Hoje relatarei a minha experiência com um Notebook Positivo Vision C15 rodando Linux, especificamente o Solus OS. Recentemente pedi a opinião de vocês sobre os produtos desta marca, recebendo as mais distintas impressões. Bem, nada melhor do que “ver com os próprios olhos”.
O cenário de minha decisão
Há 3 anos decidi comprar outro NoBo, porque o antigo já dava o ar dos tempos, num hardware modesto, de baixa resolução, que dava mais trabalho para “otimizá-lo” do que usá-lo propriamente dito.
Planejei um “salto” para um hardware mais poderoso, que ultrapassasse em muito o antigo e me desse uns bons pares de anos pela frente. Escolhi um de boa marca, com renome no mercado, com boa placa gráfica, 8gb de RAM e 256mb de RAM. Totalmente compatível com o Linux.
Bem, neste ano tive problema com a bateria e necessitei trocá-la. Levei no técnico de minha confiança e - supresa - o notebook de “marca” tinha uma bateria xingling, os componentes são montados em linha e saem do jeito que saem. Sinceramente achei que tinham um cuidado maior na fabricação de seus produtos.
Como ele tinha mais “potência” do que eu realmente precisava, achei que iria longe. Grande erro de minha parte! Como o custo quase chegou no limite que compensava consertá-lo, mandei fazer a troca da bateria e “limpeza geral”.
Então surgiu outro problema: como uso meu isfenicídio no trabalho, não posso ficar sem um NoBo e, por isso, decidi por um reserva. Mas mudaria o foco: um barato, com garantia de longo prazo + garantia estendida. Se o oficial aguentar mais 1 ou 2 anos, não ficaria na mão novamente.
O produto tinha de ser feito no Brasil ou ter as garantias necessárias em território nacional, por motivos óbvios. Deveria moldar-se às minhas necessidades:
- uso para “escritório” e vídeos online
- nenhuma excelência em placa de vídeo ou som
- manter a mesma capacidade de RAM e espaço em disco
- upgrade apenas de disco, se necessário
Selecionei 3 produtos de marcas diferentes e optei pelo Notebook Positivo Vision C15, que mostro abaixo:
Ele tem duas limitações para mim: falta uma placa de rede cabeada e possui apenas duas portas usb. Não há porta usb tipo-c (irrelevante para mim). Esse “notebook” nada mais é que uma placa mãe de tablet com processador/memória mínimos para um produto dito de entrada, numa carcaça de Nobo e com a possibilidade de troca do sistema operacional.
Mas elas foram devidamente contornadas com dois adaptadores: um para a referida rede e outro para mais conexões usb. Vejam abaixo:
O Linux oficial do Positivo C15
Meu NoBo veio com o Policorp Linux baseado no Debian 11, interface do Gnome muito parecida com a do Zorin. Um sistema operacional que habilitou todos os recursos, inclusive teclas especiais, por meio de apps exclusivos da Policorp.
Interface muito similar a do Windows (lógico), com provavelmente todos os aplicativos que se possa precisar para uso “normal”. Possui um bom manual explicativo e um menu principal que auxilia muito o usuário iniciante.
Não foi difícil manuseá-lo, pois tenho experiência com pinguins baseados em *.deb. Mas planejei instalar o Kubuntu 24.04 que já existe no NoBo defeituoso, com o insync compartilhando meus arquivos de trabalho entre as estações. Então não fiz questão de cópia de segurança.
Minha experiência com o Positivo C15
Vamos direto ao que interessa: tudo rodou perfeitamente, com exceção da placa de som 00:0e.0 Multimedia audio controller: Intel Corporation Celeron/Pentium Silver Processor High Definition Audio (rev 06)
que não funciona adequadamente em nenhuma distro.
Mas ela é problemática em qualquer produto, de qualquer fabricante, usando o pinguim. Tentei várias dicas, sem sucesso. Notei que o som configurava invertido: para ele sair nos auto falantes, tenho de conectar um fone de ouvido. Retirando este, o som passa para os fones, o que é impossível de ouvir se não estão conectados… rsrs
Não testei som por bluetooth. Como multimídia não é o atributo principal que preciso, dá para conviver muito bem com um conector “capado” na entrada de áudio para fazer os auto falantes funcionarem. Espero que a placa de som seja devidamente configurada em versões futuras de nosso pinguim.
Obviamente, a nova “tecla Link” não é reconhecida pelas diversas distribuições que testei, como as teclas personalizadas para aplicativos “smart touch”:
Também não tive tempo, nem paciência, ainda, para mapeá-las e lincá-las com apps que mais uso. Deixarei esses passos bem para a frente. Minha prioridade é ver como resolver o problema do áudio invertido, para publicar aqui a forma de corrigi-lo para atender aos que se importam com um som certinho.
Um recurso que achei interessante é o led embutido para iluminar o rosto nos ambientes pouco iluminados. Uma jogada interessante da Positivo:
A webcam funciona normalmente, touchpad idem. O Linux que melhor, ou menos pior, lidou com o som foi o Solus OS com interface KDE. Vai entender o por quê? Ele não é baseado em *.deb e utiliza o gerenciador de boot systemd-boot-efi. Como já o utilizei antes, não tive uma curva de aprendizado dolorosa ou que atrasasse seu emprego no propósito principal.
Outro situação que estou me debruçando para resolver é que não visualizo as impressoras em rede, usando o adaptador rj45 ↔ usb. Não sei se tenho de fazer alguma configuração extra no Solus ou é uma limitação do avahi neste tipo de conexão em particular. Estou pesquisando como resolver.
Conclusão
A Policorp é um empresa que oferece:
serviços especializados de compatibilização e certificação de hardware, direcionados para atender às demandas de editais governamentais e projetos em geral, por meio de minuciosos processos de verificação e validação, assegurando a conformidade do hardware aos requisitos técnicos estabelecidos. Além disso, garante a emissão de certificações comprovando a conformidade do hardware, contribuindo para o sucesso e qualidade dos projetos dos clientes.
E produziu um sistema operacional que me impressionou pela beleza, recursos, estabilidade e facilidade de instalação de programas. Não sei de experiências de outras passoas, nem procurei saber, para que minha experiência não fosse influenciada.
Gostei do Positivo Vision C15, bem construído, preço bom, hardware adequado às minhas necessidades, sem considerar as falas apaixonadamente boas ou más que encontrei na internet.
O mais importante, neste momento, foi contar com uma garantia de fábrica de 2 anos mais um seguro estendido de mais 2 anos. Pelo preço que paguei, 4 anos funcionando está muito bom.
Achei interessante a sacada da Positivo em oferecer hardware de tablet convertido em notebook. Se utilizamos aquele sem problemas, porque não no formato adequado deste? Temos de deixar os preconceitos de lado e fazer uma crítica construtiva da empresa.
O Pinguim não tem uma base de usuários que justifique um investimento “pesado” da Positivo, quando o Windows é o carro chefe de qualquer fabricante de computadores. O Policorp é excelente, com recursos que poucas distros possuem. Não vi nada que desabonasse esse sistema operacional.