Precisamos de um "ChromeOS Aberto"?

O artigo do The Register, com a manchete “Please, FOSS world, we need something like ChromeOS”, expressa um apelo à comunidade de Software Livre e de Código Aberto (FOSS - Free and Open Source Software) para que desenvolvam uma alternativa ao ChromeOS.

O cerne da discussão gira em torno das características do ChromeOS que o tornam atraente para usuários comuns e a falta de uma alternativa de código aberto que ofereça a mesma simplicidade, segurança e experiência “pronta para usar”.

Para entender o apelo, é crucial compreender que o ChromeOS oferece um SO com kernel Linux, interface baseada no Chrome e ideal para tarefas básicas como navegação, e-mail e processamento de texto.

As atualizações automáticas em segundo plano e a arquitetura focada na nuvem reduzem significativamente as chances de infecções por malware, garantindo sempre as últimas funcionalidades e patches de segurança.

Oferece uma integração nativa e fluída para usuários que já utilizam os serviços do Google. Os Chromebooks (notebooks com ChromeOS) são mais acessíveis, tornando-os uma opção popular para estudantes e usuários com orçamentos limitados.

Grande parte da sua funcionalidade reside na nuvem. Aplicativos e dados são armazenados online, facilitando o acesso de qualquer lugar e a sincronização entre dispositivos.

O Apelo da Comunidade FOSS

O autor do artigo argumenta que, apesar de existirem diversas distribuições Linux e outros sistemas operacionais de código aberto, nenhum deles conseguiu replicar a experiência “simples e sem complicações” do ChromeOS.

Muitas distros, embora poderosas, podem ser intimidadoras para usuários sem conhecimento técnico. A ideia é ter um sistema que seja intuitivo desde o primeiro contato, com uma interface limpa e necessidade de mínima configuração.

A popularidade dos aplicativos web cresceu exponencialmente. Um sistema FOSS ideal seguiria essa tendência, oferecendo uma experiência otimizada para navegadores e serviços online.

Existem projetos como o ChromeOS Flex, que pode ser instalado em PCs e Macs mais antigos, mas ainda é um produto Google. No mundo FOSS, distribuições como o Ubuntu ou Linux Mint são populares, mas não oferecem a mesma experiência “zero-config” do ChromeOS.

No cenário móvel, projetos como LineageOS, /e/OS, PostmarketOS e Plasma Mobile oferecem alternativas de código aberto ao Android, com foco em privacidade e longevidade do dispositivo. A ideia é trazer essa mesma filosofia para o ambiente de desktops/laptops leves.

Desafios para a Comunidade FOSS

Mas uma alternativa FOSS precisaria de um modelo de segurança robusto, atualizações contínuas e transparentes; ser mais flexível, permitindo a instalação em uma variedade maior de dispositivos.

Criar e manter um sistema operacional robusto e fácil de usar requer um esforço significativo, incluindo desenvolvedores, designers e testadores. Unificar esforços para criar um projeto tão ambicioso pode ser complexo.

Garantir que o sistema funcione bem em uma ampla variedade de hardwares é um desafio constante para qualquer sistema operacional de código aberto, além de ter uma estratégia eficaz para alcançar usuários comuns e vir pré-instalado em dispositivos.

O artigo do The Register é um chamado à ação para que a comunidade de software livre e de código aberto preencha essa lacuna no mercado: um sistema operacional que seja tão simples, seguro e focado na web quanto o ChromeOS, oferecendo a liberdade e a transparência de um projeto FOSS.

É um desafio significativo, mas que, se bem-sucedido, poderia empoderar muitos usuários com uma alternativa real aos sistemas operacionais dominantes.


E você, o que acha a respeito? Realmente há a necessidade deste SO? O pinguim não preenche a lacuna que o autor citou?

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Achei que o FydeOS fosse justamente essa alternativa. Ele é proprietário?

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creio que sim.

Mas não precisamos de gambiarras, as distribuições ja são a melhor opção
Criar um fork disso e desperdício de tempo

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Como alguém que já usou o chromeOS, discordo completamente.
O chormeOS tem um interface simples tal qual o mint, embora mais bonitinho (opinião pessoal).
Mas ele basicamente é uma barra de tarefas e um navegador. A integração com a google é legal, ele reconhece celular, tv etc (queira você ou não rsrsr), mas na pratica, acabei usando muito pouco.
Fora isso, instalar qualquer app é uma dor de cabeça. Os apps da play store sao feitos para smartphone ou tablet, e raramente estão otimizados para uso no chromebook e frequentemente ruims de usar. Então as opções são usar apenas apps que estão disponiveis via web/chrome ou instalar via linux no terminal, o que definitivamente não considero algo intuitivo para iniciantes. E o desempenho é ruim por se tratar de uma VM.
Voce replica o uso de um chromeOS em qquer distro iniciante do linux, uma vez que é basicamente instalar o chrome e alguns web apps. A integração com as contas Google tb são faceis de configurar.
Talvez a grande facilidade seja o fato de o OS vir instalado de fabrica, e instalar linux exige um pouco mais de esforço (especialmente se você não sabe como bootar de um pen drive).
Gosto do chromeOS, mas não acho que ele seja isso tudo.

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Será mesmo? Eu instalei o ChromeOS Flex no computador da minha irmã e foi libertador. Nada de atualizações. Um sistema bonito, simples e intuitivo. Fora que ele roda bem melhor do que as distros anteriores que instalei.

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Ele é bonito sim, super simples de mexer. Gostei disso.
O problema é a falta de apps, me deu uma sensação de windows phone, sabe?
Se vc usar 100% web, é sucesso. Se for da google (gmail, docs) melhor ainda.
Mas se quiser algo fora do ecossistema, começa a ficar mais chato.
No meu caso eu perdi a paciencia tentando gerenciar meu kindle. Tenho uma biblioteca gigante no calibre, que é multiplataforma e praticamente plug-n-play, mas no chrome é uma dor de cabeça por ser instalado via sandbox no linux.
Se fosse possivel usar o flathub no chromeOS, seria uma distro quase perfeita.
Estou aguardando com curiosidade o android para desktop, acho que vai ser bem interessante

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ChromeOS só é popular por ser criação da Google, só tem a atual fatia de mercado pelo fato de a empresa fazer a “venda casada”, de Chromebooks + ChromeOS + seus cursos e ferramentas educacionais.
Usando como referência o estado do PR: governo contratou a parte educacional, via Alphabet, como brinde, vieram os Chromebooks.
E ainda assim, o ChromeOS só tem 1,25% de mercado.

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Mas isso não já existe?

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