Alemanha injeta dinheiro no Samba

Dizem que Richard Stallman disse, uma vez, que " os governos (estados) devem investir em software livre para recuperar sua soberania. Se é verdade, quem sabe?. Mas uma coisa é certa: software livre pode ser um dos caminhos para se conquistar a soberania tecnológica.

E temos visto alguns passos nessa direção. Vimos o caso da Suíça, que exigiu que todos os softwares governamentais sejam de código aberto.

Recentemente, o estado alemão de Schleswig-Holstein, comunicou que migraria 30 mil computadores para o pinguim. E o governo alemão, por meio do “fundo de tecnologia soberana” injetou quase 700 mil euros no FreeBSD, visando sua melhoria. E, mantendo esta política, transferirá para o SAMBA idêntico valor.

Anteriormente, anunciou que abriria o código de todo software criado pelo governo E comprado com dinheiro público. Mas não foi só isso: passou 1 milhão de euros ao Projeto GNOME, investiu 203 mil no GStreamer e 157 mil no FFmpeg.

Desta vez, o objetivo é aumentar a segurança, escalabilidade e funcionalidade do SAMBA, permitindo que este permaneça uma solução segura para organizações que dependam de TI soberanas, buscando a independência dos regimes de software proprietários.

E a responsável por esta tarefa é a empresa alemã SerNet GmbH, junto com desenvolvedores do projeto SAMBA, especializada na prestação de serviços e suporte a software opensource, inclusive este.

Essa notícia mostra que o objetivo romântico de se desenvolver software opensource nos finais de semana, por um grupo de amigos, tomando cerveja e batendo papo, é coisa do passado. Esse trabalho pseudo-colaborativo já mostrou que não funciona e se o software opensource quiser crescer verdadeiramente, deve adotar uma gestão profissional.

Sem dinheiro, sem pessoas trabalhando em tempo integral, remuneradas, não se vai a lugar nenhum E a’está um bom exemplo. Pode não ser o ideal, mas é mais do que um belo começo.

A Alemanha mostra que soberania tecnológica depende de estímulo governamental, para que as empresas privadas possam trabalhar e ganhar dinheiro com ele, num ecossistema que se sustente.

Se dará certo, não sabemos. Quem viver, verá!

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Que o SAMBA se torne, de fato, um substituto ao MS AD. Gerenciar ambientes híbridos AD + samba é uma sacanagem.

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não saberemos que substituirá e nem como se dará a “melhoria na integração”. de qualquer forma, a MS não tem nenhum motivo para colaborar. :stuck_out_tongue_winking_eye:

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Penso que o investimento estatal para o desenvolvimento de software livre é uma das formas de um país manter ou caminhar para sua independência tecnológica e sua soberania.

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Tem mais para atrapalhar. :grimacing:

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Fora o fato de que não incha a máquina pública. Nada de editais ou licitações. A comunidade já está montada e o software já compre seu papel. O governo já usa o software e precisa que ele se torne melhor e mais confiável a cada dia. Todos saem ganhando.

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Impressão minha ou a Alemanha está usando o dinheiro para pagar programadores alemães para contribuir com código livre, através de uma empresa alemã de software?

Pois se for isso é a estratégia mais inteligente. Ao invés de pagar licenças para uma empresa estrangeira, pagar para empresas locais com desenvolvedores locais melhorarem as funcionalidades que os governos precisam.

A visão antiga de pessoas colaborando faz sentido numa também antiga quando grupos pequenos de pessoas conseguiam criar em manter software simples.

Com a complexidade dos softwares, não tem como manter essa mesma estratégia. Partindo-se de uma base já parcialmente funcional é muito mais fácil e barato que cada empresa/governo faça suas contribuições dentro daquilo que acham importante. Melhor ainda porque a contribuição retorna para todo o planeta.

O movimento das bigtechs adicionando código em projetos abertos já mostrou como que elas podiam se aproveitar dessa base e conseguir objetivos com menor custo. Fico triste que a mairia dos governos não perceberam isso e continuaram usando o código proprietário, transferindo dinheiro para empresas de outros países se transformarem em gigantes, a ponto de influenciar os próprios governos que ajudaram a criar esses monstros. Porém, agora que percebem a evidente chantagem dessas mega corporações planetárias começam a mudar o posicionamento. Não por ser mais barato, não por apoiar a própria população através de emprego e renda, mas sim por questão de soberania que já está sob ataque.

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A coisa que mais me preocupa nesse movimento é a, possível, dependência que esses projetos podem adquirir para com o estado. O estado, centralizador por natureza, pode começar a “abrir as asa” e exigir certos direcionamentos dos projetos, condicionando isso a liberação de fundos para o mesmo. Ainda sim, acho esse um movimento pertinente e necessário. Veremos o que o futuro nos reserva.

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