Sai CentOS 8 e entra CentOS Stream

Nesta terça-feira (08/12/2020) a Red Hat fez um anúncio um tanto quanto bombástico, para não dizer polêmico, onde eles anunciaram a mudança dos investimentos que antes eram destinados ao CentOS Linux e agora será para o CentOS Stream. E isso fez a comunidade Linux, principalmente do CentOS e SysAdmins, pegar fogo.

Anúncio da Red Hat

Como dito no começo o anúncio foi feito nesta terça-feira no blog oficial da empresa pelo senior vice president and chief technology officer (CTO) da Red Hat, Chris Wright, em que ele começa dizendo que em setembro de 2019 anunciaram a plataforma de desenvolvimento upstream projetada para membros da comunidade CentOS, parceiros da Red Hat, desenvolvedores de ecossistemas, o CentOS Stream, e que teve um grande entusiasmo dos colaboradores e parceiros em torno do novo sistema. Tendo também um fluxo de inovação de forma contínua, oferecida pelo projeto.

Diante destes fatos, o CentOS Project Governing Board ( Conselho de Administração do Projeto CentOS), entendeu que teriam que mudar o investimento total da Red Hat mudando do CentOS Linux para o CentOS Stream.

Ele continua no comunicado dizendo que o Facebook, que executa milhões de servidores para dar suporte a rede social, estão migrando ou foram migrados para um sistema operacional derivado do CentOS Stream, assim impulsionando inovações para dentro da plataforma. Também foi posto uma declaração de outro parceiro de longa data da Red Hat, a Intel através do seu vice president, Intel Architecture, Graphics and Software Group, Intel, Mark Skarpness, com a seguinte declaração

“A Intel tem uma longa história de suporte ao ecossistema Linux, impulsionando a inovação de código aberto em ambientes de TI, de datacenters corporativos com implantações em nuvem. Estamos entusiasmados com o potencial do CentOS Stream em nosso ecossistema de clientes.”

Chris também comentou que eles começaram a “investir pesadamente” no CentOS Stream a partir de 31 de dezembro de 2021, dando a entender que o CentOS Linux 8 terá só mais um ano de vida. Já o CentOS Linux 7 terá atualizações de manutenção até o “fim da sua vida”, que será em 2024.

Também foi falado que o CentOS Stream ficará “entre” o sistema operacional do Projeto Fedora e a versão estável do RHEL.

O anúncio completo você pode conferir aqui.

Reações da comunidade

Quem se mexeu “primeiro”, vamos assim dizer, foi a Oracle fornecendo um script para quem quiser fazer a migração para o seu sistema, e que você pode conferi-lo aqui.

Também teve a reação de quem utilizava o CentOS como sistema principal em suas linhas de produção e que agora estão na incerteza de como será o futuro para eles, que em sua grande maioria são SysAdmins e que confiavam na robustez e estabilidade do sistema.

Muitos estão comentando, principalmente na postagem no blog do CentOS, que estão pensando seriamente em migrar para soluções Ubuntu, Debian ou openSUSE/SUSE.

Realmente essa notícia pegou uma grande parte da comunidade de surpresa, principalmente eu que “não previ” essa manobra :laughing:, mas agora é esperar os próximos capítulos e ver como o mercado reage.

Leitura complementar que recomendo, são as matérias do ZDNet e do ArsTechnica.

Nos vemos no próximo post, forte abraço! E confira nosso Feed RSS

5 curtidas

ao meu ver o CentOS vai perder muito mercado de servidores, já que vai meio que virar uma distro Rolling Release e isso pra servidores é quase que impraticável. Vai torar o CentOS no meio pra ser mais específico.

Já tive muitos problemas com servidores CentOS, para mim só vantagens! rsrs

Pelas contas da W3Tech , enquanto o Ubuntu é o sistema operacional de servidor Linux mais popular com 47,5%, o CentOS é o número dois com 18,8% e o Debian é o terceiro, 17,5%. RHEL? É um distante quarto lugar com 1,8%.

Se você acha que acabou de perceber por que a Red Hat pode querer remover o CentOS do campo de jogo do servidor, você está longe de ser o primeiro a pensar isso. Durante anos, o CentOS foi a escolha de administradores Linux experientes que sentiam pouca necessidade de suporte, enquanto o RHEL foi o que as empresas escolheram para os cintos e suspensórios de suporte total.

Agora, com essa mudança, milhares de empresas precisarão mudar para uma variante diferente do Linux. Eles não estão felizes. [ZDNet]

Sou mero usuário doméstico, tentando me manter não-domesticado por nenhuma empresa. ─ Não dá para confiar em empresas.

Quando consegui escapar da M$, acabei ficando dependente da Canonical (pois usei Kubuntu como minha “distro principal” de 2009 a 2017), e isso me deixava incomodado.

Atualmente, tenho um pé no openSUSE, Fedora, ─ pois são muito boas, ─ mas sem tirar o outro pé das distros comunitárias, como Arch, Debian(*), PCLinuxOS, Mageia, Void…

(*) Às vezes, até hesito em incluir Debian entre as distros comunitárias.

Como mero usuário (e sem tempo pra virar profissional de TI), cair na dependência de uma empresa é o pior cenário.

Se a RedHat está focando no Stream é porque de lá retorna alguma coisa. No fim das contas tornaram o CentOS menos sangue suga…