Sem notícias no Facebook e Instagram no Canadá

Com a aprovação da lei C-18, no Canadá, plataformas que exibirem conteúdos noticiosos precisam pagar taxas ao veículo midiático emissor. Segundo a Meta, o impacto gerado por este tipo de conteúdo em suas redes sociais não compensa o ônus legal, dessa forma, para se proteger de prejuízos, em breve, notícias não serão mais disponibilizadas no Facebook e no Instagram no país.

Dessa forma, estas redes sociais focarão no contato entre os usuários, na promoção de negócios e no apoio às comunidades locais. A Meta afirma que continuará combatendo a desinformação com suas mais de 90 agências de checagem de fatos parceiras.

Outra plataforma impactada é o Google, que está negociando um meio-termo viável, pois a solução abordada em países com leis semelhantes, como a União Europeia e a Austrália, não se encaixa na lei do Canadá, por ser mais restritiva.

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um meio termo é desejável, já que os criadores de conteúdo tem o direito de receber pelo trabalho que fazem. esperemos o desenrolar dos acontecimentos.

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É o fim da mídia tradicional, estão reagindo enquanto agonizam.

O veículos de comunicação foi um império que ruiu. Não faz nenhuma diferença se o Facebook compartilha ou permite que os usuários compartilhem notícias em seus perfis. Quem precisa das redes sociais são os veículos de comunicações tradicionais e não o Facebook que precisa das notícias.

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Usei muito o Facebook como “agregador” de conteúdos, boa parte notícias e artigos de análise e opinião na imprensa dita tradicional. O Twitter eu uso hoje basicamente para isso, eu acompanho jornalistas, articulistas e especialistas que muito comentam o que repercute na imprensa dita tradicional. Se Twitter, Facebook etc. tirarem isso, viram sacos vazios. Até porque o WhatsApp é que hoje canaliza os contatos pessoais, pelo menos no Brasil, onde é incrivelmente popular.

Sem o que é produzido “pelo império que ruiu”, as redes sociais ficam um caldo cheio de malices e trollagens.

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Não foi o que aconteceu com o Youtube. Um monte de gente desconhecida virou protagonista de conteúdos muito consumidos. A grande mídia saindo do Facebook com as suas notícias abrirá espaço para um movimento similar de conteúdos autorais que ganharão a preferência do público?

A impressão que dá é a de querer levar o leitor para os portais de conteúdo.A pergunta é: isso facilita o acesso ao portal do conteúdo ou dificulta? A tendência é que pra publicar uma notícia essa notícia deva ser autoral ou ter uma licença de conteúdo que possa ser postada.

Simples assim!

Mas aqui tem um truque na lei que eles querem implementar. As bigs techs são proibidas de retirar o conteúdo. :rofl:

Youtube tem uma dinâmica diferente de Facebook e Twitter. E, ainda assim, os influencers no Youtube têm se queixado MUITO da perda de audiência e de alcance. De todo modo, o que mais vejo é Youtube ser usado como fonte de informação complementar ou alternativa.

A não ser, claro, para os conspiracionistas que refutam veementemente o que vem da “imprensa corrompida”, seja à direita, seja à esquerda.

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Para analisar com isenção, é necessário examinar os conceitos que recebemos prontos, para ver até onde são verdades, ou apenas discursos:

Boa parte do “conteúdo” dos jornais, revistas e “portais de notícias” é “copia e cola” de material distribuído por assessorias dos governos (federal, estaduais, prefeituras), empresas, universidades públicas etc. – reproduzidos com o acréscimo de um “©” ameaçador no pé da página.

O Google afirma que dá preferência a conteúdo “original” e que rebaixa as cópias – mas é preciso gastar horas, tentando encontrar o press-release original dos órgãos públicos, universidades etc. – a passo que a “cópia” publicada pelos jornalões é a primeira coisa que aparece, no topo dos resultados de qualquer busca. Sempre com um baita “©” ameaçador no rodapé.

O mesmo acontece em cada “divulgação científica”. Copia-se descaradamente de alguma publicação internacional (apenas citada no texto), pois a grande mídia nativa não se dá ao trabalho, sequer, de traduzir os artigos originais – muito menos, o trabalho de acompanhar os “papers” das universidades do mundo inteiro.

