novas complicações. De acordo com Riddell, a Blue Systems fechou (o que não acredito ser totalmente exato) e parte de seu trabalho relacionado ao KDE foi transferido para uma nova empresa, a Tech Paladin .

Riddell afirma ter defendido um modelo cooperativo com propriedade e direitos iguais, mas foi marginalizado. Ele descreve ter sido excluído das discussões, ter perdido contato com colegas de longa data e ter se preocupado cada vez mais com a falta de direitos trabalhistas adequados. Isso, escreveu ele, acabou levando à sua decisão de se afastar.

A despedida de Riddell deixa claro que o final foi doloroso. " Perdi meus amigos, meus colegas, meu emprego, minha carreira e minha família ", escreveu ele, refletindo sobre o impacto pessoal. Então, honestamente, não sei mais o que acrescentar depois de tanto compartilhamento.

Também é provável que muita coisa tenha acontecido nos bastidores — coisas que talvez nunca saibamos, mas que são insinuadas na postagem do Enigma — que influenciaram sua decisão. Mas, como ele conclui:

“Por enquanto, se você me quiser, pode me encontrar surfando a onda infinita sempre que o sol se põe sobre meu abrigo de remo nômade digital no fim do mundo”

Portanto, desejamos a ele tudo de bom, e quando a poeira baixar… quem sabe? Talvez o vejamos de volta sob a bandeira do KDE. De qualquer forma, devemos a Jonathan Riddell nossos mais profundos agradecimentos por tudo o que ele dedicou ao código aberto — ele é um daqueles inúmeros heróis anônimos que nunca devemos esquecer de apreciar.

Fonte.

2 curtidas

Adeus Chicos, 25 anos de KDE

Era a virada do milênio quando ganhei meu primeiro computador, recém-saído da faculdade. O Windows parecia desinteressante, era impossível entender como funcionava ou escrever programas para ele. O SuSE Linux 6.2 era muito mais interessante de se experimentar e abriu um mundo de entendimento sobre como os computadores funcionavam e de vontade de programar neles. Eram os dias do boom do .com e eu ia a grandes feiras em Londres, onde me enchiam de brindes e a IBM competia com o SuSE e a Red Hat pela maior barraca. A IBM dizia que o Linux tinha se destacado nos servidores e agora ia dominar os desktops, então percebi que trabalhar com o KDE seria uma boa ideia. E, como um programador iniciante, era perfeito para aprender Qt e como o desenvolvimento aberto funcionava, e eu adorava os ideais do software livre. Ir à conferência pré-Akademy (que se chamava Kastle na época) em Nove Hrady foi uma ótima introdução à comunidade pessoalmente e, de certa forma, aprendi mais sobre desenvolvimento de software em uma semana lá do que em meus anos na universidade.

Então, claramente, essa era uma boa maneira de fazer carreira. Fiquei por aí por um ano até que o coletivo de geeks Quaker ouviu a história de um astronauta africano que estava financiando uma nova distribuição Linux chamada SSDS (Startup Super Secreta do Debian de Shuttleworth), então me dediquei ao empacotamento Debian e defendi a participação do KDE. Logo eles bateram à minha porta e eu fui à primeira conferência do Ubuntu na Austrália. Passei cerca de dez anos incríveis trazendo o KDE para o Ubuntu ou trazendo o Ubuntu para o KDE para o que já era chamado de Kubuntu (nome que não escolhi), um projeto comunitário de sucesso do qual me orgulho muito. Em certo momento, a Nokia quis usá-lo junto com o Plasma Active para vender em um tablet junto com celulares. Isso poderia muito bem ter dominado o mundo, mas, sabe, o iPhone surgiu e o Kubuntu nunca encontrou uso comercial depois disso, embora ainda seja usado em grandes empresas como o Google, a cidade de Munique ou a Weta Digital (assista aos extras do DVD do Hobbit). Adorei ser convidado para ir à Nigéria ou à Índia para dar palestras e divulgar o mundo do software livre. Olhando para trás, provavelmente há um milhão de casos de negócios que seriam possíveis, mas não sou o melhor em ser um visionário do futuro. Eventualmente, a Canonical decidiu parar de financiá-lo, o que é justo.

