O Slackware está chegando ao fim?

Qual foi o impacto do backdoor XZ no mundo do open source? Por que algumas distros com KDE Plasma parecem inconsistentes e outras não? Por que parece que o Slackware parou no tempo? Confira a resposta a todas essas perguntas!

Tá aí um sistema que sempre só ouvi falar, nunca testei, mas vou olhar o conteúdo de vocês sobre ele: Slackware.

Mas tem uma coisa que sempre pensei sobre sistemas que são mantidos apenas por pessoas e não alguma empresa é que as chances dele chegar ao fim são muito mais altas do que no outro caso. Isso porque se uma pessoa mantém, e ela tiver algum problema pra resolver, ou no mínimo em algum momento desejar fazer outra coisa da vida, vai acarretar no fim do projeto. Então sempre preferi sistemas feitos por empresas sérias, com uma reputação à manter, e que eu veja que de alguma forma aquilo trás lucro para a empresa, tornando o projeto sustentável. Assim as chances de acabar são significativamente menores.

1 curtida

Então, tem uma pegadinha, o Slackware é a distribuição mais antiga ainda ativa, ela desafia esse conceito, dezenas de distribuições comerciais nasceram e morreram enquanto o Slackware seguiu firme e forte, para fins de comparação o Slackware viu o Windows como conhecemos hoje nascer

1 curtida

Mas não sei, @Natanael.755. Eu vi o vídeo do Slackjeff há umas 2 semanas quando ele lançou, e vi ele comentando que tentou de todas as formas fazer um SSD M.2 funcionar no sistema e não conseguiu, sendo que ele é um profissional experiente da área e o M.2 já está no mercado há anos, e as outras distros tem ele funcionando sem problemas algum e automaticamente, como é o meu caso aqui no Ubuntu 23.10. Isso me fez pensar isso: é questão de tempo até o sistema sucumbir. Talvez eu esteja errado sobre isso, mas acredito que hajam grandes chances.

É uma distribuição Linux histórica, o que não necessariamente indica que seja boa. Também acredito que esteja em seus últimos anos pois o principal mantenedor faz questão de controlar quase tudo. Não é comum que pessoas de 60 anos tenham tanta vitalidade para dedicar a um projeto, então é claro que nos próximos anos haverá algum tipo de mudança, seja de mantenedor, ou seja pelo seu fim.

2 curtidas

Será que não estamos exagerando, Rui?

pow… eu faço questão de “controlar quase tudo” na minha casa, no meu quintal, nos meu textos (quando publico algum trabalho com minha assinatura). – Todos nós fazemos isso!

Ok, quando “contribuímos” com sangue, suor e trabalho para uma distro “patrocinada por uma empresa”, a gente não faz isso. – É a empresa quem “controla quase tudo”. – Mas, tudo bem! Existem empresas… e empresas.

Se a empresa tiver um “quase monopólio” em sua área de atuação, eu acho muito chato, ela “controlar quase tudo” – pois será muito difícil (quase impossível), alguém “romper o monopólio” e “criar concorrência”.

Mas… um maluco-beleza, que há 31 anos mantém uma distro fantástica – de graça, para quem quiser usar!..

Um “nicho”, cada vez mais “restrito” – sem nenhum “poder monopolista”. – Usa quem quer!.. Ele não tem poder de impor uma “guerra eterna”, contra o mundo inteiro. Produzir e jogar toneladas de bombas assassinas. Manter pequenos ditadores em vários países, oprimindo milhões de pessoas, e bombardeando outros milhões de pessoas.

Ele está – apenas! – oferecendo alguma coisa… de graça!

Precisamos, então, colocar esse “faz questão de controlar quase tudo”, dentro de um “contexto”.

E o “contexto” é que – ele trabalha para oferecer alguma coisa, de graça – e “só usa quem quer”.

Não é “Pink & Cérebro”… planejando “dominar o mundo”.

O que ele faz, e oferece de graça – qualquer um de nós poderia fazer e oferecer de graça. – Só que nós não fazemos nem oferecemos! Nem por dinheiro! Por nenhum dinheiro nesse mundo!!

– “Nem morta!” – como diria uma amiga, tempos atrás.

Em vez disso… nos últimos anos, décadas… aderimos a uma “ideologia diferenciada” – alegando que, quem discorda da nossa “nova ideologia”… é “culpado de ideologia”…!