Pior ainda, os “despachos” (antigamente chamados “telegramas”) das “grandes” agências de notícias, como Reuters, UPI, AP, AFP – que em 99% dos casos se limitam a citar, “segundo a mídia local”, “segundo fontes” etc. – É muito comum que, em 6 parágrafos, 4 sejam repetições do que já foi dito em outros 2.

Quanto às “fontes”, em 99% dos casos, dizem o que convém a elas – sejam elas do tal “mercado”, ou “oficiais do Pentágono”, ou o Instituto da Caixa Preta Internacional. – De novo, “copia e cola”.

Na política? Pega-se uma fala de 60 minutos, extraem-se 3 ou 4 frases escolhidas e “produzem-se” 3 ou 4 “matérias jornalísticas”.

Uma longa entrevista que fulano de tal concedeu a determinado “canal”? – A mesma coisa. Pegam-se 1 ou 2 frases e “produzem-se” 1 ou 2 “notícias” – muitas vezes sem citar, sequer, o “canal” que fez a entrevista (se o 'canal", ou blog etc. não for parte da meia-dúzia de empresas da “grande” mídia).

Isso, quando não se pegam 2 ou 3 tuítes de alguma “celebridade” – “influencer”, artista, político etc. – e se “produzem” 2 ou 3 “notícias”.

Acompanhei muitos “eventos” (terremoto no Japão, invasão de favela, batalha, inundações), simplesmente pesquisando no Twitter as postagens de quem está lá no meio dos acontecimentos – e sempre verifiquei que a dita “grande imprensa” se limita a reproduzir, com grande atraso (e com muitas lacunas), uma pequena parcela das informações dadas pelas pessoas que estão lá. – Às vezes, pagam por uma ou outra foto; e raramente dão links para o leitor ter acesso e poder conferir. O que nunca falta é o “©” ameaçador no pé da página.

O único esforço real da grande mídia é pagar alguns correspondentes, em alguns locais estratégicos, para correrem ao lugar (se valer a pena), entrevistar algumas pessoas etc. – mas mesmo isso é muito relativo, pois vemos a suposta cobertura de um evento na China ser feito por correspondentes situados em Londres ou Nova Iorque; ou “notícias” sobre a Venezuela serem dadas por correspondentes situados em Buenos Aires.

Invasão do Iraque? Foi quase toda “coberta” desse modo. Repórteres em Londres, Washington, e alguns “hospedados” em navios de um dos lados da dita guerra. Sim, havia também alguns num hotel em Bagdá, transmitindo clarões no horizonte a partir das janelas do 8º andar. Nunca esqueço aquele repórter que arfava, se jogava embaixo de uma mesa (no quarto de hotel) – enquanto o camera-man continuava de pé, filmando a cena de “correspondente de guerra”.

De modo que, quem quiser ter uma ideia do que realmente acontece, simplesmente procura nas redes sociais os “perfis” de quem está no próprio local – ou do artista, político, universidade, pesquisador etc. – E pode ter certeza de que a dita “grande mídia” jamais vai pagar 1 centavo a essas “fontes”, e muito menos às tais “redes sociais” que lhe permitem sugar informações sem levantar a b*nda da cadeira.

Mas, só para deixar claro: – Não dou razão à “grande imprensa” – nem às ditas “redes sociais”.

No final, somos só nós, mesmos, que trabalhamos para sustentar os 2 lados dessa briguinha.

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O jornalismo profissional tem muitas limitações. Inclusive o jornalismo bancado por grandes empresas, como está bem claro.

Mesmo assim, é um bom gerador de conteúdos e um bom organizador de conteúdos alheios. E é uma força fundamental de sociedades abertas e democracias.

Redes sociais ampliam acesso a fontes de informação. Só que de forma caótica e muito vulnerável a picaretagens e comunicação tóxica. É o que nos trouxe à Nova Era dos Terraplanistas e dos militantes de pautas francamente contrárias à vida civilizada.

No saldo entre defeitos e qualidades, a imprensa profissional ainda me parece defensável, enquanto as redes e seus algoritmos me parecem cada vez mais afundadas num abismo.

