A empresa Opera Software, dona dp navegador Opera, apresentou denúncia formal ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) contra a Microsoft, alegando que esta emprega práticas anticompetitivas que favorecem seu navegador Edge, no Windows, e prejudicando não só a concorrência, como a escolha do usuário.
A denúncia se baseia em vários pontos que demonstrariam como a Microsoft usa a dominância no mercado para dar uma vantagem injusta ao Edge. Por exemplo, distribuindo o navegador como “padrão” no Windows, pré-instalado. Além disso, ela oferecia incentivos financeiros a fabricantes de PCs para instalarem exclusivamente o produto da empresa, reduzindo a oportunidade de outros navegadores.
Mesmo que o usuário consiga baixar um navegador alternativo, a Microsoft tornaria o processo de configurá-lo como navegador padrão tedioso e frustrante, com múltiplas etapas e avisos que o desestimulam.
Também alega que a Microsoft utiliza “padrões obscuros” ou designs manipuladores que desencorajam a instalação e uso de navegadores alternativos, ao exibir mensagens e banners desencorajando o ato quando se usa o Edge ou faz-se pesquisa no Bing.
Links clicados em serviços como Outlook e Teams e funções da nível de sistema, como a barra de pesquisa do Windows e widgets, podem ignorar a configuração de navegador padrão do usuário e abrir exclusivamente no Edge.
Atualizações importantes do Windows podem redefinir silenciosamente as configurações padrão do navegador de volta para o Edge, desfazendo a escolha do usuário sem seu consentimento explícito.
Embora a denúncia seja apresentada no Brasil, onde o Opera é o terceiro navegador mais popular, as as alegações se referem a práticas globais da Microsoft. A empresa acredita que o país tenha a oportunidade de liderar esta questão internacional e garantir uma concorrência justa, assegurando o direito dos consumidores de escolherem o navegador que quiserem.
O hábito do cachimbo deixa a boca torta
Esta não é a primeira vez que ocorre este tipo de reclamação contra a Microsoft e sua práticas anticompetitivas. Em 2007, a Opera Software Opera moveu uma ação semelhante, alegando que o empacotamento do Internet Explorer com o Windows era anticompetitivo, desembocando em uma multa significativa para a Microsoft.
Mais recentemente, a empresa contestou a decisão da UE de isentar o Microsoft Edge da designação de “guardião de acesso” sob a Lei de Mercados Digitais, argumentando que ele se beneficia de acesso preferencial injusto dentro do Windows.
Outra vítima desta suposta prática desleal, foi o Netscape Navigator, navegador dominante nos 90 e pioneiro em muitas tecnologias web que usamos hoje. A Microsoft, vendo a crescente importância da internet, lançou o Internet Explorer (IE) e o integrou gratuitamente ao sistema operacional Windows.
Essa estratégia da Microsoft foi um golpe fatal para o Netscape, pois usuários do Windows o IE “de graça” e já instalado em seus computadores, tornando desnecessário ou menos atraente baixar e instalar outro navegador.
Essa disputa ficou conhecida como a “Guerra dos Navegadores” e resultou em um processo antitruste contra a Microsoft, acusando-a de práticas anticompetitivas. Mas o domínio do IE foi avassalador, e o Netscape Navigator perdeu drasticamente sua fatia de mercado, levando à sua eventual aquisição pela AOL e, posteriormente, ao declínio e fim da marca Netscape como um navegador de destaque.
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E você, já notou essa possível prática da Microsoft? Concorda ou não com ela?