O Ubuntu passa por uma mudança significativa em seu processo de inicialização. Os desenvolvedores da versão 25.10 obtiveram a aprovação para adotar o Dracut como ferramenta padrão para gerar o sistema de arquivos inicial de RAM (initramfs), substituindo o tradicional initramfs-tools.
Apesar de ter perdido o prazo de “Feature Freeze”, a mudança recebeu uma exceção e foi implementada nas compilações diárias do próximo Ubuntu. A Dracut está incluído no meta-pacote principal do Ubuntu como uma dependência recomendada, enquanto o initramfs-tools foi removido, mas continua disponível nos repositórios.
Mas o que é o dracut?
O Dracut é uma ferramenta de código aberto utilizada por distribuições baseadas no Red Hat, para gerar o initramfs que é um sistema de arquivos temporário mínimo que carrega os drivers e configura os componentes necessários para iniciar o sistema operacional. Ele é crucial para o processo de boot e garante que o sistema esteja pronto para operar.
Os engenheiros da Canonical apontam várias razões para a mudança. Em primeiro lugar vem a “consistência com o systemd”, que não é compatível com o initramfs-tools e precisa de uma boa gambiarra para você usar o Ubuntu.
Em segundo lugar, o Dracut é baseado em módulos, facilitando a manutenção e extensão. Isso permite que novas tecnologias, como o NVMe over Fabrics (NVMe-oF), importantes para ambientes de servidores e nuvem, sejam facilmente incorporadas.
Por último, ele tem um desenvolvimento ativo e robusto, o que é sempre um ponto positivo para um projeto de software. O initramfs-tools, embora funcional, não tem o mesmo nível de atividade.
A implementação dessa já em outubro, antes do lançamento da 26.04 LTS, permitirá a coleta de um volume significativo de testes e feedback dos usuários, o que será muito importante para se decidir ou não se a adoção do Dracut é uma aposta segura para os LTS da empresa.