O que é um fork, uma flavor e um refisefuquis? [Debate]

Olá! Criei este tópico para entender melhor o tema e estou aberto para receber correções ou debates. Imaginemos o ubuntu como o sistema de origem:

Flavor: Modifica programas, interface e coisas que podem ser feitas no sistema original. Tem atualizações mantidas pela equipe do ubuntu. (Xubuntu)

Fork: Tem modificações maiores e pode ser considerado um novo sistema. Tem atualizações mantidas pela equipe do projeto. (Linux mint)

Refisefuquis: Significa “Remasters de fim de semana feita no quintal de casa”, ou seja, é uma palavra ofensiva voltada a distros com pouca qualidade e mudanças. A equipe costuma ser pequena criando insegurança sobre o suporte.

Estas descrições estão certas? Podemos dizer que uma Refisefuquis é uma flavor que modificou partes que interferem no suporte do sistema de origem? :thinking:

Referencias
  1. Distros brasileiras: Qual motivo faz com que você não use?
  2. Linux Distros vs Flavors vs Derivatives: Differences Explained!
  3. https://manipuladordedados.github.io/arquivos/jaca-linux/
  4. Gostaria de tirar uma dúvida sobre refisefuquis [RESOLVIDO] [Filosofia Open Source]
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Olá!

Tentarei explicar de forma simples:

Flavor

Normalmente, utiliza-se para definir uma versão diferente de um sistema operacional, com foco em novos “gostos/sabores”. Não necessáriamente, alterará o código fonte de programas mas, quais os programas virão instalados e configurados. Pode mudar o foco do D.E. (Desktop Environment) e outras alterações de aparência.

Fork

Cria um outro programa com base em um pre-existente, algumas vezes pode ser uma cópia quase exata do programa base, só alterando algumas ações, aparência, adicionando ou alterando funcionalidades, esse tipo de fork com pequenas alterações são chamados de minor fork (fork menor/pequeno fork).

Refisefuquis

Primeira vez que vejo essa expressão… Após uma breve pesquisa em alguns forums, percebi que utilizam esta expressão para um minor-fork de um programa, onde é alterado pouquíssimas coisas do programa base, e dão um nome diferente para o programa.


Conclusões & Observações

Pode parecer confuso ainda mais para leigos intenderem, mas, de fato essas definições/expressões possuem diferenças.

- Pode-se dizer que Ubuntu Linux e Fedora Linux são Flavor do Linux ?

Sim, de fato. O Ubuntu Linux e Fedora Linux, são S.O. (Sistemas Operacionais) que ambos possuem a base Linux, fazendo diferentes e diversas alterações mas, ainda assim possuem a mesma base e utilizam softwares Unix/Linux, GNU/Linux e etc.

- Um programa utilizar a mesma tecnologia de outro é um fork ?

Não, um programa pode utilizar a mesma tecnologia de outro mas ter seu foco, funcionalidades e código diferente. Por exemplo: Se, você criar um site utilizando ruby-on-rails, não fará o seu site ser um fork do Github.

- Linux Mint é um “Refisefuquis” do Ubuntu Linux ?

Atualmente, não. Linux Mint não fez um fork e alterou apenas um wallpaper, ou fez alterações menores. O Linux Mint, está criando suas próprias aplicações, como exemplo: O Cinnamon Desktop (Um fork do GNOME) mas, que está criando um visual e funcionalidades bem diferentes do GNOME base.

O Refisefuquis, aparenta ser bastante utilizado por pessoas que não gostam de forks pequenos de Flavors/Distros Linux.


Espero ter lhe ajudado, até mais!

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Sim, a resposta foi bem completa, mas, o mint não seria um fork do ubuntu???

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Não, porque o Mint não modifica a base do Ubuntu.
O Mint apenas usa a base do Ubuntu como fundação, como uma instalação mínima do Ubuntu (não confundir com a opção “Minimal Install” que aparece durante a instalação do Ubuntu, que apenas remove alguns pacotes), e a partir disso instala os pacotes próprios do Mint. Uma descrição melhor seria uma “extensão” do Ubuntu, ou até um “sabor” não oficial do Ubuntu.

