O Safari, navegador da Apple, só existe por causa do KDE!

Hoje vamos conversar sobre uma das histórias mais divertidas e insólitas do mundo da tecnologia e dos navegadores: como o projeto KDE deu origem ao Safari e é, de certa forma, o “avô” do Google Chrome!

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Informações muito interessantes!

Webkit e Khtml povoam minhas distros há mais de 10 anos – e nunca parei para examinar direito esse negócio. – Sabia, vagamente, que eram “motores” de browsers, mas não tinha a menor ideia desses “detalhes”.

E viva o KDE ! :wink:

Imagino que o Blink deve tá entranhado no “pacote único” do Google Chrome – pois não existe “Blink” no meu Arch Linux:

# pacman -Q | grep blink

# pacman -Q | grep webkit
webkitgtk-6.0 2.46.6-2

# pacman -Q | grep khtml

# pacman -Q | grep kjs

# pacman -Q | grep konqueror
konqueror 24.12.3-1

De fato, ao instalar o Chromium – logo no primeiro dia do meu Arch – veio só isso:

Packages (2) ttf-liberation-2.1.0-1  chromium-81.0.4044.92-1

Tempos depois, substituí pelo Google Chrome – cujas únicas dependências são essas (no momento):

# pacman -Qi google-chrome
...............
Depends On      : alsa-lib  gtk3  libcups  libxss  libxtst  nss  ttf-liberation  xdg-utils

Já tive os pacotes Webkit, Khtml e Kjs – mas eles devem ter vindo com o KDE Plasma “básico” – pois foram instalados algumas horas antes do Chromium (e muitos dias antes do Konqueror).

Khtml e Kjs foram removidos há 1 ano, numa limpeza de pacotes órfãos em 31 Março 2024:

# pacman -Qdtq | pacman -Rns -

Ficou o Webkit (gtk!) – por ser dependência do Foliate:

# pacman -Qi webkitgtk-6.0
..................
Required By     : foliate
  • Aliás, o que mais me agrada nos ePub’s, é serem arquivos HTML. – Podem ser editados facilmente pelo Sigil – textos (capítulos), folhas de estilo etc. … ao contrário dos pré-históricos PDF.

Também já tive o qt5-webkit. – Foi removido numa limpeza de arquivos órfãos em Dezembro 2022:

# pacman -Rns $(pacman -Qtdq)

Portanto, em Dezembro de 2022, Khtml e Kjs ainda não estavam órfãos – sei lá por quê.

Quanto ao Konqueror, continua instalado – mas não depende de nada disso. – O “motor” deve tá entranhado no próprio pacote:

$ pacman -Qi konqueror
.....................
Depends On      : gcc-libs  glibc  karchive  kbookmarks  kcmutils  kcodecs  kcolorscheme  kcompletion  kconfig  kconfigwidgets
                  kcoreaddons  kcrash  kdbusaddons  kguiaddons  ki18n  kiconthemes  kio  kitemviews  kjobwidgets  kparts
                  kservice  ktextwidgets  kwallet  kwidgetsaddons  kwindowsystem  kxmlgui  plasma-activities  qt6-base
                  qt6-webengine  solid  sonnet  zlib
Optional Deps   : kdesu: shell command plugin [installed]

Cheguei a usar o Safari, no Windows – assim como o Netscape, o Opera, o Firefox, e tudo mais que apareceu (não lembro o quê, mais) – até que apareceu o Google Chrome, que adotei de imediato.

Uma das coisas que me chamaram atenção, no início dos anos 2000 – sites em HTML “estático” – era o uso (muito difundido) do Front Page.

Você podia criar um texto no MS Word / MS Office – cheio de formatações aleatórias (em vez de “estilos” globais) – e copiar & colar no Front Page… sem nunca se preocupar com o código HTML.

O resultado, eram páginas Web com 50 ou 100 vezes mais “código” do que “texto” propriamente dito. – Nas precárias conexões discadas da época, essas páginas às vezes demoravam muito para carregar.

(Pior ainda, eram as soberbas páginas em Flash – que os computadores do Ministério no Acre, em Roraima, e até mesmo no interior de Minas Gerais, não conseguiam carregar).

Aquelas páginas HTML sobrecarregadas de “span” do Front Page (invenção exlusiva da MS) pareciam OK no MS Internet Explorer – mas não no Netscape, por exemplo, que seguia os “padrões da internet” (W3C, acho). – O resultado era uma impressão de que “só o MSIE funciona direito”… e de que “o resto” dos navegadores eram umas porcarias.

No Linux, adotei o Chromium – até o dia em que o Google “deprecou” a sincronização dos “derivados” – embora o Chromium fosse a “fonte”, e não um "derivado.

Nas distros que uso, só o Chromium do Debian continua sincronizando e acessando todos os serviços do Google, normalmente. – Acho que o Google não quer brigar com a Fundação Debian.

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Pela minha pesquisa, a linha do tempo do Konqueror foi a seguinte:

  • 1998: Konqueror começa usando a engine KHTML.
  • 2001: Apple cria um fork do KHTML e cria o WebKit.
  • 2008 (KDE 4.0): WebKit passa a ser a engine padrão do Konqueror.
  • 2014: Intrododução do QtWebEngine, usando a engine do Chromium.
  • 2015: Konqueror passa a usar QtWebEngine.

Interessante que o início de tudo tenha se dado pelo Konqueror e hoje é um software bastante simples, basicamente um front-end pro qtwebengine que usa motor do chromium.

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Verdade!

Como Filemanager (padrão do KDE) + Browser, o Konqueror acabou se mostrando um “risco” de segurança – inclusive, porque era fácil usá-lo com privilégios (sudo, su). – Daí, porque acabaram optando pelo Dolphin para ser o Filemanager padrão do KDE: fazer só 1 coisa, e fazer bem feito.

Quando “descobri” que o Konqueror fazia “de tudo”, experimentei o MS Explorer para navegar na web (navegava!) e o MS Internet Explorer como gerenciador de arquivos (funcionava!). – Não sei se a MS mudou isso, ou quando.

Outra brincadeira que achei curiosa, no KDE antigo (qual?), é que eu podia arrastar uma aba do Dolphin para o Browser (qual?), ou uma aba do Dolphin para o Kate / KWrite (e vice-versa). – Acabou não sendo útil, mas achei muito interessante, ter 1 aplicativo como “aba” em outro.

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Dessa informação eu não sabia.

Era lindo no Windows nos tempos de Internet Explorer 5/6 você partir do gerenciador de arquivos (Windows > Explorer) para uma página internet (Internet > Explorer) na mesma janela.

:rofl:

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