Ao iniciar essa conversa no fórum iria dizer que é um tanto estranho que os jogos começar adotarem usar anticheat nível kernel do nada, é notável que todos jogos atualmente estão adotando esse modo de anticheat, mas fiquei pensando sobre isso pois acabou casando com o fim do suporte do W10, tudo bem que muitos jogos já tinham começado com isso mas todos adotarem não faz sentido em vista a invasão de privacidade, muita dessas empresas podem sofrer com ataques ao seus servidores resultando em uma exposição dos seus usuários e no final muitos burlam esse tipo de anticheat tudo bem que é uma forma de prevenir jogadores trapaceiros mas ao mesmo tempo não se mostra tanto eficaz quanto se diz ser, no final sera alguma tática por baixo do panos que alguém acabou criando e passou despercebido por muitos ou quase a maior parte para segurar uma camada de usuários do SO da Janelas ?
Se olharmos com base no caso recente do Counter-Strike 2 (CS2), dá para perceber como as decisões de design de anti-cheat refletem dilemas profundos. A Valve, por exemplo, escolheu não implementar um anti-cheat de kernel, optando por soluções menos invasivas, o VAC e o VacNet. Essa escolha mantém a compatibilidade com Linux e respeita preocupações de privacidade, mas teve um custo claro: o aumento expressivo no número de trapaceiros, especialmente os chamados “closet cheaters”, que usam hacks sutis difíceis de detectar.
Enquanto isso, estúdios como a Riot Games e a Ubisoft adotaram sistemas como o Vanguard e o BattlEye, que operam no nível de kernel. Esses são, de fato, mais eficazes em restringir trapaças, mas introduzem riscos sérios: acesso ao sistema operacional em nível profundo, coleta de dados e potenciais vulnerabilidades a ataques direcionados. Ou seja, aumentam a superfície de exposição em troca de controle.
Basicamente esses novos jogos estão selecionando jogadores que não estejam preocupados com a privacidade, o que faz sentido se pensarmos nos jogadores como pessoas jovens que tem o computador apenas para entretenimento. Também faz sentido pois usuários do Windows já estão menos preocupados com a privacidade pois o próprio sistema operacional já é invasivo, ou seja, seria apenas mais um degrau na escada de alguém que já está no segundo andar.
Jogadores adultos e que tem o computador também como fonte de renda, ou ainda computadores empresariais, ficaria bem mais difícil de aceitar esse nível de risco. De certo modo obrigariam as pessoas preocupadas a terem dois computadores (ou duas instalações de Windows), uma para jogos e outra para suas atividades profissionais. Faz sentido para evitar a jogatina no hardware da empresa.
Uma outra alternativa é a migração completa para um sistema operacional voltado para privacidade, enquanto mantém-se uma instalação de Windows para esses jogos invasivos.
Outras alternativas mais radicais podem incluir a de 1) não fazer parte da massa querendo jogar esses jogos, ou mesmo 2) comprar um console e evitar a instalação desses jogos em PC.
Enfim, falando aqui somente das alternativas pragmáticas partindo-se do pressuposto que as desenvolvedoras de jogos continuem a investida nesse tipo de solução.
Outro dia eu tive uma reflexão lendo a notícia de compra da EA games. Li por cima e não sei exatamente os detalhes, mas me parece que teve participação do governo dos EUA (indiretamente) na compra da EA games por um valor astronomico. Me pergunto qual o interesse deles em comprar uma empresa de games, já que os dados coletados, a princípio, não são tão relevantes (horas de jogo, hardware usado, log de chat?). Mas aí lançaram uma ideia de que provavelmente estão interessados no anticheat a nível de kernel que a EA usa (inclusive exigindo TPM 2.0 para jogar o novo Battlefield.) O que impede dessas empresas, em uma situação de crise (guerra, golpe de estado ou algo similar) instalar um rootkit na máquina de milhares de pessoas e espionar exatamente o que elas fazem? Não acho que seja uma teoria da conspiração tão distópica e impossível assim, tendo em vista o que já comprovadamente fizeram e ainda fazem.
Não estão não, cerca de 4% mais ou menos é basicamente o campo “denied”, broken é o detecta e bloqueia linux
No caso de todo jogos existente sim, mas estou falando em lançamento de games a maior parte das desenvolvedoras estão optando pelo anticheat nível kernel
Uai, mas lançaram uma porrada de jogos recentemente e quase nenhum tinha anticheats de nível kernel, esses anticheats são caros pra manter, caros pra implantar e extremamente impopulares (povo não gosta, geralmente flopa quando implementa) não atoa só tem 44 (sendo que vários já morreram) e também não atoa o lançamento relevante mais recente é de 2021 e foi um desastre em vendas. O maior problema do Linux em jogos é o bloqueio ativo de Wine, anti cheat nível kernel fora jogos já consolidados como (Valorant, LoL, Fortnite)… é garantia de flop (ir mal em vendas a ponto de gerar prejuízo na casa de milhões) e morte rápida no mercado
Edit: E tem um detalhe interessante, jogos com anticheat nível kernel costumam conflitar entre si então quem entra nessa onda precisa brigar diretamente com a Tencent por popularidade, a grosso modo LoL, Fornite e Valorant ter anticheat nível kernel força um monte de jogos a não ter esses anticheats
Todas as respostas acima trouxeram boas colocações.
O anti-cheat a nível de kernel realmente é bastante efetivo, mas ele vai diretamente contra a ideia do Linux: ser um sistema, se não mais seguro, auditável. Acredito que esses códigos desses anti-cheats não sejam abertos ao público.
Talvez a intenção dos devs não seja bloquear usuários linux por puro ódio. Mas quando você é usuário exclusivamente de Linux e não consegue rodar seu jogo favorito justamente por conta de anti-cheat, e você mesmo sabe que não pretende trapacear, a sensação que fica é justamente essa. O porém é que você só pode falar de si mesmo; trapaceiros vão sim aproveitar de qualquer brecha, seja ela por conta do sistema operacional, ou não.
A minha vontade é que realmente não houvesse um kernel-level anti-cheat. Porém, é necessário uma outra solução, para que o jogo não seja cheio de trapaceiros. Do contrário, para que jogar? Não seria imersível, nem um bom entretenimento.