SUSE voltará a ser uma empresa privada

Apenas dois anos de terem se tornado pública, a SUSE anunciou que sairá da bolsa de valores de Frankfurt, se tornará privada e se fundirá a uma outra empresa privada de Luxemburgo.

O anúncio oferece poucos detalhes sobre a justificativa para a exclusão, além de uma citação enlatada do CEO da SUSE, Dirk-Peter van Leeuwen (que assumiu a empresa há 3 meses), que disse:

Acredito na oportunidade estratégica de tornar a empresa privada - isso nos dá o cenário certo para aumentar o negócios e cumprir nossa estratégia com a nova equipe de liderança estabelecida.

A iniciativa parte da Marcel LUX III SARL, entidade que possui a maioria das ações da empresa (79%) e ela informou que não há obrigação de os acionistas aceitarem a oferta, que eles não pretende buscar uma alienação. Portanto, os acionistas que desejarem permanecer investidos na SUSE em um ambiente privado poderão fazê-lo.

Espera-se que a transação para privatizar a SUSE seja concluída no último trimestre de 2023.

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Suse era uma distro de destaque entre empresas no BR, mas quando foi adquirida pela Novell, começou o declínio. Some a isso a chegada do Ubuntu, com sua estratégia de marketing agressiva, que incentivava as pessoas a pedirem muitos CDs, compartilhando com os conhecidos.

Parece haver nessa notícia uma daqueles erros de “tradução ao pé da letra” – do tipo que transforma “renda” (PIB) em “ingressos” – como se fossem entradas para assistir um jogo de futebol.

Na verdade, SUSE nunca deixou de ser uma “empresa privada” – porque jamais se tornou “estatal”.

O que aconteceu (antes), foi uma “abertura de capital” – tinha se tornado uma “empresa de capital aberto” – ao lançar ações negociáveis em Bolsa de Valores.

Uma empresa de “capital aberto” tem uma série de obrigações – para que os investidores tenham transparência do que acontece dentro dela – e não fiquem “no escuro”, nem sejam enganados.

O que acontece agora, é um “fechamento do capital”, onde os donos re-compram as ações em poder do público externo, e voltam a ser “os únicos donos” – e não precisam mais dar satisfações ao “mercado de ações”.

O curioso nessa estória, é que no “IPO” (initial public offering = oferta pública inicial), venderam ações por 30 Euros – e agora oferecem 16 Euros para comprar de volta as ações em poder dos investidores.

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Apenas mudança de foco quando a Novell adquiriu a Suse AG e passou a oferecer o Suse Enterprise Linux focando no mercado Empresarial seguindo os passos da Red Hat. Suse , Conectiva, Kurumin, Red Hat tiveram uma boa parcela de adeptos até tomarem caminhos diferentes.

Atualmente estou utilizando OpenSuse. Pra mim, está melhor do que muitas distribuições. Pelo menos ao meu ver. Flui muito bem. Até que ficou melhor que o Fedora 38 na minha máquina.

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OpenSUSE é um sistema maneiro, eu desinstalei por conta de alguns poucos detalhes que me incomodavam demais (no geral são as pequenas coisas são as que mais me irritam, talvez pelo meu transtorno do espectro autista), mas no geral funciona muito bem.
A razão de eu tê-la desinstalado foi mais por não querer gastar tempo ajustando algumas coisas que por falta de capacidade de fazê-lo.
Alguns outros pequenos detalhes que eles colocam no sistema são um charme a mais, tipo o tema no Libre Office.
No meu hardware foi o sistema em que melhor funcionou a Steam, mas sem a poluição de inúmeros pacotes de 32 bits (como ocorre nos derivados de Debian, com o instalador .deb).
Eu certamente recomendo testar.
Espero que a SUSE faça ainda mais sucesso, quanto mais grandes projetos de sucesso, melhor para o mercado como um todo. Inovação tende a surgir e se manter em ambientes competitivos (as vezes a até surge inovação sem haver competititvidade, mas no geral, sem competitividade a inovação tende a ser colocada em outra camada de interesse).