Mas aí a Blue Systems apareceu, outro cara legal com muito dinheiro querendo ajudar, e seguimos em frente. Quando a Canonical decidiu encerrar vários projetos da comunidade, tivemos a ideia de migrar diretamente para o KDE para criar o KDE Neon. Sempre foi uma loucura como comunidades de código aberto como o KDE dependem de empresas separadas para levar seu software ao mundo, então queríamos mudar isso, e gosto de pensar que conseguimos. Usando sistemas de CI, conseguimos criar uma configuração muito mais gerenciável. Mesmo assim, o sistema nunca foi tão resiliente quanto deveria e, várias vezes, o KDE Neon acabou lançando uma atualização ruim, o que deve ter sido muito doloroso para os usuários. Tínhamos três pessoas trabalhando em tempo integral no início, mas em pouco tempo éramos apenas eu e um voluntário, e a qualidade caiu como resultado.

No inverno passado, dirigi até a escola Blue Systems para uma conferência de rotina e estava organizando palestras quando o cara que nos paga começou dizendo que estava morrendo e que a empresa fecharia. O que foi muito triste, mas faz sentido terminar em alta. Depois de anos sem um modelo de negócios e sem saber quais eram os objetivos da empresa, o que deixou várias pessoas realmente loucas, finalmente tínhamos uma espécie de modelo de negócios com a Valve nos pagando para tornar o Plasma compatível com os padrões necessários para lançá-lo como Desktop Scope no console de jogos Valve Steam Deck. Nate havia sido avisado com antecedência sobre o fechamento da empresa e já havia fundado outra empresa, a Tech Paladin, para assumir o negócio. Não deveria ser administrado como uma cooperativa, nos perguntamos? Não, isso era muito complexo, ele disse. No dia seguinte, acabei no funeral de alguns contadores alemães e, quando voltei, havia mais alguma discussão e assistimos a um vídeo sobre a Igalia, que desenvolve o outro sistema operacional da Valve. Eles são um paraíso socialista cooperativo, e Nate disse que consideraria fazer isso em vez da estrutura em que tinha controle total e todos os lucros. Ficou claro que não haveria mais nenhuma discussão sobre o nosso futuro.

Algumas semanas depois, tivemos uma reunião online onde propus uma pauta útil, mas fui ignorado. Em vez disso, Nate apresentou seu plano atualizado para um negócio que consistia em dar a Dave uma fatia dos lucros e, caso contrário, ele ficaria com todo o lucro e o controle. Então, apresentei a proposta na qual vinha trabalhando para uma empresa com propriedade equitativa, lucros equitativos, estrutura de gestão e direitos trabalhistas. Algumas semanas depois, fizemos outra videochamada, mas Nate me ligou primeiro e disse que eu seria excluído. Nenhuma explicação foi dada além de que eu “tinha feito alguns comentários e não ficaria feliz”. Se alguém está lhe contando suas emoções, é aí que o comportamento controlador começa a se tornar abusivo. E assim terminaram meus 25 anos com o KDE.

E os meus colegas? Certamente não gostariam de uma situação em que não têm controle sobre a própria vida profissional e todo o lucro vai para uma única pessoa? Bem, sei lá, pararam de falar comigo. Nada. Silêncio. Nada. Nem um “cheereo”, nem um “desculpe, escolhemos a opção em que você foi excluído” e certamente nenhuma explicação. Vindo de pessoas com quem trabalhei por uns vinte anos, em alguns casos isso dói. Não sei por que pararam de falar comigo, só posso especular e não quero fazer isso.

Nunca tivemos direitos trabalhistas na Blue Systems; todos tínhamos contratos de trabalho autônomo. Isso continuará na Tech Paladin. É ilegal, mas inexequível quando praticado em uma estrutura internacional. Mas direitos trabalhistas não são um luxo que você pode abrir mão se gosta do seu trabalho e deseja mais flexibilidade na sua jornada de trabalho. São direitos fundamentais e transformadores que transformam a vida das pessoas, como descobri quando meus filhos adotivos foram tirados de mim. Ninguém deveria fazer negócios ou receber dinheiro da Tech Paladin, a menos que seja cúmplice de abusos ilegais dos direitos trabalhistas.

