Minha história com os notebooks da Apple
Meu primeiro contato com a Apple foi por meados de 2011. Eu estava começando minha graduação. Por um tempo tive um MacBook Pro 13 modelo 2011. No geral, infelizmente não foi uma experiência boa por diversas razões.
Eu tinha uma imagem completamente diferente do produto na minha cabeça naquela época, e isso resultou em expectativas quebradas. Em questão de meses, instalei Ubuntu no aparelho e segui minha vida… No final, em 2013 o aparelho deu perda total por problemas de umidade. A conclusão que ficou para mim foi que MacBooks eram criaturas interessantes, mas não muito adequados para mim.
Após esse MacBook, passei a ter tanto notebook como workstation pois percebi que apenas viver de notebook também não era adequado para meu uso, passei então por um tempo, usando exclusivamente PCs.
Vendo a história em perspectiva, para mim a linha de computadores da Apple estava em um processo de estagnação/declínio entre 2008 e 2019.
De qualquer forma, voltei a ter novamente um Mac em meados de 2019, um MacBook Air modelo 2017 disponibilizado pela empresa. Um aparelho que novamente não me surpreendeu, deixando um pouca a desejar em termos de performance mas atendendo ao básico das necessidades de depuração e assinatura de apps híbridos, até esse ano quando o aparelho realmente começou a dar sinais da idade. Dessa forma, recentemente decidimos passar esse modelo a diante e pegamos um MacBook Pro 14 de entrada.
Decidi passar minhas impressões aqui no fórum, pois desta vez (pelo menos até agora) estou tendo uma experiência superior às minhas expectativas iniciais. Está sendo uma experiência perfeita? Não… Mas digo com confiança que desta vez estou gostando de usar o aparelho.
Não pretendo analisar o aparelho sob todos os aspectos, nem o Mac OS, apenas os aspectos do hardware que chamaram mais minha atenção, até porque existem muitos reviews por ai falando sobre todos os aspectos possíveis do aparelho. Também vou falar um pouco sobre o processo de migração pois achei interessante a experiência também.
Observações com relação ao hardware
Aparência
Muita gente vai discordar provavelmente, mas eu estava começando a achar o design da era Jony Ive datada… Acho que não se comunicava com a linguagem visual dos iPhones e iPads muito bem já fazia alguns anos. Nunca gostei da maça de plástico neon branco retroiluminada nem do alumínio extra claro.
Apesar de gostar das curvas elegantes que fazem muito bem seu papel de iludir o consumidor quanto a grossura do aparelho, eu sempre achei que os sacrifícios técnicos que começaram a ser feitos para isso não compensavam.
Apesar de definitivamente mais grosso e quadradão, achei aceitável, me lembra um pouco meu antigo MacBook Pro 13 modelo 2011. No fim das contas, acho que o modelo ficou elegante e continua tendo a mesma boa qualidade de construção e passando a mesma impressão positiva. Não vou entrar em muito mais detalhes, sei que o teclado com fundo preto também rendeu muita DR, mas eu gostei, essa pegada menos clarinha e mais “máquina de escritório” me agradou.
O novo cabo de tecido trançado removível no carregador me agradou mais do que eu esperava, além de ser bem mais maleável que os antigos emborrachados, pode ser possivelmente um “adeus cabo que amarela”, e finalmente, se algum acidente acontecer, tem como trocar o cabo facilmente. Também percebi que essa ponteira do MagSafe não esquenta praticamente nada, minha experiência com o MagSafe até então era sempre de uma ponteira que esquentava muito, a ponto de quase queimar ao toque durante o carregamento.
Teclado e trackpad
O espaçamento entre as teclas é menor, várias teclas são maiores e também o feedback sonoro e mecânico do teclado e do trackpad são bem melhores, ambos dão a clara sensação de serem mais precisos e robustos no MacBook Pro.
Também achei bem interessante o fato de que existe agora a possibilidade de um quarto click, um click feito ao se pressionar o touchpad para clicar e aplicar força extra.
Uma coisa que não me agradou é que o teclado (meio que todo o aparelho, provavelmente por ser escuro) atrai mais impressões digitais e manchas de óleo no teclado, mas no geral, fiquei bem satisfeito, uma das coisas que me incomodava muito era o espaçamento muito grande entre as teclas.
Som
O som foi um aspecto que me agradou bastante também, eu já escutei notebooks de porte workstation com mais graves, mas me marcou como o som é cristalino, tridimensional e ainda assim cheio, chamou bastante minha atenção isso. Está longe de um alto falante audiófilo, mas para um notebook, especialmente desse tamanho, me surpreendeu.
Outro ponto curioso é a saida para os graves, parece a antiga entrada de leitor de CD do meu antigo MacBook Pro 13 : - )
Tela
Acho que aqui está provavelmente ambos os pontos alto e baixo desse aparelho… O notch realmente chocou alguns. Honestamente, eu acho feio, mas não me incomodou tanto quanto eu achei que iria. Parece que vai ser algo que vou aprender a conviver com.
Mas se tem algo que realmente foi o fator que mais me chamou a atenção foi a qualidade do monitor mini-LEDs, especialmente porque eu não esperava ter uma experiência tão similar ao OLED nas cores escuras.
O monitor comparativo é um LG 27UD68-P
O que realmente foi o destaque mais surpreendente para mim é a luminosidade máxima desse monitor com conteúdo HDR que tecnicamente chega a 1600 nits… Infelizmente fotos não conseguem captar essa questão bem, acredito que o estouro na exposição da câmera na segunda foto demonstre melhor a luminosidade desse monitor. Lembra ou não um LED de câmera?
Migração
Foi a primeira vez que usei o assistente de migração entre máquinas do MacOS. No geral funcionou como eu esperava, parear as máquinas não foi uma experiência “simplesmente funciona” mas no geral foi boa, ao final arquivos, programas, configurações, contas… Tudo tinha sido espelhado na máquina nova e a única coisa que precisei fazer foi validar o dispositivo para o Apple ID.
Um toque especial que me surpreendeu foi o fato de que os sistemas conseguiram dar prosseguimento a migração via conexão Wifi Peer-to-Peer que demorou aproximadamente 1h e pouco.
Eu também aproveitei para trocar alguns programas para versões nativas para M1, mesmo rodando bem após instalar o rosetta 2, que alias foi um processo simples, indicado e guiado pelo próprio sistema ao tentar abrir algum programa x86.
Aqui não posso negar que mesmo não sendo uma experiência perfeita, foi melhor que qualquer outra coisa que já experimentei em outras plataformas dentro da categoria notebook/desktop. Não precisei lidar com confusão de garantir sincronização de coisas em cloud, store nem nada, e no fim ambos os aparelhos estavam com as mesmas características como esperado, inclusive programas instalados por fora da store e tudo mais, tudo funcionando.
Enfim, essa foi minha experiência de migração, espero que achem interessante. Não, não pretendo largar o pinguim, ainda faço a maior parte das minhas atividades diárias na workstation, mas definitivamente estou gostando de usar o Mac OS também, mundos diferentes que ao meu ver se complementam.