Desenvolvida nos anos 70, a linguagem C, criada por Dennis Ritchie nos Laboratórios Bell, rapidamente se tornou um pilar da programação.
Sua estrutura elegante, baseada na linguagem B e com influências da BCPL, proporcionou aos programadores uma ferramenta poderosa e flexível para a criação de software.
Inicialmente concebida para o desenvolvimento do sistema operacional UNIX, logo se expandiu para diversas áreas, graças à sua capacidade de operar em níveis alto e baixo.
Essa dualidade permite tanto a manipulação direta da memória quanto a utilização de construções mais abstratas, tornando-a ideal para uma ampla gama de aplicações.
Por que continua relevante?
Programas em C são conhecidos por sua velocidade de execução e otimização de recursos, características essenciais em diversas áreas, como sistemas operacionais, jogos e aplicações científicas.
Serve como fundamento para muitas linguagens modernas, facilitando a transição entre elas e a compreensão de conceitos fundamentais da programação.
Possui uma comunidade robusta e extensa, oferecendo uma vasta gama de bibliotecas, ferramentas e recursos para os desenvolvedores.
É a espinha dorsal de sistemas operacionais como o Linux, utilizados em servidores, smartphones e até mesmo em missões espaciais.
Dominá-la é um investimento valioso. A compreensão de seus mecanismos internos e a habilidade de escrever código eficiente são transferíveis para outras linguagens e abrem portas para diversas oportunidades de carreira.
Ela continua sendo uma linguagem importante por diversos motivos. Por exemplo, o código pode ser facilmente adaptado para diferentes plataformas, garantindo a longevidade dos projetos.
Uma grande quantidade de software crítico, como sistemas operacionais e drivers de dispositivo, é escrita em C. Migrar todo esse código para outra linguagem seria um processo extremamente complexo e demorado.
Em muitas aplicações, a performance é a prioridade máxima. A C, com seu controle direto sobre o hardware, oferece um desempenho superior em comparação com linguagens de mais alto nível.
Sua sintaxe é relativamente simples e direta, o que facilita o aprendizado e a manutenção do código.
Por que o NSA recomendou abandoná-la?
A linguagem C tem sido um pilar da programação por décadas. No entanto, a recomendação da NSA para substituí-la pelo Rust levanta questões importantes sobre a evolução das linguagens de programação e as prioridades em segurança e desenvolvimento.
A principal razão para a recomendação da NSA é a segurança de memória. Enquanto a C oferece um alto grau de controle sobre ela, isso acarreta erros como estouros de buffer (alvos frequentes de ataques cibernéticos).
O Rust, por sua vez, foi projetado com a segurança em mente, utilizando um sistema de “empréstimo” e “propriedade” garante o gerenciamento seguro da memória, reduzindo significativamente as vulnerabilidades.
Também oferece ferramentas poderosas para lidar com a programação concorrente, evitando race conditions e deadlocks, problemas comuns em linguagens como a C.
Apesar de ter o foco na segurança, Rust não sacrifica a produtividade, possuindo um compilador rápido e um ecossistema de ferramentas em constante crescimento.
Ele também pode interagir com código C, permitindo uma transição gradual para novos projetos ou a integração com código legado.
É possível torná-la mais segura?
A C, por design, oferece alto grau de controle sobre o hardware, tornando-a não só eficiente e flexível ma, ao mesmo tempo, propensa a erros de programação, especialmente relacionados à gestão de memória.
O uso de ponteiros, que permitem manipular diretamente endereços de memória, é uma fonte comum de erros como estouros de buffer e acessos a memória inválida.
A necessidade de alocar e liberar memória manualmente aumenta as chances de vazamentos de memória e outros problemas.
A C não realiza verificações de limites em arrays e outras estruturas de dados, o que pode levar a acessos fora dos limites e comprometer a integridade do programa.
Devido a essas fragilidades, diversas técnicas e ferramentas foram desenvolvidas para mitigar os problemas de segurança da C.
Ferramentas que analisam o código fonte em busca de possíveis vulnerabilidades, como estouros de buffer e acessos a memória inválida.
Alguns compiladores oferecem opções para realizar verificações mais rigorosas durante a compilação, ajudando a identificar problemas em tempo de desenvolvimento.
Linguagens como C++ oferecem recursos que gerenciam a memória de forma mais segura e evitar alguns dos problemas comuns da C.
Diversas organizações e empresas publicaram guias de codificação segura em C, com o objetivo de minimizar os riscos.
Por que Rust é considerado mais seguro?
O Rust foi projetado desde o início com a segurança em mente. Por exemplo, garantindo que a memória seja gerenciada pelo sistema de “empréstimo”, evitando vazamentos de memória e acessos a memória inválida.
Ela não permite a utilização de ponteiros nulos, eliminando uma das principais causas de segmentações de falha.
Seu compilador realiza verificações de limites em arrays e outras estruturas de dados, evitando estouros de buffer.
Então tá então…
Embora seja possível tornar a C mais segura através de diversas técnicas e ferramentas, o Rust oferece um nível de segurança mais elevado por design.
A escolha entre elas dependerá das necessidades específicas de cada projeto, levando em consideração fatores como performance, segurança, disponibilidade de ferramentas e experiência da equipe de desenvolvimento.
Embora a C possa ser adaptada para ser mais segura, o Rust foi construído com a segurança em mente desde o início, oferecendo um conjunto de características que a tornam uma escolha mais atraente para projetos onde a segurança é crítica.
Fontes: links no texto e na imagem