O perfil que representa a equipe do elementary no Twitter anunciou que está abandonando a rede social, pois acreditam que ela está promovendo políticos com posicionamento que diverge do que eles defendem. Sendo assim, para acompanhar seu trabalho, sugerem que o público siga o perfil deles no Mastodon, ou se inscreva em seu feed RSS.
É… essa galera não curti muito ideias divergentes, liberdade expressão, não ter o controle, etc., pois o Twitter antigamente era assim, silenciavam perfis de quem discordavam e promoviam apenas quem tinham o mesmo lado político.
Entendo os caras. Ainda bem que ninguém é obrigado a usar o Twitter, e eles podem ser livres para usar outra rede se quiserem.
O sistema operacional deles já não é muito popular, agora eles decidem se isolar por causa de política. Estão deixando uma rede social que alcança milhões de pessoas, por outra que quase ninguém conhece. Desse jeito o sistema operacional deles vai se tornar cada vez mais uma coisa de nicho…
O pior é se uma parte dos [poucos] usuários que eles têm pertencer a esse espectro político, que eles deixando claro que não toleram. Em vez de atrair novos usuários, vão perder os poucos que têm.
Na verdade, eu não uso o elementary, mas por tudo o que eu vejo na internet de reviews do sistema e opiniões, parece que eles não se importam muito em agradar usuários… rs
Exato! Eu já ia comentar isso.
Longe de querer entrar no assunto político, vejo essa atitude deles como um colossal prego no caixão de um sistema que já parecia estar indo mal.
Eles conseguiram dividir completamente a pouca comunidade que lhes resta (basta ver os comentários) e vão perder uma fonte de marketing extremamente importante.
O posicionamento deixa claro que parte dos usuários não são bem-vindos. Somando isso aos bugs e aos atrasos…
Um dia eles vão descobrir que quem lucra com politica são os políticos.
Admiro a equipe do Elementary OS pela coragem e a integridade.
Não é “birra ideológica”, e sim posicionar-se contra figuras públicas e movimentos políticos que estão corroendo as democracias com indústrias de mentiras e incitação ao ódio (e vários deles contam com a simpatia e a tolerância do Musk).
De todo modo: tal como as posições ideológicas do “dono” do Br_OS e dos desenvolvedores do AntiX não interferem na qualidade do sistema, a da equipe do Elementary não interfere.
Pra evitar o assunto político que é mais passional, vou comentar fazendo uma analogia com doces.
Na Docelândia, as pessoas gostam muito de doces. Fazem sempre o tradicional “doce das 5” com tortas e chocolate quente. Algumas pessoas porém desenvolvem uma doença de intolerância ao açúcar. É algo pouco comum e sempre acontecia desde que o processo de refino do açúcar foi inventado 200 anos atrás.
Veridiana, a empreendedora dona de um mercadinho de hortifrúti, a cada dia que passa se convence mais que o açúcar faz mal e, na opinião dela, o único que ganha com a venda de açúcar é o dono da fábrica, o Elon Sugar. Ela faz campanha para diminuição do consumo de açúcar e aumento do consumo de vegetais. Algumas pessoas começam a se convencer disso e eles criam um grupo auto intitulado “Vegetalistas”.
Elon Sugar fala no jornal que é óbvio que a Veridiana é vegetalista, afinal ela é dona do hortifrúti! Pessoas que gostam dos doces concordam ele e as pessoas de Docelândia começam a se dividir entre os vegetalistas progressistas e os auto intitulados “Docelanos”, pessoas tradicionais que valorizam a tradição da comunidade em comer doces.
Legumelândia é uma cidadezinha próxima, mas muito menor. Lá as pessoas se orgulham de viver em uma comunidade mais colaborativa, ao invés do ‘cada um por si’ que é a metrópole. No século passado, alguns moradores foram atropelados por um caminhão açúcar e a comunidade resolveu banir a venda desse produto.
Atualmente os docelanos fazem piada de Legumelândia, pois eles acham ridículo a proibição do açúcar: “Lá as pessoas não são livres. Não podem escolher comer doces.” Por outro lado, os vegetalistas conseguem ver lá a esperança de uma vida longe dos doces.
Um belo dia Veridiana resolve fechar sua vendinha e se mudar para Legumelândia. Estábile, um cliente antigo que gosta de doces mas também consome muitos vegetais, fica chateado com a decisão e resolver conversar com ela:
– Mas por que você vai fechar sua venda?