Assim como o Ubuntu fez lá atrás com o Debian, e que até hoje se baseia nos repositórios do Debian para construir sua própria base. O Ubuntu não é um Fork do Debian.

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Eitah, então apenas distros “mães” são forks enquanto o resto é flavor mesmo que as atualizações sejam mantidas pela equipe do projeto?

Então não tem nenhum nome que diferencie uma distro como o xubuntu e ubuntu studio que possuem atualizações pela distro original de uma distro como o mint que recebe atualizações através da equipe do projeto???

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Raramente um distro é um fork da outra. Pelo menos eu não conheço nenhuma.

Forks são comuns em pacotes que são gerenciados usando o protocolo Git. Fork é uma ação deste protocolo. Por exemplo, este projeto é um fork (bifurcação) deste projeto, como é exibido logo abaixo do nome. Todo projeto do Git pode ser bifurcado (forked) desde que se tenha acesso a ele. Isso permite que um usuário faça alterações no projeto sem alterar o projeto original, e depois submeter “pull requests” (requisição de “alterações”) para o projeto original, caso queira que suas modificações sejam incorporadas no projeto original. Ou no “galho principal” (master branch) do próprio projeto, ou qualquer branch.

Porém, as distros só utilizam esse modelo para cada pacote individualmente, mas a “montagem” em si não. Isso é feito usando outros protocolos/programas. Então o que o Mint faz, por exemplo, é usar os repositórios do Ubuntu e os configura para instalar um certo conjunto de pacotes, e depois utiliza seus próprios repositórios para instalar os seus próprios pacotes, e assim montar o Mint que conhecemos. Nesse processo são feitas várias configurações específicas do Mint nos pacotes, incluindo aqueles provindos dos reps do Ubuntu. O Mint faz forks de alguns pacotes específicos que exigem modificações mais profundas do que apenas uma configuração diferente para se ficarem do jeito que eles querem, mas não todos.

A diferença do Mint para as outras flavors oficiais é apenas burocrática, pois todas elas fazem o mesmo processo. O Ubuntu exige algumas coisas para ser uma flavor oficial, como seguir o mesmo calendário de lançamento, métodos de testes, … O Mint não segue isso, e não quer seguir, então simplesmente usa os reps sabendo que os mesmos são livres para tal uso.

Por isso o Mint não é um fork do Ubuntu, e nem os sabores oficiais do Ubuntu. Porque o Ubuntu não é um projeto “bifurcável”.

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Tentarei explicar melhor:

Para ser considerado um fork, você precisa pegar um software/programa/aplicação/tecnologia pré-existente, criar uma cópia e alterar ela seja da forma que for minor fork ou não.

- Mas, Porque o Linux Mint não é um fork do Ubuntu Linux?

Ubuntu Linux não é um software e sim uma flavor do Linux que em grande parte utiliza softwares/programas/tecnologias pre-existente fazendo algumas configurações e organizando os mesmo no sistema criando por exemplo uma identidade visual.

Se encaixa na observação que fiz em meu primeiro post:

O Linux Mint, pode utilizar as mesma tecnologias do Ubuntu Linux, mas, apenas isso não fará dele um fork/cópia.

- Se o Linux Mint utilizar um programa feito para o Ubuntu Linux seria um fork?

Seria um fork do programa se, o Linux Mint, copiar o programa feito para/pelo o Ubuntu e criar suas próprias alterações, mas o Linux Mint não será um fork da flavor/distro Ubuntu Linux por utilizar as mesmas tecnologias.

Até porque, se utilizar as mesmas tecnologias fosse o mesmo que fazer um fork, imagina quantos forks existiriam do Debian GNU/Linux… :thinking: :face_with_raised_eyebrow:

Espero ter esclarecido a sua duvida, até mais!

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Então no final das contas temos muitas flavors… Mas não vou mentir que me soa estranho perceber que xubuntu e linux mint apesar de completamente diferentes em funcionamento são chamados da mesma forma. :sweat_smile:

Obrigado pelas respostas @Eduardo_MS e @brunonzanette :pray:

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