Depois de aprender várias línguas, vocês também sentem que certos idiomas que você sabe influenciam em outros? O primeiro idioma que aprendi foi o inglês, e quando terminei meu sotaque era bem macio, o R era quase imperceptível.
Porém, depois de começar a estudar russo e árabe clássico, sinto que a “dureza” da fala destes idiomas influencia no meu sotaque de inglês, por muitas vezes alguns colegas do Discord perguntaram se eu era russo após ouvir eu falar.
Além do fato de confundir muitas palavras, e agora estou perdido na escrita à mão, minha letra cursiva parece uma linha reta (culpa do árabe), e sempre estou trocando o R pelo Я (ya) e o N pelo И (i), estes por culpa do russo. Consigo me comunicar em todos, mas eles se misturam bastante, e eu não percebia isso quando terminei o inglês.
Olha, complicado isso… eu, desde a infância, sou fluente em português e castelhano. Aprendi inglês na adolescência. Acredito que o ponto central é em que idioma você pensa. A fluência vem muito disso. Quanto estou vendo um filme em inglês, costumo pensar (e responder aos diálogos) em inglês também. E ao escrever em castelhano, já penso o que colocarei no papel (ou na tela) diretamente na língua de Cervantes. Penso que muitos idiomas estão bagunçando um pouco tua cabeça aí. Concentre-se no que vai dizer no idioma em que vai dizer que o resto se ajeita.
E parabéns pela poliglossia! Russo eu tive e tenho interesse em aprender, mesmo sendo bastante diferente das línguas neolatinas. E árabe é fantástico! Salam aleikoum!!
Na verdade este é o problema: eu penso em muita coisa ao mesmo tempo, incluindo idiomas diferentes. Às vezes não é estranho eu, no meio de uma conversa em português pensar no que eu vou falar em árabe ou russo, do absoluto nada. O inglês não invade tanto a minha cabeça.
Telegram не украдет ваши данные только за то, что вы русский!
Não é uma diferença de idiomas. Sendo preciso: espanhol é que nasce no Estado Espanhol (España). Castelhano é uma das línguas (a mais falada, no caso) que se fala na Espanha, assim como o Catalão, o Basco, o Galego e o extinto Andaluz.
Uma explicação política: as pessoas tendem a confundir a questão pois havia, por anos, a intenção de fazer desaparecerem os demais idiomas hispânicos. Para isso, “igualou-se” castelhano e espanhol - isso desde o período monárquico e, com muita força, durante o franquismo. Com o fim da ditadura de Franco, em 1976, as aspirações nacionalistas no Estado Espanhol se tornaram mais fortes e uma forma de lidar com isso foi garantir o direito de fala às nacionalidades oprimidas. E como durante a monarquia o domínio era de Castilla, este foi o idioma que pautou a colonização do Império Colonial Espanhol.
Então, dizer que se fala castelhano e não espanhol não é apenas uma precisão linguística; é uma escolha política de respeito às demais nacionalidades.
Tem muito a ver com o estranhamento: são idiomas gramatical, sintática e semânticamente bastante diferentes. Daí que organizar ideias e traduzi-las em frases pode ser mais “fácil” num idioma que no outro…
Mas tem que lembrar da piada do brasileiro que foi pros EUA aprender inglês e resolveu voltar porque não aprendia inglês, estava começando a ser esquecer do português e teve medo de ficar mudo!
A diferença é diferente… aqui usamos acentuação e léxico diferente que em Portugal, além de algumas formas de organizar verbos de forma direta ou em locuções (aqui chove, lá está a chover). O castelhano que se fala na América Latina, por sua extensão territorial, é ainda mais diverso do que o já variadíssimo português do Brasil (nem mencionemos as variações que se falam na África) - daí que falar que um castelhano latinoamericano pode ser um erro. Tanto para português quanto para castelhano, os idiomas são os mesmos - seus regionalismos é que fazem diferença; e na América Latina são diferentes entre si, a ponto que eu, ouvindo um dado sotaque e vocabulário, consigo adivinhar o país (ou ao menos, se é sul ou centroamericano)
De fato, são idiomas completamente diferentes (nem ao menos usam o mesmo alfabeto). Como você mesmo observou, a contrução de contexto em árabe e em russo é bem mais simples (não se usa o verbo “ser”/“to be” no presente singular). Na verdade, depois de começar a aprender vários idiomas, você percebe que na verdade o mais complicado é o português (pra mim ele só perde pro Islandês em complexidade).
O problema de serem idiomas tão diferentes é que, diferente do Português x Castelhano, onde o vocabulário é parecido e algumas vezes não tem problema misturar os dois, com russo e árabe é diferente, estes idiomas não têm nada a ver um com o outro!
O próprio cérebro busca os caminhos mais simples para algo de forma automática (bloqueio criativo), deve ser por isso que minha cabeça insiste no russo
Ainda tenho planos para aprender japonês e castelhano, quem sabe mais idiomas depois.
Tenho muito chão pela frente, até eu poder arrumar um emprego meu currículo já vai ter pelo menos cinco idiomas
Sim, os idiomas neolatinos são, por regra, bastante complexos desde que abandonaram a declinação verbal do latim e a substituíram por conjugações (nisso se inclui o inglês). Russo (e grego, do qual puxou muito quando os monges ortodoxos foram à Rússia normatizar o idioma, usando a gramática latina e adaptando o glagolítico gerando o cirílico) não tem verbos de ligação (ser, estar), o que pode facilitar a vida pra eles, mas complica pra quem fala idiomas neolatinos… árabe é outra coisa, eles falam uma língua semítica, é uma forma totalmente diferente de organizar os vocábulos
Aliás, várias vezes aqui no fórum mesmo eu respondo questões fora de ordem, pelo costume de ler RTL. Tem outra diferença: ambos russo e árabe possuem formas masculinas e femininas, mas de formas diferentes, além do russo ter uma forma neutra informal similar ao it do inglês, ao adicionar um твёрд знак (sinal duro) e algumas vogais no fim. Flexão de gênero é muito confusa entre estes quatro idiomas.
@Kobreq, eu tenho essa caixa (com o cassetes) e, anos atrás, consegui os MP3 deles. Mas terminei sem tempo e força pra estudar… quem sabe com um parceiro? Mas preciso localizar os arquivos e te digo quando poderíamos começar contando com tua ajuda…
E outra coisa que eu não pontuei foi o fato de a escrita árabe não usar vogais: todas as letras do alfabeto representam consoantes. Cabe ao leitor adicionar as vogais faltantes, na hora da fala. Alguns dialetos de árabe adicionam sinais pelo corpo das consoantes para representar vogais, mas não é obrigatório.
Você sabe ler o alfabeto? Existe um canal no YouTube chamado Vem a mim a língua russa, que me ajudou a compreender as letras. Depois disso, vem o vocabulário, daí é outra história (vocabulário exteeeeeeeeeeeeenso…)
Mas se estás indiretamente pedindo uma aula () sinto-lhe informar que no momento estou sem microfone, então as orientações teriam que ser por texto mesmo, por isso recomendo o YouTube para começar…
Eu sabia bastante do alfabeto… mas esqueci a maior parte, faz muitos anos que estudei… e na gramática fiquei bem no início, estudando os pronomes (Это, Что, Кто) e só