Então comecei a ficar triste, ter ficado isolado da minha vida pelos últimos 25 anos foi demais para mim. Tudo chega ao fim e já vi muita gente ter que deixar o KDE porque o dinheiro acabou ou talvez tenham tido um desentendimento com alguém do projeto, mas nunca uma luta de controle como essa, com fins lucrativos. Em alguns dias, tive dificuldade para sair da cama. Dediquei minha vida ao KDE, vi-o passar de um projeto infalível para dominar o mundo a um projeto de desktop aberto em um mundo de muitos, e ver o renascimento nos últimos anos, onde podemos dizer honestamente que fazemos alguns dos melhores softwares que existem. Gosto de pensar que contribuí para mantê-lo vivo, progredindo, relevante e na vanguarda do uso comercial, governamental e comunitário. Tem sido uma jornada incrível, cheia de oportunidades e aventuras, como tenho certeza de que meus colegas da faculdade nunca tiveram.

Mas no final, perdi meus amigos, meus colegas, meu emprego, minha carreira e minha família. O que um idiota que só tentou fazer a coisa certa para a sociedade faria? Sei lá. Por enquanto, se você me quiser, pode me encontrar surfando na onda infinita sempre que o sol se põe sobre minha cabana de remo nômade digital no fim do mundo.

Fonte.

4 curtidas

O natural de todo mundo que abre mão de sua vida, família e amigos em prol de algo; qualquer que seja é este; chegar a um ponto de frustração ou arrependimento, ou quanto muito, sentimento que poderia ter feito mais coisas para si mesmo e não ter dedicado tanto de sua vida em prol de algo.

Espero que não tenham coisas a mais, como rivalidade ou divergências internas, pois sua saída já é uma enorme baixa ao projeto KDE, e não quereria saber que mais pessoas importantes possam sair em um curto ou médio espaço de tempo.

2 curtidas

a “divergência” é $$$$$. ninguém vive de brisa e essa história de “desenvolvimento voluntário nos finais de semana” já era, não tem futuro. Creio que muitos projetos importantes podem findar sem renda fixa. porque “correr a sacolinha” nem sempre é a solução.

2 curtidas

Pois é.

Ele mistura 3 ou 4 coisas, que precisaria separar.

Se sacrificar por uma ideia, nunca é uma boa ideia. – Até os santos mais bem cotados, dão a impressão de que “abandonar tudo” foi uma satisfação – e não um “sacrifício”.

Se sacrificar pelos outros, pela “comunidade”, é a mesma coisa: – Péssima ideia.

Por outro lado, são opções pessoais – e não dá para “culpar” os outros.

Se sacrificar por uma empresa, pior ainda. – Ainda mais maluco, se sacrificar no trabalho, enquanto outros decidem.

5 curtidas

Tal como em outros projetos, vejo que o sentimento de frustração ou cansaço físico, levando ao esgotamento físico e mental, é muito comum.

Vc começa entusiasta, como todo jovem, quer “evangelizar” o mundo, mostrar sua ideia, seu grupo ou estilo de vida… depois vê que aquilo que vc imaginou crescer exponencialmente, cresceu pouco ou estagnou… ou quando cresceu vc notou que não era aquilo que vc pregou ou acreditou que fosse. Além também das mudanças de direcionamento e lideranças, que impactam na sua percepção a respeito do projeto.

Aqui mesmo já tivemos projetos brasileiros que estavam indo bem até um certo dia, do nada, acabaram. Primeiro que ninguém vive de “doações”, segundo que o maior problema de todo projeto pequeno é não ter sucessor ou depender exclusivamente de um ou dois desenvolvedores.

E não é incomum também “mudar de lado” kk. O cara que toda sua vida desenvolveu e trabalhou com Fedora pode migrar pro Suse ou Arch. Ou até mesmo deixar de usar alguma distribuição Linux e voltar ao Windows.

