Alerta de textão!
Recentemente (± um mês), adquiri um Thinkpad T480 da Lenovo. Este é o meu primeiro Thinkpad, e uma das coisas que me atraiu é a sua modularidade (embora nos modelos mais recentes, como o próprio T480, isto não seja mais tão aparente, já que desde o T440p não é possível fazer upgrade de processador ou GPU dedicada), onde posso facilmente substituir a RAM (ele suporta até 64GB), com 2 slots M.2 disponíveis para expansão do armazenamento, componentes da placa como modem Wi-Fi/BT, além de o próprio monitor integrado. Além disso, os Thinkpads são conhecidos por possuirem um ótimo suporte ao Linux, além de tecnologias opensource como o Coreboot (que atualmente estou usando nele).
Ao longo deste último mês, venho testando vários sistemas diferentes, além do próprio laptop, e venho aqui agora para relatar a minha experiência com eles.
Especificações do laptop.
CPU: Intel Core i5-8350U (4/8) @1.7 ~ 3.6GHz
GPU: Intel UHD Graphics 620 @0.3 ~ 1.1GHz
Memória: 16GB (8GB Dual-Channel) SODIMM @2400MHz
Armazenamento: SSD NVME M.2 LiteON CA3-8D256 (256GB)
Monitor: IPS LCD 1920x1080 (sem touch)
Primeiramente, falando sobre o próprio laptop.
Uma das coisas que mais marcam os Thinkpads, embora como mencionado anteriormente não tanto nas novas gerações, é o seu teclado. De fato, ele não é como costumava ser (eu não tive um Thinkpad antes, mas já cheguei a usar alguns antigos do meu tio), mas, entre todos os laptops não-Mac que já tive, este é sem dúvidas o melhor. Tem um key-traveling decente, não demais nem de menos, teclas macias e relativamente silenciosas, além de o meu ser retroiluminado. A única ressalva que tenho sobre o teclado do meu específico é ele estar no modelo br-abnt2 (eu particularmente prefiro o us-intl por estar mais habituado). Em suma, um ótimo teclado.
Agora, sobre as alternativas ao mouse. Acredito que a maior marca registrada da aparência dos Thinkpads é o TrackPoint, aquela bolinha vermelha que fica no meio do teclado, que serve para substituir o mouse/touchpad. Desde que ele chegou, tenho me forçado a usar o TrackPoint sempre que longe do mouse, just for the sake of it. Devo dizer que apanhei bastante no começo, principalmente pelo conceito diferente de a pressão que você exerce no botão influenciar na velocidade do ponteiro, mas agora que me acostumei, é muito bom. Sou muito mais preciso com ele do que com o touchpad, além de ter a vantagem de o scroll do TrackPoint ser infinito (no mouse ou touchpad, assim que você atinge o limite físico do mousepad ou do próprio touchpad, você tem que reposicionar as mãos, enquanto com o TrackPoint, é só segurar ele para baixo). Outro benefício dele é para o meu caso, que digito sem olhar para o teclado, e relativamente rápido, eu não preciso reposicionar as mãos que já estão no teclado caso precise interagir com o ponteiro do mouse. Parece algo idiota, mas me fez perder muito menos tempo no dia-a-dia reposicionando as mãos para usar o mouse ou touchpad, o que me permitiu escrever muito mais em menos tempo.
Já o touchpad, é grande e espaçoso. Não tenho usado ele por muito tempo, mas é confortável para as mãos.
A tela é boa. Nada mais a comentar. A minha é uma IPS FHD, com um brilho razoável. Já vi telas melhores, mas também já vi muito piores. Considero um ponto equilibrado.
O som é OK. Não é muito alto, e peca um pouco nos graves. Como eu uso um fone praticamente o tempo todo, não me importa muito.
Considero a conectividade dele boa. Ele tem 2 USB-C sendo 1 Thunderbolt 3 (pode carregar pelas duas), 2 USB-A 3.2 Gen2, 1 Ethernet RJ45, 1 HDMI de tamanho comum e um combo jack para fone e microfone, além de uma entrada para cartão SD de tamanho comum.
A construção dele não é exatamente premium, mas me agrada bastante. Passa uma sensação de firmeza. Ele é todo de plástico, com a tampa superior tendo um aspecto emborrachado. Ele possui duas baterias de 24Wh cada, uma interna e a outra externa. Ele sempre prioriza descarregar a externa, assim eu poderia trocá-la sem desligar o PC quando a bateria acabasse.
Ele também tem um leitor de digitais. Não é muito preciso, mas é uma mão na roda, já que a minha senha possui 154 caracteres.
Agora, sobre os sistemas que testei nele:
Windows
Começando pelo próprio: o sistema que vem de fábrica nele. Ele veio com o Windows 11 Pro, mas eu não gosto muito do Windows 11, então acabei instalando o Windows 10 Pro no lugar. Não há o que dizer quanto ao suporte, ele foi feito para rodar Windows, então obviamente tudo funciona nele XD
Ele tem algumas perfumarias legais exclusivas do Windows, como o Lenovo Vantage, que pode configurar vários aspectos do hardware, como mapear teclas no teclado, por exemplo, além de detectar automaticamente quando o laptop está em cima de uma mesa, com as ventoinhas tampadas, para evitar atingir picos de processamento que poderiam sobreaquecer o laptop.
A performance dele no Windows foi excepcional. Para o meu uso com jogos leves como LoL e, ademais, produtividade, como escrever textos em suítes Office, e alguma programação em Python e Java de vez em quando, não há o que reclamar. Com um SSD de boa qualidade e bastante memória, o Windows 10 é empurrado facilmente. A maior parte dos problemas que experienciei com o W10 foram por culpa de um HDD mecânico. Não é o caso deste laptop.
macOS
Sim! Eu cometi a heresia de instalar o macOS em um Thinkpad. Acredite ou não, este modelo tem um suporte muito bom ao Hackintosh, e, como já citei no caso do Windows, com um SSD de boa qualidade e bastante memória, não tive problema nenhum quanto à fluidez do sistema. Instalei ele só pela curiosidade mesmo, de ver como ia rodar neste laptop, e acabei me surpreendendo. Não fiquei por muito tempo, mas de fato, foi uma ótima experiência.
Linux
Bom, minha época de distro-hopper já passou, e eu acabei testando apenas 2 distribuições nele durante este tempo. Parece assustador para alguém que já chegou a formatar o PC 9 vezes no mesmo dia, mas me sinto mais confortável tendo um ambiente estável agora.
As distros que testei nele foram o Fedora (meu xodó) e o Ubuntu, pelo qual escrevo agora este texto. Sim, eu me rendi ao Ubuntu. Nunca tive uma experiência excepcional com as versões pós-GNOME 3 (aka 18.04 e companhia), mas, com vários relatos de uma melhora com a LTS 22.04, resolvi dar uma chance, agora com um hardware plenamente capaz. Não darei o braço a torcer para dizer que está sendo mil maravilhas (já quebrei um pouco a cabeça com o snapd), mas está bem usável. Inclusive, consegui fazer o leitor de digitais do laptop funcionar nele, por meio de um pequeno workaround. Está se mostrando uma experiência bem sólida. Não tive problemas com compatibilidade nem no Ubuntu, nem no Fedora. Ainda mantenho o Windows 10 em uma partição separada para jogar meu LoL, que ainda não me entrega uma experiência satisfatória por meio do Lutris.