Open Source Initiative: o que ela é e como se diferencia da Free Software Foundation

A Open Source Initiative (OSI) é uma organização criada para promoção de software de código aberto, surgindo num momento onde o opensource começou a ganhar destaque após a publicação do ensaio “A Catedral e o Bazar” de Eric S. Raymond, discutindo as vantagens do desenvolvimento colaborativo e aberto.

A principal função é OSI é certificar licenças de software que se enquadram na definição de código aberto, promovendo a transparência e a colaboração no desenvolvimento de software. Ela crê que o software livre oferece maior qualidade técnica, além de ser mais economicamente eficiente a longo prazo[

A organização também facilita a aproximação entre empresas e o ecossistema de opensource, permitindo que a participação corporativa seja crucial no crescimento e desenvolvimento desse setor.

A OSI adota uma definição clara para software de código aberto. Em resumo, (1) ele deve ser distribuído sem restrições; (2) o código-fonte deve estar disponível para visualização e modificação e (3) as licenças não impedem trabalhos derivados, incluindo as novas as tecnologias empregadas nos mesmos, e não discriminam pessoas ou grupos.

Embora a OSI compartilhe raízes com o movimento de software livre, incluindo a Free Software Foundation (FSF), ela adotou uma abordagem mais pragmática e comercial, concentrando-se nas opções comerciais e na eficiência técnica do código aberto, buscando atrair um público mais amplo, incluindo empresas.

Desde sua fundação, desempenha importante papel na formalização do conceito de código aberto, estabelecendo uma base sólida para o desenvolvimento colaborativo, influenciando empresas e desenvolvedores em todo o mundo e tornando-o uma parte essencial da indústria de tecnologia.

Como a OSI se diferencia da Free Software Foundation?

A Open Source Initiative (OSI) e a Free Software Foundation (FSF) são duas organizações que promovem o uso de software livre e de código aberto, mas diferenciam-se significativamente em suas filosofias e abordagens.

A FSF enfatiza a liberdade do usuário como um princípio central, definindo as quatro liberdades fundamentais que um software deve oferecer: executar, estudar, redistribuir e melhorar o software. A liberdade é uma questão ética e moral.

Em contrapartida, a OSI se concentra na praticidade e eficiência do desenvolvimento de software, considerando o software como uma ferramenta e acreditando que a qualidade técnica e as previsões econômicas são fatores cruciais para sua adoção.

Ela foi criada para facilitar a acessibilidade do código aberto no mercado, incluindo empresas que tradicionalmente não se alinhavam com os ideais da FSF.

As licenças…

A OSI desenvolveu a Definição de Código Aberto , que estabelece critérios técnicos para que um software seja considerado “código aberto”. Isso inclui aspectos como acesso ao código-fonte e permissões para modificações.

A FSF utiliza uma Licença Pública Geral GNU (GPL) como licença principal, que impondo restrições mais rigorosas sobre como o software pode ser modificado e redistribuído.

Os 10 critérios da OSI para um software ser considerado Open Source

Esses critérios garantem que o software seja acessível, modificável e redistribuível, promovendo um ambiente colaborativo e de inovação:

  1. Distribuição Livre - o software deve ser disponibilizado para qualquer pessoa, sem restrições de custo ou condições de uso.

  2. Código-Fonte - o código-fonte deve estar disponível para os usuários, permitindo que eles o estudem e modifiquem. Se o software for distribuído em uma forma compilada, o desenvolvedor deverá fornecer informações sobre como obter o código-fonte.

  3. Trabalhos Derivados - a licença deve permitir que os usuários modifiquem o software e criem trabalhos derivados, que também deverão ser redistribuídos sob os mesmos termos da licença original.

  4. Integridade do Autor do Código-Fonte - a licença pode exigir que os trabalhos resultantes tenham um nome ou número de versão diferente do original, preservando a integridade do autor.

  5. Não Discriminação Contra Pessoas ou Grupos - a licença não pode discriminar contra qualquer pessoa ou grupo, garantindo que todos possam usar, modificar e redistribuir o software.

  6. Não Discriminação Contra Áreas de Atuação - o software deve ser utilizável por qualquer pessoa ou entidade, independentemente do campo de atuação.

  7. Distribuição da Licença - a licença deve ser aplicada automaticamente a todos os usuários do software, sem necessidade de renovação.

  8. Licença Não Específica a um Produto - a licença deve ser aplicada a todo o programa e não apenas a partes dele ou a um produto específico.

  9. Licença Não Restringe Outros Programas - a licença não pode importar restringe a outros softwares que sejam distribuídos juntamente com o programa open source.

  10. Licença Neutra em Relação com Tecnologia - o software não deve exigir o uso de tecnologias específicas ou interfaces para ser utilizado.

Fontes: links no texto

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Exato é mais questão da filosofia, mas o software livre não é contra as empresas

São as empresas que tentam contornar as clausulas do software livre e principalmente instrumentalizam a osi na minha opinião

Mas a cena do fair source veio para confundir ainda mais as pessoas

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