A Microsoft é alvo de críticas da Browser Choice Alliance (BCA) por práticas anticompetitivas com o Edge, limitando a liberdade de escolha dos usuários ao direcioná-los ao seu navegador, em detrimento de outras opções no mercado.
Desde a sua introdução em 2015, o Edge vem pré-instalado em todas as versões do Windows, e a Microsoft tem sido acusada de utilizar táticas questionáveis para manter os usuários dentro de seu ecossistema.
Essa posição dominante permite à Microsoft influenciar a escolha do navegador dos usuários, limitando a concorrência de outros navegadores.
O Edge está profundamente integrado ao Windows, facilitando a coleta de dados que permite à Microsoft oferecer recursos exclusivos não disponíveis em outros navegadores.
Apesar de o navegador se baseado no Chromium, a BCA alega que a empresa continua a empregar métodos como configurações obscuras, restrições técnicas e mensagens enganosas que dificultam a mudança para outros navegadores.
A aliança argumenta que essas ações violam a Lei dos Mercados Digitais da União Europeia e solicita que o Edge seja classificado como um serviço “Gatekeeper”, o que obrigaria a Microsoft a oferecer opções mais neutras aos usuários.
A BCA destaca que essas práticas não apenas prejudicam os navegadores concorrentes, como distorcem o mercado e limitam a inovação no setor.
Ela publicou um infográfico detalhando as táticas utilizadas, como pop-ups confusos e etapas desnecessárias na instalação de outros navegadores, para conscientizar os consumidores e as autoridades reguladoras.
O que é a BCA?
A Browser Choice Alliance (BCA) surgiu para promover a competição entre navegadores de internet e que os usuários tenham mais liberdade na escolha de seus navegadores.
Foi criada por um grupo de empresas de tecnologia que acreditam na importância da competição e da liberdade de escolha dos usuários. A Microsoft foi uma das principais impulsionadoras da iniciativa.
Ela incentiva a criação de novos navegadores e a melhoria dos existentes, oferecendo aos usuários uma variedade maior de ferramentas e funcionalidades.
Promovendo a competição, busca evitar que uma única empresa domine o mercado de navegadores, o que poderia levar à falta de inovação e à diminuição da qualidade dos produtos.
Também defende a neutralidade da rede, ou seja, que todos os dados na internet sejam tratados de forma igual, independentemente da sua origem ou destino.
O que é um serviço gatekeper?
Um serviço gatekeeper é uma plataforma online muito grande e poderosa, como um motor de busca ou loja online, que controla o acesso a muitos mercados digitais.
A Lei dos Mercados Digitais da União Europeia define esses serviços como aqueles que têm uma posição de domínio no mercado e podem influenciar significativamente a forma como as empresas e os consumidores interagem online.
Esses serviços têm o poder de definir as regras do jogo em seus mercados, o que pode limitar a concorrência e prejudicar consumidores e empresas menores.
Eles podem influenciar o comportamento dos consumidores e empresas, moldando o que compramos, como nos comunicamos e fazemos negócios.
A Lei dos Mercados Digitais visa garantir que esses serviços não abusem de seu poder, estabelecendo regras claras sobre o que esses serviços podem e não fazer, como:
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tratar todos os negócios de forma justa - não favorecer seus produtos ou serviços em detrimentoo de outros.
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permitir que os usuários troquem de plataforma - facilitar a migração levando seus dados.
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ser transparentes - demonstrar como seus algoritmos funcionam e coletam dados dos usuários.
Se o Edge for considerado um serviço gatekeeper, a Microsoft poderia enfrentar restrições regulatórias que limitariam sua capacidade de favorecer o próprio navegador e prejudicar a concorrência.
Então seria obrigada a fornecer mais informações sobre suas práticas comerciais e a maneira como coleta e utiliza os dados dos usuários.
Com uma maior concorrência, os usuários teriam mais opções de navegadores e poderiam escolher aquele que melhor atende às suas necessidades.
Fonte: link no texto