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Não deixa de ser uma empresa pública, quando tem capital aberto e privada, quando tem o capital fechado. O termo está correto, não foi traduzido ao pé da letra.

A única confusão se dá sob a ótica brasileira sobre o assunto, já que misturaram os termos. O correto para empresas que estão sob direção do governo, é empresa estatal.

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O assunto ameaça fugir demais ao tema desse Tópico. – Quis apenas frisar o uso de termos inadequados na postagem inicial – e penso que não deveríamos levar isso para um debate sobre assunto paralelo, por isso vou tentar ser breve, e me limitar ao essencial:

  1. Esses termos começam por ser definidos pela Constituição, em seguida passa por centenas (talvez milhares) de leis, regulamentos, decretos, regulamentos, portarias, sentenças judiciais etc. – Se começarmos a usar as palavras de acordo com o que achamos (por mais “certo” que nos pareça), estaríamos criando uma bela duma confusão – que tornaria o debate e a troca de ideias uma coisa difícil e improdutiva, pois cada um poderia usar as palavras com o significado que achar melhor, e o entendimento mútuo ficaria cada vez mais difícil.

  2. Criar (ou aceitar) significados diferentes daqueles que, há décadas, são usados nos livros, jornais, revistas etc. é uma péssima ideia.

Exemplo 1 - Um texto do JusBrasil.

Exemplo 2 - Um verbete da Enciclopédia PUC-SP.

Exemplo 3 - Uma tese de doutorado na USP.

Exemplo 4 - Texto de uma procuradora do MP-TC-DF, na seção de Legislação do site do Senado.

Conclusão - Podemos mandar tudo às favas, afinal o Idioma é feito por nós etc. – mas a utilidade do Idioma é servir à comunicação – e servirá melhor, enquanto todos pudermos entender com clareza o que cada um pretende comunicar.

Explicando: Contabilmente exitem dois grupos óbvios que geram essa confusão:

Setor público que é o setor administrado uma das esferas públicas (municipal, estadual e federal) que pode ou não ter a prestação de serviços terceirizado para o setor privado

Setor privado é focado na venda/prestação de serviços e produtos visando lucro

A confusão público x privado acontece aí, nos textos que o @frc_kde trazem fica um pouco nebulosos mas empresas pública e privada não tem a ver com o setor econômica dela, o termo foi traduzido certinho, aqui público ou privado, a SUSE sendo privada ou pública é uma empresa de Direito Jurídico Privado ou seja, ela é uma empresa do setor privado, o público se refere a sociedade da empresa

  • Uma empresa privada: você tem um determinado grupo de pessoas que detém um percentual de ações (ou seja, pedaços do capital de uma empresa que permitem ou não que a pessoa tenha direito a voto nas decisões da empresa) e elas são conhecidas internamente e todo recursos injetado na empresa vem desse grupo fechado e privado de pessoas, privado porque qualquer injeção é mediante contrato ou por aprovação da maioria dos que tem direito a voto

  • Uma empresa pública: Você tem uma mesa diretora que são as pessoas que possuem direito a voto porém a injeção de capital ocorre por meio da liberação de papéis, um empresa pública qualquer um pode obter participação na empresa

Ou seja, as duas são de DIREITO privado, porém o capital pode ser fechado (ou privado) ou aberto ao público (ou público) tanto faz falar público ou privado (termo contábil) ou aberto e fechado (termo econômico) os dois estão certos dependendo da ótica

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Amigos, acho que estamos desviando do assunto do tópico… mas, como o @Natanael.755 acha que as coisas ainda estão confusas…

Art. 3º Empresa pública é a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, com criação autorizada por lei e com patrimônio próprio, cujo capital social é integralmente detido pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios.

Fonte: LEI Nº 13.303, DE 30 DE JUNHO DE 2016 – a qual – Dispõe sobre o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias, no âmbito da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.

Constituição Federal:

Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de atividade econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei.

§ 1º A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias que explorem atividade econômica de produção ou comercialização de bens ou de prestação de serviços, dispondo sobre: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

Não basta a gente querer, para que “empresa privada de capital aberto” (Sociedade Anônima) passe a se chamar de “empresa pública”.

Desvio do tópico