Passei por isso quando ainda estava começando a engatinhar no Linux (2007-2009). – O Kurumin foi descontinuado e, ao montar um novo computador, o Kurumin 7 já não identificava algum hardware dele (componentes produzidos ou lançados em 2008). – Pesquisei “substituir Kurumin”, e adotei a solução mais recomendada, que era o Kubuntu, também base-Debian + ambiente KDE.
Isso não me afetou muito, porque eu continuava fazendo 99% do meu trabalho no Windows-- e nos anos seguintes, usei o Linux principalmente para experimentar o básico de servidor LAMP + CMS (Drupal, Wordpress). – Só quando o WinXP ficou sem suporte (Abril 2014) agilizei minha “migração total” para o Linux; que concluí em exatos 2 anos.
Perdi a chance de “viver a época” do Mandrake / Mandriva, porque não veio nenhum CD dele nas inúmeras revistinhas que comprei de 2001 a 2003 – ou se veio, não funcionou no meu PC remendado com barbante de 1994 até 2008. – Com isso, escapei de enfrentar um segundo “desaparecimento”, logo nos meus primeiros anos de Linux.
Quando deletei o velho Windows XP em Abril 2016, já me sentia preocupado por “depender” da Canonical, pois minhas “alternativas” (Mint e KDE Neon) usavam a mesma base-Buntu; e eu ainda não conseguia me entender direito com o Debian.
Daí, a “urgência” que senti de me familiarizar com distros das mais diversas origens, filosofias, init’s etc. a partir de 2017. – Basicamente, para não “depender” de 1 empresa, ou de 1 comunidade só – ou de algum “líder” maluco, que de repente desaparece com a senha dos repositórios:
Quando montei o PC atual em 2020, descobri que o Sabayon (Gentoo) tinha entrado numas de pipipi popopó. – Isso não foi nenhum problema “urgente”. Passados 2 anos, instalei o Redcore (Gentoo), para “depender” cada vez menos, de qualquer distro, isoladamente. – Com algumas dessas distros, me sinto mais à vontade; e outras, continuo até hoje tentando dominar.
Hoje, portanto, minha resposta é: – “Restart + escolher outra distro no Grub”.
Foi o que fiz em meados de 2019, quando o Kubuntu (development branch = tipo rolling-release) trocou o chromium.deb
pelo chromium.snap2
: – Reiniciei, escolhi outra distro, e formatei a partição onde estava o Kubuntu. – Não senti absolutamente nenhum “impacto” na minha vida, e isso valeu por um diploma de “objetivo alcançado”.
Heráclito
O antiquíssimo filósofo grego (pré-Socrático, pré-Corinthiano) advertia que não se pode entrar 2 vezes no mesmo rio – porque, quando você volta, aquela água já foi embora, agora é outra água que está passando.
Devia estar pensando na sociedade de consumo! – Em 1975, comprei só “louça Goyana”, no supermercado Jumbo, que tinha uma loja perto da minha primeira casa. – Tudo isso acabou. Louça Goyana não existe mais, Jumbo tampouco. E aquela casa devolvi, porque o aluguel estava subindo demais.
Em 1996, comprei só louça Duralex e talheres Hércules de determinado modelo – que só existia no Carrefour “Sul” do DF (não no Carrefour “Norte” do DF!), embalagens de 3 ou 6 peças. – Nunca mais encontrei aquele modelo de talher; e ouvi dizer que Duralex também já era. – Agora, todo cuidado é pouco, para não quebrar a louça, nem deixar os duendes desaparecerem com alguma colher de sobremesa (a que eles mais gostam: restam só 3).
Comecei a apresentar TOC, mania de “fazer estoque”. Comprei tanta camiseta Hering, que até hoje tenho 3 ou 4 “novas”, para alguma ocasião especial (a maioria já virou pano de chão). Hering não existe mais; ou se existe, não é mais aquela.
Definitivamente, não dá para confiar na sociedade de consumo.
Sony
Antes de inventaram o smartphone, tive 2 câmeras digitais Sony, ambas com lentes Carl Zeiss, e gostava muito da qualidade. – É uma empresa que faz de tudo para te obrigar a comprar só acessórios dela mesma, “de marca”, caríssimos (tipo Apple) – mas como se tornou muito popular no Brasil, sempre dava para encontrar alternativas de qualidade a preços mais razoáveis.
Felizmente, quando desisti de ter carro, aproveitei para desistir de câmeras digitais. – É chato, andar a pé com uma câmera em certos lugares. – A Sony foi embora, e não senti nenhum impacto na minha vida.
WindowsPhone
Demorei muito a aposentar o “celular das antigas”. No começo de 2015, resolvi comprar um “smartphone” usado, na Feira, só para ver como que o bicho era, o quê que ele fazia quando não estava falando etc. – As opções eram Android, iOS, BlackBerry e WindowsPhone – o BB já em declínio, o WP ainda uma incógnita, e o Apple bem salgado, para variar.
Eu ia comprar Android, mas minha filha disse para esperar, porque ela tinha visto uma promoção – e fui surpreendido pelo carteiro com um Nokia Lumia WP8 – lentes Carl Weiss, ASA 4000, alta resolução, fazia fotos maravilhosas dos planetas & das estrelas mais exibidas.
Um dia, um aplicativo parou de funcionar. Depois, outro aplicativo. Por fim, uma mensagem de que o WP8 chegou ao fim da vida útil, não tem mais suporte, nem isso, nem aquilo. – Pensei: “Vou usar para fazer fotos”, pois ainda era melhor do que o Samsung Galaxy J2 que comprei para seguir em frente. – Infelizmente, logo vi que era chato, administrar a carga da bateria de 2 aparelhos… cada 1 com 1 chip, pois… sem chip, sem fotos!
Eu gostava do bichinho. Parecia gente grande! – Quando comecei a usar o Android, tive de pedir socorro na Internet, pra alguém me dizer onde, com mil Androids, está o ícone de "Voltar!
WP não há mais. – Um dia, no ponto de ônibus, encontrei um vizinho com fuso horário atravessado. – O WP8 dele continua entrando em Horário de Verão, sem que uma alma caridosa lhe atualize o pacote TZ.