Toda a filosofia que deu origem, impulsionou essa coisa fantástica – da qual, hoje, nos aproveitamos – e da qual nos apropriamos, como “novos donos”, passando a “ditar regras” – tipo, "ain, isso é ‘filosofia’ (no mau sentido! depreciando!) – contra quem criou, trabalhou, nos deu de graça…

A verdade é que nos tornamos “sommelier” daquilo que não fizermos – e que declaramos, alto e bom som, que não vamos fazer! – Aderimos à “filosofia” do anti-Linux.

Quem fez, criou, suou – decretamos que “faz questão de controlar quase tudo” – embora sejam pessoas que apenas “nos ofereceram de graça”.

Não fizemos nada – nem vamos fazer nada! – mas fazemos questão de controlar, ditar, impor, o que “eles” devem fazer.

Como madames – em cima de “empregadas”. – “Nós é que mandamos”.

Os “sommeliers” do trabalho – que nos recusamos a fazer. – Nosso papel é julgar e mandar.

Well… Me desculpem, amigos.

Estou “só” falando o que vejo.

Com toda certeza, estou 100% errado. – Não duvido de nada! – Minha caderneta de endereços tem mais nomes riscados, do que sobreviventes (vulgo, os "ainda vivos).

Cabe a vocês, todo o direito de “apagar tudo”, e “escrever tudo de novo” – aproveitando tudo o que receberam das gerações anteriores – e fazendo de conta que todas as gerações anteriores só fizeram m³rd@, “filosofia” (no mau sentido) etc.

Acho que cabe, aqui, falar um pouquinho sobre o PCLinuxOS – um fork do Mandrake, criado e desenvolvido pelo Tex (do Texas, USA) – antes da fusão do Mandrake com o Conectiva, que deu origem ao nome “Mandriva”.

Havia, naqueles anos, brasileiros ativos em “criar” coisas úteis – não, só, “enfeites”! – Foi em Curitiba que se criou o APT-RPM, e a partir dele, o Synaptic. – E outras coisas, que no momento não quero gastar energia para especificar (parte dos meus arquivos estão em HDDs e SSD desconectados).

Há décadas, não vejo notícias de brasileiros criando qualquer coisa útil. – Falha minha, com certeza! – Tenho certeza de que brasileiros continuam produzindo (e oferecendo!) software “útil” à humanidade.

Só, não tenho visto, ultimamente.

2 curtidas

Só instalei um “Linux”, pela primeira vez, em 2007 – mas acompanhei o Guia do Hardware (do Morimoto) e outros fóruns, por muitos anos, desde o início da década de 2000.

Uma coisa que me chamou atenção, entre 1996 e 2006, é que muitos profissionais “não-TI” – médicos, jornalistas etc. – mergulhavam “no Linux”, e desenvolviam (e disponibilizavam) inúmeras contribuições, seja na forma de Aplicativos, ou de outras formas.

Era um “movimento” de “outras profissões” para tornar “o Linux” útil “para todos”. – Infelizmente, ou perdi aqueles “bookmarks”, ou os arquivos estão em algum HDD / SSD desconectado no momento.

Infelizmente, tudo isso acabou! – Ou, pelo menos… tudo isso “fugiu” dos nossos fóruns.

Aliás, os médicos, engenheiros, economistas etc. também mudaram muito. – O “foco”, hoje, é grana, luxo, viagens. – Ostentação!

Só voltei a ver contribuições “de fora da área de TI” (e jogos, Nvidia), em alguns momentos de grande impacto – e somente, fora dos nossos fóruns e comunidades – como na pandemia de Covid.

Claro, eu sou (ou era) jornalista. Não costumo seguir fóruns de Geólogos, Médicos, Engenheiros, Arquitetos, Arquivistas, Professores, Vigilantes etc. (precisaria de um dia de 24.000 horas!) – mas durante a pandemia, comecei a seguir alguns médicos e pesquisadores da área de Saúde no Twitter – e foi só assim, que descobri o corona-cli:

A imagem (acima) é de 2023, quando o assunto já tinha perdido interesse. – Mas de 2020 a 2022, a coisa mais difícil, era o “cidadão comum” encontrar informações confiáveis sobre, “o que está acontecendo??”. – E acabei descobrindo, não só o corona-cli, como também, “um mundo de softwares” utilizados por pesquisadores de todas as áreas, no mundo inteiro.

