Quais empresas brasileiras estão produzindo notebooks e desktops atualmente?

Nos anos 80 por conta da Lei de Reserva de Mercado abundavam os fabricantes nacionais de computadores, depois o número reduziu-se ao longo da segunda metade da década de 90 e sofreu uma retomada nos anos 2000 com o programa governamental “Computador Para Todos”, passada a febre dos computadores vivemos a chamada “Era Pós-PC” com tablets e smartphones de forma que a maioria dessas empresas faliu ou mudou de foco no mercado.
Excetuando-se a Positivo, e em um caso à parte Avell e Daten as marcas nacionais de computadores praticamente desapareceram, mesmo que volta e meia ainda veja alguma marca desconhecida (muitas vezes apenas com produtos chineses ou taiwaneses remarcados para o mercado nacional e apenas montados localmente).
Onde estão as fabricantes brasileiras de computadores? Você poderia citar alguma fora as mesmas de sempre?

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Ah, lembrei-me da Oro/Houter:

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Tem a Multilaser:

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Este foi o 1st equipamento que comprei quando comecei a ganhar o meu 1st salário, regime CLT. Um pc da ORO (Dual Core E5200 com 4gb de RAM ddr2 e uma GT 520 como gpu, placa mãe IPM 3.1), além de uma bicicleta e uma mochila, parcelado claro :joy:.

O vendedor queria me empurrar um Windows 7 eu queria Free Dos, ele insistiu e perdeu, no fim eu ganhei R$ 500 de desconto mesmo. Eu instalei um Ubuntu 8 Hardy Heron nele na época nele. Já estava nas minhas intenções.

:pray:

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Eu só conheci essa marca há pouco tempo. O computador era ou é bom?

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Nada a reclamar com os OS Ubuntu que fui evoluindo, atualizando, update. Claro tinha os “tricks” do Linux que no tempo era mais “difícil” mas nada que uma pesquisa aqui e ali não resolve-se os problemas. Mas hardware muito bom com bom preço. Anos depois eu juntei $$ para montar minha própria máquina gamer e doeei o PC. :pray:

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Eu acredito que o Brasil deixou de produzir computadores, basicamente só fazemos a integração dos componentes, impressão dos manuais etc. Uma empresa que produz algo é a Nilko, que fabrica gabinetes para servidores, além de racks e outros produtos fora do nicho da informática.

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Mas aí quase todo o fabricante é basicamente um integrador, ou tudo o que você entende como “marca” na verdade terceiriza para alguém que efetivamente fabrica, no sentido de manufaturar, e presta o serviço de assistência e suporte.

A lista abaixo é antiga (2012), mas deve refletir o mercado atual:

  • Quanta have manufactured for HP, Lenovo, Apple, Acer, Toshiba, Dell, Sony, Fujitsu
  • Compal have manufactured for Acer, Dell, Toshiba, Lenovo, HP/Compaq
  • Wistron have manufactured for Dell, Acer, Lenovo, HP
  • Inventec have manufactured for Toshiba, HP, Lenovo
  • Pegatron have manufactured for Asus, Toshiba, Apple, Dell, Acer
  • Foxconn have manufactured for Asus, Dell, HP, Apple
  • Flextronics have manufactured for HP
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É verdade, provavelmente tudo é fabricado em Guangdong, mas eu acredito que, pelo menos no caso das marcas dos EUA e Japão, ainda há algum tipo de desenvolvimento de produto nos países de origem. A Apple talvez seja um exemplo notável. Acer e ASUSTeK já eram taiwanesas, então uma relação com outros fabricantes, talvez localizados na China continental, não é tão surpreendente.

Eu não veria muitos problemas se, pelo menos, tentássemos fazer a concepção do produto e a pesquisa mercadológica aqui e, em seguida, levássemos para prototipagem em Shenzhen e, posterior fabricação em algum lugar da província, mas parece que as marcas brasileiras já pegam produtos prontos e as fabricantes chinesas apenas fazem a marcação. O produto então pode ser maquilado aqui com a impressão de manuais e embalagem localizada para o português brasileiro.

Mas, as grandes empresas ainda desenvolvem produtos, um produto Apple mesmo sendo fabricado na China e com componentes de diversos fabricantes ainda assim tem uma série de definições e componentes exclusivos dos produtos da própria AppleO mesmo vale para todos os grandes fabricantes.

Na verdade a Apple é exceção à regra.