– A cidade está tomada por docelanos. Melhor vender meus legumes para quem gosta de legumes.
– Mas isso será pior para o seu negócio. Aqui há muitos vegetalistas e a cidade é muito maior!
– Veja, Estábile, não tem como eu manter meus princípios a favor das frutas nessa cidade que a cada dia melhora mais a condições para quem vende doces, e cria dificuldades para os vegetalistas. A mudança quem faz somos nós, e nesse caso a mudança é me mudar para outro lugar.
– Entendo seu ponto, mas eu fico muito triste porque o outro hortifruti fica mais longe de casa. Aqui eu venho a pé!
– Mas então se mude também para Legumelândia!
– Eu até fico com vontade de ir, mas a cidade é muito pequena e lá não tem doce nenhum… Você sabe que eu gosto de doces no final de semana…
É assim que o senhor Estábile conta a história toda para seu vizinho enquanto eles jogam dominó e vêem o caminhão de mudança da vendinha da Veridiana sendo carregado naquela manhã.
Entre os docelanos surgiram grupos que caluniam, difamam e demonizam aqueles que rejeitam açúcar. Isso já prejudicou muitos dos habitantes de Docelândia. O prefeito anterior até tomou providências para conter esse movimento deletério; mas a cidade passou para o novo gestor, que deixa esses “docelanos do Mal” agirem à vontade.
Ou seja, a questão NÃO é sobre debate honesto sobre a liberdade de as pessoas comerem doces e sobre os riscos do açúcar à saúde. É sobre mentiras, bullying e corrosão da boa convivência.
Se nunca fui mt fã do elementary agora é q vai ser difícil mesmo kkk.
No Reddit eles já conseguiram espantar vários usuários e nem envolvia nada político ou coisa do tipo. O pessoal simplesmente não admitia críticas dos usuários e fechavam os tópicos.
Às vezes era meramente um bug que alguém queria resolver, mas eles diziam para usar o bug report. Até entendo que existam os caminhos óbvios, mas nem todo mundo sabe fazer isso e nem tudo girava em torno disso, às vezes era só uma dúvida que o pessoal tinha, igual temos aqui no fórum.
Enfim, essas atitudes agressivas fizeram o subreddit esvaziar.
Eu já tive grande admiração pelo ElementaryOS. Aos meus olhos, a ideia “pague o que quiser” da loja, fornecendo uma maneira simplificada e atrativa para os desenvolvedores de aplicativos serem pagos por seu trabalho, era sensacional. A interface do sistema, por sua vez, era um show à parte: refinada, bela e diferente. Enfim, nem preciso dizer que o impacto positivo, à primeira vista, foi grande.
Apesar disso, todas as vezes em que tentei usar o sistema tive a sensação de me deparar com uma experiência incompleta, desnecessariamente complexa para usuários novatos (sendo que o sistema sempre prometeu ser uma alternativa acessível para usuários de Windows e MacOS) e com sua parcela de problemas.
Não cheguei a ter contato direto com a comunidade do Elementary, mas você não é a primeira pessoa a me dizer que a tolerância não é o ponto forte do projeto. E isso pode enfraquecer seriamente uma distribuição. Não é questão de “aceitar tudo o que os usuários desejam” (até porque muitas vezes os usuários fazem requisições incompatíveis ou nem sabem o que desejam), mas saber como lidar com as propostas e como dar retorno. Afinal, distro Linux nenhuma sobrevive sem uma comunidade.
Enfim, novamente sem entrar na discussão política ou acusar qualquer “lado” de intolerância nesse aspecto - discussão esta que não considero apropriada para este contexto -, essa decisão deles - aliás, mais que isso, a maneira com que veio à tona - certamente trará impactos.
Ainda acho que o Elementary possui seus pontos fortes e que merece seu lugar no “hall da fama” das distros que realmente inovaram e trouxeram novidades para o mundo Linux. Contudo, me parece que, cada vez mais, os desenvolvedores estão se fechando contra a parte ou o todo de sua própria comunidade.
O Elementary é um sistema que, há tempos, já não considero boa recomendação. Ao meu ver, há outras distros fazendo um papel melhor de “substituto inteligente, capaz e ético para Windows e macOS”.
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