Se não tiver enganado o Neon tinha dissidentes do Kubuntu, e hoje o próprio Neon está em vias de “acabar” dado que boa parte dos antigos desenvolvedores não veem mais possibilidades nesta distro, e as limitações técnicas os fizeram criar um outro projeto, o KDE Linux.

2 curtidas

Resposta de Nate Graham:

Algumas correções sobre a transição de Blue Systems para Techpaladin

16 de setembro de 2025

A esta altura, muitos provavelmente já leram a postagem de Jonathan Riddell no blog de ontem sobre sua saída do KDE e os eventos que levaram a isso. E hoje, um artigo foi publicado no ItsFoss sobre o assunto, que infelizmente parece ter interpretado mal alguns detalhes da postagem de Jonathan. Eu não queria ter que escrever esta postagem, mas como meu nome consta em ambos os lugares e há imprecisões circulando por aí, pensei que faria sentido corrigir o registro antes que isso se torne uma questão de telefone.

No geral, é uma situação muito triste, e quero deixar claro que não guardo rancor ou má vontade para com Jonathan. Quanto aos detalhes internos da transição de muitos funcionários da Blue Systems para a Techpaladin Software , Jonathan tem o direito de interpretar os eventos, e isso é justo. Mas foi uma transição delicada, e as pessoas também têm direito à privacidade pessoal e profissional. Portanto, não seria apropriado que eu me envolvesse em nada não público sobre a situação pessoal e profissional, as motivações ou as decisões de cada pessoa.

Portanto, há algumas partes da história que não serão contadas em público, pelo menos por mim. Mas posso corrigir o registro sobre mal-entendidos e erros, e oferecer minha própria perspectiva!

Começarei com o artigo do ItsFoss:

Em primeiro lugar, Jonathan nunca escreveu em sua publicação que via o próprio KDE “se afastando do modelo cooperativo e transparente que ele valorizava”, ou que a tomada de decisões estava cada vez mais concentrada sob minha responsabilidade. A publicação de Jonathan no blog falava sobre seu relacionamento comigo no contexto da transição da Blue Systems para a Techpaladin, não sobre o KDE em si. O KDE em si está bem — melhor do que bem, na verdade. O KDE está prosperando, com eleições competitivas para o conselho este ano e uma base maior de doações que pode usar para afirmar uma certa independência de entidades comerciais.

Também não é verdade que o Techpaladin “deveria continuar a oferecer suporte ao KDE Neon depois que a Blue Systems reduziu seu escopo”. Jonathan não escreveu isso, e nunca foi o caso. O Techpaladin era e é um veículo para assumir o trabalho contratado que a Blue Systems vinha realizando, depois que seu gerente tomou a decisão de descontinuá-lo. O KDE Neon nunca fez parte disso.

Há também alguns tópicos da postagem original de Jonathan que precisam ser abordados. Em primeiro lugar, a Blue Systems não vai fechar. Eu estava conversando com um funcionário da Blue Systems, muito feliz, na Akademy na semana passada. Como mencionei, o que realmente aconteceu foi que a Blue Systems se desfez do setor de consultoria que havia adquirido alguns anos antes. A Blue Systems ainda existe como empresa e continua contratando pessoas que querem trabalhar lá. Várias pessoas optaram por permanecer lá em vez de se transferir para a Techpaladin. E em nenhum momento eu ou a Techpaladin fomos empregadores do Jonathan.

Também quero deixar 100% claro que nunca fiz qualquer esforço para excluir Jonathan de nada no KDE, nunca incentivei ninguém a cortar contato com Jonathan ou excluí-lo de qualquer coisa no KDE, e nunca mexi em meus próprios termos para que isso acontecesse sem parecer que estava acontecendo. Nada disso! Se Jonathan voltasse para o KDE, eu ficaria feliz em reconstruir um relacionamento de colegas sobre tópicos de interesse comum.