Aí é uma questão problemática do nosso afastamento em relação ao resto do mundo.
Sinceramente, queria acreditar que a pandemia deixaria uma lição para pelo menos o mundo diversificar um pouco sua manufatura, trabalhar com uma espécie de “backup” e não depender tanto de um único país.
Mas parece que caminhamos para coisas cada vez mais padronizadas. Até onde tínhamos um MÍNIMO desenvolvimento, em engenharia automotiva, por exemplo (e estamos falando de um país que é um ótimo laboratório, só não tem cenário de frio extremo), está sendo entregue a projetos de segunda linha, e voltados a atender um outro público, que não o nosso.
Mesmo a Avell, que talvez seja nosso melhor exemplo, faz um trabalho brilhante, honesto, mas de pequena escala. Não dá nem para imaginar ela criando alguma coisa que já não venha pronta.

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Eu chamo de remarcador

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Das nacionais tem a CCE (vulgo “Começou Comprando Errado”) também.

Ela está “dormente” após ser devolvida pela Lenovo.

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Conserta, Conserta, Estraga.

Zoeiras a parte, a anos os produtos dela passaram a ter qualidade.

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Pelo que sei só existe montadora o brasil não fabrica hardware é tudo importado então se é isso mesmo tem nenhuma…
Montar ate eu monto isso não me faz um produtor de computadores.
Se for montadora existe umas ai.

montadora
substantivo feminino

  1. brasileirismo•Brasil

tipo de fábrica onde o produto final resulta da combinação de peças e subprodutos mecânicos produzidos nas fábricas de processamento.

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eu denomino de “compra, concerta, estraga” hehe

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Não se preocupe, os países de capitalismo avançado podem fabricar qualquer coisa, só custa caro e pode gerar externalidades desagradáveis dependendo do tipo de indústria. Houve um processo de desaprendizado? De certa forma, sim, mas o fator preponderante não é o know how (ou a falta dele), é o custo e o ecossistema de fornecedores e de logística. Já no caso brasileiro, a Itautec chegou a ser capaz de encapsular chips, mas ela foi atropelada rapidamente com a abertura das importações e entrou na mesma rota de outros fabricantes (integrar componentes chineses já prontos) até que, em determinado momento, era mera maquiladora e desapareceu (abandonou a computação pessoal e foi restringindo a atuação, até ser comprada pela OKI e desaparecer de vez).

Se você comparar um projeto europeu como o OpenPandora com uma empresa relativamente recente como a GPD, vai perceber que é difícil de competir em termos de ganhos de escala. Enquanto o sucessor do OpenPandora, Pyra, não consegue cumprir prazos e tem um processo de prototipagem lento (e sem grandes novidades em relação ao Pandora original), a GPD está prestes a lançar mais um modelo incrível de console portátil. Mesmo que não estivesse rodeado de incertezas, o Pyra perde feio em termos de C × B.

Problemas similares parecem afetar plataformas que hoje são basicamente voltadas para hobby, como Atari e Amiga (ambas tiveram alguma presença relevante na Europa). O Firebee ficou extremamente restrito, por exemplo (custava € 599,00 em 2015 e só teve dois lotes produzidos). O Amiga X5000 parece ter se saído melhor, mas custando US$ 2 mil, é tão nichado quanto (e a tecnologia já está uns 5 anos defasada).

De qualquer forma, eu ainda poderia citar outros desenvolvimentos recentes baseados em países da Europa ou nos Estados Unidos, mas infelizmente, não consigo citar nenhum baseado no Brasil.

Para não ser totalmente injusto com o Brasil, eu me lembrei que, sim, tivemos uma aposta que não deu certo lá por 2008, 2009: o Zeebo. A Tectoy parece ter se esforçado no marketing, nas vendas e até mesmo no port de jogos (incluindo jogos da japonesa Data East, hoje defunta), mas eu sinto que a Qualcomm prometeu muito e vendeu um projeto baseado num SoC caro e ruim. Para piorar, amarrou tudo em torno da plataforma Brew, originalmente pensada para telefones móveis (e que já estava perdendo terreno naquela época).

O Zeebo foi, provavelmente, uma das últimas apostas com algum grau de capital (tanto intelectual, quanto financeiro) brasileiro. Infelizmente, parece ter sido uma experiência traumática, tanto que o produto saiu do mercado em pouco tempo.

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Tenho um GPD Win 1 e sempre sonhei com um OpenPandora, enquanto aguardamos o Pyra saem o GPD Win 3 (e uma série de outros gadgets da família) e o One Netbook OneGx1. Ao mesmo tempo nenhum PC handheld ocidental prometido nos últimos anos decola.

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