Por que mesmo em meio à variação do valor do dólar e diversos outros problemas, em muitos casos os preços dos produtos não mudam? O Junior, da Pichau Informática, explicou isso pra gente.
Eu imaginava que quem depende de preços atrelados ao dólar e devido ao histórico de flutução cambial absurdo iria certamente usar proteção através de hedge cambial.
Basicamente se o dólar ficasse mais caro, o comerciante poderia subir o preço do produto (ganhar mais), porém perderia dinheiro no hedge. Já se dólar ficasse mais barato, o comerciante poderia diminuir o preço do produto, porém iria ganhar dinheiro no hedge. A estratégia bem feita aumenta a previsibilidade de lucro na operação, já que um contrapõem o outro (faturamento vs hedge).
Se eu entendi bem, pagamos pela negociação do fabricante e do vendedor.
Ah se a moda pega com os combustíveis kkkkk
Melhor, vamos negociar com o vendedor sempre pra baixar os preços e não pagar pelo valor atual da cotação e GG
kkkkkk
Por que os preços dos produtos nem sempre diminuem junto ao dólar?
Perguntei isso para um “executivo de fronteira” – que eram os “fornecedores”, nos anos 90 – e ele explicou que isso era uma característica da “iniciativa privada”.
“Ganhar mais, sempre! Ganhar menos, jamais”.
Essa explicação me lembrou o mercado de usados, o primeiro dono compra “barato” e depois vende pelo dobro mesmo sendo usado.
Há mais de 40 anos vejo isso: – Há 1 “mercado” onde o “usado” acompanha a inflação, como se continuasse “novo”, “zero” – e outro mercado, onde “saiu da loja, já perdeu 20% do valor”. (Imagine, 2 anos depois, 5 anos depois).
Raramente encontrei quem me vendesse pelo “desvalorizado” (que é a realidade) – e sempre tive muita dificuldade de encontrar quem me comprasse algo usado, sem jogar o preço lá no fundo do poço.
(Já me aconteceu várias vezes – mas não me aconteceu 10 vezes mais).
Livre iniciativa é isso. – Como diria Millôr… “é só iniciativar”.
E não ter o que fazer (nem precisar de dinheiro), pra poder gastar dias, semanas, meses, nesse jogo sem fim.