Posto isso com o intuito de orientar alguns neófitos no Linux.
Em quase 20 anos de Linux, eu nunca fiz qualquer esforço para “tirar um único usuário do Windows e trazê-lo para o Linux”; é comum vermos essa energia de proselitismo em favor do Linux por alguns usuários. Eu não faço isso jamais. Digo logo: “cara, o Linux é complicado, acho que o Windows é melhor pra você!”. Daí, se o comportamento da pessoa for do tipo que topa desafios, ele vai encarar e dizer a si mesmo que vai “me mostrar que consegue”.
Esse pensamento difere quando o ambiente é corporativo, pois você foi contratado para operar um recurso e se o Linux for a base para suportar a plataforma, programa ou qualquer coisa, aí você não tem escolha. Ou aprende ou dá lugar a outro que se desenvolveu seja em Linux ou no uso de programas.
O Linux é uma escolha consciente, pois oferece uma experiência de computação única e flexível. Isso não quer dizer que seja melhor ou pior. No entanto, é essencial entender que o Linux e o Windows são sistemas operacionais diferentes, cada um com seus pontos fortes e casos de uso específicos. Não é produtivo para as comunidades Linux tentarem converter todos a mudarem para o Linux, nem é apropriado para os usuários do Windows considerarem o Linux apenas como uma alternativa sem entender suas vantagens. Não fique buscando o que tem no Windows; é mais vantajoso e veloz procurar a abordagem correta no Linux para executar uma determinada ação.
Uma das principais diferenças entre a maioria dos usuários do Windows e do Linux é a atitude em relação à pirataria. No Linux, a mentalidade é baseada no respeito aos direitos autorais e na legalidade do software. O uso de software pirata é inaceitável na comunidade Linux, pois viola princípios éticos fundamentais. Para aqueles que têm a intenção de usar software de forma ilegal, o Linux não é a melhor opção, e é importante que esses usuários repensem seus comportamentos. Normalmente, esses piratas anulam os esforços de outrem sobre qualquer coisa. No Linux, há de ter investimento, principalmente de tempo e energia. Costumo separar muito bem as coisas.
O suporte e a colaboração na comunidade Linux têm uma abordagem diferente em relação ao Windows. Em vez de depender de um sobrinho ou de um técnico para resolver problemas pagando cinquentinha, os usuários do Linux são incentivados a aprender e resolver os problemas por conta própria. A filosofia por trás disso é o empoderamento do usuário, encorajando a autonomia e o desenvolvimento de habilidades técnicas. Ao se envolver com a comunidade Linux, os usuários são incentivados a compartilhar seu conhecimento e ajudar os outros, criando uma cultura de reciprocidade.
Existem críticas em relação ao Linux, assim como há críticas a qualquer sistema operacional. Algumas pessoas podem expressar suas opiniões sobre como o Linux deveria ser, mas é importante observar que a maioria dessas críticas não vem dos colaboradores e desenvolvedores ativos da comunidade. Aqueles que estão envolvidos no desenvolvimento do Linux estão cientes das complexidades e desafios do projeto. Para fazer críticas construtivas, é valioso participar da comunidade e contribuir com esforços para melhorar o sistema operacional.
Em resumo, o Linux oferece uma experiência única e recompensadora para aqueles que estão dispostos a abraçar seus princípios e valores. É uma comunidade vibrante, onde o aprendizado, a colaboração e a contribuição são valorizados. Se você está disposto a adotar uma abordagem responsável e ética para a computação, o Linux pode ser uma escolha gratificante.
O Linux é disruptivo, e se o usuário está feliz com o Windows, não faz nenhum sentido ele mudar para o Linux, assim como não faz nenhuma sentido um usuário do Linux fazer proselitismo de uma distribuição ou outra para usuários do Windows. O Linux, por natureza, tem uma barreira de entrada e não existe nenhum discurso que mude isso.