O Linux Lux da Lenovo é bom, ou é melhor evitar?

Computadores que vem com Linux frequentemente trazem distros desconhecidas, que não oferecem uma boa experiência de usuário. Será esse o caso do Lux, ou a Lenovo fez diferente?

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Seria o Lux um rebranding do infame Satux?

Ou a Lenvo vende computadores com Satux e Lux?

Comprei para o meu filho e o Lux pré instalado não identificou a placa de rede. Entrei em contato com o suporte da Lenovo e eles não dão suporte para o Linux, nem o deles… apenas para windows.
Instalei o Ubuntu e estamos felizes.

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Descaso impressionante. Desleixo vergonhoso. Até quando?

Então estão pior que a Negativo, digo Positivo hehe, porque se o SAC deles não dão bola pra gente que usa o Linux, se formos na desenvolvedora da distribuição que eles usam nas máquinas da Positivo, Compaq e Vaio, o Policorp, eles te atendem ainda kkk.

Mas que loucura é essa da Lenovo? Fora que os notebooks parece que estão indo ladeira a baixo, pois antigamente um Lenovo era sinônimo de robustez e durabilidade, hoje é sinônimo de reclamação (não só de hardware, mas software também como relatou nosso amigo @hmachado).

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Isso não é de hoje. Há alguns anos já tinha notebooks da Lenovo que eram descartáveis. Um bom exemplo é o Ideapad G485 que tinha um problema nas dobradiças que arrebentava com a carcaça. Um exemplo desse defeito:

Tive esse notebook e ele começou a se desfazer na minha mão depois de um ano de uso. E na época que comprei ele (em 2013) ele era uns R$ 1.100 na versão com 4 GB de RAM.

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Como linguista, algo que achei interessante no Lux OS, mas que a Lenovo nunca mais divulgou, foi que, em parceria com as universidades federais de São Paulo e do Rio de Janeiro, lançaram um sistema de tradução para idiomas indígenas exclusivamente para os sistemas operacionais de seus dispositivos.

Eu adorei esse sistema. Se você já sentiu que o português brasileiro é formalmente inadequado por estar sobrecarregado de expressões e termos linguísticos que, infelizmente, são considerados vulgares por não se encaixarem na lógica do português de Portugal, deve saber que, antes da Nova República, Dom Pedro II e outros visionários ousaram fazer do nheengatu a língua oficial do Brasil. Essa língua foi construída pelos Jesuítas, que utilizaram o alemão, latim e português para adaptar o guarani e o tupi na forma escrita. Após o Brasil Colônia, muitos escravos africanos fugiram das senzalas (vale lembrar que a palavra senzala, em iorubá e outros idiomas africanos, significa casa pequena e acolhedora, no Brasil, essa palavra foi demonizada). Esses escravos, ao se refugiarem nas matas, encontraram indígenas que, após o processo de evangelização pelos Jesuítas, falavam nheengatu em vez de tupi, resultando na mescla de dialetos africanos com o nheengatu.

Infelizmente, não conseguiram oficializar o nheengatu como língua do Brasil, pois os fazendeiros e comerciantes alegaram que países como Haiti e Congo, após conseguirem sua independência, perderam fatias do mercado e estavam sofrendo com a pobreza. Vale lembrar que esses países africanos tentaram resgatar suas línguas nativas, mas nunca conseguiram totalmente. O máximo foi uma mistura dos idiomas nativos com o do colonizador, como o afrikaans, por exemplo.

Enfim, a Lenovo, em parceria com as federais de São Paulo e Rio de Janeiro, teria lançado um sistema de tradução para o nheengatu e o kaingang, idioma do povo Kaingang. Contudo, nunca mais ouvi falar dessa tecnologia de tradução. Confesso que temo que seja igual ao sistema criado pela USP e por cientistas da computação do governo brasileiro, utilizado pela Microsoft para corrigir palavras no Word. No fim, a grande massa nunca saberá que esse sistema de correção ortográfica da Microsoft é de origem brasileira, e, mais uma vez, nossos gênios serão esquecidos na história.

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Eu acho que você tá enganado a respeito da parte de ser exclusivo. Não tenho mais o link da matéria, mas o projeto ainda existe e na ultima vez que ouvi falar sobre o nome da lenovo nem é mencionado.

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Não amigo não estou equivocado, o que aconteceu foi que era um projeto “semi público” (a ideia era de origem administrativa pública, mas quem resultou/concluiu foi a iniciativa privada).