Acima - Pedido (desesperado) de socorro, de um pesquisador (ciências), mostrando como funcionava seu SO – abrindo todos os aplicativos nas mesmas posições e tamanho da sessão anterior – e que parou de funcionar conforme esperado, depois de certa atualização. – Abrir cada coisa na mesma posição e tamanho e formato da sessão anterior, foi um dos principais motivos, pelos quais adotei o KDE Plasma – e o bendito Plasma 6 Wayland simplesmente mandou isso para as cucuias. [EDIT: - Achei aqui]

Nada disso aparece nos “nossos” fóruns. – Aqui, vivemos uma bolha, onde só aparece: – (a) Usuário que “entrou no Linux” sob a impressão de que “o Linux está pronto para ser consumido por consumidores que não querem saber de nada, nem precisam ler nem pesquisar nada”. Deu mals! Me ajudem!; – (b) Questões sobre “hardware ostentação”, jogos, “novidades” desnecessárias, especificidades que afetam 0,1% dos usuários de PC; – (c) Colegas de TI exibindo conhecimentos e / ou pedindo ajuda sobre questões de TI.

Vou postar aqui um exemplo da UnB, onde um professor tenta desenvolver layouts de Teclado para centenas de idiomas indígenas. – O tipo de coisa “útil para os seres humanos”, que “o mundo Linux” passou a desprezar, ignorar, ao se fechar numa bolha “fora da humanidade”.

Não fiz julgamento de valor sobre controlar quase tudo ser bom ou ruim, é um fato. Assim como o fato de que as pessoas não vivem para sempre para manter seus projetos. Faço quase tudo na minha casa, mas espero que minha casa dure mais do que eu, e nessa hora outra pessoa que vai cuidar de quase tudo nela, ou então ela vai se tornar mais uma casa vazia digerida pelo tempo e falta de cuidados.

Aliás foi esse o principal argumento usado pelo SlackJeff ao preferir o Debian, pois no Debian há um conselho com várias pessoas para tomar decisões sobre o projeto, bem como é mais fácil (segundo ele) contribuir com o projeto. As empresas ou fundações mais resilientes duram muito mais do que os indivíduos mais resilientes.

Entendo a preocupação sobre o “Linux atual” e o “Linux de antigamente”. Acho que é apenas um reflexo do “mundo atual” e o “mundo de antigamente”, especialmente pelo fato de que antigamente os usuários de Linux eram sempre os mais nerds, e hoje entra muita gente que quer um Windows grátis. A facilitação do processo de instalação (que seria uma barreira muito alta pros iniciantes caso fossem manuais como dezenas de anos atrás) traz muita gente despreparada. Se dezenas de anos atrás tínhamos que ir a uma biblioteca procurar um livro e lê-lo para instalar o Linux, hoje é coisa que se resolve vendo um vídeo de 5 minutos com passo a passo. O problema acontece quando algo não sai como esperado no vídeo, e as pessoas podem facilmente perguntar pro buscador e achar um fórum para criar uma conta e fazer a pergunta delas. Se elas tivessem apenas um livro e um telefone, não ficariam ligando para os amigos para saber como resolver, seria mais fácil ler o livro para tentar achar a resposta. Claro, isso para quem REALMENTE estivesse interessado em instalar o tal do Linux. A maioria que tinha que trabalhar e/ou lavar a louça continuaria operando dentro do mundo dele, onde a informação/entretenimento chegava empacotado e normalizado pelas poucas emissoras de TV. Atualmente quando aparece a mensagem de erro é fácil criar um tópico neste fórum e esperar os ajudantes de plantão. Sabe que mais pro futuro ainda eu consigo ver todo o conhecimento aqui indexado por uma AI GPT, onde vai ficar mais fácil ainda o novato perguntar e receber uma resposta que vai ajudar bastante, e que caso não resolva, então o chat poderá ser transformado em um tópico para que os ajudantes entrem em ação. Acabaria nosso trabalho de perguntar qual hardware/software e qual erro específico, além do nosso trabalho de pesquisar no fórum e trazer a resposta de uma pergunta muito parecida.

1 curtida