Por fim, em relação à estrutura da empresa e aos detalhes do emprego, abordei esse assunto há alguns meses em Personal and professional updates — announcing Techpaladin Software – Adventures in Linux and KDE . A estrutura atual da Techpaladin permite que pessoas interessadas em torná-la mais “cooperativa” comprem sua entrada em sociedade, e é assim que a Igalia — o “paraíso socialista cooperativo” que Jonathan mencionou — também faz isso. Estou confiante de que nenhuma lei está sendo infringida aqui; pesquisei exaustivamente as leis trabalhistas de 7 países e confirmei minhas conclusões com um advogado antes de prosseguir com qualquer coisa. Além disso, praticamos transparência financeira e tomada de decisões cooperativas em relação a contratações, novos contratos, etc. Então, internamente, já é bastante “cooperativa”.

Mas esta é a minha primeira vez co-gerindo uma empresa deste porte e complexidade, então tenho certeza de que estou cometendo erros e posso melhorar. Agora que a empresa sobreviveu à configuração inicial e existe há 7 meses, há algum espaço para explorar isso. Mas, desde o início, o objetivo sempre foi investir em pessoas que fazem um trabalho extraordinário no KDE, tornando o mundo um lugar melhor, e dar a todos nós mais autonomia em nossas carreiras no KDE.

Espero que tudo isso faça sentido. Se alguém tiver mais perguntas, recomendo que perguntem em público ou em particular, e farei o possível para responder o que puder sem comprometer a privacidade pessoal ou profissional de ninguém.

Fonte.

3 curtidas

O artigo citado por ele:

16 de setembro de 2025

Observe que este artigo se baseia no que Jonathan Riddell expressou em seu blog. Foi sua opinião sobre o assunto que o levou a deixar o KDE. É claro que sempre há dois lados da história. Nate Graham, mencionado aqui, apresentou sua opinião em um blog pessoal . O texto foi alterado desde então para evitar confusões e controvérsias desnecessárias.

Jonathan Riddell , fundador do adorado Kubuntu, anunciou que está deixando o KDE após 25 anos. Se você não o conhece, seu trabalho ajudou a levar o desktop Plasma para milhões de pessoas e moldou o ecossistema KDE por meio do Kubuntu e do KDE Neon .

Jonathan criou o Kubuntu para tornar o KDE mais acessível aos usuários comuns do Linux. Depois que a Canonical encerrou oficialmente o suporte, ele se voltou para o KDE Neon. O Neon permitiu que o KDE entregasse as versões mais recentes do Plasma diretamente aos usuários, tornando-se uma plataforma para testes, desenvolvimento e adoção. Em ambos os projetos, Jonathan garantiu que o KDE permanecesse relevante e acessível.

Em sua despedida, ele explicou por que sentia que era hora de seguir em frente . O desenvolvimento do KDE e do KDE Neon foi apoiado pela Blue Systems. A empresa fechou devido à saúde debilitada de seu fundador. O desenvolvedor do KDE, Nate Graham, criou uma nova empresa, a Tech Paladin, para assumir os negócios. Riddell queria que a nova empresa funcionasse como uma cooperativa. Ele citou exemplos como a Igalia , uma consultoria de código aberto de propriedade dos trabalhadores, como um estilo que nunca foi adotado.

De acordo com Jonathan, ele viu a tomada de decisões cada vez mais concentrada, principalmente sob o comando de Nate Graham, cuja abordagem enfatizava o controle centralizado.

Jonathan disse que estava cada vez mais marginalizado. Suas propostas para uma estrutura democrática na Techpaladin , a empresa que deveria continuar o trabalho após a Blue Systems ter reduzido seus esforços, foram ignoradas. Ele se viu excluído das decisões sobre projetos que havia construído e liderado por anos.

Jonathan encerrou seu blog de despedida compartilhando a seguinte imagem e mensagem:

Jonathan é visto remando de canoa em um rio turbulento (no lado direito), cercado por terreno rochoso e uma ponte de concreto alta e estreita que atravessa a lacuna entre as duas margens

Mas no final, perdi meus amigos, meus colegas, meu emprego, minha carreira e minha família. O que um idiota que só tentou fazer a coisa certa para a sociedade faria? Sei lá. Por enquanto, se você me quiser, pode me encontrar surfando na onda infinita sempre que o sol se põe sobre minha cabana de remo nômade digital no fim do mundo.

