Todos os anos, discute-se “o ano do desktop Linux”. Obviamente, o Linux domina todo o setor de nuvem (host da Web, computação em nuvem, data warehouse, etc.). Aqui, focamos apenas na participação de mercado do Linux para desktop.
Um dia, esperamos que as distribuições Linux dominem a participação de mercado operacional de desktops. Mas, o que dizem as tendências atuais? 2022 é o ano do desktop Linux?
As tendências mudam frequentemente. No ano passado, o Linux poderia ter um melhor controle sobre a participação de mercado em relação a este ano. Portanto, é vital acompanhar os relatórios mais recentes.
Aqui, tentamos acompanhar as últimas tendências, na forma de relatórios atualizados mensalmente, de diferentes fontes.
Linux: participação de mercado em julho de 2022
Entre os sistemas operacionais de desktop disponíveis (Windows, macOS e Chrome OS), o Linux costuma ocupar a terceira posição geral. Algumas das estatísticas mais recentes incluem:
Net Marketshare : A participação de mercado atual do Linux é de 1,68% em comparação com 6,09% para macOS e 91,40% para Windows .
Statcounter : Linux ocupa 2,76% da participação de mercado em comparação com 14,51% para macOS e 75,21% para Windows.
W3Schools (última atualização em maio de 2022): o Linux detém 4,2% da participação de mercado, em comparação com 9,2% do macOS e 70% do Windows .
Steam Survey : Em termos de jogos para desktop , o Linux tem uma participação de mercado de 1,23% quando comparado a 1,74% para macOS e 97,03% para Windows.
Statista (última atualização em junho de 2022): A participação no mercado de desktops Linux foi de 2,42% em comparação com 14,64% para macOS e 76,33% para Windows.
Pesquisa Stack Overflow : Entre os desenvolvedores que participam da pesquisa Stack Overflow, 40,23% dos usuários usam o sistema operacional baseado em Linux para uso pessoal e 39,89% deles o usam para uso profissional.
Cada fonte utiliza um método diferente de coleta de dados. Parece que o Linux como sistema operacional de desktop é popular entre os desenvolvedores e, eventualmente, influencia os jogadores e outros consumidores como um sistema alternativo.
O que você acha das tendências? Você vê o Linux ultrapassar o macOS em termos de participação no mercado de desktops? Compartilhe seus pensamentos abaixo.
Dando uma traduzida na thread do Reddit que criei hoje, uma das coisas que mais falta nas distros é uma equipe de marketing e de social media decentes. Se você parar pra ver, pouquíssimas distros tem um perfil ativo nas redes sociais mais populares (além do Twitter e em alguns casos o Facebook e o YouTube), e quando tem o palavreado usado nos posts geralmente são mais complexos, focando em conversar com aqueles que já tem contato com Linux e já são sysadmins. Alguém que nunca usou uma distro ou nem sequer sabe o que é Linux fica perdido e acaba caindo na narrativa de que “Linux é só pra desenvolvedores”.
Se você parar pra ver os perfis no Instagram ou no TikTok da Microsoft/Windows e da Google/Android, você vai ver conteúdos produzidos de uma forma que faz sentido para essas plataformas e que mantém no consciente coletivo a ideia de que aqueles SOs existem, são profissionais e muito utilizados.
Enquanto isso, se você correr atrás de ver conteúdo relacionado a Linux nessas redes muito do que você vai encontrar são posts de cultura hacker ou memes do tipo “usuários de linux tentando instalar um navegador de internet”, além de outras coisas que só reforçam essa ideia de que “Linux é só pra desenvolvedores/hackers”.
Eu criei essa thread meio que como um call to action pra galera que consome e produz conteúdo relacionado a Linux pra correr atrás dessas plataformas e quebrar o preconceito de “TikTok é cringe” ou “Instagram/Facebook são um pesadelo de privacidade e ninguém deveria usar” (o que tá certo, mas todo mundo usa mesmo assim, a gente deixar de usar só faz com que a comunidade se isole mais).
Eu pessoalmente tô liderando o planejamento pra o redesign e novo plano de postagem do Instagram do Fedora, além de contribuir com o planejamento geral de redes sociais do projeto, e recomendo demais que se a sua distro não tem uma equipe de marketing bem definida, se junte ou crie uma. A gente tem que se unir não só pra melhorar a qualidade do software que a gente usa como também pra garantir que mais pessoas tenham acesso a ele, pra não ficar pra sempre comemorando aumentos de 0.01% de market share.
É fato que marketing é muito importante e, para as distros Linux, tende a ser incipiente. Contudo, o marketing por si só é pouco para ganhar mercado.
O que realmente faria a participação do Linux crescer em PCs comuns é a pré-instalação. Ou seja, computadores devem ser vendidos com boas e amigáveis distros já instaladas. Isso porque a maior parte das pessoas não liga para qual sistema operacional está usando desde que funcione e cumpra o que é esperado. Grande parte das pessoas sequer quer compreender o que é um sistema operacional. Buscam, apenas, ligar o computador novo e sair usando. Pouca gente vai querer se dar ao trabalho de trocar o Windows por qualquer outra coisa, simplesmente porque ele já atende.
A Microsoft percebeu isso há muito tempo e assim foi ganhando mercado: táticas agressivas para garantir a pré-instalação de versões do Windows em computadores vendidos por múltiplas fabricantes. A Google também percebeu isso e decolou com o ChromeOS ao incluí-lo em computadores de baixo custo voltados principalmente ao ambiente acadêmico (que foram comprados aos milhares por inúmeras instituições). O Linux nunca foi forte nesse aspecto e, para piorar a situação, acaba incluído em computadores muito ruins e/ou na forma de distros polêmicas que ainda causam traumas - justificados - nas mentes de muitas pessoas.
Enfim, é um assunto muito complexo. Sinceramente sou bem cético sobre o crescimento do Linux no desktop. Iniciativas como o Steam Deck, combinando ótimo e diferenciado hardware com uma distro sólida, são o elemento mais importante, aquele que pode verdadeiramente mudar o jogo.
O problema é que sem marketing e sem mudar a imagem que os sistemas Linux tem no consciente coletivo de “o sistema só pra hackers e desenvolvedores” nenhuma OEM vai se interessar por oferecer Linux como uma opção que não seja de nicho.
A HP só agora lançou uma opção com Linux e advinha? Focado em devs.
A DELL tem opções com Linux? Tem. Mas a única que eles deixam claro que o foco é em Linux é a Dev Edition dos XPS deles.
A única empresa que tem feito um trabalho realmente interessante com Linux (na gringa) é a Lenovo com as linhas de Thinkpads deles.