Equipamento nenhum “precisa” de estabilizador. A mesma coisa vale para estabilizadores com bateria de moto (esses “no-breaks” baratinhos, que na verdade são short-breaks de onda retangular com estabilizador integrado).
A maneira correta de proteger um computador é, em primeiro lugar, utilizar fonte de boa qualidade. Em segundo lugar, um bom filtro de linha com DPS (a maioria dos supostos “filtros” vendidos no mercado não passam de meras extensões, que não adicionam proteção). Aqui eu utilizo filtros Clamper Multi-Energia 5 com fontes de boa qualidade, além de ter aterramento funcional. Minha energia é extremamente instável e nunca tive problemas de danificar algo durante quedas (os surtos é que geralmente causam danos).
Reforçando a importância dos vídeos do Gabriel Torres sobre o tema:
Temos como referência também os artigos do Engenheiro Faller:
Tratando também dos “bomba-breaks” com estabilizador integrado:
Podemos ainda pegar alguns manuais desses equipamentos mesmo. São danosos a qualquer equipamento eletrônico relativamente moderno (coisa de mais de 20 anos), mas especialmente perigosos para fontes de PFC ativo (que correspondem à quase a totalidade dos notebooks, quase a totalidade das fontes decentes de desktop e inúmeros outros equipamentos do nosso dia a dia):
Certas lojas e alguns fabricantes de fontes, cansados de terem que lidar com o problema, já avisam diretamente:
Fusíveis são alternativas de proteção lentas e ineficientes quando comparados com as tecnologias atuais. Em boa parte dos casos, o surto segue direto antes do fusível entrar em ação. A maioria dos filtros de linha de boa qualidade com função DPS são equipados com micro-disjuntor, e não fusível. Além desse dispositivo ser muito mais rápido e muito mais eficaz, pode ser rearmado após o surto (enquanto o fusível precisa ser trocado).
Estudo/trabalho em uma instituição pública e os computadores lá dão problema direto. Outro dia olhei debaixo da mesa e descobri o porquê: todos ficam conectados a estabilizadores e estabilizadores com bateria de moto (short-breaks de quinta categoria). É um desperdício insano de dinheiro público.
Sobre estabilizador e nada ser a mesma coisa, eu discordo. E você também, pois comentou dos riscos associados ao uso. O estabilizador:
- Causa constantes micro períodos de corte de alimentação, agredindo as fontes de equipamentos ligadas a ele. Basicamente, as fontes trabalham “no soquinho” e dependem do tempo de hold-up para suportar cada “tlec”. É um veneno ao longo do tempo;
- Provoca surtos de tensão (exatamente, o estabilizador provoca surtos de tensão) toda vez que abre e fecha o circuito para mudar a chave de lugar. Na realidade, o nome correto deveria ser “seletor de tensão”, porque ele é basicamente isso, mas o faz de maneira bem porca;
- É muito mais lento para atuar que a maioria das fontes modernas. Enquanto a fonte detecta a variação e a corrige rapidamente, o estabilizador demora para corrigir. Aí, quando ele “corrige”, a fonte precisa se ajustar outra vez, e assim sucessivamente. Portanto, o estabilizador é o “zagueiro desengonçado” que fica atrapalhando o time, pois prejudica o trabalho que a fonte faria com perfeição. Consequentemente, a fonte precisa trabalhar muito mais.
Podemos concluir, portanto, que nada é bem melhor que estabilizador.
Esse cliente precisa da avaliação de um eletricista, e não de um estabilizador. A rede de distribuição dentro do domicílio está comprometida. Provavelmente por sobrecarga de cabeamento…
Qualquer fonte de desktop “moderna” (já faz tempo) que seja realmente de qualidade terá PFC ativo, assim como quase todas as fontes de notebook têm. Essas fontes operam, teoricamente, com qualquer tensão variando livremente na faixa de aproximadamente 90V a 264V, mas geralmente conseguem se manter funcionando mesmo recebendo tensão bem menor.
Contudo, mesmo as fontes de baixa qualidade sem PFC ativo hoje em dia já suportam a carga bem e serão também atrapalhadas pelo estabilizador. Esse tipo de equipamento já foi praticamente abolido no resto do mundo, mas continua sendo vendido por aqui.