Fonte.

3 curtidas

Eita eita, será que teremos um “Fococa do Dio” kkk.

A comunidade aqui é majoritariamente GTK, time Gnome; mas pense num assunto que iria render um bom diocast.

“Rupturas no mundo Linux” Saída do Jonathan Riddell expõe possíveis divergências no projeto KDE.

De qualquer forma, apesar de acompanhar muito do Planet KDE, não tinha visto as matérias a respeito da Blue Systems e não tinha visto ainda a criação desta nova empresa, Techpaladin .

Agora vou pesquisar mais a fundo… isso que dá não ficar muito nos fóruns gringos kkk.

2 curtidas

Isso me lembra várias coisas – não, necessariamente, interligadas:

Eu sabia da existência do Calango, e cheguei a experimentar uma Live do BigLinux (não lembro a data: o caderno-papel não tem CTRL+F) – mas só posso falar do Kurumin e do Morimoto, sobre os quais tenho um mínimo de informações.

Ao encerrar o desenvolvimento do Kurumin, o Morimoto foi muito claro: – O Ubuntu estava oferecendo exatamente aquilo que, até então, era o grande diferencial do Kurumin: – Live CD, boot imediato, fácil instalação – coisas que quase não existiam, antes do Kurumin (exceto talvez, o Mandrake, que infelizmente não experimentei na época, então não posso afirmar).

Eu não entendia nada de “Linux”, em 2001-2006, mas por isso mesmo, posso avaliar o significado daquilo: – Colecionei dezenas de “CDs de revistinhas”, e nunca consegui obter mais, do que um prompt em tela preta. – Um CD do Kurumin foi o primeiro e único que me entregou um S.O. com DE (KDE), “utilizável”, ao final do boot.

Era o que eu – e milhares de outros novatos – precisávamos, para começar.

Ora, os primeiros Ubuntus precisavam de 2 CDs – um Live, outro “instalador”. – Essa última “barreira” terminou com o 6.06, que permitia sessão Live + instalação, no mesmo CD.

A partir daí, praticamente desaparecia a principal “razão de existir” do Kurumin.

Falando disso, o próprio Morimoto apontava a falha em atrair desenvolvedores para o Kurumin – e eu “assisti de camarote” o significado disso, quando alguns colegas do fórum Guia do Hardware tentaram se organizar para tocar para frente o Kurumin.

Várias pessoas se voluntariaram… para cuidar do layout, do tema, dos ícones – em suma, toda a “aparência” – mas ninguém (que eu me lembre), para desenvolver pacotes e a distro, propriamente dita.

O resultado foi um Kurumin NG “8.04” – numeração do Ubuntu! – Era só um refisefúqui do Ubuntu, com 2 ou 3 firulas à la Kurumin.

Se o Kurumin já não tinha “razão de existir”, o “NG” (nova geração) era uma confissão explícita.

Morimoto não precisava morrer de fome, pois era professor de universidade federal – e este era um caminho importante. – As universidades tiveram um papel de relevo no desenvolvimento da internet, e também do “Linux”. Ninguém precisava se sacrificar, nem se matar de fome, nem viver de doações aleatórias de 0,99 cents.

Aí, levaram “o Linux” para o alto de uma montanha, ofereceram montes de dinheiro (migalhas, na verdade), acenaram com a perspectiva de “conquistar o mundo” – e Morimoto optou por se tornar um monge. – Não, necessariamente, por causa disso… mas a coincidência é instigante.

4 curtidas

E o assunto tá quente :fire: no KDE …

O cara literalmente disse a sua opinião e que está com o Nate nesta situação, além de falar da legalidade de seu atual contrato e remuneração em dia.