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a origem das informações não importa. o poder público disponibiliza informações para serem utilizadas. mas vc n pode afirmar que “boa parte” etc e tal. Tem muita picaretagem mas tem muita gente honesta que produz conteúdo e vive disso. então é justo que recebam por isso.

quem filtrará trabalho sério de picaretagem eu não sei. Mas se uma “boa parte” é copia e cola, a outra parte faz trabalho de qualidade. diariamente asisto jornalismo, colunistas, documentários, revistas etc no youtube, por exemplo, e não é “copia e cola”.

e como essa remuneração se dará, de forma que seja justo para os dois lados, também não sei. mas espero que cheguem a um acordo.

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O melhor modelo é o que foi adotado na Austrália, após a alteração da lei que acredito que foi inicialmente igual a que esta no Canadá.

Como ficou:

Ex: do Google, ele seleciona algumas noticias e exibe no site google news (news.google.com), e apenas estas noticias ele paga para a imprensa.

O modo que eles querem implementar atualmente é inviável para as redes sociais. Imagina aqui, é obvio que a grande imprensa irá contratar “serviços” para inundar as redes sociais de artigos para lucrar em cima, seja por meio de bots ou funcionários exclusivos para ficaram o dia todo postando conteúdo.

Concordo… e não concordo.

É um “modelo” eficiente em “organizar” conteúdos alheios… mas organiza em função de seus interesses, e não dos interesses dos consumidores.

Aliás, ser um “produto de consumo” já é, por si só, um problema. – Já faz algumas décadas que a “empresa jornalística” deu lugar a conglomerados – de “entretenimento” (passa-tempo), “espetáculo” (espetaculoso)… e de poder.

(Não quero desencavar arquivos dos anos 90, então vai “de memória”: – Todos os principais conglomerados de jornais e revistas fundiram-se com conglomerados de TV + TV a cabo + produção de filmes e desenhos + distribuidoras de filmes + esportes + games + empresas de telecomunicações + satélites + provedores de internet etc. – Dos anos 90 para cá, é claro que muitos detalhes já mudaram. Não existem mais redes de distribuição de “vídeos”, nem aqueles antigos “provedores de internet + portal de acesso + email”, mas isso não alterou nada para melhor, pelo contrário. – Com isso, todo o “noticiário” agora é “relações públicas” e instrumento de poder de todo esse conglomerado de seus próprios interesses entrelaçados).

Em suma: – Não existe mais a empresa especializada em “notícias” – e cujo “valor” dependia, unicamente, da qualidade e confiabilidade de seu noticiário (mesmo que apenas para setores específicos da sociedade – pois havia jornais “conservadores”, “liberais”, “trabalhistas” etc. – Hoje, toda a “grande” mídia tem um “lado” único).

Se antes a “informação” já era fortemente manipulada, agora simplesmente deixou de ser “informação”. – É apenas um negócio entre outros e, claro, totalmente subordinado àquele conglomerado de interesses econômicos. – Se antes o noticiário podia ser subordinado a grandes interesses “externos à empresa”, agora está totalmente subordinado ao seu próprio conglomerado de interesses (sem deixar de se subordinar a poderosos interesses externos, claro: em especial, setor financeiro e complexo industrial-militar, em conjunto).

Portanto, a eficiência da grande mídia em filtrar, organizar e nos apresentar um “produto pronto” não é uma coisa “positiva” – em contraposição a um caos de informações não-confiáveis e enganosas. – Pelo contrário. Se existe alguma chance de entender os acontecimentos, é buscando a informação nessa massa caótica, não-filtrada, não-organizada. Ok, é trabalhoso, é complicado, e talvez 99% da população não consiga bons resultados. Mas aceitar a realidade “organizada” pela grande mídia não é a saída.

Poderia ser! – No momento, infelizmente, não é. – Em muitos casos, tem sido uma força contra a democracia.

Claro que é para serem utilizadas… desde que a “mídia” não carimbe um “©” ameaçador. – Tenho muito trabalho, para conseguir chegar à “fonte” pública dessas informações – e documentá-la, para me garantir contra qualquer processo por “quebra de ©” de empresas… “criadoras de conteúdo”!

Concordo… e discordo.

Em um jornal ou revista, posso, sim, medir quantos cm² são cópia, e quantos cm² são “conteúdo original” – e fiz isso durante décadas.