O que acontece é que ao mesmo tempo que a Lenovo se envolveu com esse projeto de revitalização dos idiomas antigos e ameaçados de extinção no Brasil, dentro das faculdades federais alguns alunos voltados para área de computação e linguística já haviam começado a criar seus próprios gerenciadores morfológicos sintáticos, basicamente, é um software com um certo nível de inteligência artificial para simular a tradução e a conservação da base linguística daquele idioma.

O que acontece é que a Lenovo tem uma rede desses gerenciadores morfológicos para outros idiomas ameaçados em extinção, com isso ela criou o do nheengatu e Kaigang com esses alunos que já tinham desenvolvido algo sobre.

Com isso alguns desses estudantes conseguiram renome por conta dessa invenção, enfim como isso aconteceu na pandemia, foi uma cama de gato toda bagunçada, no que resultou numa péssima gestão e administração para a divulgação na mídia… No final muita gente acha que foi só a Lenovo que participou, outros que a lenovou roubou o projeto dos alunos. Mas foi uma parceria, com isso, o fruto resultante dessa parceria pertence a Lenovo e os dados adquiridos são públicos e devem estar em livre acesso nas bibliotecas digitais das universidades.

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Oi Saulo! :slight_smile:

Enquanto eu estava fazendo as minhas pesquisas para o vídeo sobre o Lux que fizemos no Diolinux, eu cheguei a esbarrar nessa informação também, porém, ao procurar pelo idioma no sistema, eu não consegui encontrar nenhum dos dois.

Fiquei pensando que teria sido muito melhor se essa contribuição tivesse sido feita upstream, direto no Debian, com isso o Ubuntu e todos os derivados, incluindo o Lux, teriam acesso ao idioma.

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Sim, Dio, mas como expliquei anteriormente, esse projeto foi uma verdadeira armadilha, muito desorganizado. No final, o produto da pesquisa é da Lenovo, mas não pode ser distribuído sem dar os créditos aos alunos. Como é uma tecnologia muito específica (destinada a estudantes, arqueólogos, linguistas e outros pesquisadores sociais), não haveria um grande motivo para uma distribuição massiva.

Fico triste, pois isso sempre acontece com os pesquisadores brasileiros. Por exemplo, João Gurgel foi pioneiro na tecnologia de motores elétricos, e toda a base de sua tecnologia é usada nos carros de Elon Musk. Gurgel precisou de ajuda do governo e não conseguiu, enquanto o pai de Elon observou como funcionavam os carros de Gurgel e passou o conhecimento para os filhos. Elon reaproveitou os estudos do engenheiro brasileiro e, hoje, o brasileiro não consegue comprar um carro que tem tecnologia de origem brasileira.

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A história da bina no telefone é algo parecido. Um brasileiro criou, o mundo inteiro usa e o sujeito não recebe 1 centavo sequer.

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Aí eu fui ver relatos do porque nunca teve um brasileiro que ganhou um prêmio Nobel na área de criação de tecnologia, é porque os brasileiros não aprovam e não usam a tecnologia criada, aí esse brasileiro inventor sai do Brasil e vai para outro país se naturaliza lá, e é por isso que outros países tem o prêmio Nobel por uma criação que foi feita no Brasil.

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Exatamente pela “epidêmica” falta de educação e incentivo nessas áreas. Fica mais fácil um sujeito brilhante conseguir “decolar” lá fora.

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Exatamente meu caro :hand_with_index_finger_and_thumb_crossed:

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Pela segunda vez eu ia comprar um notebook Dell com o Ubuntu instalado, mas, tendo em vista minha necessidade por um notebook de 14", acabei optando pelo Lenovo V14 com o Lux instalado.

Tirando o tema de ícones, a customização que a Lenovo fez no Debian 11 é surpreendentemente boa à primeira vista. Entretanto, a coisa foi ficando feia à medida eu explorei o Lux mais a fundo.

No momento o Lux está usando um kernel 6.2 customizado, o que me causou o primeiro estranhamento. A Lenovo mantém um kernel que não tem mais o suporte da Linux Foundation? Como esse kernel recebe atualizações de segurança se, de acordo com o vídeo do Dio, o Lux não tem repositórios próprios?

Verifiquei a versão do Firefox ESR, que é a 115.6. Isso me causou o segundo estranhamento, pois a versão do repositório do Debian 11 é a 115.11.

Na verdade, o Lux possui repositórios próprios que funcionam como mirrors dos repositórios do Debian.

Entrando nos links do print acima, verifiquei que os repositórios do Lux não são atualizados desde dezembro de 2023, ou seja, o Lux não recebe atualizações de segurança.

Agora estou decidindo se vou instalar o Ubuntu, minha distro de segurança, ou se vou experimentar uma distro diferente.