Estava muito quieto no meu canto, quase dormindo, quando disparou no escritório uma música barulhenta, absurda – nada a ver com meu tipo de música, nem com os sites que frequento, ou com os alarmes do celular. – Não me pergunte qual o “estilo” da musiquinha saf4da, porque realmente não tentei classificar (nem deu tempo).
Só posso dizer que aquela barulheira me irritou, injetou adrenalina, tirou o sono etc. – em pleno silêncio da madrugada – quase como se alguém estivesse invadindo minha casa… ou meu PC… ou meu celular.
Fui ao escritório, e era capaz de jurar que aquela musiquinha disgramada estivesse saindo diretamente das caixinhas de som do PC desktop – mas era difícil ter certeza, pois durava pouco, terminava logo, sem dizer 1 única palavra – e não dava para ficar acordado, esperando flagrar nova ocorrência, caso se repetisse.
Nada na tela do PC, nada no navegador, nada no histórico de Notificações do KDE Plasma.
Desbloqueei a tela do celular, para ver se tinha alguma notificação – e explodiu na minha cara um anúncio “Magalu” barulhento, que só podia ser “pulado” após 5 segundos – dando então lugar a outra tela “Magalu” de “baixar e instalar”, que só podia ser fechada após outros 5 segundos.
Tentei examinar as Configurações do celular, na esperança de descobrir alguma coisa diferente – mas, a cada passo dentro das Configurações, o anúncio miserável tornava a explodir na minha cara (+10 segundos para fechar).
Detesto celular! Aquilo é planejado para ser um labirinto – de modo que o fabricante tenha o máximo controle, e o usuário nunca encontre a saída. – Nada é explicado. Nada esclarece nada. A menos que o usuário seja um “maníaco de celular”, não existe a menor chance de entender alguma coisa.
Desisti, voltei para a cama, esperando recuperar o sono… e depois de algum tempo, a disgramada da musiquinha explodiu de novo!
Resolvi tentar mais um pouco, entrei nas Configurações – e a cada passo, o anúncio “Magalu” barulhento me interrompia por mais 10 segundos – o que, além de dificultar, irrita, tira do sério, impede de analisar as coisas de modo racional.
Em suma, foi como a “Noite de terror” da pré-histórica “jovem guarda”. – Impossível dormir, sem ser acordado a cada vez que tornava a acalmar as ideias – e com aquela sensação maluca de que “alguém está invadindo minha casa”.
Lá pela 3ª ou 4ª tentativa, o anúncio “Magalu” foi substituído por outros. – Um deles, dizia que “foram encontrados 3.987 vírus” (para induzir a instalar mais alguma coisa perigosa) – sinal de que o usuário caiu, mesmo, nas malhas de algum esquema mal-intencionado.
Depois, outro anúncio: – "Não está conseguindo (algo a ver com minha exata situação, naquele momento!)? – Sim. Era um esquema feito, mesmo, para me atolar cada vez mais.
O mais simples seria apenas desligar o bicho – mas, àquela altura, a noite já estava mesmo perdida, e apenas adiaria o problema para quando acordasse, saba-se lá a que horas – se é que conseguiria dormir.
Examinei mil “Apps”, mil “Autorizações” etc. – sempre, interrompido por um “anúncio” de mais 10 segundos. – Só lá pelas 7:15 da manhã, encontrei 1 recurso que finalmente me permitiu identificar o problema:
A opção de ordenar os Aplicativos, pela ordem cronológica (inversa) da data de instalação: – Era um tal de “Papel de parede”, instalado ontem, 20 Dezembro. – Desinstalei o bicho, e o problema desapareceu.
Portanto, aprendi: – O único recurso que resolve é listar os Aplicativos instalados por último – porque aplicativo mal-intencionado sempre usa um “nome” inocente, enganoso.
De fato, ontem eu tinha instalado um aplicativo “legítimo”, de origem conhecida, seguro etc. – e uma das primeiras providências foi removê-lo, mesmo sabendo que vou precisar dele, e vou reinstalar o mais cedo possível.
O problema é que, para instalar o aplicativo legítimo, seguro etc., tive de recorrer à “lojinha”, o Play Store – cujo funcionamento é cheio de pequenas armadilhas, feitas para induzir o usuário a instalar coisas que não pretendia. – Você vai tocar numa coisa, aparece outra na frente. Ou por descuido, ou por engano, devo ter clicado onde não devia. É a única explicação que consigo imaginar.
Meu celular é a coisa mais simplória que se possa imaginar. Quase que só tem os aplicativos que “vêm de fábrica”, e que o “sistema” impede de desinstalar – e só mais 2 ou 3 que instalei de modo intencional, e que sei o que são, e para quê servem. – Mesmo assim, foi demorado descobrir que “Papel de parede” era um aplicativo enganoso.
Além disso, é um celular bem comportado, tranquilo, silencioso. Consegui bloquear todo tipo de SPAM – exceto mensagens da TIM, que vive querendo me forçar a mudar para planos mais lucrativos. – Afora isso, é raro fazer barulho. Dias e dias sem dar 1 pio (usamos o Zap em família). Ninguém me liga durante dias, semanas. Muito menos, de madrugada.
E nota ZERO para a tal “Play Store”.