Os jogos da Nintendo têm um tempero especial, que mantém a empresa sempre em destaque no universo dos videogames, mas como quem não tem cão, caça com gato, emuladores são uma solução para muitos. A arquitetura do console Nintendo Switch é baseada em ARM, sendo mais próxima à de celulares e à dos chips Apple Silicon do que à de processadores x86_64, como os da Intel e AMD para desktop, portanto, acaba sendo desafiador emular o console na maioria dos computadores domésticos.
Sendo assim, o desempenho dos jogos do console em emuladores, mesmo em computadores mais robustos, acaba sendo um tanto insatisfatórios, entretanto, a nova versão do emulador YUZU, promete ser um grande passo adiante para viabilizar a jogatina.
O que há de novo no Yuzu?
As atualizações do Yuzu vêm rápido, hoje chegou a versão 1371, que principalmente corrige alguns bugs, mas neste artigo, tratamos das grandes mudanças que vieram na edição 1361, lançada no último dia 12 e mudou alguns paradigmas importantes da forma como os jogos do console da Nintendo são emulados.
A novidade mais destacada pelos desenvolvedores é uma aceleração no acesso direto à memória (DMA) para o carregamento de texturas, que antes era feita pela CPU com a memória do sistema, com alta prioridade de processamento, causando grandes gargalos, mas agora utiliza a grande capacidade de processamento paralelo das GPUs modernas, somada à alta largura de banda da VRAM, resultando em um aumento considerável de desempenho nos games, como indiga o gráfico abaixo, feito pelos desenvolvedores.
Fonte: Yuzu
Você pode estar se perguntando, “como jogos de um console tão simples podem ser tão complicados de emular e apresentam um resultado baixo em hardwares tão potentes?”
Segundo os desenvolvedores do Yuzu, a culpa deste problema está em uma tecnologia de descompressão de texturas denominada ASTC, por enquanto exclusiva para GPUs de dispositivos móveis e Apple Silicon. Surpreendentemente, graças à arquitetura nativa, o Nintendo Switch é mais eficiente na descompressão de ASTC do que uma placa de vídeo RTX 4090. Devido a esta barreira de compatibilidade, as versões antigas do Yuzu apresentavam travamentos durante toda a gameplay, principalmente em jogos com texturas mais pesadas, como Bayonetta 3 e Metroid Prime Remasted.
As novas versões do emulador agora têm uma abordagem diferente, com decodificação assíncrona em segundo plano, combinada entre CPU e GPU, que deixa a gameplay mais fluída, entretanto ocorrem alguns bugs gráficos enquanto as texturas estão sendo carregadas.
Contudo, o emulador mantém as duas formas e o usuário pode escolher qual prefere no menu de configurações, afinal, cada hardware e cada jogo podem apresentar resultados diferentes.
Outra adição interessante, foi a correção de bugs no carregamento de elementos 3D, que afetam mais alguns jogos do que outros, no Pokémon Scarlet/Violet, por exemplo, alguns prédios que fazem parte do cenário, simplesmente não eram carregados, deixando o cenário muito mais vazio, na imagem da capa deste artigo, repare que à direita, que representa a nova edição, existem prédios ao fundo, que não estão presentes à esquerda, tirada de uma versão anterior.
Conheça todas as novidades trazidas pelo Yuzu no post oficial do blog deles e baixe o emulador, caso tenha se interessado, ele é compatível com distros Linux e com o Windows.