Eu não cheguei a pegar a fase do Kurimin, me referia por exemplo a um outro projeto, mais recente, que não chegou a ter a mesma relevância, nem de longe ao que o Kurumin alcançou, mas que era bastante engajado aqui nos fóruns, sites e Youtube. Me referia ao DuZeru;

E voltando ao Kurumin, ter um emprego fixo é fundamental para realmente se manter financeiramente, o que também pode ser tornar um limitador; pois não é possível creditar um desenvolvimento contínuo, fazendo-o em fins de semana, né? Ou vc é financeiramente pago para trabalhar, com dedicação exclusiva, ou vira hobbie ao meu ver. Hobbistas são pessoas maravilhosas, mas somente o amor não faz um projeto crescer, de maneira comercial, é claro.

2 curtidas

concordo em gênero, número e grau com você.

1 curtida

Caramba…

Agora, já aparecem 36.

1 curtida

Opa…

Fiquei impressionado com o vídeo linkado!

1 curtida

lembro do kalango e também da despedida do morimoto. é uma pena que você não tenha experimentado o mandrake. era a melhor distro da época. tinha executável para instalar a partir do windows. se vocÇe instalasse o wine, ele varria a partição do windows e ocnfigurava tudo automagicamente.

experimentei o kurumin NG e foi um mico mesmo. nada de novo. morimoto saiu a tempo.

experimentei também o famoso slackware, onde você configurava tudo, até o que não precisava. tinha o slogan de que “se quiser aprender linux, tem de aprender slackware”. depois de fazer muita coisa nele, desocobri que quem aprendia slackware aprendia “apenas” ele.

e o debian não rodava programas gráficos na conta root. tinha de fazer uma cobnfiguração que não me lembro. e os pacotes eram mais antigos que matusalém. hoje o debian flexionou bastante essa regra. vaicom bug mesmo, “depois a gente vê”.

3 curtidas

Eu não peguei esta época também, mas me recordo que falavam muito do Conectiva, depois Madriva… e hoje se não tiver enganado tem os órfãos no OpenMandriva. E aquele Rosa, distro russa, é baseada no OpenMandriva.

Eu comecei no pior dos mundos, Satux.

Era tão ruim que fui fuçar o que era aquilo, e aprendi sozinho a instalar, o que era Linux e etc… época que fazia um curso de informática básico, que não tinha instalação nem nada avançado. Eu aproveitei, levei meu computador CCE, instalei várias distros até na época parar no Ubuntu.

E o pior, eu sempre achei o Satux bonito kkk. Gosto até do logo e nome… pena que era só pra encher linguiça e ter os benefícios fiscais do governo, na época que toda marca, de CCE a STI tinha sua própria “distro” pra colocar nos computadores de entrada.

Meu professor na época me fez testar os CD’s de instalação do Insigne Linux, já que as máquinas lá eram Semp Toshiba Info (STI). Outra porcaria tanto quando o Satux.

Meu último notebook, o atual que tenho, é um Positivo disfarçado de VAIO; veio com um refisefuqui do Debian, Policorp Linux.

Talvez o trauma e repulsa de muitos usuários ao Linux seja estas distribuições que só servem pra dizer que tem algo instalado e cumprir a lei brasileira.

1 curtida

Obrigado pelo link!

E o resumo dele é matador:

Quem “sacrifica” sua vida social, lazer, família etc. – na verdade, não tinha nada disso – ou tinha só por “obrigação”, por ser “o certo”, e não por realmente querer, curtir, dar valor.

É errado? Nessa vida, não existe certo nem errado. Onde houver 10 pessoas, haverá 11 “modos de ser”.

Não saber dizer “não”, por exemplo. – Só não dá para culpar os outros por isso. – A humanidade é um vasto “mercado”, onde todos tentam “vender”, todos fingem não querer comprar, a pechincha não acaba nunca, e todos tentam manipular os outros, o tempo todo (começa-se a aprender, ao chorar e ganhar mamadeira: X atende correndo, com ansiedade e sentimento de culpa; enquanto Y atende de boas, sem se alterar, e só quando entende que deve). – Todas as pessoas são “testadas”, o tempo todo. O que uma pessoa permitir que se faça com ela, alguém fará. Mais provavelmente, todos farão.

A cobrança pode, até, ser “justificada”. – Aceitar uma enxurrada de cobranças, não. – É aceitar uma ilusão, que é implantada em nós, para que sejamos cada vez mais consumistas.

