Projeto brasileiro pode ajudar a unir memória RAM com o armazenamento em um único chip

O Jornal da USP publicou sobre a pesquisa da pós doutoranda Marina Sparvoli e seus colegas que está viabilizando a produção de memristores, uma memória que se comporta de forma similar à RAM, mas capaz de manter os arquivos mesmo depois de desconectado da energia elétrica, como um HD, SSD, ou memória flash.

Segundo José Fernando Chubaci, supervisor da Marina no pós-doutorado, a tecnica aplicada nos memristores brasileiros se situam no limite do conhecimento humano atual e só deve ser usado comercialmente daqui 10 a 20 anos.

Memristores já existem, mas a maioria é feita de dióxido de titânio (TiO2), um sólido branco, que pode ser tóxico. O diferencial da versão brasileira é justamente o material, que consiste em Iton, uma variação do óxido de índio e estanho, utilizado em telas touchscreen, em conjunto com o nitrogênio, além do famoso grafeno, que é um cristal de carbono com a espessura de apenas um átomo, mas ainda assim, muito resistente e barato de produzir no Brasil.

Um esquema do protótipo e o protótipo ele em uso. Fonte: USP

Este conjunto de materiais forma uma película fina, transparente e, dessa forma, os memristores poderiam ficar entre o vidro e a tela propriamente dita, sem que o usuário perceba.

Os principais benefícios dessa abordagem está em seu tamanho compacto, a facilidade de fabricação no Brasil, o baixo impacto ambiental, além de, é claro, possibilitar a fabricação de computadores e smartphones mais compactos e muito mais rápidos, pois os memristores conseguem ser mais velozes do que a memória RAM, 100 vezes mais rápido do que armazenamento flash, o mais popular entre os smartphones e, além de de unir memória RAM com armazenamento, é muito menor do que eles.

Outro benefício a se ressaltar, é que com o modelo de computação atual, os arquivos são transferidos do armazenamento para a memória RAM e da memória RAM para o cache do processador em uma fila. Com os memristores brasileiros, eles são transferidos paralelamente, diretamente para o cache, podendo otimizar ainda mais o processamento com múltiplos núcleos.

Leia o artigo da USP na íntegra

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