O linux tem um encanto mântrico que seduziu milhões, desde a década de 90: “qualquer um (que saiba programação) pode ler o código (com milhões de linhas) e corrigir falhas (quando a encontrar) ou acrescentar recursos”.
É um mantra belo, mas restrito a iniciados com competência para fazer o que deve ser feito. Mas não menosprezemos esse trabalho, que tem seu valor e os ganhos são inegáveis. Por exemplo, desde 2000 uso um sistema operacional 99% livre praticamente sem custo, permitindo-me executar uma série de tarefas que custariam muito num sistema 99% não livre.
Mas é de amor que viemos falar e aqui encaixa-se o artigo que trago: o chefão do elementaryOS pediu demissão do cargo. Motivo? Falta de grana! Para cortar empregos, tem de se começar por cima, na própria carne! É o modo de ver deles.
A verdade que a distro depende das receita do “pague quanto puder ou quiser” pelos softwares que disponibiliza na loja e a epidemia do covid fez um estrago danado. Ao menos é o que alegam. E sem um modelo de negócios viável, simplesmente não se pode encarar um projeto de forma profissional.
A equipe do elementaryOS não tem pernas para acompanhar o desenvolvimento tecnológico em volta do ecossistema do nosso querido isfenicídio. O gtk4/libadwaita - por exemplo - exigirão modificações em muitas interfaces. Não é a toa que a equipe do solus já pulou fora do gnome.
Mas a grande verdade é que o SL tornou-se um “caso de amor” que enfeita a relação mas não paga as contas no final do mês. Até hoje não se descobriu como captar recursos de forma eficiente e perena, sustentado o negócio de forma sólida.
Já defendi e defendo que cobrar licença de uso, oferecendo um diferencial que valha a pena a opção, pode ser uma saída. Parar de se criar distro aqui e acolá, outro. Principalmente aquelas que não trazem nada de novo.
A “comunidade” simplesmente não sabe administrar uma distro de forma profissional, nem sei se existem leis de fomento por aí que estimulem isso.
Deu-se alguns passos importantes, como o Zorin. Mas creio que se precise “democratizar” a forma de pagamento, como assinatura mensal por um meio universal, como googlepay ou outro. Vocês já viram que é facílimo comprar licença de apps no android. A google mesmo se encarrega da transação.
De vez em quando compro uma licença no android, mesmo que o app seja usado por pouco tempo, como forma de incentivar o desenvolvedor. Tem lá valores de 3.50, 4.50, 5 e alguma coisa. Sacaram a idéia?
Voltando ao nosso caso de amor, pra onde vai o elementaryOS ninguém sabe. Mas sem uma fonte sustentável de dinheiro, talvez nem ali na próxima esquina. E quem será a próxima a fazer-lhe companhia?
FONTE: Is this the End of road for elementary OS? [Opinion and Analysis]