Nenhuma empresa “atende” cobrança por “melhorias”. – Apenas seleciona 2 ou 3 ideias, dadas gratuitamente pelos consumidores – se perceber que aquilo poderá ampliar seus lucros, 100 vezes ou 1.000 vezes mais do que custará, colocando-a à frente da concorrência.

(E vai tratar de registrar, patentear, copyrightear, enfim, o escambau. – Lixe-se, quem deu a ideia. – E se puder piratear uma ideia, processo etc. de outra empresa com menos recursos para enfrentar longos processos judiciais, fará isso).

Todas as outras 9.999 “melhorias” cobradas pelos consumidores serão solenemente ignoradas – ou, guardadas num “estoque de ideias”, pois um dia poderão ser úteis. – E afinal, não custaram nada, mesmo, né.

A ideia de que todas as empresas vivem numa roda-viva interminável de pesquisa, investimento, melhorias etc. é uma ilusão. – Na verdade, esse estresse é induzido nos trabalhadores e nos consumidores, para que se matem de trabalhar, de se endividar, e de jogar fora o que têm para comprar de novo. De cada 100 “melhorias”, 99 são bobinhas, inúteis, supérfluas, dispensáveis, servindo apenas para dourar a pílula. – Podendo haver 2 melhorias realmente úteis, o produto com 1 delas custará 70% mais caro; e o produto com as 2, “custará” 200% mais caro… sem que nenhum custo real justifique isso. E virão embaralhadas com 20 ou 30 “melhorias” inúteis, de modo que seja cada vez mais difícil a gente fazer uma análise racional do que precisa e do que não precisa (além de não haver opção de dispensar as “melhorias” inúteis).

Cada DEV (ou “team”) que cai nessa patuscada de “cobrança infinita de melhorias”, já começou a esquecer o princípio KISS – alimentando, talvez, a ilusão de conquistar o universo, fazendo tudo, e mais um pouco.

É por isso que não vejo nenhuma incompatibilidade em fazer por hobby, nas horas vagas – sem sacrificar o ganha-pão, o descanso, o lazer, a família, o cachorrinho, os gatinhos, as férias, viagens, a troca de carro antes que vire lata-velha etc. – KISS… e aprenda a dizer “não”.

Com código livre e modularidade – outro, que desenvolva +1 “módulo”. – “De repente, até ajudo, quando voltar do cinema. Ou das férias”.

Agora, se cair no canto da sereia (ou, no conto do vigário) – como somos ensinados a cair, em nome de uns e outros “princípios” – aí, fica difícil.

1 curtida

Perfeitamente de acordo!

Exatamente isto.

Não tenho o que acrescentar, foi cirúrgico.

1 curtida

Lamento isso até hoje:

Por isso, mantenho instalado o Mageia (que transformei em Cauldron, pra ficar mais emocionante, he he), e o PCLinuxOS (que já é rolling release). – Desisti do ROSA, porque a velocidade de download era horrível (da Rússia, ou do Equador). Nunca consegui dar boot no OpenMandriva, então deixei pra lá.

Até baixei uns Mandrakes do Archive-Org. – Acho que consegui rodar uma sessão Live, mas não tenho certeza, porque não encontro Prints. – Se tiver, devem estar em algum Backup.

Ontem, tentei rodar uma ISO atual do PCLinuxOS – para ver se já vem com Plasma 6 – e não consegui.

Minha instalação continua com Plasma 5 até hoje. – Não sei se ainda não conseguiram eliminar os bugs e continuam tentando – ou se optaram por deixar cada um tentar por si próprio.

O Fórum “caiu” pela segunda vez, um dia desses. – Olhei ontem, e só há tópicos novos.

O que vi no Fórum – no atual, o terceiro; ou no anterior, o segundo? – foram instruções para alterar o repositório, para quem quiser testar o Plasma 6. – Não quero arriscar.

O que tentei ontem foi o Darkstar (mais enxuto), via DVD. – Falta tentar via Pendrive – e tentar a edição KDE “normal”.

E não vou formatar a instalação que tenho, que continua funcionando normalmente – com Plasma 5.

1 curtida