Num “portal”, é claro que fica 1.000 vezes mais difícil, pois sua natureza é ser “labiríntico” – pois desse modo o “visitante” pode ser perder ali dentro, aceitar mil “sugestões” (de matérias dos últimos 10 anos!), e ficar preso ali dentro, até desmaiar de fome (rs). – Nesse aspecto, sim, concordo que é mais difícil “provar” o que afirmei.

A menos que você perca um tempo enorme fazendo um levantamento “objetivo”, é claro que sua afirmação tem validade… para aquele grupo de notícias que você escolheu – deixando de lado uma massa de “textos” que você, pessoalmente, não se interessou em ler. – Então, se você costuma escolher matérias “originais” (e ignorar o resto), é claro que você terá a impressão de que “boa parte” do material é… original!

Aliás, num jornal ou revista, você também tem uma visão nítida do que foi publicado como “manchete”, e do que está com “títulos menores”, notinhas num canto para preencher espaço etc. – Na internet, isso é muito menos óbvio. Uma “notinha” pode viralizar nas redes e chegar a zilhões de navegantes, enquanto uma “manchete” muitas vezes passa desapercebida de 99% dos internautas. – Não é um “caos” (porque foi “organizado”), mas é um labirinto, feito para aprisionar o visitante.

Nas redes, é possível desmanchar esse labirinto – desde que você examine e “siga” apenas “perfis” com determinado grau de conhecimentos gerais, lucidez, seriedade etc. – Desse modo, você se livra de 99% dos “conteúdos” irrelevantes e consegue acompanhar o que de fato interessa, sem submergir num caos “organizado” (por empresas cujos interesses podem não ser os seus).

Mas não se trata de ficar (só) no Facebook, Twitter, Instagram, Youtube, Tik Tok – e muito menos, de ficar clicando em “sugestões” dos algoritmos. (Para ser franco, raramente clico nessas “sugestões”). – É necessário explorar também outras redes, como Mastodon, Reddit, VK – e seguir vários links para examinar as “fontes” de qualquer postagem que, à primeira vista, pareça relevante, antes de considerar qualquer coisa como “possivelmente verdadeira”, ou “séria” etc.

Enfim, uma “rede” em que nunca mergulho é o Youtube. Entro para procurar alguma coisa, e saio imediatamente, depois. Se alguma informação é “verdadeira” (ou não), tem de existir algum “texto” informando aquilo – e é muito fácil avaliar um site ou blog pela qualidade dos perfis que o seguem, linkam, recomendam, ou são publicados por ele. – “Assistir” é sinônimo de “TV”, um ato eminentemente passivo (um não-ato, uma não-ação). “Ler” é mais rápido, objetivo, e deixa muito mais tempo para pesquisar, verificar etc.

Conclusão? – Ainda acho mais produtivo percorrer meia-dúzia de redes, seguir certo número de “perfis” mais “sérios” – e verificar pessoalmente.

Mas, cada um tem sua própria “estratégia” para se informar dos acontecimentos – e não posso afirmar que a minha seja “melhor” do que a de ninguém. – Apenas, expus o que pude aprender nas últimas 4 ou 5 décadas, em parte como jornalista profissional, mas em grande parte também como “observador do jornalismo profissional” (pois há muito tempo faço isso só para meu uso particular: "inclua-me fora do jornalismo “atual”).

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Alguns contrapontos:

. noticiário é enviesado desde MUITO ANTES das megafusõoes corporativas, fenômeno que engolfou as empresas jornalísticas;

. noticiário é enviesado, mas é assinado, e os canais do noticiário têm linhas editoriais e posições ideológicas explícitas;

. noticiário é enviesado, mas isso não impediu nem impede que a imprensa profissional preste bons serviços à sociedade e à democracia;

. no plano geral, a detecção de fontes diretas de credibilidade tem falhado MUITO, e tem sido corroída pelos algotirmos das redes sociais, que também são enviesados, e a maior evidência é a Nova Era do Terraplanismo e do Revisionismo Histórico Chulo.

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O gabarito é VFFF.

O perigo de a gente defender um lado ou o outro, é que no final eles se compram / vendem / se fundem / se incorporam, e a gente é que fica sem defesa.