Qual a consequência do fim do X11 no GNOME?

O GNOME 49 encerrará o X11, mas não é algo tão radical quanto pode parecer. Exploramos as consequências dessa mudança conforme a perspectiva dos desenvolvedores do ambiente gráfico.

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:waving_hand:t2:

Eu penso que, o fim do X11, no geral, é como se fosse comparar com o fim do Dinheiro em Notas, “eles querem mais não querem” :sweat_smile:.

Eventualmente poderá acontecer mas acredito que ainda vai demorar décadas, como citado na matéria.

:vulcan_salute:t2:

Ainda estamos precisando de muita evolução no Wayland para suportar tudo que o Xorg suporta, mas os passos agora aceleraram. Abaixo um resuminho do que ainda temos que vencer. Algumas coisas já estão prontas no Wayland, porém ainda imaturas. Essa decisão do GNOME e do KDE é algo que em pouco tempo serão vencidas.

Recurso / Situação Xorg Wayland Situação Atual
Captura de tela por apps externos :white_check_mark: :warning: Limitado, com portal
Simulação de teclado/mouse (xdotool) :white_check_mark: :cross_mark: Não funciona
Compartilhamento de janelas únicas :white_check_mark: :warning: Limitado
Hotkeys globais com scripts :white_check_mark: :cross_mark: Inviável
Jogos e Wine :white_check_mark: :warning: Funciona, mas pode variar
Ferramentas de acessibilidade :white_check_mark: :warning: Incompleto
Aplicativo Categoria Situação no Wayland
Firefox (Flatpak) Navegador Suporte completo via Wayland nativo
Chromium (Flatpak) Navegador Já suporta Wayland
OBS Studio (Flatpak) Gravação de tela Suporte via portal, com melhorias constantes
KDE Spectacle Captura de tela Totalmente funcional com o KWin Wayland
Gnome Screenshot Captura de tela Funciona perfeitamente no Wayland
Waybar / Swaybar Barra de status (tiling) Projetadas para Wayland
Foot / Alacritty Emuladores de terminal Suporte nativo a Wayland
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Rust in Peace – Just another GNOME Blogs site " o Xorg Server ainda está em constante manutenção, porém o desenvolvimento de seus recursos está interrompido. Ele ainda recebe correções de bugs ocasionais e há lançamentos de segurança oportunos quando necessário.

O sentimento comum , compartilhado entre desenvolvedores de Xorg, gráficos, kernel, plataforma e aplicativos, é que qualquer desenvolvimento futuro é um beco sem saída e as deficiências não podem ser resolvidas sem quebrar o X11. É por isso que a maioria dos desenvolvedores do Xorg migrou para uma solução nova e independente: o Wayland.

O GNOME no Wayland é tão funcional quanto a sessão do Xorg e, em muitos casos, muito mais capaz e eficiente. Existem alguns fluxos de trabalho de nicho que só são possíveis no X11, mas não há nenhuma regressão de funcionalidade."

HDR por exemplo só no Wayland, frequencia variável também..

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Perfeita a colocação do @mauriciodelima, concordo completmente.

Ao meu ver, a atitude um tanto radical vem seguindo a premissa “O Wayland está pronto. Se o seu software não funciona, o problema é seu.” Quem quiser alguma funcionalidade adicional no Wayland, que contribua com o projeto para adicionar esse recurso. Dessa forma haverá uma queda de braço entre quem tem seu software funcionando perfeitamente no X mas não no Wayland, mas também quer que outros implementem o recurso necessário.

Num primeiro momento quem pode sofrer são os usuários mais entusiastas do Gnome, que podem perder algumas aplicações e ter que mudar o workflow. Talvez alguns até mesmo saiam o gnome pra poder continuar usando um workflow consistente no X11.

As consequências disso seria os devs começarem a migrar seus aplicativos para Wayland com o passar do tempo o que convenientemente não estava acontecendo. Xorg já teve seu tempo e chances de ser atualizado modernizado o que nunca aconteceu e duvido muito que vai acontecer com o Xlibre.